quinta-feira, 21 de maio de 2020

memórias literárias - 884 - A ERA DOS LIVROS

A ERA
DOS
LIVROS

884
Leio hoje nos noticiários que estudantes estão se dividindo entre os que têm e os que não têm muito acesso à internet; por isso se julgam afetados os que não possuem planos de conexão amplos.

Sou do tempo em que pesquisas eram feitas em livros, a maioria na biblioteca do bairro. Ali entrávamos, dávamos o tema do trabalho para a bibliotecária, aguardávamos e, em minutos recebíamos uma meia dúzia de compêndios e a permissão para sentarmos numa das mesas ali existentes. Passávamos duas a três horas pesquisando o assunto, escrevendo com lápis e caneta o que era importante e depois saíamos, prontos para preparar o trabalho.

Sou do tempo em que livros eram presenteados no aniversário. Eu recebi ao nascer três volumes de Fábulas de La Fontaine, nome absolutamente desconhecido da maioria dos humanos desta geração. Aos poucos fui ganhando os livros de escola e, quando comecei a trabalhar (aos doze anos), nunca deixava de passar numa livraria, num sebo (onde livros usados eram vendidos) sem comprar um ou dois. Foi lá que adquiri a coleção Vagalume e Para Gostar de Ler, da Editora Ática. Foi durante a adolescência que comprei coleções que eram vendidas em fascículos nas bancas de jornais.

Quando me tornei colegial e depois universitário comprei os livros referentes às minhas áreas do saber: livros teológicos, livros de história, livros sobre contabilidade, vendas, psicologia. E com isso formei uma biblioteca considerável. Ao longo do tempo, adquiri as famosas enciclopédias Barsa, Michaellis, Trópico, Quillet, Êxitus, LaRousse e Britânnica usadas. Mas eram conquistas.

Enfim chegou o século XXI e com ele a tecnologia dos livros em pdf. Os livros em papel perderam espaço e começaram a enfiar tudo nos computadores. Com esse advento veio também a internet e as fraudes. Pesquisas inteiras feitas com base em informações falsas tornaram-se sem valor. Mas o excesso de mentiras deu origem a divulgação de mentiras com cara de verdade e hoje são necessários estudiosos para fazer análise de NEWS e FAKE NEWS. Hoje, dificilmente um estudante abre um livro para ler.

A onda entrou nas igrejas também. Antes íamos munidos de bíblias e hinários para a Casa do Senhor. As bíblias dos adolescentes eram encapadas com jeans e as das meninas cheias de adesivos, flores e enfeites. Os rapazes tinham bandeiras de times e de esportes. As passagens importantes eram destacadas com canetas e cores, na medida em que os textos falavam ao coração. As margens eram recheadas de anotações que fazíamos ao longo do tempo. Os cânticos avulsos vinham em pastas especiais e sabíamos os números de cada um. Depois surgiu o retroprojetor que tirou a pasta de nossas mãos. Então criaram o datashow e acabaram por tirar bíblias e hinários do povo de Deus. E chegou o celular, colocando tudo num aparelho artificialmente perfeito, onde escolhemos as letras, as cores, o tamanho e até o som, mas transformou o aprendizado pessoal em mero aparelho automático que faz tudo em nosso lugar. Alguns até oram em lugar do crente!

Precisamos voltar aos livros. Precisamos saborear a sensação de folhear as páginas amareladas de uma publicação preciosa. Precisamos anotar o conhecimento. As pesquisas precisam ser feitas pessoalmente, sem a intervenção de uma máquina. Precisamos aprender de novo a ordem alfabética e como redigir um trabalho sem o uso de modelos pré-formatados. Os nossos jovens não aprendem a pensar, não aprendem a descobrir, não aprendem a viver sem o elemento eletrônico. E agora, com a pandemia, a guerra pobres e ricos se evidencia. Mas talvez os concorrentes não sejam bem identificados. Seria mais apropriado dizer: os que conseguirão superar os obstáculos e os que não viverão sem as comodidades.

Conheci um homem que era professor. Ele conseguiu estudar às custas de livros que achava no lixo. Ele não tinha dinheiro para comprá-los. Ele usou toda a informação encontrada. Conseguiu galgar os degraus do conhecimento e alcançou os seus objetivos. Conheci uma moça que falava inglês fluentemente. Ela aprendera sozinha, com meia dúzia de discos de vinil e fascículos de banca de jornal. Conheci um rapaz que dava aulas de matemática e que ajudava a todos os colegas sem ter nenhuma máquina calculadora. Ele tinha algo mais poderoso: a força de vontade no bom uso de sua inteligência.

Ouvi de um pastor triste um lamento que talvez seja o de muitos que me lêem. Ávido por repartir o seu conhecimento, passou a gastar os cultos no meio  da semana com o estudo bíblico versículo por versículo, explicando minuciosamente o significado de cada palavra, dos temas abordados, do contexto em que se encontravam, da idéia do autor, da relação com o resto da bíblia. Ele preparava-se como se fosse lecionar para um time de alunos gigantesco, ainda que fosse falar para meia dúzia de crentes. Mas ele contou-me que desistira disso, pois aqueles poucos crentes, conquanto inteligentes e letrados, achava muito chato estudar a bíblia assim. Eles queriam algo mais NISSIN MIOJO, de um versículo só, com uma lição só, de preferência algo que turbinasse a fé e erguesse o ego. Que tristeza! Basta ver as atuais lives de pandemia, as milhares de transmissões, e veremos a mesma pobreza temática das mensagens. Nada mais profundo que um misto de "tenha fé" ou "você vai vencer"(com raras exceções).

E agora vou encerrar este longo texto. Afinal eu já sei que não terei praticamente nenhum retorno (envio para mais de 50 mil contatos), pois ninguém lê algo maior que dez linhas hoje em dia. Se você chegou até aqui é uma exceção - e lhe agradeço a deferência.


Wagner Antonio de Araújo.

terça-feira, 19 de maio de 2020

memórias literárias - 883 - COBERTINHA DE CRIANÇA

COBERTINHA
DE
CRIANÇA
883

Quando o meu sobrinho João Pedro nasceu, há doze anos, uma cobertinha entrou para a família. Uma manta de bebê, um cobertorzinho para aquecê-lo nas noites frias e acompanhá-lo pelas andanças. Não era uma peça cara ou requintada; era uma cobertinha simples, mas muito prática.

João Pedro ganhou uma irmãzinha, a Mariana. E então a cobertinha também foi aquecê-la. Certamente ela tinha a dela, mas durante muitas noites a coberta foi compartilhada. Foram cinco anos de família.

Deus resolveu dar-nos filhos também. Nasceu Rute Cristina, a minha primeira princesa. Uma joia de menina. Ela cresceu e se desenvolveu. Em uma de suas visitas aos priminhos João e Mariana, apossou-se da cobertinha e não teve quem conseguisse tirar-lhe. Rute passou a ter na cobertinha uma extensão de si mesma. Onde está Rute? Procure a coberta. Onde está a coberta? Procure pela Rute.

Nasceu o meu segundo, Josué Elias. Também ele teve a sua cobertinha, mas assim que cresceu queria a todo custo tomar a mantinha da Rute. E essa briga se manteve por muitos meses. Foi então que Deus nos deu a terceira filha, a Maria Isabele, uma jóia de menina.

Para espanto nosso a Rutinha decidiu presentear a irmã com a cobertinha. "Por que, minha filha?" "Porque eu amo a minha irmãzinha". Que lindo! A nossa Maria passou a ser coberta pela velha mantinha dos pequenos. Uma cobertinha que acompanha a família.

Pensei na semelhança desse cobertinha com outras coisas preciosas que nos acompanham pelos anos afora, riquezas que são passadas de pai para filho.

Mamãe sabia fazer um bauru (lanche), que ninguém mais sabia fazer igual. Ela aprendera com a minha avó Silvia, que aprendera com a sua mãe também. Esse conhecimento passou para a minha esposa e para a Milú, minha irmã adotiva. Pode-se dizer que o bauru está há cem anos em nossa casa. Meu avô João usava polvilho Granado após a higiene; o meu pai também o usava. Eu o uso desde sempre e os meu filho provavelmente usará. São mantinhas de família.

Mas há uma coberta que entrou em nossas vidas por ocasião de minha conversão a Cristo. Foi o evangelho de nosso Senhor. Através da Bíblia eu fui apresentado ao Deus verdadeiro, Senhor do Céu e da Terra, que havia criado o homem para o louvor da Sua glória. O homem abandonou a glória de Deus e trouxe sobre si a condenação eterna, da qual sozinho jamais poderia se livrar. Na Bíblia eu encontrei a solução deste problema: Deus enviou o Seu Filho Jesus Cristo para nos ensinar a Sua Palavra, para sofrer, morrer e ressuscitar por causa de nossos pecados. E hoje nos oferece perdão completo e vida eterna se nEle confiarmos de todo o nosso coração. Eu cri em Seu Nome; confessei os meus pecados e Ele me deu a vida eterna. Eu não serei mais condenado; o Inferno já não será o meu destino. Devo isso ao amor de Deus. E por causa desta salvação eu trouxe aos meus familiares esta mensagem. A maioria deles (tios e parentes) não quis ouvir. Mas - e bendito seja Deus por isso! - os meus pais e o meu irmão também abriram o coração e receberam o perdão de Deus.

Quando me casei esta manta, esta cobertinha que agora era de nossa família veio comigo. A minha esposa também havia entregado o coração a Jesus. Estávamos debaixo do calor da mesma coberta, a salvação em Cristo. Agora, quando nossos filhinhos chegaram, fruto da graça do Senhor para conosco, temos colocado cada um debaixo da mesma manta, ensinando-os a amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si mesmos e a colocar a sua fé em Jesus Cristo e não em fábulas e ficção infantil. Quando assistem a um desenho que não é bíblico, eles dizem: "Isso é só estorinha, né, papai?". Quando vêem um bíblico dizem: "È a Palavra de Deus, né, papai?" A minha esperança é que eles não só se abriguem debaixo dessa cobertinha ao longo de sua infância, adolescência e mocidade, como também a levem para os lares que venham a formar, cobrindo com ela os filhos que Deus porventura lhes der.

Vejo nesta quarentena muitas cobertas familiares que são diferentes da nossa. O facebook traz coisas inimagináveis aos nossos olhos: filhos ficando nus e sensuais diante de seus pais, brigas terríveis entre os membros da casa, o uso de tóxicos e de bebidas alcoólicas, a linguagem chula e imunda dos pais e dos filhos, a promiscuidade reinante e a mentira perpetuante. Os valores destas vidas, impressos no coração e que os cobre como uma manta, os escraviza a tudo o que não presta, a tudo o que não edifica e que não satisfaz. Mesmo os religiosos, quando não guiados pela Bíblia e pela sensatez, não passam de reprodutores de uma religiosidade que não transforma o âmago dos corações. Quando a coberta é divina, quando vem de Deus, ela traz paz, harmonia, respeito, hierarquia familiar, responsabilidade, limpeza, linguagem sadia, o cultivo da verdade. E isso somente Deus pode dar, mediante Jesus Cristo e a luz de Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

Ah, coberta preciosa,
Que aquece os pequeninos,
Uma peça graciosa
Do vestuário dos meninos.

Mas coberta permanente
Que aquece o coração
É aquela que na mente
Edifica e traz lição.

Os exemplos de valor,
As virtudes do exemplo,
São mensagens de amor
Que na memória contemplo.

O trabalho de meu pai,
A dedicação da mãe amada,
A saudade que não sai
A lembrança tão guardada!

O perdão que foi cedido,
A chance nova que foi dada
O amor do qual preciso
E o ânimo na jornada

Tudo isso eu  recebi
Como jóias num baú dourado
As palavras que eu ouvi
O exemplo que me foi dado

São cobertas valiosas
Que permeiam o meu viver
As virtudes preciosas
Que formam o meu ser

Recebidas de meus pais,
Que souberam me educar,
Construindo vida e paz
E meu futuro transformar

Mas uma manta mais preciosa
Que recebi quando adolescente
Foi a mensagem tão amorosa
Do meu Deus, que é tão presente!

Ele, que tanto me amou,
Enviando Seu Filho ao mundo
O meu ser transformou
Tornando limpo o coração imundo

E salvação me concedeu
Por Jesus Cristo, o Salvador
Vida eterna prometeu
Bênção graciosa de Seu amor.

Eu desejo com grande esperança
Para cada leitor de meu texto
Uma coberta de criança
Na sua história e no seu contexto

Exemplos vívidos deixados,
Memórias de ensinos corretos,
Que serão, por fim doados
Aos que nos seguirem, por certo

Mas a principal herança
E a manta que nos aquece
É em Cristo ter esperança
Fé, estima, amor em prece!

Bendita cobertinha de criança!


Wagner Antonio de Araújo

sábado, 16 de maio de 2020

memórias literárias - 882 - HOUVE UM HOMEM DE DEUS

HOUVE UM
HOMEM DE
DEUS
882
 
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. (Jo 1:6)
 
A época era tenebrosa na história de Israel. Dominado por Roma, escravizado no meio dos povos, sem direito ao rei davídico, a pagar altíssimos impostos, Israel ansiava pelo Messias prometido, o ungido, o rei que tiraria de seu pescoço o jugo tão pesado. A época era difícil e a intervenção divina estava prestes a acontecer.
 
Foi nesse caldo de instabilidade, sofrimento e opressão que o evangelista João destaca um acontecimento: "houve um homem de Deus". Sim, no meio de tanta tristeza, de tantas notícias ruins, de tanta desesperança um homem de Deus surgiu.
 
Quero destacar algumas coisas preciosas deste versículo:
 
1) ELE EXISTIU - Sim, este homem de Deus tinha nome: João. Ele tinha também um ministério: o Batista, o mergulhador do povo que se arrependia de seus pecados. Ele surgiu ali, veio à existência por ordem e determinação divinas. Mesmo com pais idosos e desesperançados, Deus o fez real, existente e fundamental. Ele fora profetizado no Velho Testamento: Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 3:1)
 
2) ELE FOI ENVIADO - João não foi um mero acidente histórico, um oportunista daqueles tempos fatídicos, um simples essênio que se destacou no meio dos ortodoxos judeus. Ele foi um homem enviado por Deus para aqueles dias. Deus não perdera o controle da história; Ele sabia que a época era chegada e muniu-se do mensageiro adequado para a encarnação de Seu Maravilhoso Filho. Colocou-o no lugar certo e com a mensagem certa para o povo escolhido.
 
3) ELE VEIO DE DEUS - João não foi pré-existente como Jesus. Ele veio à existência no ventre de Isabel, sua mãe, gerado por Zacarias, seu pai, após ter sido notificado disso pelo anjo Gabriel no Santo dos Santos, onde Zacarias servia como sumo-sacerdote de seu turno. Desde o ventre ele já recebera uma missão e expressava a sua peculiaridade. Quando a prima de sua mãe a visitou, enquanto ele era formado no ventre de Isabel, percebeu a presença do Senhor no precioso ventre de Maria e mexeu-se fartamente no útero de mamãe, fazendo-a encher-se do Espírito Santo. Foram delas estas palavras: Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. (Lc 1:44). Um menino especial desde a sua concepção.
 
4) ELE TEVE UM NOME ESPECIAL - Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. (Lc 1:13). O nome veio do céu. "Iohanan", "Yehokhanan", um nome composto do nome de Deus, "Ye", "Io", e "hannah", graça, favor imerecido, perdão divino. Até o seu nome proclamaria a graça de Deus, o amor de Deus, o perdão de Deus. Tudo nesse menino seria importante.
 
5) ELE CUMPRIU A SUA MISSÃO - Ele veio preparar o caminho para Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. E o fez com maestria. Segundo Jesus Cristo "entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista". (Mt 11:11).
 
Diante deste quadro magnífico, épico, magistral, podemos aplicar o seguinte aos nossos corações:
 
A) NÓS EXISTIMOS - Nós estamos aqui em pleno século 21, em plena pandemia do coronavírus, na época das comunicações eletrônicas, dos confinamentos globais, do desemprego em massa e da carestia que só faz piorar. Nós não estamos no futuro que não chegou e nem no passado, que já passou. Somos pessoas reais agora, que estão a vivenciar a história e a escrever o mais dramático capítulo da história recente da humanidade. Somos reais aqui e agora. E devemos ter essa consciência.
 
B) NÃO SOMOS ACIDENTES - Poderíamos ter nascido em qualquer época da história. Poderíamos existir no futuro longínquo ou no passado remoto, ou termos sido um aborto secreto. No entanto estamos aqui. Se lemos este texto é porque fomos alfabetizados, temos olhos que vêem ou ouvidos que ouvem. Temos acesso à comunicação virtual e condições de pagar ou de receber o seu sinal. Não somos um descuido de alguma mulher imprudente; somos pessoas reais, importantes e decisivas na construção do quadro do quebra-cabeças da história. Nós somos importantes.
 
C) DEUS NOS DEU VIDA - Conquanto o nosso nascimento não tenha sido profetizado por ninguém e nem tenhamos sido idealizados para um ministério como o de João o Batista, Ele, Deus, nos proporcionou fôlego, existência, graça, condições de sobrevência e propósito. Muitos são pais e seus filhos jamais teriam existido sem que tivessem gerado. As coisas que construímos, que projetamos, trabalhos nos quais participamos foram e sempre serão especiais e importantes, com propósitos que só nós poderíamos ter realizado. Alguém poderia ter feito melhor? Sim. Também poderia ter sido pior. Mas não foi. Fomos nós. E isto é real!
 
D) TEMOS UM NOME A TORNAR ESPECIAL - Não importa que seja um nome comum, igual ao de milhões. Não importa que não soe bonito aos ouvidos ou cujo significado não seja especial. O meu, por exemplo (Wagner) significa "fabricante de vagões". Certamente não é o tipo de significado do qual se diga "que profundidade"! Mas torná-lo especial é a missão de minha vida. Assim cada um de nós fará com que o nosso nome seja associado ao que fomos e ao que fizemos: "alguém honesto e trabalhador", "amoroso e sincero", "sabia atravessar as crises e superar obstáculos", "foi um cristão verdadeiro no meio de tanta perversidade", "soube viver os valores de Deus em sua rápida existência". Não queremos o nosso nome associado ao que não presta (desonestidade, violência, mentira, corrupção). Somos nós que tornamos o nosso nome especial.
 
E) DEVEMOS CUMPRIR INTEGRALMENTE A NOSSA MISSÃO - Eu soube de uma criança cujo nascimento foi precedido de grandes disputas familiares, de muito sofrimento e de grande decepção. As famílias não se entendiam e não mantinham comunhão. Quando a criança nasceu um milagre aconteceu, apaziguando os conflitos e trazendo paz nos corações. Esta criança durou pouco, pois não tinha condição física adequada. Sua morte trouxe dor, mas deixou um rastro de reconciliação e amizade por onde passou. O tempo que viveu foi pouco, mas fez grande diferença positiva no coração de todos. Nós estamos aqui e não sabemos quanto tempo teremos para viver. O que importa é cumprirmos a nossa missão, fazendo tudo para exaltar o nome de Deus, amar às pessoas que estão ao nosso redor e contribuir para o progresso e a bênção em nossa geração. O que fizermos agora repercutirá para sempre. Assim como não existiria este meio de comunicação sem Thomas Edson, sem Grambell, sem Marconi ou os grandes inventores, também muita coisa não será possível sem aquilo que foi confiado às nossas mãos para fazer. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças. (Ec 9:10).
 
Uma vida relevante e completa começa com a consciência de que por nós mesmos não poderemos fazer nada disso. Nós precisamos de Deus. E Deus apontou o caminho da plena realização: uma vida dedicada a Jesus Cristo, o Seu Filho. Ele é o caminho para uma vida plenamente realizada. Ele nasceu, viveu, morreu e ressuscitou para a nossa salvação. Ele hoje está disposto a transformar em bênção a vida de todo aquele que a Ele se chegar. Vamos fazer isso?
 
Que Deus nos abençoe.
 

Wagner Antonio de Araújo.

domingo, 10 de maio de 2020

memórias literárias - 881 - A RECOMPENSA

A
RECOMPENSA
 
881
 
Um professor trabalha, estuda, busca aprimoramento, participa de concursos, sobe os degraus de sua graduação até atingir o ápice. Ele busca a recompensa. A primeira é ter contribuído para a formação de novos profissionais capazes que exibem por onde passam a qualidade dos ensinos que receberam. Também busca o reconhecimento de sua classe com as honras e os méritos decorrentes da sua dedicação e esforço. Busca um salário que lhe dê a convicção de que valeu a pena dedicar-se, esforçar-se para ter um bom ordenado. Por fim, espera que o seu nome seja celebrado como alguém que fez diferença para melhor.
 
Um político busca a vitória, o melhor resultado nas eleições. Ele faz acordos, entra em negociações, participa de grupos, apresenta-se como a alternativa administrativa para a função a qual se candidata. Ao receber os votos busca ser, de fato, tudo aquilo a que se propôs. A maior glória para um bom político é exercer um mandato de qualidade, ser bem sucedido em todos os seus projetos, ter leis justas aprovadas (caso seja do legislativo) e uma administração forte e promissora (caso seja do executivo). Outra glória é reeleger-se, sinal evidente de sua aceitação. Por fim, quando idoso, torna-se um consultor sempre desejado, esperado. Como é de praxe, terá o seu nome estampado nas rodovias, nas ruas e avenidas, nos memoriais e nas estátuas e deixará um legado a ser lembrado nos anais da história contemporânea.
 
A glória de um médico é a saúde do seu paciente. Foram anos e anos de dedicação incondicional, preparando-se para curar os enfermos, auxiliar os necessitados e tornar-se especialista em sua área medicinal. Após a formatura, após a residência tem a chance de compor equipes hospitalares de renome. Se consegue um feito médico inédito e promissor tem o seu nome ligado ao progresso da medicina e será capítulo nos próximos compêndios das faculdades de medicina. Abre um consultório fino e pode cobrar valores dignos em suas consultas, pois todos reconhecem o seu valor. E quando for idoso poderá ter a sua fundação em prol da ciência, da medicina, dos desamparados e continuar a ser relevante nas próximas gerações. Receber comendas e homenagens daqueles que ajudou a cuidar não tem preço. São as glórias da carreira.
 
E o ministro do evangelho? E o missionário? Onde está a sua recompensa? Muitas vezes o pastor dedica a vida inteira aos cuidados dos enfermos, dos desesperados, dos que precisam de salvação, das igrejas doentes e carentes da graça do Senhor, e, ao final, são esquecidos e demitidos por seus rebanhos, tornando-se páginas viradas de um livro que nunca mais será lido. Missionários vão para os campos sombrios e difíceis, abrem clareiras na floresta do paganismo, semeiam a vida e a salvação, e, depois, quando não são mais úteis, são transferidos de campo e outros levam os louros da vitória. Obreiros de pequeninas igrejas, que jamais faltaram aos seus pequeninos rebanhos, são deixados a deriva pelos ingratos crentes que se seduzem pelas novas agências religiosas do bairro, cheias de luxos que não haviam nas igrejinhas, mas sem a luz de um verdadeiro obreiro do Senhor, pois são pontos de comércio. Os pastores, os missionários, os evangelistas e os obreiros partem, não raras vezes, sem qualquer comenda, homenagem, lembrança ou celebração. Muitos se vão anônimos, desconhecidos por quase todos. E então? Ficarão assim, sem reconhecimento no aquém e sem qualquer memória no além?
 
Mil vezes não! Jamais tal se dará! Há um Deus no Céu, um justo Juiz de todo o universo, que nunca, nunca deixará de recompensar um simples copo de água fria, dado em nome de Jesus e para o trabalho de Deus. Há recompensa sim, mas não aqui! Aqui as igrejas são, muitas delas, injustas. O povo de Deus não valoriza os seus heróis, não dignifica a memória dos que contribuíram pelo progresso do evangelho, não é justo para com aqueles que se queimaram pela obra como uma vela com dois pavios. Inúmeros pastores e obreiros vivem esquecidos, desprezados, relegados a uma lembrança em alguma velha ata, como se valor não tivessem. Ledo engano! Há uma recompensa para o obreiro do Senhor! Mas não aqui. Às vezes há, quando não se trata de bajulação ou de poder político disfarçado. Mas lá no Céu haverá recompensa, galardão, prêmio, memória!
 
Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap 2:10)
 
E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. (1Pe 5:4)
 
Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. (Tg 1:12)
 
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2Tm 4:8)
 
Isso vale para o pastor, para o obreiro, para o evangelista, para o crente sincero, muitas vezes que tanto sofre, tantas dificuldades passa. Vale para os pais e para as mães cristãs, que militam anonimamente no recôndito de seus lares. Vale para os missionários, para aqueles que semeiam a mensagem do Senhor por toda parte onde estão. Há recompensa para o crente. Há recompensa para o salvo. Há recompensa para o cristão. E esta será ETERNA, não se desvanecerá, não será temporária. Isso vale para o médico, o professor e o político quando verdadeiramente cristãos também.
 
Melhor que ter o nome escrito nos anais da história, que é injusta com muitos dos que verdadeiramente mereciam estar ali, é tê-lo registrado nos anais dos que estarão com Jesus Cristo no Reino dos Céus, em vestes resplandecentes e com coroas de glória, que serão ofertadas ao Senhor com amor.
 
Aleluia!
 
Wagner Antonio de Araújo

 

segunda-feira, 4 de maio de 2020

memórias literárias - 979 - A VERDADE VOS LIBERTARÁ

A VERDADE
VOS
LIBERTARÁ

 
879
 
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8.32).
 
Este versículo santo está na boca de cada profano e pagão no Brasil. Usam-no como clichê e chavão para fomentar suas ideologias de ódio ou suas supostas descobertas irrefutáveis. Nada mais distante do que o texto citado dizia. Aliás, se perguntarmos aos que o citam quem disse a frase, certamente responderão: "Jesus". E se perguntarmos para quem Ele afirmou isso não saberão responder.
 
Assim, no afã de colocar a frase na boca certa, na ordem certa, para os destinatários certos, pela motivação certa, quero citar 7 coisas:
 
1) FOI JESUS CRISTO QUEM AFIRMOU - Sim, a frase veio de Seus lábios sacrossantos. São palavras dEle, citadas por João, o evangelista, um dos doze apóstolos. João foi o apóstolo que mais tempo viveu (mais de cem anos), que também escreveu três cartas no Novo Testamento e o livro da Revelação, chamado APOCALIPSE. Ele foi chamado de "discípulo a quem Jesus amava" e "apóstolo do amor". Era irmão de Tiago (o maior, morto pela espada de Herodes logo no início da Igreja de Cristo) e tornou-se o cuidador da mãe de Jesus (o primogênito de Maria, ao ser morto no Calvário, incumbiu-o de zelar pela mãe que deixava).
 
2) ELE REFUTAVA OS JUDEUS - Eles haviam levado uma adúltera pega em flagrante para que Jesus a apedrejasse (ou concordasse com isso). A Lei de Moisés dizia que ambos, homem e mulher, pegos em adultério, deveriam ser apedrejados (não apenas a mulher). Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (Lv 20:10). Como não consideravam a mulher, à revelia da própria Lei, iriam puni-la, esquecendo-se do homem. Jesus é colocado no centro da controvérsia e expõe a hipocrisia deles: "E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. (Jo 8:7). Então passam a discutir o ministério de Jesus, se Ele realmente era o Messias. Passam a dizer que Ele testificava de Si próprio, perguntavam quem era o Seu Pai etc. Afirmou-lhes que iriam buscá-Lo, mas não O encontrariam. Questionaram se Ele queria suicidar-Se ou que lhes apresentassem o Seu Pai. Ele afirmou: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis quem EU SOU. (Jo 8:28). "EU SOU" aludia ao conhecido texto de Êxodo 3.14, quando Deus se identifica como JEOVÁ, "EU SOU O QUE SOU". Alguns que o ouviam passaram a crer nEle. Então afirmou A ESTES: "Se permanecerdes na Minha Palavra sereis Meus discípulos. E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". (João 8.31-32).
 
3) JESUS ERA A VERDADE - Ele afirmou categoricamente em outro capítulo: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14:6). Conhecer a verdade é conhecer a Jesus Cristo. E quem conhece a Jesus Cristo o faz através da Bíblia, a Palavra de Deus. Em sua oração sacerdotal Jesus afirma: "Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade". (João 17.17). Diante de Pilatos Jesus declarou:  Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo 18:37).
 
4) SOMENTE ESTA VERDADE SALVA O HOMEM - Era isso que Ele queria dizer: quem O conhecesse como Senhor e Salvador seria salvo, transformado, perdoado, santificado, esclarecido. E quem não O conhecesse não seria. Ele não falava de ideologia política, nem de confronto de idéias, nem de debates filosóficos e nem de teologias diversas. Ele falava DELE MESMO, isto é, CONHECEREIS A MIM E EU VOS LIBERTAREI. A continuação de Seu diálogo corrobora com esta afirmação: "Se, pois, O FILHO vos libertar VERDADEIRAMENTE SEREIS LIVRES" (idem, verso 36).
 
5) ARRANCAR O TEXTO DO CONTEXTO É PRETEXTO - Hoje tudo tornou-se plástico e falso, inclusive essa frase na boca de incautos e falsos cristãos, políticos e enganadores da fé pública. Assim como uma pérola no focinho de uma porca evoca bizarrice (uma porca não combina com um enfeite de tal magnitude) também é bizarro ouvir um político, um ideólogo ou um defensor de alguma idéia usar livremente a frase de Jesus Cristo sem atentar para o seu verdadeiro significado! Macularam o que Cristo disse, secularizaram o que era celestial, materializaram o que era espiritual!
 
6) CRISTÃOS QUE UTILIZAM A FRASE POLITICAMENTE SÃO PECADORES - Sim, pastores e formadores de opinião cristãos que utilizam-se dessa frase para defender os seus políticos de estimação, os seus criminosos de preferência ou as ideologias que mais cabem na sua cabeça secularizada pecam gravemente contra o Senhor. Amanhã dirão: "MEU POLÍTICO É O PÃO DA VIDA", "MEU LÍDER É O MESSIAS PROMETIDO", "MEU PARTIDO É O POVO ESCOLHIDO DE DEUS". Anátema aos blasfemos que lançam as suas pérolas aos porcos deste mundo que chafurda no pecado!
 
7) ESTÁ NA HORA DE DIZERMOS "NÃO" PARA TAMANHA AGRESSÃO AO EVANGELHO - Deus NUNCA autorizou transformar o Senhor Jesus Cristo em agente de manobra para poderes políticos, para convencimento ideológico ou para enganar os incautos religiosos evangélicos e conservadores na luta de classes e de partidos políticos. "O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO. SE FOSSE OS MEUS SÚDITOS LUTARIAM POR ELE". Quem disse isso foi JESUS em João 18.36.
 
Chega de engano! Chega de logro! Chega de ídolos da política! Chega de militância no reino do deus deste século, do príncipe deste mundo, quem cegou os olhos dos homens e os conduz ao erro, ao pecado e a falsa religiosidade. Chega de meter o evangelho nos palácios governamentais! SÓ JESUS CRISTO É A VERDADE.
 
Que O conheçam e sejam libertados de tanta mentira e logro!
 
Wagner Antonio de Araújo.
 

Obs: aos adoradores de políticos, por favor: NÃO ME REPLIQUEM. Deletem-me e será o suficiente.

domingo, 3 de maio de 2020

memórias literárias - 878 - TERRIVELMENTE EVANGÉLICO

TERRIVELMENTE
EVANGÉLICO

 
878
 
Quando eu me converti evangélico era sinônimo de crente, de protestante, de "bíblia", de gente que não seguia o catolicismo, que se vestia decentemente, que não adorava às imagens, que não falava palavrões, que tinha vida limpa, honesta, que era simples e que não perdia oportunidades para falar do amor de Deus e da salvação em Cristo. Evangélica era a igreja protestante do bairro, sem imagens, sem altares, mas com cara de igreja (ou não), que enchia de gente no domingo, famílias inteiras que iam adorar ao Senhor. Evangélico era o amigo que não participava de rifa, que não estava na roda de piadas sujas, que vivia numa paz que ninguém mais possuía. Evangélico era o novo testamento cinza, distribuído na porta da escola, dos Gideões Internacionais, temido pelos pais como livro dos crentes e não recomendado para a leitura.
 
Depois evangélico tornou-se grife, moda, lugar de status na sociedade. Com o advento dos oportunistas chamados cantores gospel e igrejas moderninhas passaram a cativar jogadores de futebol, de origem evangélica, que cantarolavam as músicas populares desses grupos. Também se tornou símbolo da decadência da cultura: a Rádio Scalla 99 FM, a Rádio Musical FM, a TV Record e tantas outras, antes segmentadas para os seus públicos-alvo, tornaram-se propriedade das igrejas imperiais do comércio da fé e estigmatizaram a opinião de que evangélico era ladrão do dinheiro dos fiéis iludidos pelos falsos milagres. Evangélico também tornou-se um grupo político, cuja força fez-se ver nos pedidos de apoio que os candidatos solicitavam na época das eleições. Pastores impostores subiam nos eventos de Camboriú e tornavam-se deputados, senadores, governadores. Evangélico tornou-se sinônimo de politicagem.
 
Hoje evangélico tornou-se sinônimo de ladrão. Líderes dessas igrejas comerciais são os que se impõe sobre o governo federal e inúmeros estaduais e municipais. Misturaram a fé com o roubo do dinheiro público. Transformaram o "Templo do Senhor" em "covil de ladrões", trocando orações e ajuda espiritual por cargos políticos, verbas orçamentárias e multidões de gado a correr para onde lhes for orientado. Pastores tornaram-se adúlteros, ladrões, corruptos, traficantes, suicidas e ícones de tudo o que não se deve fazer. Líderes dessas seitas satânicas chamadas evangélicas emporcalharam o termo, deixando os verdadeiros evangélicos incomodados em ainda usarem essa classificação. Quando um presidente da república dobra o joelho diante de um dos maiores ilusionistas da fé e empresário da boa fé pública, então percebe-se que o deus deles é MAMOM e não JEOVÁ. A salvação deles se chama DÓLAR e não JESUS. E o céu deles se chama PARAÍSO FISCAL e não NOVA JERUSALÉM.
 
Quando o termo evangélico torna-se sinônimo de roubo, seria bom encontrarmos um termo que reclassificasse os autênticos cristãos prostestantes crentes, órfãos muitas vezes de igrejas dignas e de representantes ilibados nas esferas mais elevadas da sociedade.
 
O nome deste fenômeno é APOSTASIA. E a indicação deste fenômeno se chama PAROUSIA, "A VOLTA IMINENTE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO".
 
Ora vem, Senhor Jesus!
 

Wagner Antonio de Araújo, um crente TERRIVELMENTE incomodado em ser chamado de "evangélico" segundo o uso vulgar desta corrompida palavra...

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...