sábado, 28 de novembro de 2015

memórias literárias - 287 - CLAME A DEUS

CLAME A DEUS!
287



Quando a tempestade vier por todos os lados, sem que você saiba de que lado começou, e estremecer as montanhas, triscar os céus em raios amedrontadores, quando o barulho dos trovões for ensurdecedor e você estiver sem abrigo, sem teto, sem lugar para fugir, clame a Deus!

Quando o mal chegar sorrateiro, transformando sua festa em tragédia, seu romance em fracasso, seu prazer na mais profunda dor, e não souber como começou e se um dia terminará, clame a Deus!

Quando seu filho mergulhar nas drogas, sua filha surgir grávida, uma bala perdida ferir sua esposa, um assalto levar-lhe embora a economia de anos, quando lhe confundirem com algum criminoso e prenderem-no por engano, quando sua igreja lhe considerar ímpio e você não for, clame a Deus!

Quando uma gripe transformar-se em pneumonia, ou uma picada de inseto transformar-se numa malária, ou quando um pequeno machucado no pé numa gangrena ou uma espinha num câncer generalizado, e o médico balançar a cabeça, dizendo que nada mais pode fazer, clame a Deus!

Quando o dedo em riste lhe acusar de coisas que você não fez, ou que trouxer de volta um passado do qual você não tem de que se arrepender, ou outro do qual há muito se arrependeu, quando o acusador for implacável, cobrando-lhe uma fatura já paga por Jesus Cristo na cruz do Calvário, clame a Deus!

Quando a vida virar de tal forma que as festas de ontem se transformem em  cinzas, quando os amigos de outrora se tornarem os inimigos do presente, quando não  houver ninguém do seu lado para lhe defender e você souber que nada fez de errado, mas não tiver como provar a sua inocência, clame a Deus!

E se tudo isso acontecer com você de forma súbita, absolutamente surpreendente, transformando em mal aquilo que você com tanto amor construiu, e tornar contra você qualquer esforço para consertar o estrago, e você olhar no espelho, ou para o alto, ou para baixo, ou para o rosto de quem lhe magoa e perguntar "por que? por que? por que?", clame a Deus!

Clame a Deus na solidão do deserto, mesmo que seja para orar como Elias, que não suportava mais fugir de uma rainha perversa;

Clame a Deus na velhice da existência, como Abraão, quando o filho tão sonhado não poderia mais ser gerado;

Clame a Deus como Daniel, que não compreendia as coisas que via, que ouvia ou que sentia, mas precisava de entendimento, de sabedoria, de maturidade, de revelação;

Clame a Deus como Jeremias, que queria continuar no velho caminho, mas que recebeu de Deus a mensagem de que lhe seriam mostradas coisas grandes e novas, que ele não conhecia;

Clame a Deus como o pai daquele epilético satanizado, que era atirado no fogo ou espumava até perder os sentidos, e não tendo sucesso com os apóstolos que não conseguiram curar seu filho, pediu a Jesus para fazê-lo, implorando ao Mestre que o ajudasse na falta de fé;

Acima de tudo, porém, clame a Deus como Jesus! Jesus, nosso Salvador, Jesus, nosso modelo, Jesus, nosso exemplo, Jesus, nosso Mestre, Senhor e Rei!

Jesus clamou na cruz, implorando do Pai uma resposta: "Por que me desamparaste?" (cf. Mt 27.46) Sim, Jesus perguntou o porquê. Pergunte como Jesus o porquê das lutas, das aflições, das angústias, das injustiças, dos atropelamentos, do desemprego, da enfermidade, do divórcio, do luto ou da tragédia.

Jesus implorou pelo livramento, no Getsêmani. "Pai, afasta esse cálice de mim!" (Mt 26.39). Sim, Ele pediu, Ele implorou, Ele suplicou. Suplique também, ore também, clame também, implore também! Compartilhe com algum justo (que justo não há nenhum além de Cristo, mas um justificado por Jesus) e peça-lhe oração, pois a oração de um justo muito pode em seus efeitos!

Mas lembre-se de que Jesus aceitou a vontade do Pai, abrindo mão da sua própria, e você também deve aceitar a vontade de Deus, caso seja Ele quem o esteja conduzindo pela tempestade.

"O que eu faço não o sabes agora; entenderás depois" (João 13.7)
Oh, como é difícil entender Deus em seus caminhos! Contudo, Ele é Deus muito antes de nossa existência e conhece bem o que faz. E mesmo que não compreendamos, Ele está a nos conduzir sempre em vitória, pois estamos em Cristo Jesus.
E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo,  (2Co 2:14)
E ainda que estejamos fracassados aos olhos humanos, se estivermos EM Cristo seremos mais do que vencedores diante de Deus.
"O grão de trigo, se não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". (João 12.24) Ainda que morramos, o morrer para nós será ganho, e o viver será Cristo.

Então clame a Deus! Clame agora! Clame sozinho! Clame em casa, no quarto, na sala, no banheiro, na cozinha! Clame no trem, no carro, no ônibus, no barco, no avião!  Clame na prisão, no hospital, no asilo, na igreja, no pico da montanha ou no meio do vale! Clame de dia, de tarde, de noite, de madrugada!
Na minha angústia clamei ao Senhor, e me ouviu. (Sl 120:1)Invoquei o Senhor na angústia; o Senhor me ouviu, e me tirou para um lugar largo. (Sl 118:5)

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face. (Sl 42:5)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas - Osasco SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br

memórias literárias - 286 - É BOM SABER

É BOM SABER
286
 
É bom saber que não serei tentado acima do que possa suportar. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. (1Co 10:13)
 
É bom saber que as provações pelas quais passo não são de se comparar com a glória que terei quando ressurreto na eternidade. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8:18)
 
É bom saber que, mesmo que eu seja por todos abandonado, o Senhor não nunca me abandonará. Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá. (Sl 27:10)
 
É bom saber que o Pai sabe de minhas necessidades antes mesmo que eu as apresente a Ele. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. (Mt 6:8)
 
É bom saber que Ele ouve a minha oração em secreto, e que me recompensará. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. (Mt 6:6)
 
É bom saber que Deus não se esquece nem de um copo de água fria dedicado para a Sua glória, para a Sua obra. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão (Mt 10:42)
 
É bom saber que Ele é quem opera em mim o querer e o realizar. Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. (Fp 2:13)
 
É bom saber que nada acontece por acaso na vida de quem por Ele é chamado. Assim diz o SENHOR: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do SENHOR, e voltaram segundo a palavra do SENHOR. (1Rs 12:24)
 
É bom saber que Deus dirige a história da minha vida. E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. (Is 30:21)
 
É bom saber que tudo contribui para o bem dos que amam a Deus. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Rm 8:28)
 
É bom saber que Ele aprecia a gratidão do coração em toda e qualquer situação. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. (Cl 3:15)
 
É bom saber que as lutas findarão e a vitória será eterna. Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua, e os dias do teu luto findarão. (Is 60:20)
 
É bom saber que até este texto, lido ao acaso, cumprirá um propósito de Deus na vida do leitor. Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. (Is 55:11)
 

Pr. Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 289 - A VONTADE DE DEUS



A VONTADE DE DEUS
289

Mensagem proferida por ocasião do casamento de Nate Williams e Larissa Curcino, em 28 de novembro de 2015, na capela da Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil

Texto bíblico:
Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração. (Sl 40:8)

INTRODUÇÃO
Hoje é um dia muito especial para vocês, Larissa e Nate. Depois de um longo percurso, depois de muita espera, preparativos e decisões, chegou o dia em que unirão as suas vidas pelos laços do matrimônio. E decidiram fazer isso diante de Deus e diante dos seus familiares e amigos.

Os nossos corações estão felizes por poder partilhar da alegria de vocês, e encorajados a desejar as bênçãos de Deus para a família que ora se inicia. Assim, é por demais importante meditarmos no texto bíblico que se encontra no Salmo 40.8: DELEITO-ME EM FAZER A TUA VONTADE, Ó DEUS MEU!

I – A VONTADE DE DEUS PARA OS SERES HUMANOS

Ao criar Adão e Eva, Deus lhes deu uma ordem: “crescei e multiplicai-vos”. O Criador estabeleceu, assim, a família como Seu propósito geral para a humanidade. Deus não criou dois homens, duas mulheres ou três para uni-los. Deus, em Seu propósito, estabeleceu a família como um casal, uma dupla, um homem e uma mulher.

Foi o amor de Deus que proporcionou a criação do casamento. “Não é bom que o homem esteja só”, declarou Deus. Salomão, em seu livro Eclesiastes, declara que “melhor é serem dois do que um;  terão melhor paga; se um cair o outro o levantará; e se aquecerão ao dormirem juntos; serão uma equipe e poderão resistir aos inimigos. Serão um cordão de três dobras, que dificilmente se rompe”.

Para alguns o Senhor estabeleceu um plano especial de seguirem sós em suas vidas. Para os demais, incluindo vocês, Ele preparou uma companhia, com quem desfrutarão ao longo da vida de todas as parcerias da vida, vivenciando alegrias, sofrendo tristezas, lutando lado a lado na mantença da casa, recebendo de Deus os filhos e os criando nos caminhos de Cristo. A família é uma bênção do Senhor.

II – A VONTADE DE DEUS PARA SEUS FILHOS

Nate e Larissa, vocês poderiam, no uso da liberdade, optarem por ouvir apenas o coração de vocês e buscarem um cônjuge entre os seus amigos e conhecidos, independentemente da fé que tivessem. Porém, decidiram pedir a Deus um marido e uma esposa, e Ele hoje lhes concede a resposta às suas orações!

É da vontade de Deus que cristãos estabeleçam famílias cristãs, pois a primeira comunhão entre um casal não é a emocional ou a física, mas a espiritual. O Apóstolo Paulo, ao falar de viúvas mais novas, dizia que elas poderiam casar-se novamente “desde que no Senhor”, isto é, desde que se casassem com alguém que também amasse e servisse a Deus, com alguém transformado pelo evangelho de Cristo. Os apóstolos eram casados, com exceção de Paulo e Barnabé; sendo que Paulo, ao falar sobre isso, dizia:”não temos nós também o direito de nos fazermos acompanhar de uma mulher irmã?” Para ele a base para uma família de filhos de Deus começava na comunhão da mesma fé cristã.

Casamento é mais do que um coração apaixonado e uma cena romântica. O romantismo é lindo, é desejável, mas não serve como fundamento. A intimidade física é uma decorrência do casamento e só pode ser desfrutada após o matrimônio; foi-nos outorgada por Deus como dádiva, como alegria, e como meio para recebermos e criarmos os filhos que Ele nos desse. Porém, a sexualidade não serve como alicerce para um casamento feliz. A saúde física e sexual sofre transformações com o avançar da idade e das enfermidades; quem constrói a sua vida num relacionamento físico ficará sem nada quando o seu  corpo não for mais capaz de expressar-se assim.

O casamento é a união de dois corações na presença do seu Criador. E começa com a partilha da mesma fé, sobre a qual erguerão um lar feliz e verdadeiramente duradouro. Jesus diz que a Sua palavra ouvida e praticada é rocha sobre a qual podemos construir a casa da nossa vida. Um marido temente a Deus, que O serve e o ama será muito mais devotado ao amor puro e santo pela sua esposa, pois a enxergará, antes de tudo, como uma filha do Rei. Uma esposa que ama a Deus e O teme será muito mais dedicada ao esposo e o honrará ao longo da vida.

Além disso o conflito da fé entre cônjuges só é aceitável quando a conversão de um deles acontece após o casamento. E vocês, Nate e Larissa, pediram a Deus que separasse para vocês, dentre os muitos filhos do Rei, um que fosse agradável ao Senhor. E Ele atendeu-os! E, creiam-me, de uma forma simplesmente formidável: jamais o Nate poderia ter conhecido a Larissa, não fosse a sua dedicação no trabalho de Deus; foi construindo a capela que agora nos abriga que pôde conhecer aquela que hoje recebe por esposa. Um americano e uma brasileira! Quando colocamos as nossas vidas nas mãos de Deus Ele pode unir quem quiser e onde quiser!

III – A VONTADE DE DEUS PARA O CASAMENTO

Casarem-se é apenas o início. É a consagração das vidas no altar de Deus, rogando por suas bênçãos e dádivas. Deus agrada-se daqueles que O buscam e se consagram em Suas mãos. Vocês estão fazendo isso. Quero dar-lhes dez sugestões para que sejam felizes ao longo de toda a vida de casados, e que o casamento dure até que a morte lhes separe:

  1. COMECEM A UNIÃO CONSAGRANDO A FAMÍLIA E O FUTURO – Vocês dois são crentes e devem consagrar o casamento ao Senhor. Antes das núpcias dobrem os joelhos juntos, sozinhos, consagrando o tempo que terão juntos; consagrem os possíveis filhos que Deus lhes dará; consagrem os lugares onde viverão, os trabalhos que farão, as empresas onde trabalharão, as escolas onde seus filhos estudarão, as pessoas que estarão próximas. Deus agrada-se de ver em Seus filhos um ato de consagração profunda e dedicação incondicional.
  2. JAMAIS DURMAM SEM SE RECONCILIAREM – Desavenças acontecerão de quando em quando. Pequenas discussões, divergências, e, algumas vezes, momentos de tensão. A bíblia nos ensina que o sol não deve se por sob a nossa ira. Assim, antes de dormir, busquem a reconciliação. Aprendam a pedir perdão, a andar uma segunda milha, aprendam a renunciar em favor do outro. Tais atitudes dão vida e estabilidade ao casamento.
  3. APRENDAM AS 4 EXPRESSÕES MARAVILHOSAS – Se usarem as quatro expressões maravilhosas terão um casamento com muito menos problemas e com muito mais alegria. Usem-nas quantas vezes forem necessárias, todos os dias! Tais expressões são: 1. MUITO OBRIGADO! 2. MEUS PARABÉNS! 3. PRECISAMOS CONVERSAR, 4. ME PERDOE!
  4. JAMAIS TRAIAM UM AO OUTRO – A traição é o maior pecado e a maior agressão que se pode fazer contra alguém. Jamais abriguem no coração qualquer sentimento por uma terceira pessoa ou jamais omitam informações do seu cônjuge. Digam sempre a verdade um para o outro e nunca ousem iludir, mentir, enganar ou maquiar algum fato ou situação. A confiança, uma vez perdida, destrói o respeito. Nunca se traiam!
  5. SIRVAM AO SENHOR COM ALEGRIA – Foi Deus quem lhes deu um ao outro. Não deixem Deus em segundo plano de suas vidas. O Dia do Senhor é para ser vivido COMPLETAMENTE para Ele, não apenas um período. Não troquem Deus pelas diversões. Não deixem de ler a bíblia juntos. Jamais deixem de orar juntos. Consagrem a Deus o dízimo e a oferta na igreja onde O servirem. Que o casamento de vocês busque o Reino de Deus em primeiro lugar e que seja um exemplo para todos.
  6. NÃO TOMEM DECISÕES INDEPENDENTES – O casamento une duas pessoas diferentes, gostos diferentes, prioridades diferentes. A Bíblia diz que a mulher é a ajudadora do marido e deve ser sua auxiliadora. Assim, o marido é o cabeça da família e deve tomar as decisões. Porém, que o marido aprenda a ouvir a esposa, a entender seus pontos de vista, a decidir em paz cada coisa que for necessária. A decisão será uma decisão EM FAMÍLIA, não uma decisão unilateral.
  7. OS FILHOS SÃO DÁDIVAS – Deus pode dar filhos a vocês. Mas também pode não dar. Em quaisquer circunstâncias, louvem o nome dEle, sem murmurarem da sorte. Se Ele der filhos, amem-nos e criem-nos nos caminhos de Deus. Cuidem deles como dádivas do Céu e como empréstimos, pois eles não são propriedade de vocês. Sejam bons mordomos dessas criaturas do Senhor. E conduzam-nos aos pés de Cristo!
  8. NÃO FAÇAM DÍVIDAS – Algumas são necessárias, como a da aquisição da casa própria ou do carro, ou ainda uma emergência. Mas aprendam a não fazer dívidas e serem consumistas. Não gastem dinheiro com aquilo que não é indispensável. Aprendam a estar satisfeitos com o que têm, e, se tiverem oportunidade de progredir, aproveitem-na. Mas jamais sejam devedores que desequilibram as finanças da casa. Guardem sempre algo para as emergências.
  9. SEJAM HOSPITALEIROS – Aprendam a tratar bem as pessoas que buscam o lar de vocês para visitá-los. Aprendam que servir é melhor. Mostrem que o amor de Deus caracteriza o lar de vocês. Abraão, sem o saber, hospedou anjos em sua tenda. Vocês poderão fazê-lo também.
  10. SAIBAM VIVER E MORRER – A nossa vida não é longa; estamos aqui temporariamente. Por isso precisamos de Cristo. Ele, que morreu na cruz do Calvário, proporcionou-nos através de Seu sacrifício, uma eterna salvação. Quando o recebemos em nossos corações Ele nos salva, nos perdoa e nos leva para os Céus. Vocês deverão viver a vida com alegria, na presença de Deus, e ter em mente que um dia irão partir para o Céu. Vivam bem com Deus e, quando morrerem, transformem isso num coroamento, numa consagração, numa gratidão. Para o crente o viver é Cristo e o morrer é lucro. Ensinem seus filhos a viverem bem e a morrerem com a dignidade cristã.

CONCLUSÃO

Seguindo estes princípios vocês serão felizes.
Podem as tempestades apertarem, podem as tribulações acontecerem, nada poderá desestabilizar um casal que ama a Deus sobre todas as coisas.
Deus lhes abençoe, amados do Senhor!


Pastor Wagner Antonio de Araújo

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

memórias literárias - 288 - GANHOU TUDO!!


GANHOU TUDO!

288
Elaine trouxe minha filha Rute Cristina, de 4 meses,  para que eu a acalentasse. A pequenina tomara banho há pouco e estava com sua roupinha limpa, um babador, sua meia, suas coisinhas. Então eu disse: "Elaine, você já percebeu? Tudo o que Rute Cristina tem hoje foi ganho; ela não comprou nada, não recebeu nada por pagamento; seu bercinho, seu carrinho, seu bebê-conforto, suas roupinhas, suas fraldas, seus produtos de higiene, tudo, enfim, foi ganho de nós, dos amigos, dos familiares; tudo!" E imediatamente o Espírito Santo falou ao meu coração.
Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. (Rm 3:24)
Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. (1Co 2:12)
As lágrimas brotaram dos meus olhos. Minha filha, a olhar para mim e a sorrir, vestida, perfumada, banhada, e a realidade de que nós a amamos tanto que, se possível, daríamos tudo o que pudéssemos para ela. Assim também Deus fez conosco na pessoa de Jesus Cristo, desde os dias da eternidade e, mais propriamente no tempo, desde o dia em que cremos nêle como o nosso único e todo-suficiente Salvador!
Não tínhamos nada! Não tínhamos pureza, pois éramos pecadores. Não tínhamos méritos, pois ainda que fizéssemos qualquer coisa boa, não seria suficiente nem para compensar as nossas mazelas. Não tínhamos nada com que pagar a graça do Senhor. Não éramos nem filhos de Abraão fisicamente, não éramos contados como da família humana escolhida. Assim, éramos por natureza filhos da ira e absolutamente miseráveis.
E então Deus, feito um pai amoroso, adotou-nos em Cristo, transformando-nos em herdeiros da mesma promessa e graça, concedendo-nos o perdão de nossos pecados, a filiação adotiva diante dEle e de todo o universo, a Sua própria natureza implantada em nós pela nova natureza que recebemos (o novo nascimento) e o direito à ressurreição dentre os mortos! Aleluia! Mil vezes aleluia!
A minha filha não compreende a dimensão do que possui. Há tantos bebês desafortunados, filhos de pais que os abandonam, filhos de refugiados, de pais mortos, de terroristas, crianças sem ninguém no mundo; Rute Cristina, pelo contrário, dentro de nossas possibilidades, possui tudo o que lhe é necessário: tem o peito para mamar, tem a cirurgiã e o pediatra para consultar, tem o seu bercinho, suas cobertas, suas roupas, sua banheira, tem os seus brinquedos, tem os nossos braços e o afeto de tanta gente. Ela não precisa agradecer; ela já é a nossa recompensa.
Assim também nós, em Cristo Jesus, somos afortunados, pois nEle temos as promessas, temos a vida eterna, temos os cuidados angelicais, temos o Espírito Santo a habitar os nossos corações, temos a herança incorruptível no Céu, temos a predestinação e o nosso nome escrito no Livro da Vida desde a fundação do mundo, temos a dádiva do perdão e da direção divina em cada passo que dermos, temos a promessa de que tudo o que nos ocorrer será para a glória de Deus. Não temos idéia da dimensão do que temos ou do que somos em Cristo Jesus; assim, não sabemos e nem conseguimos agradecer à altura de tudo o que o Senhor nos proporcionou em Jesus. Mas, ainda assim Ele tem prazer em nós! Bendito seja o nome dEle!
E então, como agradecer? Como sermos suficientemente gratos por tudo o que em Cristo Deus nos deu? Isso me lembra a letra magnífica do hino MEU TRIBUTO, brilhantemente traduzido pelo Maestro Waldenir Carvalho, que diz:
COMO AGRADECER PELO BEM QUE TENS FEITO A MIM
QUE VEM DEMONSTRAR QUANTO AMOR TU TENS, Ó DEUS, POR MIM
AS VOZES DE MILHÕES DE ANJOS NÃO PODERIAM EXPRESSAR
A GRATIDÃO DE MEU PEQUENO SER QUE SÓ PERTENCE A TI!
A DEUS DEMOS GLÓRIA, A DEUS DEMOS GLÓRIA,
A DEUS DEMOS GLÓRIA QUE POR NÓS TANTO FEZ!
FOI NA CRUZ QUE SALVOU-ME
SEU PODER RESTAUROU-ME
A DEUS DEMOS GLÓRIA QUE POR NÓS TANTO FEZ!
Sim. Assim como eu e Elaine tomamos nossa pequena Rute Cristina nos braços, acalentando-a e mimando-a, felizes por tê-la como nossa filha, o nosso Deus também nos toma em Seus braços e celebra diante de Si próprio e diante dos anjos a alegria de ter-Nos como Seus! Aleluia! Bendito seja Deus!
Sim, Rute, pode crescer tranquila, porque tudo o que for necessário nós, com a graça de Deus, lhe supriremos; tanto quanto o nosso Deus, em Sua infinita graça, irá nos suprir de tudo o que precisarmos, e, ao final, nos dará em Cristo a glória celestial!

Pr. Wagner Antonio de Araújo

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

memórias literárias - 285 - O DEUS QUE ... É PRESENTE

 

1 - O DEUS QUE ...
 
É PRESENTE
 
285
Eu creio no Deus Todo-Poderoso, revelado na Bíblia, que é Pai, Filho e Espírito Santo; que manifesta Seu poder em tudo o que criou e que encarnou-se na pessoa de Seu bendito Filho Jesus Cristo, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.
 
Ele é Deus presente. Ele não é o deus distante das montanhas (por isso não preciso subir os montes bíblicos, altos ou famosos para encontrá-Lo) ou o deus dos vales (não tenho que procurar encruzilhadas, matas fechadas ou beiras de praia para percebê-Lo). Ele não é o NIHIL, o AUSENTE, o ideal do NIRVANA. Ele é EMANUEL, cujo significado é DEUS CONOSCO. (Diga-se de passagem que o homônimo "Emmanuel", denominado "guia espiritual" de médiuns espíritas, não passa de um logro falso e bem armado; o autêntico EMANUEL é Cristo, conforme encontramos em Isaías 7.14).
 
Deus é presente na Sua obra criadora. Não que Ele confunda-se com as coisas que criou, como se pudéssemos encontrar o padeiro no meio do miolo do pão ou o lenhador nos entalhes de um móvel de madeira. Deus é presente no testemunho de Sua magnífica criação. O céu, a Terra, o mar e tudo o que existe testificam de Sua existência inteligente e pessoal.
 
Vemos Deus presente num bebê em gestação onde cada célula se reproduz numa parte específica do corpo. Deus está presente no lago piscoso, no rio caudaloso, na luz do luar, no canto do Uirapuru, no odor das rosas, no olhar das crianças, no pôr-do-sol de outono, na luz das estrelas, na cura de uma ferida, no renovo de uma árvore, no fermento que faz crescer a massa, na sabedoria humana em suas belas construções, no vôo dos aviões.
 
Deus está presente no coração dos homens que promovem o perdão entre os povos, na construção  de coisas que amenizam o sofrimento, no celeiro de idéias e no espírito autruista.
 
Deus está presente nos milagres de Jesus. Foi Ele quem se comoveu com a dor da viúva de Naim e devolveu-lhe o filho que morrera; foi Ele quem condoeu-se da deficiência do cego de Jericó e recuperou-lhe a visão; foi Ele quem apiedou-se do ladrão arrependido na cruz, garantindo-lhe a vida eterna; foi Ele quem ordenou ao Seu amigo Lázaro para que saísse da sepultura ao quarto dia após ter falecido. E em todos esses casos a presença de Deus foi maior do que todas as leis físicas e princípios naturais conhecidos. Ele está acima das próprias normas da existência do Cosmos. Ele domina e não é dominado; onde Deus está tudo é possível.
 
Deus está presente quando um missionário deixa todo o seu conforto local e arvora-se na aventura da pregação aos perdidos distantes. Ele está presente na pequenina igreja da favela, fazendo-Se luz no meio das trevas. Ele está presente num copo d'água fria servido em nome de Jesus. Onde houver evangelho e boa nova de salvação ali Deus está presente.
 
Também faz-Se presente num coração humano arrependido, que busca o perdão em Cristo. Deus está presente no ato da conversão de um pecador, transformando-o em nova criatura. Ele está presente num casal que faz as pazes, no consolo de um enlutado ou numa dor que se desfaz. A Sua luz dissipa as trevas e onde Deus está há luz.
 
Ele está presente no coração de cada crente. A solidão não existe no peito de quem conhece EMANUEL, pois é impossível estar sozinho quando Deus em Cristo nos preenche plenamente.
 
Por isso o clamor dos anjos na Anunciação do nascimento de Jesus ecoa agora como toque de excelência em nossa meditação:
 
"Eis que vos trago novas de grande alegria!"
"Paz na Terra, boa vontade entre os homens!
"Seu nome é EMANUEL"!"Vos nasceu o Cristo, o Senhor!"
(Lucas 2)
 
Aleluia!
 
Wagner Antonio de Araújo
São Paulo, SP, 26 de outubro de 2011
 

memórias literárias - 282 - ESTRADA DA VIDA

A ESTRADA
DA VIDA
282

Lembro-me de mamãe, na cozinha de casa, enquanto coava o café, a cantarolar essa canção antiga de Tonico e Tinoco:

A VIDA DA GENTE É ESTRADA COMPRIDA
TÃO CHEIA DE CURVAS BEM COMO SE VÊ
TANTO SACRIFÍCIO PRA TANTA SUBIDA
DEPOIS LÁ DE RIBA PRECISA DESCER...
SE SOBE SE DESCE POR MUITAS ESTRADAS
SEM VER PELA FRENTE O QUE TEM QUE PASSAR
E DE VEZ EM QUANDO UMA ENCRUZILHADA
ATRAVESSA A ESTRADA PRA GENTE  PENAR
NA ESTRADA DA VIDA QUE EU TENHO É PENOSA
EU NELA CAMINHO PRO FIM ENCONTRAR
EU LEVO AMARGURA DE FORMA ENGANOSA
CAMINHO CANTANDO SÓ PRA NÃO CHORAR
ALGUÉM VAI SORRINDO E OUTRO CHORANDO
DEUS FEZ ESSA ESTRADA PRA GENTE PASSAR
E NELA ATÉ HOJE EU VOU CAMINHANDO
ATÉ QUE A MORTE VENHA ME BUSCAR...
Era uma bonita canção; porém tão trágica!
O tempo passou e mamãe converteu-se à Cristo. Seu coração mudou e a toada também. Agora, enquanto passava o café, cantava assim:
SE EU TIVER JESUS AO LADO E POR ELE AUXILIADO,
SE POR ELE FOR MANDADO A QUALQUER LUGAR IREI.

SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
SEGUIREI AO MEU BOM MESTRE,
ONDE QUER QUE FOR IREI.

SEJA MEU CAMINHO DURO, ESPINHOSO OU INSEGURO,
EM SEUS BRAÇOS BEM SEGURO, AONDE ME MANDAR IREI.

MALES PODERÃO CERCAR-ME, OU PERIGOS ASSUSTAR-ME,
MAS, SE CRISTO SEGURAR-ME, AONDE ME MANDAR IREI.

QUANDO TERMINAR A VIDA, FINDA MINHA TRISTE LIDA,
TENHO A GLÓRIA PROMETIDA, EU PRA MEU SENHOR IREI.
(Hino de Fanny J. Crosby e Ira David Sankey, 308 do "Cantor Cristão")
Mamãe mudou a música, pois a primeira já não  tinha significado. Encontrara a felicidade em Cristo. Sua canção agora não expressava tragédia, mas felicidade. E foi assim que viveu o resto de sua vida, até os 75 anos, quando partiu para "a glória prometida". Ela "para o Senhor" foi.
A vida é assim: ela é a estrada e é também o viajor. É estrada porque é o caminho por onde andamos; é o viajor porque somos nós que caminhamos. Não sei quantos anos seguirei por ela. Caminho há 44 anos e não sei onde vai terminar. Não tem como voltar, não tem como ignorar.  Mas Jesus vai comigo e eu vou feliz.
O diferencial para uma vida feliz é ter Jesus a caminhar conosco. E quando estamos com Ele, sabemos qual é o caminho.
"Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida" João 14.6
Qual é a canção que você canta? Por que não cantar agora um hino de alegria na vida que nos resta? Não percamos tempo!
Deus nos abençoe!
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas - Osasco SP
bnovas@uol.com.br

memórias literárias - 284 - LUZ QUE BRILHE

LUZ QUE
BRILHE
284

A casa do Tio João e da Tia Ana, lá na Meia Légua, Cambuí, Minas Gerais, era uma das únicas casas na roça que possuia lâmpada elétrica. Havia uma pequena usina caseira no alto da montanha, que gerava uma luz fraca para dez casas. À noite, em julho, íamos para lá, para comer farinha de milho com leite e ver a lâmpada acesa. Quando dava 15 pras 10 da noite, dava uma piscadinha, e de cinco em cinco minutos mais piscadas, até que às 10 a usina era desligada. Nessas alturas íamos dormir.
 
Que diferença da antiga LOJA PETER, na Rua Conselheiro Crispiniano, no centro de São Paulo, na década de 70. Era decorada com milhares de lâmpadas, fortes, colocadas como colcha sobre cada parede e cada divisória. Eram tantas, tantas, que até ofuscavam a vista. Se olhássemos bem para uma parede veríamos as pequeninas lâmpadas que brilhavam juntas. Mas no meio delas havia inúmeras queimadas, estouradas, faltantes, mas era quase imperceptível. 
 
Em um lugar uma única lâmpada acesa valia tanto e em outro, insignificante. Que contraste!
 
Jesus é chamado de A LUZ DO MUNDO. Em extensão, Seus discípulos também são chamados de LUZ DO MUNDO. Cristo diz para quê existem luzes: "Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."(Mt 5:15-16)
 
A luz só tem valor se colocada no meio do escuro, das trevas. E um crente só tem valor como testemunha de Cristo se colocado num ambiente de trevas, onde as pessoas mais precisam. É no meio do povo perdido, incrédulo, mentiroso, promíscuo, idólatra e ateu que um crente deve tornar-se um farol iluminante. De que adianta ser uma lâmpada decorativa num painel de milhares, se não cumprir o seu propósito precípuo de iluminar?
 
Estou cansado de ouvir pessoas a dizer: "Estou num lugar ruim e determino pela minha fé que terei um lugar onde não haverá trevas nem gente má". Mas é para isso que Deus nos coloca nesses lugares, para que as trevas sejam iluminadas, para que as pessoas más vejam o Bom Cristo que mora em nós! De que adianta brilhar no meio do Sol? Mas ir às trevas, brilhar o brilho de Cristo, é cumprir Seu propósito. Nós somos tremendamente mesquinhos e individualistas hoje; queremos bênçãos, prosperidade, crescimento, sombra e água fresca. Mas não fomos chamados para isso! Fomos chamados para, quais luzeiros, brilharmos no meio das trevas, apontando Cristo como caminho, verdade e vida! Então, antes de reclamar que o seu trabalho é um lugar do Maligno, lembre-se: você foi colocado ali para brilhar e dar testemunho; cumpra o seu papel!
 
O mesmo se dá nas grandes cidades, na grande desproporção entre pequeninas e gigantescas igrejas. O Espírito Santo distribuiu os dons para a edificação da igreja, mas os crentes penduraram seus dons e agora só querem paz e descanso. Enquanto algumas igrejas sofrem sem um pregador, um professor, um violonista básico, outras estão empanturradas de pastores sem ministério, de pianistas formados e sem escala para tocar, de músicos apenas expectadores. Que desproporção! E depois nos orgulhamos de sermos SERVOS! Servos de que? De nós mesmos? "Ide por todo o mundo!" A ordem continua válida! Parafraseando: "Ide para os bairros pobres, para as vilas afastadas, para os lugarejos perigosos, para as comunidades carentes, para os crentes analfabetos e desdentados, para as tribos e povoados do sertão!" Ao invés de brigarmos para nos colocarem na escala do semestre que vem, que usemos nossa música para tocar em louvor ao Senhor e na edificação de crentes carentes! Ao invés de esperar a chance de ser pregador na PRIMEIRA IGREJA, que sejamos os PRIMEIROS PREGADORES naquela outra igreja, pois aquilo que ninguém quer é o que Deus quer, e devemos querer também! "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; "(1Co 1:27)
 
Ao invés de reclamar das trevas, querido leitor, vá brilhar e cumprir sua missão de luz. E veja que lindo o mundo se torna, um palco iluminado no espetáculo da vida! E que a luz emane de Cristo, onde sejamos apenas refletores dEle.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas - Osasco SP

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

memórias literárias - 283 - QUILÔMETRO 02 - HÁ AINDA ALGUM PROFETA DO SENHOR PARA CONSULTAR?

HÁ AINDA
ALGUM PROFETA
DO SENHOR
PARA CONSULTAR?
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Estamos em cerca de 850 antes de Cristo. O reino de Israel está dividido entre Reino do Norte e Judá. Em Judá reina Josafá, um bom rei. Em Israel o infeliz e idólatra Acabe, marido da pérfida Jezabel.
 
Acabe faz uma aliança com Josafá e pede a ele ajuda para libertar Ramote-Gileade das mãos da Síria. Juntam seus exércitos e colocam-se em linha de batalha. Antes de partir, contudo, o crente Josafá pede a Acabe para que consultem a Palavra do Senhor. Acabe manda trazer 400 falsos profetas. Estes, com grande veemência, eloquência, persuasão e energia, dizem para eles que a batalha será um sucesso, que destruirão os sírios e que voltarão cobertos de vitória. Acabe ouve e se dá por satisfeito, crédulo e simplório. Josafá, contudo, incomodado por só ver falsos profetas, faz a pergunta crucial: Disse, porém, Jeosafá: Não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar? (1Rs 22:7)
 
Acabe, então, diz: "TEM SIM, MAS ELE SÓ PROFETIZA COISAS RUINS A MEU RESPEITO, PORISSO O ABORREÇO" (v.8) O Rei Josafá, depois de repreender Acabe ("não fale o rei assim..."), aguarda a chegada do único autêntico profeta de Deus ao palco dos aduladores e mentirosos. Micaías era o seu nome. E, como já podemos deduzir, foi o profeta do caos, trazendo a mensagem de destruição, morte e desgraça para Acabe e seu exército, fato que se cumpriu integralmente.
 
A pergunta do Rei Josafá é mais atual do que nunca: NÃO HÁ AQUI AINDA ALGUM PROFETA DO SENHOR?"
 
Desde que Norman Vicent Pearl trouxe a junção da filosofia do pensamento positivo ao evangelho, os profetas deste tempo não cessaram de aumentá-la e distorcê-la. Com o advento do neopentecostalismo e do catastrófico desenvolvimento que teve nos últimos dez anos, tornou-se absurdamente ridícula a prédica dos supostos profetas de Deus nos púlpitos, nas televisões, nos rádios, jornais, revistas e gabinetes.
 
"Eu profetizo vitória em nome de Jesus"; "Eu determino a bênção em tudo o que você puser a mão"; "Eu amarro a Satanás e decreto prosperidade em seus negócios"; "Ninguém poderá resistir a você"; "a unção de conquista está derramada sobre tua vida"; "receba agora a unção de Neemias com a bênção de Jó", etc. Chega a ser enojante conversar com certos cristãos, cuja fala se manifesta tão egocêntrica, tão falsa, tão absurdamente jactanciosa, com fraseados cunhados pelos malditos apóstolos destes dias: "Eu tenho a unção de conquista; eu determino a restituição de tudo o que o Diabo tomou; já sou mais que vencedor e nenhum mal chegará à minha vida; eu rejeito a carestia e profetizo sobre mim mesmo a glória e a vitória".
 
Basta ler um pouquinho de Bíblia para se notar que a prédica "neopentapostólica" (se me permitem cunhar um termo para essa mesquinharia) é a mesma dos profetas de Baal que decretaram a vitória de Acabe, vitória que não se concretizou. O único profeta "ruim", que sofria na mão do péssimo Acabe, foi o autêntico porta-voz de Deus para um império idólatra e pervertido.
 
Mas o povo evangélico em sua vasta maioria, pervertido pelos baalistas modernos, não tem ouvidos para escutar. É incrível como se torna veementemente necessária a afirmação categórica do Senhor: "QUEM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA!" Geralmente se escuta, mas não se ouve. Aliás, só se ouve o que se quer ouvir. Vitória, restituição, unção, prosperidade, cura total, liderança absoluta, é tudo o que se ouve nos púlpitos. Pecado? Plano de salvação? Conduta moral? Obras da carne? Fruto do Espírito? Doutrinas básicas da fé?Não, isso "não vende"! Foi o que ouvi de um empresário famoso, "dono" de outro cantor famoso que explode em sucesso no nordeste brasileiro, fazendo "shows" pelo sudeste com músicas de chorar. "Não deixo cantar nada que encalhe na loja; só o que o povão de Deus quer ouvir". Ah, Acabe, Acabe, quando é que você irá "acabar"...
 
Haverá ainda algum profeta do Senhor para consultarmos? Haverá alguém sério nesse mar de lama e miserabilidade espiritual? Nossos líderes apóstatas conseguem forçar o governo a decretar FERIADO ANUAL PARA A MARCHA PARA JESUS, mas não são capazes de deter sua própria corrupção, luxúria e promiscuidade! Lutam pelos canais de TV como verdadeiros astros de luta livre, zombando dos dons do concorrente, buscando fatias maiores de adeptos, e o autêntico evangelho vai sumindo no mar, navegando cada vez mais distante de todos!
 
"Mas eu recebi o milagre! A palavra se confirmou! Deus honrou!" Pobre e ignorante crente analfabeto de bíblia! Nos últimos dias Deus PERMITIRIA o cumprimento de milagres, sinais e maravilhas na vida daqueles que rejeitassem a verdade de Deus, pois, segundo o Espírito Santo, já que rejeitaram a verdade, então que tivessem a operação do erro para a morte, uma vez que rejeitaram o entendimento. "E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira;" (2Ts 2:11). Sinais e maravilhas não são credenciais do Espírito Santo (os magos de Faraó também operavam coisas espantosas); verdade e dignidade sim. Porisso os que ainda ousam pregar a verdade estão sendo escurraçados das grandes denominações, acusados de retrógrados, de geniosos, de melindrosos, de saudosistas. Ah, MICAÍAS, profeta sofredor, profetizou sozinho para Acabe à pedido do Rei Josafá, e, à despeito de 400 falsos profetas "de poder", só a sua palavra se concretizou. 
 
Você é profeta, leitor? Então profetize  O QUE A BÍBLIA DIZ, não o que A MÍDIA QUER ou o seu FALSO APÓSTOLO manda. Quando falta o poder e a seriedade à mensagem, introduz-se a idolatria no meio do povo de Deus. Foi assim com os hebreus no deserto na adoração do bezerro de ouro, foi assim com o Reino do Norte e seus dois bezerros, foi assim com os cristãos romanos ao longo dos séculos, e agora é assim com os falsos profetas do evangelho, que introduzem ARCAS DE DEUS, MARTELOS DA VITÓRIA, CORRENTES PARA QUEBRAR, PÃO DE DORES PELO PÃO DE CRISTO, SAL GROSSO, TROCA DE ANJOS DA GUARDA, etc. É a volta para o passado, não para um judaísmo apenas, mas para o BAALISMO e o Reino de Satanás.
 
Ó Rei Josafá, sua pergunta ainda não tem resposta:
"HAVERÁ AINDA ALGUM PROFETA DE DEUS PARA SE CONSULTAR?"
 
Que Deus tenha pena de nós.
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas - Osasco SP

sábado, 14 de novembro de 2015

memórias literárias - 281 - FATOS MARCANTES - 4

 FATOS MARCANTES 4
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Este é o último artigo sobre minha viagem ao litoral paulista no início deste ano. Falei sobre o jovem endemoninhado, a cultura brasileira, a estufa eclesiástica, e hoje falarei sobre algo sobremodo marcante.

Faltavam dois dias para eu voltar. O dinheiro estava curto. Porém, com algumas economias era possível suprir as necessidades. Decidi jantar no centro da cidade. Porém, como já era noite avançada, os restaurantes já estavam fechados, ficando à disposição apenas padarias, pastelarias e lanchonetes. Bem, como a fome era muito forte e já acostumado a ter refeições em lanchonetes decidi jantar na padaria. Uma vez mais não alteraria nada.

Entrei numa bonita padaria. Não era apenas bonita, mas moderna e bem montada. Inspirava elogios. Muitos salgadinhos e doces estavam à disposição e havia muita higiêne no preparo dos lanches. Solicitei ao balconista meu pedido e coloquei-me em prontidão de guerra (a fome era terrível). Aproveitei para observar os companheiros de espera. Havia muito movimento de turistas que, na sua grande maioria, estavam à procura de garrafas de água mineral para suprirem as suas geladeiras. O calor estava muito forte. Nisto senti alguém me tocar por trás e logo associei a sensação à realidade de estar sendo roubado por algum trombadinha. Enganei-me. Tratava-se de um senhor, um mendigo, homem simples, que me pedia um refrigerante para matar a sede. Resolvi dar-lhe um dinheiro, mas ele, parecendo até ofendido, protestou e pediu-me apenas um refrigerante. Paguei-lhe um salgado também.
 
Enquanto isso um garotinho sentou-se ao meu lado, pediu ao balconista um pedaço de pizza e um copo de leite. Fiquei muito apreensivo e imaginei-me vítima de um golpe. Enganei-me de novo. O menino era filho de uma mãe solteira, sem teto e sem comida, que vagava constantemente pelo centro da cidade. O dono da padaria, condoendo-se da desgraça do menino, e afeiçoando-se à ele, resolveu dar-lhe roupas, comida e banho. Já faziam alguns meses que este processo vinha se desenrolando e soube que atualmente ele tentava convencer a mãe a dar-lhe o menino para adoção. Porém a mãe preferia vê-lo tornar-se um marginal do que dar-lhe a oportunidade que não teve. Lamentável.
 
Bem, nesse momento o homem a quem paguei o lanche estava em lágrimas, e me disse que o que eu havia procurado naquela cidade finalmente havia encontrado e que Deus estava reservando muita alegria à minha família. Depois sumiu. Saiu da padaria rumo a algum lugar, talvez lugar algum, ou quem sabe o céu, se fosse um anjo.

Duas considerações importantes: quem era esse homem? Um fruto da desigualdade social num país de duas classes? um mal-sucedido pai de família, expulso de casa ou que a abandonou devido aos problemas? Um aventureiro peregrino? Não importa. A palavra de Deus nos diz que devemos ser “hospitaleiros, pois muitos, sem saber, acolheram anjos” (Hb 13.1) Diz-nos também que devemos suprir as necessidades do próximo, que pode ser até mesmo um inimigo (Lc 10.25-37).
 
Por que ele me disse aquelas palavras? Mera retórica de gratidão? Mensagem angelical? Só Deus sabe. Quanto a segunda situação, digno de honra é o dono da padaria: repartir o que tem com os que não têm! Mesmo sabendo que o menino nada daria em troca. Que lição para nós! Tiago diz que “Se dissermos: ide e fartai-vos, e não dermos o necessário, que proveito haverá nisso?” (Tg 2.15-17). Muitos de nós exigimos que as pessoas a serem ajudadas expressem a fé cristã para poderem receber nosso benefício! Quanta pobreza de fé! Jesus afirmou categoricamente: “Vinde, benditos de meu Pai, para o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo, pois tive fome e me destes de comer... e me destes de beber... e me vestistes... e me visitastes... e fostes ver-me” (Mt 25.34-35).
 
Ao invés de discutirmos qual a importância das obras para a fé cristã deveríamos arregaçar as mangas e agir mais em prol do próximo, pois nisso se desenvolve a fé cristã: “Amareis ao Senhor vosso Deus de toda a vossa alma, de todas as vossas forças e de todo o entendimento, e ao próximo como a vós mesmos” (Mt 22.37-40). Ademais, o que exterioriza um verdadeiro discípulo de Jesus é o amor com o qual devemos amar uns aos outros (Jo 13.35). Talvez eu não veja nunca mais o mendigo, o menino ou o dono da padaria. Porém os minutos em que nossos caminhos se encontraram foram suficientes para imprimirem forte influência de vida. Será que os outros poderão dizer o mesmo de nós?...
 
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
 
(Extraído do boletim número 4, ano I, do Ministério Nova Geração, Igreja Batista em Vila Souza, São Paulo, SP, 08/04/1990)
Observação: Agora, enviando este antigo texto do início do meu ministério pastoral, fico a indagar: o que será que aconteceu com ess menino? Já deve ter os seus 20 anos. E o rapaz da padaria? Será que aposentou-se?
 
E o velho? Confesso que o considero um anjo que se disfarçou, como tantos assim o fazem.
 

memórias literárias - 280 - FATOS MARCANTES - 3

FATOS MARCANTES 3
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Este é o terceiro artigo sobre fatos e momentos pitorescos que vivi em minha recente viagem pelo litoral paulista. No primeiro artigo tratei da experiência vivida ao encontrar um jovem endemoninhado na praia. No segundo, da observação da vida litorânea e da cultura brasileira, bonita, porém carente de saneamento cristão. Neste quero focalizar o que observei num domingo, numa visita que fiz à igreja batista de uma das cidades praianas.

O domingo estava quente e repleto de turistas. O comércio funcionava à toda e um certo ar de tranqüilidade exalava pelos quatro cantos da cidade. Resolvi visitar uma igreja batista do litoral, uma que não fosse muito longe, mas que, ao mesmo tempo, me trouxesse a oportunidade de conhecer novos irmãos e ouvir a Palavra de Deus. Preparei-me e fui procurar. Encontrei uma grande igreja, que já possui longa história e tradição. Bem localizada, certamente está num local estratégico no alcance dos cidadãos de lá. Pelas ruas banhistas trafegavam tranqüilos, pais cuidando dos filhos, músicas nos alto-falantes do parque de diversões, trenzinho turístico e muito mais. Entrei no templo. Qual não foi a minha surpresa, ao notar que estava vazio e os poucos ali presentes mais pareciam uma comunidade estrangeira que um grupo de moradores da região.

Sentei-me. As pessoas iam chegando, com roupas pesadas e inadequadas para o calor do verão. Certamente que a igreja estava preparada para isto, pois muitos aparelhos de ar condicionado estavam instalados e tinha-se a impressão de que o tempo estava numa temperatura ideal. As pessoas passavam, sentavam em bancos distantes, desfilavam a prole e as roupas, e os poucos visitantes ficavam à espera de um “boa-noite” incidental.

Chegou o momento do culto público. Uma perfeição instrumental, aliada à beleza de hinos e corinhos que ali pudemos cantar. Alguns tocavam violinos. Até um adolescente tocava o órgão da igreja, maravilhando a todos. Bem, após o louvor e a apresentação de visitantes, o pastor pregou a Palavra de Deus, trazendo uma bela mensagem evangelística. As pessoas pareciam incomodadas com as visitas presentes. Não resisti e, sem esperar o momento final, onde haveria a celebração da Ceia do Senhor, fui embora. Voltei a caminhar na beira da praia, refletindo sobre tudo o que acontecera.

Por que a igreja estava vazia? Por que a cidade não percebe a existência da igreja? Por que o povo que a freqüenta está tão alienado da comunidade da própria cidade? Por que não ficam felizes com os visitantes que adentram aos cultos? Sentir-se-iam bem os cidadãos comuns da cidade em participar daquela igreja? Estas questões bombardearam os meus pensamentos naqueles instantes em que eu caminhava pela praia, observando toda a vitalidade humana ali existente e tanta diferença com a igreja que visitei.

Somos salvos em Cristo Jesus pela fé que depositamos em seu sacrifício vicário. A partir daí, feitos filhos de Deus, assumimos nossa posição de herdeiros da promessa da salvação e passamos a ser agentes de Deus na evangelização do mundo. No caráter de luz do mundo precisamos estar no centro da sociedade, mostrando à geração perdida que Cristo muda os padrões, os pensamentos e a forma de agir e encarar o futuro. No sentido de sal da terra somos quais temperos eficientes, que trazem um novo sabor aos lugares onde nos encontramos: mostramos como ser cristãos entre os cidadãos, funcionários, maridos, esposas, filhos e em todas as posições sociais. Sobre tudo, porém, manifestamos ao mundo que o homem está perdido e que Cristo é o caminho para o perdão e a vida eterna.
 
É um absurdo rejeitarmos a ordem de Cristo, de ir ao mundo e influenciá-lo. Ao criarmos uma sociedade fechada esbarramos no mesmo erro católico que, considerando o mundo o centro do pecado, isolam-se nos conventos. Nós nos isolamos no templo. Paulo disse: “Quando falei para que não se misturassem com o mundo não disse para que se isolassem, pois seria então necessário que saíssem do mundo”.  Devemos odiar o pecado, mas amar o pecador. Devemos abrir as portas da igreja e deixar nossos braços abertos, recebendo a todos que se encontrarem cansados e oprimidos. A sociedade precisa receber o nosso impacto, e não o contrário. Somos estrangeiros no sentido de cidadãos do céu, mas ainda somos brasileiros. Temos um compromisso com nosso tempo e com nossa gente. Prudência, zelo, beleza e cuidado, sim. Alienação, monasticismo, estrangeirismo, não! Afinal, se não falarmos de cristo e não vivermos por ele em nossa sociedade, quem o fará?
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo


(Extraído do boletim número 3, ano I, do Ministério Nova Geração, Igreja Batista em Vila Souza, São Paulo, SP, 01/04/1990)
 

Observação: é bom que se diga que o artigo foi escrito num tempo "pré-gospel", numa época em que ainda não haviam banalizado o evangelho, transformando-o em objeto de divertimento público. Entre 8 e 80, escolheram 888!!! 

memórias literárias - 279 - FATOS MARCANTES - 2


 
FATOS MARCANTES 2
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No último artigo iniciei as considerações sobre os fatos marcantes na viagem que fiz para o litoral paulista, tendo versado sobre o primeiro. Falaremos agora sobre o segundo.

As noites em São Vicente são fascinantes em temporada de férias. A orla marítima é totalmente iluminada desde a praia de José Menino e Itararé, até a Praia da Biquinha,  próximo à Ponte Pênsil. Em Gonzaguinha e Biquinha, onde fiquei, o comércio ambulante adentra à madrugada. Há gente de todo lado: são adolescentes contando peripécias, casaizinhos de namorados a confidenciar sentimentos, pais aflitos tentando deter seus pequeninos que disparam pela calçada, artistas artesanais a embolar o tráfego de pedestres, que disputam um espaço para vê-los. Na areia uma partida de vôlei de praia, um futebol entre amigos, um grupo de pescadores estendendo a rede. No quebra-ondas pequenos grupos instrumentais a tocar músicas regionais para refrescar a noite quente de verão. É a noite atlântica deste litoral.

É imprescindível criar-se aqui um divisor de águas neste elogio ao lazer. Ao lado de tanta coisa boa e bonita, é nítida também a presença do pecado: há bebida alcoólica nas rodas de música, numa falsa motivação dos participantes. Há prostituição correndo solta nos cantos sombrios da cidade. Há sensualidade misturada às conversas e atitudes de muitos, o que destrói grande parte da admiração. Nos cantos da ponte velas e incensos são acesos por pessoas nos “despachos”, a fim de conter a ira dos “exus”, pedindo as bênçãos dos “guias”, sob a guarda de algum “orixá”. É a macumba e o candomblé em ação. Casaizinhos de namorados não se contentam em segredar sentimentos, nem os adolescentes em contar vantagens. Já dizia em seu conteúdo o Pacto de Lausanne, a existência binômia da cultura: sempre há pelo menos algo de bom, pois o homem foi feito à imagem de Deus, e sempre há muito de mal, pois esta imagem foi corrompida pelo pecado.

Como encarar o povo brasileiro e sua cultura? Negando seus efeitos, corrosivos ao caráter humano, como fazem muitos liberais? De jeito nenhum! Como entristece ver mães a fumar e a baforar sobre seus pequeninos a fumaça! Como dói olhar um grupo de adolescentes saudáveis a pautarem suas vidas em horrendos ídolos de música popular internacional, ou em desajustados líderes juvenis. Isto me faz lembrar Jesus que, ao olhar sobre sua cidade a terrível pena que lhe estava reservada por rejeitar-Lhe como Rei, chorou de piedade. Também choraria por São Vicente, São Paulo e por todo o Brasil.

Deveríamos unir as forças e resgatar de uma vez por todas a nossa cultura. Vamos destronar Satanás e os seus demônios selvagens através de um saneamento cristão: vamos impor nossa cultura limpa, cristã, cristalina, sadia. Podemos ouvir e tocar as músicas de ritmos brasileiros (samba, choro, etc.) mas boicotar aquelas que são uma afronta ao caráter e ao respeito. Devemos banir o álcool , o cigarro, as drogas e a sensualidade da diversão brasileira. Podemos namorar de forma bela e romântica, sem, contudo, pecarmos contra Deus. Namoro sem prostituição deve ser uma resposta constante! Podemos falar na língua do povo, mas temos que protestar com o nosso exemplo contra a língua jocosa, maliciosa, perniciosa ou provocadora de zombarias.

Eu sonho com um Brasil novo, não apenas econômico-social, mas principalmente religioso e moral. Um dia em que passear na praia, ouvir música, admirar pessoas, seja algo maravilhoso, pois o Brasil estaria cheio da glória do Senhor, tão repleto desta glória como é repleto de águas o Oceano Atlântico que banha São Vicente. Quem vai entrar comigo nesta luta de resgate?
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo
 


(Extraído do boletim número 2, ano I, do Ministério Nova Geração, Igreja Batista em Vila Souza, São Paulo, SP, 25/03/1990)

memórias literárias - 278 - FATOS MARCANTES - 1


 
FATOS MARCANTES 1
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Há fatos na vida que marcam profundamente a nossa existência, coisas pitorescas e inesperadas que só percebemos quando já ocorreram. Pois foi justamente isto que aconteceu em minha recente viagem ao litoral paulista.

Quatro fatos que gostaria de repartir com vocês.

O primeiro deles foi na praia. Estava eu tentando nadar um pouco, em meio ao sol escaldante, quando percebi tremendo aglomerado humano na areia próxima. Logo imaginei tratar-se daquelas rodas de gente na Praça da Sé ou no Viaduto do Chá, onde se exibe um produto e se vende outro (já fui vítima disto). Porém, percebi pessoas agachadas, como que observando algo. Também notei algo, que, devido à distância, me pareceu uma foca debatendo-se. Como todos corriam curiosos, juntei-me ao grupo e corri também.

Ao chegar mais perto notei que não se tratava de uma foca, mas de um rapaz aparentando uns 23 anos, a se debater na areia feito um náufrago em estado de choque. Deduzi que o jovem havia se afogado e que estavam tentando salvá-lo. Enganei-me! Tratava-se de um moço tomado por um espírito imundo que gemia horrivelmente e o obrigava a executar movimentos de foca. Quanto mais seus parentes tentavam trazê-lo à razão, tanto mais se debatia. Vinha gente de todo lado: gente curiosa, gente religiosa, gente neutra, gente nervosa. Fiquei a observar. De repente o moço se “desligou” e encolheu-se feito um bebê. Levaram-no junto aos guarda-sóis da família, conversaram entre si, com o espírito e, num ápice de fúria, o moço correu à beira d’água, balançou-se qual boneco de borracha e lançou-se violentamente para trás, como se dele um míssil tivesse sido disparado ao mar.

Isto causou-me profunda impressão, além de ter estragado a diversão. O que eu poderia ter feito? Expulsar o demônio? Sim. Isto seria notório entre todos e uma ótima chance de lhes falar do Evangelho com poder. Porém  Jesus afirmou certa feita que “esta casta de demônios não pode sair senão por meio de oração e jejum”.  E se aquele demônio fosse dessa espécie? Estaria eu preparado? Se não, qual seria a reação do povo? Certamente desastrosa... Por outro lado, o Senhor também disse que “quando o espírito imundo sai do homem anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: ‘Voltarei para a minha casa donde saí ‘ E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada. Então vai, leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele e, entrando, habitam ali, e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro “ Expulsar demônios sem haver a disposição de se aceitar Jesus como Salvador pode ser pior ao próprio perturbado. Só os que recebem a Cristo em suas vidas estão livres da possessão de Satanás.

Aquele jovem foi revelador. Quantas pessoas aparentando normalidade, semblante nobre e bondoso, podem estar sendo vítimas das peripécias satânicas, servindo-se de “abrigo” aos espíritos imundos, não humanos, condenados por Deus!

Consagremo-nos, pois, irmãos, ao Deus Todo-Poderoso, a fim de estarmos sempre prontos a enfrentar a Satanás e sermos vitoriosos! Oremos por aquele jovem e tantos outros para que Deus os liberte e os salve! Divulguemos àqueles que vivem ao nosso redor as boas-novas de Cristo Jesus, o único que dá a liberdade total e completa!

Pastor Wagner Antonio de Araújo
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

(Extraído do boletim número 1, ano I, do Ministério Nova Geração, Igreja Batista em Vila Souza, São Paulo, SP, 18/03/1990)

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...