quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 619 - DIVINA ACUSAÇÃO

DIVINA
ACUSAÇÃO

619
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. (Ml 3:8)
 
Não se trata de uma acusação desprovida de fundamentos. Ela foi pronunciada diante do vazio no gazofilácio do templo de Jerusalém, após a restauração de Israel, que estava cativo em Babilônia. O povo esqueceu-se de Deus; priorizou o orçamento pessoal. Abandonou a assistência do templo.
 
Não se trata de uma acusação feita por quem não tinha nada a ver com isso. Foi o próprio dono do Templo quem averiguou o comportamento desonesto do povo restaurado. Deus é quem o acusava.
 
Logo, Ele tinha absoluta razão e absoluto direito de acusar. Não apenas isso, mas de punir.
 
Isto mudou? Não. Os liberais cansam de tentar provar que não há mais dízimos no Novo Testamento, que os dízimos do passado eram para a Velha Aliança e para os levitas. Ledo engano. Na boca de Jesus ouvimos isso: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. (Mt 23:23). Jesus Cristo salientou o que era mais importante, mas não desprezou a prática do dízimo.
 
Quando a Igreja de Cristo foi fundada o dízimo expandiu-se em cem por cento. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. (At 2:45). Para estes felizes cristãos escatológicos, que esperavam Cristo para os seus dias, os bens materiais não tinham importância se não fossem compartilhados. Eles vendiam tudo e faziam um caixa único. Essa prática, conquanto motivada por um espírito de amor e de compartilhamento, não se mostrou sustentável ao longo do tempo, gerando distorções e terminando com a primeira grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Surgiram viúvas helenistas que não se sentiam alcançadas pelo sustento comum e surgiram mentirosos, que diziam dar tudo e retinham uma verba emergencial. Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. (At 6:1); E reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. (At 5:2)
 
Estabelecidos os primeiros tempos da igreja encontramos o Apóstolo Paulo a estabelecer regras. Ofertas eram para ajudar os pobres e necessitados e deveriam ser levantadas no primeiro dia da semana, dias de culto já naqueles princípios: No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar. (1Co 16:2)
 
O dinheiro recolhido também servia para sustentar os pregadores do evangelho. Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. (1Co 9:14); Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? (1Co 9:11); Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplos honorários, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; (1Tm 5:17)
 
Logo, ofertar na igreja foi, desde o início, compromisso dos cristãos, e o dízimo foi uma referência administrativa para que tanto a igreja quanto os crentes tivessem um sustento adequado, além de prover aos ministros do evangelho um digno salário. Aliás, que todos fossem trabalhadores e que ganhassem o seu próprio pão. Assim teriam para si e o que repartir com a igreja e com os necessitados. Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. (2Ts 3:10); Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. (Ef 4:28)
 
Deus nunca precisou do nosso dinheiro, nunca estabeleceu um pedágio para a salvação e nunca julgou ninguém pelo seu patrimônio. Aliás, uma mulher sem patrimônio, mas com uma generosidade que colocou em risco o seu próprio pão, foi por Ele elogiada: Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha. (Lc 21:4). Se, por um lado nunca foi comprado por dinheiro, por outro avaliava o apego ao dinheiro de alguém que não conseguia viver sem reparti-lo. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuía muitas propriedades. Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!(Mc 10:21-23)
 
Sob o pretexto de não estar debaixo da lei mosaica muitos cristãos sem igreja ou, como dizem, "fora da instituição" abandonaram a prática do dízimo (que é um mínimo contribuído, já que no pensamento da igreja primitiva TUDO era do Senhor - e continua sendo!) e propagam uma auto-gestão de seus recursos (que nada mais é que a mantença do dinheiro consigo próprio para o que bem desejar).
 
A estes fica a acusação divina, com as suas severas consequências: Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa. (Ag 1:9)
 
Cuidado, cristão! Não se estribe na falácia da liberdade libertina de não ter compromisso com a Casa do Senhor! Tal casa é a Sua igreja, a igreja local onde você assiste, onde se forma o Corpo de Cristo em que está inserido, onde reparte e recebe, onde ajuda e é ajudado, onde semeia e colhe. Pode ser uma congregação de duas ou três pessoas ou uma grande catedral bíblica. Seja fiel e não dê margem a receber a acusação divina quanto ao roubo das coisas de Deus.
 
Um abraço a todos, mesmo sabendo que não terei retorno de quase ninguém. Quando escrevo sobre coisas felizes e sobre bênçãos, recebo muitos retornos. Quando a espada corta do lado inverso (espada de dois gumes, que é a Bíblia), o silêncio reina. Mas não me importarei. Isso é antigo:  ... e lhes falarás e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir. (Ez 3:11)
 
Wagner Antonio de Araújo

28/02/2018

memórias literárias - 618 - A MALDIÇÃO DA BÊNÇÃO

A MALDIÇÃO
DA
BÊNÇÃO

 
618
 
Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração. (Ml 2:2)
 
 
A Bíblia jamais apresentou-nos um deus bonachão, passivo, que apenas lamenta que os seus filhos se desviem dos seus caminhos, que vive a chorar por atenção e abandono dos fiéis, que aceita qualquer teatrinho de regresso, quando lhe oferecem canções, danças, choro e oferendas, sem nenhum compromisso efetivo. Não. este não é o verdadeiro Deus.
 
O Deus da Bíblia é único, sério e absolutamente implacável. Ele não muda, não tem sombra de variação, Ele é fiel a Si mesmo e absolutamente amoroso e justo. Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tg 1:17); Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. (Ml 3:6)
 
A salvação de nossa alma foi um ato absolutamente idealizado e pago pelo próprio Deus, mediante o sacrifício de Cristo na cruz. Nós somos agraciados, abençoados, alcançados por tamanha misericórdia. Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal ( ... Não por causa das obras, mas por aquele que chama), (Rm 9:11); Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. (1Tm 1:15)
 
Nascidos em Cristo e mergulhados em Seu corpo, tornamo-nos parte de Sua Igreja e beneficiários de Suas misericórdias. Ele ouve a nossa oração. Ele atende às nossas súplicas. Ele nos abençoa ao longo da vida. Ele nos assiste e nos supre dia após dia. O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus. (Fp 4:19)
 
Mas Ele é justo. Há bênçãos condicionais e que não são automáticas. E, se o desonrarmos com uma vida relapsa, vida de mentiras, estabelecendo compromissos hoje e negando-os em seguida, estaremos sujeitos à Sua reprovação, à Sua maldição, à Sua indignação contra nós. Porque o nosso Deus é um fogo consumidor (Hb 12:29); Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. (Hb 10:31)
 
O texto do início deste artigo diz que Deus amaldiçoou as bênçãos que derramara sobre Israel restaurado em sua terra. O motivo: arrogância do povo, ostentação, quebra de seus compromissos e desonra de Deus com uma vida sem consagração. Os liberais logo dirão: isto foi para Israel, para o povo da velha dispensação. Ledo engano. Deus não muda. Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; (Hb 2:3); Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente. (Hb 13:8).
 
Foi na vigência da Nova Aliança, da salvação em Cristo, que Ananias e Safira foram mortos diante dos apóstolos, não por armas, mas pelo próprio Espírito Santo. Caíram sem vida. E por que? Porque mentiram a Deus. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? (At 5:3)
 
Foi na Nova Aliança em Cristo que um homem foi entregue a Satanás para a destruição da carne, por ter praticado imoralidade com a madrasta ou mãe, na igreja de Corinto. Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. (1Co 5:5)
 
Foi na Nova Aliança que o Apóstolo Paulo afirmou: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6:7)
 
Foi na Nova Aliança que o mesmo apóstolo afirmou aos gentios que se gabavam de estarem salvos, zombando dos judeus que rejeitavam a fé: Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. (Rm 11:21)
 
Foi na Nova Aliança que Jesus mandou recolher o talento de quem não o utilizou enquanto o rei estava fora, na parábola específica: Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. (Mt 25:28)
 
Foi na Nova Aliança que Paulo afirmou com temor: Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado (1Co 9:27)
 
É no Novo Testamento que a Bíblia aponta o perigo de quem dá motivos para escandalizar a fé de outrem: Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! (Mt 18:7)
 
A salvação é de graça para nós, mas foi caríssima para Jesus. Se fomos por Ele alcançados com tamanha graça, que vivamos em temor! Cumpramos os compromissos assumidos com Ele no ato da salvação e do batismo. Sejamos fiéis na mordomia do corpo, das finanças, do tempo, da mente e do coração. Não sejamos insolentes, desrespeitosos, mentirosos, criadores de votos que nunca são cumpridos. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. (Ec 5:4). Deus não muda e nos julgará de forma clara e justa. Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2Co 5:10)
 
Volte-se a Deus. Volte ao primeiro amor. Volte a ofertar e dizimar com amor em sua igreja local, onde você recebe o alimento espiritual semanalmente. Volte a testemunhar de Cristo e a santificar a sua vida. O Deus da Bíblia não muda e as bênçãos de hoje podem ser retiradas.  E não adiantará correr de uma igreja a outra: os olhos do Senhor lhe acompanharão. Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas. (Pv 5:21)
 
Temamos a Deus e vivamos para a Sua glória.  Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. (Pv 4:23)
 
Wagner Antonio de Araújo

28/02/2018

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 617 - COM DEUS O DIA INTEIRO - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 44

COM DEUS
O DIA INTEIRO


Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 44

617
 
Olá. Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. A nossa atenção hoje está direcionada ao Salmo 42.8: “Contudo, o Senhor, durante o dia, me concede a sua misericórdia; e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida”.
As pessoas responsáveis, que lutam, estudam, trabalham, cuidam da família, constroem um futuro, atravessam muitas coisas ao longo do dia. Aqui em São Paulo e em Curitiba costumamos experimentar as quatro estações ao mesmo tempo: pela manhã está frio, depois o sol esquenta e torra, posteriormente  vem a chuva forte e, mais tarde, o frio novamente. Muitos de nós enfrentam dias tremendamente diversificados também: há coisas muito boas que acontecem, outras não tão boas e ainda outras muito ruins. Às vezes choramos, às vezes rimos, às vezes tememos, às vezes adormecemos. Os nossos dias são incrivelmente variados. Contudo, o salmo de hoje nos fala de algo que não varia: a presença de Deus com aqueles que O amam e que O servem.

Diz o texto que pela manhã Deus nos concede misericórdia. Quanta verdade há nisso! Tivemos uma cama limpa e aquecida onde dormir. Estendemos a toalha na mesa e desfrutamos de um sortido café da manhã! Vestimo-nos com roupas passadas e bonitas, colocamos sapatos e meias e podemos nos deslocar até a escola ou o trabalho! Os nossos olhos vêem as flores, o nariz distingue os aromas diversos, os ouvidos captam o cântico dos pássaros. Deus nos sustenta com a Sua destra! Enquanto há tantos que não desfrutam de quase nada ou mesmo de nada, o Senhor tem sido misericordioso para conosco! Isto é motivo de darmos glória a Ele!

Ao fim do dia, quando chegamos em casa cansados, com fome e com sono, somos visitados pelas memorias das misericórdias de Deus. Quantos livramentos Ele nos deu! Quanta graça Ele concedeu-nos, nos diversos afazeres! Quantas oportunidades para servir, para amar, para aprender! Quantas tentações suportamos e vencemos! Assim, com gratidão o salmista afirma que o cântico do Senhor está conosco! Sim, queremos exaltar-lhe! Às vezes o fazemos em nosso culto doméstico, junto de nossa família. Outras vezes fazemos sozinhos, na nossa íntima comunhão com o Senhor. Mas há cânticos em nossos lábios e queremos louvar ao Senhor!

Terminamos as lidas do dia com uma oração ao nosso Deus! Como é bom ter um Deus real, vivo, único e presente,  para clamarmos, para adorarmos, para exaltarmos! É uma necessidade da alma buscar a presença do Senhor antes de adormecer e descansar das lidas diárias. Para o cristão a oração faz parte de sua necessidade diária, de seu suprimento, tanto quanto a água e o alimento também o fazem. Orar é abrir o coração ao Senhor, adorando-O, exaltando-O, confessando as nossas culpas, intercedendo por nossos amigos, e até pelos eventuais inimigos! A oração é o coroamento de um dia feliz!

Como o ouvinte tem vivido? Consegue perceber a misericórdia do Senhor logo de manhã, suprindo-lhe cada uma das necessidades? Tem um cântico ao Senhor no anoitecer, expressando todo o seu amor por Ele? Expressa alegria em buscá-Lo em oração, terminando o seu dia com chave de ouro? Pois saiba que essa é a receita para uma vida verdadeiramente feliz.

Que Deus lhe abençoe. Amém.
Wagner Antonio de Araújo
 
 

mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 616 - ENSINAREMOS OS NOSSOS FILHOS - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 47

ENSINAREMOS
OS NOSSOS
FILHOS




Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 47


616

Olá. Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. Hoje falaremos sobre o Salmo 78.3-4: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a nossos filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez”.


Deus deu-me a graça da paternidade. Sou pai de duas crianças. Eles estão começando a vida. Não sabem de nada, não conhecem nada; tudo terá que ser ensinado passo a passo, lição a lição. O meu menino, Josué Elias, ainda é um bebê de colo. Mas Rute Cristina, a primogênita, está com quase três anos. Ela já entende muitas coisas e tem sede de saber. Lembro-me de sentar-me na varanda para fazê-la dormir. Eu cantava para ela: “Damos graças ao Senhor”, “Deus está aqui”, “Já Refulge a glória eterna”. Qual não foi a minha surpresa quando, nas brincadeiras com os priminhos, ela começou a cantar as músicas para eles! Agora eu ensino um versículo por semana e ela aprende, cita-os e dá as referências. Como é lindo ver o conhecimento de Deus, pouco a pouco, penetrar no entendimento de minha princesa!



O texto bíblico dos salmos dizia respeito a esta responsabilidade que temos, a de ensinar às vindouras gerações a boa palavra de Deus! Sim, elas não nascem sabendo! E se deixarmos a responsabilidade para que a igreja a supra, fracassaremos. Quantas horas os nossos filhos passam na igreja e quantas horas passam conosco? Se deixarmos a educação cristã sob a responsabilidade das escolas teremos uma tragédia. As escolas hoje não ensinam valores morais e cristãos, muito menos possuem estrutura religiosa, com raras exceções. Uma escola denominacional que conheço, fundada para ensinar aos pequeninos a Bíblia, já não possui nem o culto semanal. Não, o mundo jaz no Maligno e a cada dia se afasta mais e mais da presença de Deus. 



E guardarás os seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje para que te vá bem a ti, e a teus filhos depois de ti, e para que prolongues os dias na terra que o Senhor teu Deus te dá para todo o sempre. (Dt 4:40). 


O ensino dos louvores do Senhor e
 o testemunho sobre o Seu poder começa em casa. É no lar que se constroem as estruturas para um caráter correto, honesto, piedoso e bíblico. São os pais e não os professores, os fundamentos do ensino cristão da criança. Por isso a responsabilidade caseira é enorme. E ainda mais: o ensino deve ser honesto, de quem vive a Palavra, de quem leva Deus a sério. Não adianta ensinar as coisas de Deus e viver como se Deus não existisse. Quem ensina a não xingar não xinga; quem ensina a trabalhar, trabalha; quem ensina a ir à igreja, a freqüenta com assiduidade. 


Eu não tive o privilégio de aprender a Palavra de Deus em casa. A minha família só veio a conhecer Jesus depois da minha conversão aos quatorze anos. Mas Deus me ajudou e eu superei a lacuna da infância. Hoje quero que os meus filhos aprendam em casa a Palavra do Senhor, que pode nos fazer capazes de agradar a Deus e sábios para uma existência produtiva e duradoura. 



Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. (Pv 22:6)




Que Deus nos ajude a ensinar as novas gerações sobre as maravilhas que Deus faz. Amém. 




Wagner Antonio de Araújo
mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

sábado, 24 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 615 - CELULAR SEM BATERIA

CELULAR
SEM
BATERIA
 

 
615
 
O celular é de boa marca. Não costuma dar problema. Possui boa configuração, ampla memória e um cartão onde posso armazenar tudo o que fotografo e filmo. As mídias que recebo não têm dificuldade de armazenagem. Posso instalar quantos aplicativos quiser, que o aparelho corresponde á expectativa. Um celular para usar por muito tempo.
 
Mas ele tem um problema: a sua bateria não dura para sempre. Como eu o uso muito, carrego-a pela manhã e, ao chegar a noite, já a encontro com pouca carga. Ainda posso utilizar todos os seus recursos, mas com parcimônia, senão ela irá desligar o telemóvel.
 
Quando a carga é pouca o celular dá sinais de cansaço. Primeiro ele exibe no ecrã um aviso: "pouca carga, carga baixa, desesperadamente baixa". Os fabricantes colocaram frases contundentes para dizer da iminência do desligamento. Quando a bateria tem apenas 5% de carga a tela fica fosca, sem brilho, escurecida. E então, entre 1 e 2%  de carga, acontece o desligamento súbito. Não há mais o que fazer. Será necessário recarregar a bateria; do contrário, o aparelho não servirá para mais nada.
 
A vida do crente é parecida com a bateria do celular. Deus a carrega o suficiente: nos dá graça para enfrentar as tentações, paciência para aguentar as provações, sabedoria para tomar as decisões, orientação para dirimir as nossas dúvidas, poder para contrapor-se a Satanás. Através da Bíblia e do poder do Espírito Santo encontramos todos os aplicativos que usaremos na vida cristã. Através da conexão com Deus mantemos a sólida relação com o Criador. Mas a falta de oração, de comunhão íntima e pessoal, dos momentos a sós, das horas tranquilas, das madrugadas de adoração íntima, vão provocando o desgaste de toda a nossa energia, de toda a nossa força, de de toda a nossa motivação, de toda a nossa determinação em viver uma vida vitoriosa em Cristo Jesus. Cada domingo longe da igreja é um quarteirão mais distante para a próxima semana. Cada dia sem um momento de vida devocional em oração é um metro a mais no muro que se ergue entre nós e o Senhor. Nós nos tornamos frios, insensíveis, descaracterizados de nossa postura cristã e enfraquecidos na fé.
 
Deus nos dá avisos quanto a isto. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15:5); Orai sem cessar. (1Ts 5:17); E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14); Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra. (Is 1:19). Com tantos avisos, dia e noite, seja pela Bíblia, seja pela pregação, seja através dos acontecimentos quotidianos, nós pensamos que a bateria da fé durará para sempre, no sentido de não precisarmos de provisão imediata da graça do Senhor. Confiamos em nós mesmos, em nossas próprias virtudes e em nossa própria capacidade. O resultado não poderia ser outro: a bateria acaba e desfalecemos, derrotados, empobrecidos, caídos em tentações diversas, cheios de problemas e conflitos. Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6:7); Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. (Ap 2:5)
 
Assim como o celular torna-se novo após uma carga completa no carregador de eletricidade e energia, o crente também pode ser renovado em suas forças, em sua fé, em sua santificação; basta que tome uma decisão legítima e verdadeira: buscar ao Senhor com dedicação. Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão. (Sf 2:3); Buscai ao SENHOR e a sua força; buscai a sua face continuamente. (1Cr 16:11). E disse: Não temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te. E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me fortaleceste. (Dn 10:19)
 
Deus tem lhe mostrado que a carga de sua bateria espiritual está desesperadamente baixa. Não a deixe acabar. Busque a Deus agora, aí onde estiver. Consagre-se, ligue-se no carregador celestial. E a plenitude voltará a morar em sua vida. Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. (Is 55:6); Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. (2Co 4:16)
 
Que Deus nos abençoe.
Pr. Wagner Antonio de Araújo

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 614 - DEUS LEVA O NOSSO FARDO - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 43

DEUS LEVA
O NOSSO
FARDO
 

Mamãe Elzira Bonfante, em 2005, dias antes de partir para a glória de Deus, cuidada por nós com conforto.
 
Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 43
 
614

Olá. Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. Aquele que busca a fé cristã como proteção contra o sofrimento e as tribulações, busca uma mentira. Jesus Cristo foi claro quanto aos sofrimentos da vida: Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33). Por isso lemos hoje, no Salmo 68.19: “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo!”
 
A mãe sofredora, que cria com dificuldade os filhos queridos, desamparada do esposo e com poucas condições financeiras. Quanto sofrimento e que fardo pesado! Quantas mães eu conheci, cujas mãos cheiravam a água sanitária, cuja pele do rosto era seca e enrugada! Suas pernas fragilizadas pelo muito esforço para dar de comer aos seus filhos pequeninos. Contudo, muitas destas mães, conquanto sofredoras, eram felizes, pois sabiam que Cristo levava com elas o seu fardo de sofrimento! E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém (Mt 28:20)
 
O homem lutador, de pouco desenvolvimento intelectual, mas de muito caráter, que se esforça como um gladiador contra o inimigo da pobreza, da carestia, das dificuldades e da fome. Muitas vezes, num trabalho braçal, com o suor a escorrer-lhe pelas faces, os músculos a explodirem nos braços, os pés a latejarem com força a enfrentar noites mal dormidas. Quantos heróis assim eu já conheci, quantos homens que quebravam pedras para dar de comer à família! Contudo, em alguns deles, vi também os homens mais felizes do mundo, porque criam que Deus carregava com eles o tremendo fardo da vida! Isto me faz lembrar um belíssimo hino,: “Se o fardo é pesado Deus dá maior graça; maior fortaleza se é grande o labor. Se a prova é mais dura, maior o consolo; mais quentes a chama, mais perto o Senhor!”
 
O jovem ambicioso, destemido, munido de um forte sentimento de progresso, sai no mundo à procura de seu próprio crescimento. Enquanto outros colegas perdem tempo a empinar pipas ou no consumo de drogas, ele se desgasta em estudos e  na dedicação ao saber, em aprimorar-se numa tarefa e a vencer os desafios. Ele tem em vista a vitória, a conquista, o subir os degraus da prosperidade. Acorda cedo, deita tarde, come pouco, estuda muito, mas busca a Deus com intenso amor e crê que Deus lhe ajuda com os muitos fardos. Ele é daqueles que confiam na graça do Senhor: Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. (Sl 37:5)
 
A vida tem fardos difíceis de carregar; mas quando confiamos em Deus e nos entregamos ao Seu amor, Ele nos ajuda a carregar tais cargas, a enfrentar as lutas, a  atravessar as tempestades. E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem. (Hb 13:6)
 
Cada um de nós leva o próprio fardo, é verdade. Mas, em Cristo, e na família de Deus, somos convidados a amenizar o sofrimento alheio e a ajudar os irmãos com os seus fardos pesados. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. (Gl 6:2).  Assim, o meu pão pode amenizar a fome de outrem; o meu braço pode ser estendido em socorro do próximo; o meu ombro pode servir de consolo para a outra pessoa. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. (Fp 2:4)  Que Deus nos dê graça para carregar, dia após dia, os fardos da vida, e a confiarmos de que Deus os leva conosco também. Amém.

Wagner Antonio de Araújo
mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 613 - OS MEUS COMPANHEIROS ESCOLHIDOS - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 42

OS MEUS
COMPANHEIROS
ESCOLHIDOS
 

Na foto: Pr. Josué Nunes de Lima, Pr. Timofei Diacov, Irmã Elzira Fernandes Diacov, Pr. Tiago Nunes Lima e Pr. Wagner
Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 42


613

Olá. Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. A bíblia é um livro completo. Nela encontramos toda a Palavra de Deus, toda a revelação escrita que Deus desejou nos entregar. O livro dos Salmos é riquíssimo em orientações. E uma delas diz respeito às nossas amizades: Salmo 119.63: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos”.
Eu não nasci em um lar cristão. A minha família não me ensinou a Palavra de Deus. Aos quatorze anos eu vivia como um adolescente mundano, desfrutando de tudo o que o mundo, à época, fornecia: participava de bailes nos sábados à noite, fumava, bebia e falava palavrões (sem promiscuidades). O meu prazer era esse: estar fora de casa, com amigos que me aceitavam e que me deixavam fazer o que quisesse. Mas Deus veio ao meu encontro. O Pastor Timofei Diacov evangelizou-me. Ele apresentou-me o plano da salvação, feito por Deus através de Jesus Cristo. Eu fui convertido ao Senhor. Eu fiquei tão alegre e tão feliz, que desejava estar com os crentes a todo instante. Então falei de Cristo aos meus amigos. Para a minha surpresa eles até foram uma vez à igreja. Foi numa manhã quando a escola bíblica dominical ofereceu um exemplar da Bíblia para cada visitante. Mas, depois, eles nunca mais quiseram que eu estivesse com eles. Então descobri outros cristãos na escola. Que prazer e que alegria eu sentia, ao ver outros que, à minha semelhança, haviam se arrependido de seus pecados e entregue a vida a Jesus! A minha turma passou a ser daqueles que amavam ao Senhor.

Isso é o que acontece quando nos convertemos: nos tornamos membros do Corpo de Cristo. Os nossos interesses, quando somos do Senhor, se modificam e nós buscamos pessoas com quem nos identificamos no temor de Deus.

Foi para isso que Jesus fundou a Sua Igreja, para que os Seus discípulos vivessem em comunhão, em companheirismo, em cumplicidade na fé. Alguém que diz amar a Deus e que não tem necessidade ou interesse na companhia de outros cristãos, está vivendo uma mentira. Uma pessoa que não atenta para o convívio cristão, o serviço divino, o Dia do Senhor, mas vive e convive no mundo, feliz e sem nenhum mal estar, só demonstra que não teve ainda o coração transformado pela verdadeira fé. Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. (Sl 133:1). Assim diz o Novo Testamento: Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. (Hb 10:25)
Quando somos do Senhor buscamos a mútua edificação. Nós nos encorajamos mutuamente. Nós nos importamos com as lutas e provações que os irmãos atravessam. Como diz o Apóstolo Paulo: Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; (Rm 12:15). Nós falamos a mesma língua, nos edificamos mutuamente, nos encorajamos, nos admoestamos. Quando tememos a Deus apreciamos estar com outros que assim procedem. Se isto não fizermos, mas vivermos na companhia prazerosa de quem não ama ao Senhor, aos poucos nos esfriaremos e nos corromperemos. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. (1Co 15:33);  Uma brasa fora da fogueira se apaga. Assim, se nos omitirmos do santo convívio, a nossa fé estará enfraquecida. Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos. (1Co 16:13) Busquemos o companheirismo maravilhoso da igreja do Senhor Jesus. Que Deus nos abençoe!
 

Wagner Antonio de Araújo
mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 612 - APENAS UM DISFARCE

APENAS
UM DISFARCE
 

 
 
612
 
Uma igreja moderna, liberal, cujo pastor sai na avenida da cidade para sambar e evangelizar, cantar louvores a Deus e mensagens de salvação em Cristo, ao som das timbaladas, dos batuques, dos sambas e de todos os ritmos modernos, com muita purpurina, serpentina e confete.
 
Uma congregação contemporânea, com músicas populares que falam sobre Deus, de autores não cristãos, mas com mensagens relevantes e inteligentes, que cativam e levantam verdadeiros corais emocionados, enchendo o auditório de emoção e inteligência.
 
Um culto atualizado, onde as pessoas nem percebem que estão na igreja, onde não há religiosidade aparente, mas com bíblias expostas no datashow, com muitos músicos de primeira linha, alguns até parceiros dos ícones de sucesso e das celebridades nacionais; um culto inteligente, cheio de roupas de grife, de expressões contemporâneas, de assuntos relacionados com o dia a dia e com um ministro extremamente cativante, inteligente e arrebatador.
 
Uma bíblia em linguagem atualizada, absolutamente fácil de compreender, sem expressões arcaicas, completamente impressa no estilo mais moderno das editoras contemporâneas, com comentários dos grandes filósofos e com verbetes que explicam as discrepâncias com a verdade histórica; uma bíblia que não passa a imagem de analfabetismo científico, mas que explica todo o simbolismo das fábulas bíblicas ali contidas, gerando um povo esclarecido e altamente pensante.
 
Uma comunhão sem fronteiras, onde ninguém é desprezado, mas direcionado aos seus nichos de interesse. Assim, igrejas que se especializam em gente antenada e jovem tem auditórios completamente tomados por universitários e secundaristas da cidade; outra, com empresários de sucesso e de fama reconhecida; outra, unindo pessoas de orientação sexual diversa; outras ainda especializando-se em grupos de ex-drogados e de todos os que precisam de ressocialização.
 
Um porvir desvendado com veracidade e inteligência, desmistificando o Céu e esvaziando o Inferno, apresentando um Deus exclusivamente amoroso, cheio de paciência e que constrói a cada dia um novo homem dentro de cada adorador; um céu que não exclui ninguém e um inferno que não passa de fábula para explicar a maldade humana.
 
Um novo crente, um novo evangélico, um novo cristão, que nem sempre acredita em Cristo, mas que faz de seus ensinamentos algo relevante e prático, ainda que não traga o nome dele impresso em tais filosofias; um evangélico liberal, que na sexta-feira participa da balada no prédio ou da night com os colegas de "facul", e no domingo vai à frente tocar guitarra, bateria ou servir de back-vocal nos louvores de sua comunidade.
 
Será que me equivoco em dizer que isso é o que temos observado na MAIORIA das igrejas evangélicas brasileiras (para não dizer mundiais)?
 
Creio que não.
 
Várias igrejas batistas e de outras denominações saíram nas avenidas neste carnaval, com blocos e trios elétricos, cantando, sambando, fazendo palhaçadas e distribuindo literaturas supostamente evangelísticas. Se alguém desferir alguma crítica, a resposta é imediata: "onde estava você, que nos critica? Mostre o seu serviço e deixe-nos viver o nosso evangelho!".
 
Vários pastores famosos e modernos não hesitam em "consertar" a Bíblia. Um deles disse que o Apóstolo Paulo deveria ter estudado na faculdade batista COM ELE, para melhorar a sua redação lógica. Outro disse que Jesus Cristo estava cobiçando a mulher samaritana. Ainda outro falou que Jesus Cristo foi para o Céu para livrar os apóstolos dele mesmo! E seus auditórios continuam repletos, eles estão na mídia, na TV, nos livros, na imprensa, nas grandes livrarias. Quanto mais bobagens falam, mais famosos ficam e mais produtos vendem!
 
Enquanto isso as igrejas ligadas ao verdadeiro sentido apostólico bíblico, as que ousam manter a orientação do Novo Testamento, as que são fiéis aos valores milenares recebidos das mãos dos ancestrais na fé, estão vazias, decadentes, esquecidas, abandonadas. E, por incrível que pareça, há um número gigantesco de crentes insatisfeitos com o modernismo, que sonha com alguma igreja à moda antiga em sua região, onde congregar.
 
O que os pastores modernos e as congregações contemporâneas estão a fazer? Estão a trabalhar para Satanás. Mas se disserem isso terão problemas. Assim, o inimigo as mantém debaixo de um DISFARCE. É algo semelhante aos supostos projetos científicos para fins de produção e alimento, de energia barata e limpa: certamente que não estão pesquisando isso, pois não daria lucro; nada é feito em prol da raça humana, mas do dinheiro. Eles mantém um disfarce público para obter o financiamento devido, para enganar as nações e não comprometer os investidores. Vejam os avanços anti-éticos da atual genética invasiva, que cria a cada dia aberrações mais estravagantes na manipulação de genes!
 
Cuidado! Satanás disfarçou-se de pastor! O inferno travestiu-se de igreja! Belzebu e o seu exército entrou para a membresia das igrejas! O seu trabalho é confundir e dominar o serviço cristão, mostrando muito serviço, mas que não gera conversão e sim socialização com este século. Não renegam o mundo; antes, o admitem e o acolhem. Estão em rota de colisão com Cristo e ganharão força e domínio, pois é chegada a hora da apostasia.
 
Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; (1Tm 4:1)
 
Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. (Mt 24:24)
 
Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. (2Co 11:15)
 
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; (2Tm 4:3)
 
Aos ainda fiéis, perplexos com o avanço da falsa igreja moderna fica aqui a ordem divina:
 
Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (Ap 3:11)
 
Wagner Antonio de Araújo
20/02/2018
 
Observação:
 
Pastor tratando a Jesus de malandro, com relação à mulher samaritana
 
 
Igreja batista na avenida, no carnaval
 
 
 
Igreja batista num culto de rodeio
 
Pastor acusando Paulo de confuso
 
Pastor dizendo que Satanás estará no Céu
 
Baile à fantasia
 
 
 
obs: Com doutrina antagônica à cristã evangélica, o catolicismo experimenta em suas fileiras o mesmo estarrecimento apóstata.
 
Veja o que diz um padre sobre o homossexualismo e o que diz o Padre Paulo Ricardo, o mais conservador dos ministros católicos brasileiros e anti-evangélico, quanto à apostasia:
 
 

sábado, 17 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 611 - ADEUS OU ATÉ BREVE?

ADEUS
OU
ATÉ BREVE?

 
611
 
Há uma antiga ilustração que conta a estória de um pai. Ele, moribundo, chamara os filhos para o momento de despedidas. A quase todos disse: "até breve, filho meu!". Ao caçula, entretanto, disse: "Adeus, filho meu." Este, entristecido, respondeu: "Por que a mim o senhor diz adeus, meu pai?" Com lágrimas nos olhos o pai diz: "Porque os seus irmãos não desprezaram o caminho pelo qual o seu pai seguirá agora, filho meu. Você, contudo, nunca recebeu a Jesus Cristo como Salvador. Por isso eu sigo para o céu e você, ó quanta dor, para lá não irá." O filho, em pranto e desespero, dobrou os joelhos e disse: "Senhor, perdão por desprezar a fé que meu pai tanto me ensinou; não quero separar-me dele; perdoe-me e recebe-me em tuas mãos também! Eu entrego a minha vida para Jesus!" O pai, agora em lágrimas copiosas, exclamou no seu último suspiro: "Ah, que dádiva, filho meu! Até breve!"
 
Será adeus ou até breve? Será uma despedida definitiva ou temporária?
 
Até breve é quando um cristão separa-se de outro, através da morte. O que morre vai primeiro ao encontro do Senhor. O que fica seguirá mais adiante, quando também render o fôlego. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. (Fp 1:23)
 
Adeus é quando um cristão separa-se de um não cristão. O primeiro seguiu pela porta estreita e o caminho difícil. O segundo, pelo caminho largo e a estrada ampla. As estradas não vão para o mesmo lugar. A estreita vai para o céu, a larga vai para o inferno. Para onde eu vou, não podeis vós vir. (Jo 8:21); Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; (Mt 7:13)
 
Adeus é quando não teremos mais a oportunidade do reencontro, do abraço, da ternura, da presença. Quando não temos a fé salvadora, única e exclusiva, revelada na Bíblia como sendo a fé em Cristo, não seguiremos para o mesmo lugar do outro, que entregou-se a Deus e confiou no Salvador. Por mais que o amemos, por mais que dele gostemos, não estaremos no mesmo destino. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna (Mt 25:46)
 
Até breve é quando nos separamos momentaneamente, fisicamente e espiritualmente. Não temos comunicações inter-mundos, mas sabemos como é do lado de lá, pois Jesus, que de lá veio, nos revelou. E ele nos alegrou, dizendo que nos reuniria novamente todos juntos, com Sua presença eterna. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (Jo 14:3)
 
Adeus é quando o cônjuge, o filho, o pai, o vizinho, o amigo ou o conhecido parte confiando no Senhor e nós não. A salvação não é extensiva aos familiares, amigos e parentes. Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher? (1Co 7:16)Cada um responderá sozinho diante de Deus. A família não nos valerá, nem a igreja, nem a religião, nem o dinheiro, nem a fama, nem a força. Somente nós, diante do juiz, nos apresentaremos. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. (Rm 14:12). Se não tivermos Cristo  seremos julgados, não absolvidos.  Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; (Rm 3:23). O outro (cônjuge, filho, pai, vizinho, amigo ou conhecido), que fez de Cristo o seu advogado enquanto vivo, terá quem o represente diante do tribunal: Jesus. Ele será juiz e advogado ao mesmo tempo. E não será absolvido por ser inocente; será salvo porque o próprio Jesus pagou pelo seu pecado na cruz do Calvário. Deus vos perdoou em Cristo (Ef 4:32); Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (Is 53:5)
 
Até breve é o que queremos desejar a quem está junto de nós. Mas adeus é o que acontecerá, caso as pessoas não se rendam ao Senhor que por elas morreu.
 
Caro leitor, com honestidade eu lhe pergunto: se hoje você partisse deste mundo, diria adeus ou até breve a alguém que é cristão de fato? Tem você a certeza de vida eterna? Entrou pela porta estreita, tomou a cruz e seguiu após Jesus? Fez dele o centro de sua existência e creu em Sua Palavra? Se assim for, digo-lhe: um até breve seria a mais adequada despedida.
 
Mas se este não é o seu caso, pelo contrário, você mantém-se distante de um compromisso real com Deus, não recebe a Cristo como único Salvador e não faz da Bíblia a sua regra de fé e prática, temo que não haja outra expressão a usar para com os salvos do que adeus. Porque a separação será eterna e de lá não haverá nenhuma chance de escapar.
 
Troque hoje o adeus pelo até breve e que o Senhor lhe abençoe.
 
Wagner Antonio de Araújo

17/02/2018

memórias literárias - 610 - O QUE A MIM ME CONCERNE - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 41

O QUE A MIM
ME CONCERNE
 

 
Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 41


610
 
Olá. Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. O texto de hoje está o Salmo 138.8: “O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos”.
Davi, ao escrever este salmo, expressa três grandes verdades. Ele as sente de forma autêntica, verdadeira. E todo crente em Jesus Cristo também deve possuir estas mesmas convicções.

A primeira coisa que Davi expressa é a TOTAL CONFIANÇA NOS PROPÓSITOS DE DEUS PARA COM A SUA VIDA. Sim, para ele os acontecimentos ao longo de nossa existência não são meras coincidências, mera obra do acaso. O lugar onde nascemos, os amigos que tivemos, as experiências que vivenciamos, tudo foi conhecido por Deus e fez parte de um grande plano para a nossa existência. Quando um rapaz é selecionado para servir ao exército, é submetido a treinamentos duros e difíceis. Em alguns testes de sobrevivência assistidos o grupo é deixado por dias num matagal, onde deve aprender a procurar água, fazer fogo, caçar, distinguir ervas comestíveis, construir abrigos. No frio de julho, quando há geada e neve, em alguns lugares, os recrutas atravessam os momentos mais difíceis. Talvez se perguntem: “Por que tudo isso?” E os treinadores informam: “Para que saibam como se portar nas adversidades do combate, nas vicissitudes da vida, para torná-los combatentes destemidos e valiosos”. E, de fato, aqueles que foram submetidos a tais testes obtém uma coragem, uma bravura, uma convicção de força, que de outra forma não teriam. Assim é a vida daquele que confia em Deus: ele sabe que tudo o que lhe acontece obedece a um plano preestabelecido por Deus.

A segunda coisa é FÉ NA MISERICÓRDIA DO SENHOR. Deus sabe até onde resistiremos. Deus tem piedade e amor por nós. Mesmo quando lutas atravessarmos, a Sua misericórdia estará conosco, se nEle realmente cofiarmos. Ele não nos deixa em pleno desamparo. Aliás, diz Paulo que nós não somos daqueles que só esperam no Senhor para esta vida. Nós cremos na vida eterna. Nós cremos na salvação. Por causa disto é que os cristãos dos três primeiros séculos iam bravamente às arenas com o fim serem mortos pelos ímpios pagãos em testemunho da fé no Senhor. Eles criam na misericórdia de Deus, que um dia os ressuscitaria, que lhes retornaria à vida novamente. O fiel a Deus crê no Senhor para viver e não teme a morte e o além. Jesus afirmou: Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; (Jo 11:25)
A terceira coisa mencionada por Davi é A NECESSIDADE DE CLAMAR A DEUS. Deus nos ensinou a orar, a conversar com Ele, a buscá-Lo em oração. Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes. (Jr 33:3). Deus quer ser buscado, desejado, encontrado! E Ele ouve ao que O busca com sinceridade e dedicação. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. (Dn 10:12)
Vamos fazer como Davi? Vamos crer que o Senhor nos dirige? Vamos confiar na misericórdia divina para conosco? Vamos buscar ao Senhor intensamente, sempre certos de que Ele nos escuta? Que Deus nos abençoe. Amém.
 

Que Deus nos abençoe.
 
Wagner Antonio de Araújo
mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

memórias literárias - 609 - E HOUVE VELÓRIO ...

E HOUVE
O VELÓRIO...
Pastor Jonas e irmã Clarice - 2005

Pr. Jonas e Pr. Wagner 2005

Em 2009 em Porto União PR, com seu pai Pedro

Em 2009 em Porto União
Em 2010 quando eu tive derrame facial

Em 2012 na igreja Batista Boas Novas do Rodoanel SP

Em 2012 com o irmão Isaías, na casa do Cantor Luiz de Carvalho
 
 
609
 
Escrevo com o coração partido. Sinto-me febril, emocionado, entristecido. Não passa pela minha mente qualquer revolta, pois creio na absoluta soberania de Deus. Mas a dor toma conta de meu coração.
 
Escrevi há pouquíssimos dias um artigo que teve ampla repercussão, "EU IREI AO SEU VELÓRIO", sendo que velório, no texto, corresponde a FUNERAL (nós não acendemos velas aos defuntos). Chamamos tudo de velório. Porém jamais pensei em ser notificado de que um amigo muito amado seria velado ontem mesmo, o Pastor Jonas Sommer. Não apenas o ele, mas, com ele, toda a família: Irmã Clarice, a filha Paulinha e o filho Marcos. Um carro, uma estrada, uma curva e um caminhão-tanque. Uma batida de frente e o fim trágico de toda a família.
 
Eu estava sem internet fixa, só a do chip do telefone celular. As mensagens demoraram a chegar. Mas quando vi no grupo COMPARTILHANDO, grupo de e-mails que o Pr. Norberto, o Pr. Airton e eu criamos em 2000, e que transformou-se no único grupo de whatsapp que utilizo, a mensagem do acidente, o meu chão sumiu. A minha esposa entrou em prantos; Milú condoeu-se. Nós amávamos o Pastor Jonas! Minha filhinha, tão tenra, veio abraçar-me e dizer: "Não chore, papai."
 
Ele era um batista do sétimo dia. Conheci-o há quatorze anos. Ele procurou o nosso grupo e assim apresentou-se. Eu sequer sabia da existência desses batistas. Ao conhecê-los vi-os com a mesma soteriologia, conquanto algumas práticas e o dia de guarda fossem distintos. Estudante brilhante da faculdade batista em Curitiba, foi consagrado ao ministério. Eu o trouxe à Boas Novas. Pregou maravilhosamente. Veio visitar-me quando estive com paralisia facial. Nos vimos novamente quando ele trouxe o irmão Isaías para tocar em nossa igreja. Pregou a Palavra. Fomos à casa do saudoso Cantor Luiz de Carvalho, um sonho antigo que ambos mantinham, de conhecer quem tanto os edificava com as canções que cantava. Posteriormente o Pr. Jonas eleito presidente de sua associação mundial e o nosso contato tornou-se muito limitado, como limitada é a comunhão de quase todos nós, infelizmente. Nossas frases eram curtas e um cantato pessoal ficava postergado.
 
Agora ele não está mais aqui. Nem ele, nem a esposa e nem os seus tenros filhinhos. Estão todos mortos. O sepultamento parece-me que teve que ser rápido, uma vez que o estado dos corpos isso exigia. Meu Deus, que dor e que tristeza!
 
Mas eu não estive no seu velório. Infelizmente. Porém procurei estar em sua vida enquanto pude. Há muitos que lamentam não ter dado a atenção necessária e possível quando alguém parte. Esse peso em minha consciência eu não terei. Aliás, tem sido a minha grande briga literária e pessoal, apontar para a nossa consciência sobre a frieza com que temos nos tratado, nos considerado e nos afastado uns dos outros. Em nome de uma agenda cheia deixamos os nossos relacionamentos afetivos e depois lamentamos a perda súbita de alguém, alterando qualquer programação para estar em seu velório. Eu quis ir também, mas a cidade era longe demais, seria um vôo e outras horas de ônibus. Não daria tempo. Além disto acredito que ninguém ali me conhecia e eu a ninguém também. Todos os que conheci estavam mortos. Meu Deus, quanta dor!
 
Está na hora de sermos mais afetuosos. Está na hora de procurarmos mais pelos nossos amigos e irmãos. Está na hora de sairmos do conforto do whatsapp e ligarmos para a pessoa, visitarmos as famílias, desfrutarmos da doce e maravilhosa bênção da comunhão. No grupo que mantenho vejo o contato dele; está ali. Passa-me a falsa impressão de que ele está presente; mas é apenas uma ilusão. Uma ilusão tão grande quanto a de que temos comunhão por termos uma multidão de contatos, mas que são apenas sinais e não corações. Satanás conseguiu afastar-nos uns dos outros, iludindo-nos com falsos sentimentos de presença. As lembranças pessoais que temos dos nossos amigos vão aos poucos se tornando matéria de museu, geralmente anteriores à facilidade das múltiplas comunicações que estão à nossa disposição hoje.
 
Irmãos, choro pela partida do meu amigo. Choro por sua esposa, companheira fiel, que morreu ao seu lado. E choro muito mais pelas criancinhas lindas, aqueles alemãezinhos, que não pediram para nascer e não tiveram a chance de desfrutar da adolescência, juventude, vida adulta, casamento, criação de filhos e envelhecimento. Como entender os desígnios de Deus? Como entender a permissão de Deus? Talvez só na glória celestial compreenderemos. Mas, sem dúvida alguma, ELE SABE O PORQUÊ PERMITIU. E reverentemente damos a Ele graças por tudo, até pela dor intensa. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1Ts 5:18)
 
Penso na sua casa. Algum familiar irá abri-la, se já não o fez. Camas que nunca mais receberão os seus moradores. Mochilas de escola que não serão mais abertas. Bibliotecas que não serão mais consultadas. Documentos que perderão o sentido de existir. Cozinha montada que não terá mais a quem servir. Jardim que não será mais regado. Sala que não testemunhará nenhuma reunião familiar. Telefone que não tocará mais. Vozerio tão costumeiro que não estará mais disponível. Creio que o que sinto agora nem às paredes conseguiria confessar...
 
Ah, bendita certeza a nossa, de que a vida não termina aí! Se terminasse seríamos os mais infelizes de todos os homens! Jonas, Clarice e os seus filhos criam em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, tinham a Cristo como o único mediador entre eles e Deus e construíram a vida sobre a rocha dos séculos! Cristo prometeu-lhes vida eterna e esta vida eles a possuem! Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; (Jo 11:25)
 
Jonas não era um batista clássico, como eu. Mas onde está escrito que eu deveria ter comunhão apenas com quem milimetricamente pensasse do meu jeito? A minha vida cristã tem sido dirigida a comungar com todo aquele que ama a Jesus Cristo como eu, ainda que em alguns pontos da teologia e eclesiologia tenhamos pensamentos divergentes e, em alguns casos, irreconciliáveis. Mas não há questão suficiente que limite a comunhão entre dois salvos pelo Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário, que crêem piamente em seu nome e ressurreição! Jonas era meu irmão, meu amigo, um querido de minha alma.
 
Meu leitor: até quando estaremos escondidos numa falsa comunhão de milhares de contatos e curtidas, sem desfrutar de um contato pessoal com os nossos irmãos e amigos? Até quando protelaremos aquela visita, aquele telefonema, aquele contato prometido e nunca cumprido? Creia-me: um dia alguém ficará desolado, quando uma mensagem aparecer na mídia social: "fulano morreu". Pode ser que seja ele. Mas, se não for você o leitor, certamente ele saberá do seu falecimento.
 
Não espere isso acontecer.
 
Até breve, meu saudoso amigo Pastor Jonas! Até breve, família Sommer! Encontrar-nos-emos no Céu, não por nós, por nossos méritos, pois não os temos; mas pelos méritos de nosso Senhor Jesus Cristo, único e suficiente salvador!
 
Wagner Antonio de Araújo,
com lágrimas e dor, com intenso sofrimento.

16/02/2018

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...