quarta-feira, 29 de maio de 2019

memórias literárias - 783 - TÃO INSIGNIFICANTE ...


TÃO
INSIGNIFICANTE...

 
 
783
 
O meu amigo diácono Kleber Antunes escreveu-me ontem, compartilhando uma bênção. Dizia que, enquanto descia uma estrada do Maine, nos Estados Unidos, país onde mora, ouviu-me pregar na Rádio BBN. Escreveu-me para louvar ao Senhor. Eu pensei: como isso é possível?
 
Lembrei-me de quando fui convidado pela irmã Ana Maria Suman Gomes, a incansável obreira da EBAR, Escola Bíblica do Ar, para que eu fosse um dos colaboradores dos programas radiofônicos que mantém desde a época de seu saudoso pai, o inesquecível Pastor David Gomes. Disse-me que poderia produzir os meus áudios em meus próprios equipamentos, uma vez que deslocar-me para o Rio de Janeiro e estar no estúdio seria difícil.
 
Busquei um microfone apropriado, uma vez que seriam gravações de propagação profissional. Encontrei alguns muito caros; outros nem tanto. Testei vários deles. As gravações não saíam à contento. Às vezes o som saía afunilado, outras sem os "s" das palavras. Uns davam a impressão de que falava de um rádio de pilha; outros, traziam ruídos semelhantes a chuva. Depois de muita busca descobri que a solução estava bem na minha frente, sem custo nenhum: o meu velho e barato microfone do computador!
 
Sim, feio e simples, de custo baixíssimo (menos de 1 dólar), e que me ajudara inúmeras vezes no meu trabalho com a Rádio Naftalina Web, emissora amadora que mantenho há dez anos. Passei a gravar as mensagens tendo a ele como o microfone oficial. A irmã Ana disse que o som estava muito bom e que eu sempre o utilizasse. Quem diria!
 
Isso fez-me pensar não apenas no microfone, um simples e inexpressivo equipamento de mesa. Fez-me pensar em mim como uma pessoa tão pequena e irrelevante. Enquanto há tantos pelo mundo com maior capacidade intelectual, cultural e social, enquanto há tantos cujos nomes atrairiam multidões, quis Deus usar este Seu filho tão comum, para que se tornasse, ao lado de outros, pregador do evangelho. E para isso usou de um microfone comum, barato e simples! Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, (2Co 3:5)
 
Deus é assim. A glória sempre será dEle. E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido? (1Co 4:7). Ninguém admira a lenha de uma boa lareira, mas sim o fogo que dela toma conta, aquecendo e iluminando. Também na obra de Deus o importante e o destacável não é a pessoa ou o equipamento, mas a mensagem que se prega e que se transmite. É necessário que ele cresça e que eu diminua. (Jo 3:30). Se for do Senhor Ele cresce, Ele é exaltado, Ele é Salvador, e o emissário é apenas um microfone barato, simples, mas à serviço do Mestre. E Deus é tão bom que, apesar de tudo ser obra dEle, ainda dará galardão, recompensa, a quem, de fato, serve-Lhe com dedicação e fidelidade. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. (1Co 3:14). Hoje eu cuido com carinho deste microfone tão pobrezinho que tenho, pois através dele eu posso pregar o evangelho em lugares que jamais imaginaria ir. Até no Maine, nos Estados Unidos!
 
Caro leitor, não se sinta sem valor diante de tanta grandiosidade ao seu redor. O Criador pode usá-Lo com poder em tudo o que fizer! Mas o Senhor me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. (Jr 1:7). Foi assim que Ele fez com o prisioneiro José, filho de Jacó: tirou-o da condição de prisioneiro e refugiado e colocou-o como primeiro ministro do Egito! Deus fez do refugiado Daniel e de seus três amigos os prefeitos de Babilônia, e isto no tempo do exílio! Deus fez do ruivo e franzino rapaz Davi o grande rei de Israel, de cuja linhagem veio o Messias em Sua genealogia humana. Assim, não será novidade nenhuma que Deus use a sua e a minha vida para a Sua glória e que possamos realizar algo que glorifique ao Nome dEle de alguma forma. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; (1Co 1:27)
 
Portanto, diante disto, pense: Deus é quem opera em nós o querer e o realizar. Por que não submeter-me à Sua vontade e dispor-me à missão que Ele está a me confiar? Por que não obedecer? Deixemos de falsa modéstia; abracemos com dedicação a obra que Ele nos confia! Seja visitar enfermos, cuidar de desamparados, ajudar a familiares, pregar, lecionar, ensinar, empregar os dotes profissionais para a obra do Senhor, cantar, distribuir literatura, pastorear, ir ao campo missionário; não importa: o Senhor pode fazer de um simples microfone um instrumento para ser porta-voz do Reino dos céus.
 
Obrigado, Senhor, pelo meu inexpressivo microfone, que tornou-se audível em tantos lugares! E pela minha vida, tão pequenina e comum, mas escolhida por Ti para realizar a Tua vontade. Glória, pois, ao Teu Santo Nome!
 
Wagner Antonio de Araújo

 

terça-feira, 7 de maio de 2019

memórias literárias - 782 - INDIGNIDADE E INSENSATEZ

INDIGNIDADE E
INSENSATEZ
 
782
 
Temos um presidente da república que não se conscientiza da grandeza de sua função e age como se estivesse na sala de sua casa, falando e escrevendo o que quer, não dando conta da repercussão de suas expressões em toda a sociedade internacional. As brigas internas, as palavras de baixo calão, a falta de polidez, de controle nas aparições públicas, de ajuste e sintonia dos atos governamentais expõem o que de pior existe na liderança de uma grande nação. Muitos que nele votaram já se arrependeram amargamente. Nada justifica tamanha mediocridade, indignidade e insensatez.
 
Trocamos uma ideologia de esquerda que conduzia o povo ao seio do inferno e nos encontramos com outra cuja porta a qual nos leva é a mesma. Seus ideólogos xingam, vomitam, vociferam, agridem, perseguem, são nefastos e passam como um rolo compressor em todo aquele que ousa discordar de seus métodos ou de alguma de suas propostas. A militância de direita é tão repugnante e nociva quanto a de esquerda. Mudam-se as cores, mudam-se as bravatas, mas continuam mergulhados na lama do pecado, da falta de amor ao próximo e da cegueira humana. São gangues de frases diferentes, mas que mantém as mesmas fogueiras, os mesmos paredões, as mesmas balas e os mesmos cemitérios clandestinos. Mundo tenebroso é este...
 
Temos pastores que não se comportam nem como crentes. Vivem as suas vidas à luz dos desejos de seus corações. São imorais, adúlteros, bígamos, infiéis, falam palavrões, embriagam-se, são iracundos, não observam os princípios da Palavra de Deus e, ainda assim, são os líderes das igrejas atuais. Os rebanhos do Senhor são conduzidos por gente insana e maligna, que impregna o culto com as carnalidades de uma vida sem Deus. Suas posições são conseguidas às custas de apoios políticos, diplomas comprados e títulos jactanciosos mais parecidos com o ato de jogar confete e ficar por baixo para sentir-se celebrado. Não há mais oração, temor, obediência, busca do céu, relevância da Bíblia ou ordem das coisas. Os pastores destróem a igreja do Senhor.
 
Temos uma mídia que expõe o que de mais podre existe no ser humano, e sem nenhuma censura, controle ou filtro. Todos têm acesso a tudo. E o mal prevalece e se propaga. Assim, diante de um povo com acesso a tudo vemos a linguagem chula tornando-se o vulgo generalizado. Vemos a prostituição sendo institucionalizada. O mal das tatuagens e dos adereços na pele tornou-se apetrecho necessário para uma geração que busca algum referencial. As novas versões da história são escritas, defendidas, irradiadas como a verdade, não importando que tenha sido construída na mente chapada de algum ordinário em transe de drogas. Tudo o que é nojento, repugnante e depravado é tido como a verdade. A descompostura social torna-se a regra.
 
Que mundo é esse? É um mundo que jaz no Maligno. É um mundo onde os exus sambam dentro dos cultos evangélicos. É um mundo onde o mal foi entronizado como deus e os cristãos nominais o adoram como se fosse a verdade. A árvore produz frutos podres e mortíferos, mas a plebe continua a comer avidamente tudo o que se produz. Não há mais discernimento, não há mais razão, não há mais limite, não há mais referencial. Professores não ensinam, mas pervertem; médicos não tratam, mas matam; administradores não gerem, mas levam à falência; pais não educam, mas abusam dos filhos; jornalistas não informam, mas deformam a notícia; crentes não crêem, mas inventam lendas e releituras de seu deus. Este é um mundo tenebroso, uma Sodoma a céu aberto, uma Babilônia em pleno império. Satanás implanta chips na pele humana e mantém o mundo submisso à sua imagem, ao seu ícone, nas telas dos celulares e telemóveis. As pessoas não olham mais para os lados, para o próximo, para dentro de si; elas só olham para a tela de um aparelho, verdadeiros mortos que andam, zumbis encantados com um som hipnótico. Tudo tornou-se virtual e a vida está por acabar.
 
Nesta fossa aberta que tornou-se o nosso mundo somos chamados para olhar ao alto. Não a buscar um avião, foguete, Nibirú ou extraterrestre. Não para fazer rituais ou poesias. Somos instados a buscar o socorro divino, a graça do Senhor, a olhar para Aquele que nos chama destas trevas para a Sua maravilhosa luz. Somos instados para estarmos prontos e preparados para a Sua volta. Disse Jesus que quando estas coisas fossem assim, que estivéssemos certos: a redenção se aproximava. Assim como há muito calor antes da chegada de uma frente fria de forte intensidade, o mundo experimenta uma multiplicação incontida de malignidade, antes que chegue o Senhor, que vingará todo o mal deste planeta possuído pelos demônios. Então dois estarão a fazer qualquer coisa, um será levado e o outro será deixado.
 
Senhor Jesus, volta! Este mundo tornou-se insuportável! Tenha compaixão de nossos filhinhos!
 
Wagner Antonio de Araújo
07/05/2019

 

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...