terça-feira, 26 de março de 2013

memórias literárias - 50 - SENSO DE EMERGÊNCIA


50 - SENSO DE EMERGÊNCIA
Eu estava me lembrando dos dias em que era um adolescente novo convertido. Se comparado a botânica, eu era uma flor em botão, tudo era novo para mim, o Céu havia baixado na Terra e eu vibrava emocionado! Não perdia um culto, não saía da casa do pastor e de irmãos experientes, estava ávido por aprender mais sobre o Evangelho.
Mas havia uma necessidade emergente: a salvação de minha família. O meu pai estava perdido em seus pecados. O meu irmão era um junior que também precisava de Cristo. A minha mãe era idólatra e, conquanto eu a amasse, ela também não tinha a vida eterna em seu coração. E isto me trazia dor e intenso desejo de vê-los convertidos.
Eu orava intensamente. Enquanto trabalhava como office-boy do BCN mantinha-me em oração. Na hora do almoço gastava tempo clamando ao Senhor. Em casa buscava as oportunidades para falar de Cristo a eles. Mas era tão difícil! Meu pai ameaçara matar-me a tiros se eu fosse batizado; o meu irmão dera-me um tapa no rosto, dizendo que eu não era mais seu irmão; a minha mãe chorara muito porque eu quebrara muitas imagens de escultura que possuía. A luta era grande.
Em 2 meses eu preparei-me para o batismo. O Pr. Timofei Diacov visitou o meu pai e a minha mãe e o clima abrandou-se. No meu batismo várias pessoas da família estavam presentes. Mas não havia decisão alguma. E eu não me conformava com isso.
Foi num regresso do Pr. Timofei Diacov à Igreja Batista em Sumarezinho, para celebrar a Ceia do Senhor (a igreja ficara sem pastor) que Deus atendeu aos clamores meus. Meu pai e meu irmão foram à igreja. Naquela noite o coral cantara SOSSEGAI e na celebração da Ceia do Senhor o meu pai e o meu irmão Daniel converterem-se a Cristo. Aleluia!
Mas o coração de minha mãe era de pedra. Ela tolerava a minha fé, e agora a de meu irmão e de meu pai, mas não queria renegar as tradições italianas familiares. O tempo passou. O ano terminou. E no começo do outro ano, após o carnaval, ao chegar em casa, mamãe veio receber-me. Estava exultante. Disse que convertera-se ao fritar um bife. E explicou-me: enquanto fazia a janta, olhara a imagem de gesso pendurada no corredor com uma luz acesa. Pegou-a para limpar e ver, tirou uma lasca, de onde saiu, além do gesso, um pouco de arame enferrujado e um pedaço de jornal amarelado com a foto de uma mulher de biquini, concurso de Miss Brasil 1960 (ela ganhara a imagem no casamento). Então pensou: é isso aqui que está protegendo a minha casa? De hoje em diante eu só adorarei ao Cristo vivo! E então ela nasceu de novo, converteu-se, ali, junto do fogão. Que alegria eu senti! Meses depois foi batizada e eu pude dizer: EU E A MINHA CASA SERVIMOS AO SENHOR!
Já não sou mais uma flor em botão. Fui flor, sequei e virei semente. Esse processo dói. Nós envelhecemos. Mamãe mora com Jesus no Céu. Papai também. O meu irmão já é casado e é pai. Eu também casei-me. Bendito seja Deus, os meus familiares foram salvos, os familiares diretos. Porém percebo que perdi o senso de emergência. Chamo de senso de emergência àquele sentimento de insatisfação, de necessidade, de clamor, de súplica por algo que precisamos. A salvação de meus familiares era a minha prioridade. Mas eu tenho outros, não diretos de casa, mas tias, tios e primos.
Eu creio que os meus leitores também devem ter familiares que não são crentes. Eles estão perdidos! Pode ser um esposo, uma esposa, um filho, os pais, os cunhados. Se eles não entregarem o coração a Jesus perecerão no Inferno, onde há choro e ranger de dentes, onde o bicho não morre e o fogo nunca se apaga. E, não raras vezes, perdemos o senso de responsabilidade e de emergência e não atentamos para o perigo.
Nós precisamos ter senso de emergência. Nós precisamos levar o evangelho aos nossos familiares e amigos. Ao pé do caixão não adiantará confessar que poderia ter aproveitado melhor o tempo com o falecido e compartilhado do amor e da graça de Deus. Não adiantará dizer ao pai falecido ou à mãe morta que lhes devotava amor, se não teve grande aflição pela salvação da alma deles. Há uma eternidade após o túmulo e de lá nunca mais se sairá. Necessário nos é definir o destino em vida, e se não nos importarmos pela salvação dos nossos entes queridos quem o fará? É certo que não sabemos quem se converterá, quem de fato é "eleito do Senhor", mas a ordem é "ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura; quem crer e for batizado será salvo".
Banalidades, discussões bobas, interesses efêmeros, diversões, churrascos, compartilhamento de bens, nada disso substitui abordar com franqueza o assunto da salvação da alma com os nossos queridos. Precisamos sentir as labaredas da eternidade sem Deus a chamuscar os nossos queridos na eternidade e então, imbuídos de amor, misericórdia e emergência, falar-lhes de sua perdição, do sacrifício do Senhor e da necessidade do arrependimento dos pecados e da fé em Jesus somente.  Não importa que nos persigam. Não importa que nos boicotem. Não importa que nos chamem de lunáticos, fanáticos, prepotentes ou impertinentes. É melhor que se aborreçam conosco até que se convertam do que dedicarem a nós grande simpatia e perecerem na eternidade sem Deus.
SENSO DE EMERGÊNCIA - você tem? Não precisa? Eu preciso! "Senhor, dá-me o Teu senso de emergência, fazendo de mim um evangelista sensibilizado pelo amor aos pecadores, a começar dos que me são mais próximos e caros. Amém".
Eu pedi com fé. Se desejar, peça também.
Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 49 - AÇÕES DE UM CRENTE VERDADEIRO


49 - AÇÕES DE UM CRENTE VERDADEIRO
COLOSSENSES 2.6-7
(inspirado em um sermão do Pr. Silas Falcão em 1957)
23/03/2013
INTRODUÇÃO
1. Como distinguir o verdadeiro crente?
2. Este texto nos ajuda a identificá-lo
I - JÁ RECEBEU A CRISTO
1. Tem que ter existido um começo, um início.
2. "JÁ RECEBESTES", no tempo aoristo do grego, um ponto de começo para uma ação.
3. Significa CONFIAR, CRER, ACEITAR - pela fé
II - SEGUE OS PASSOS DE JESUS
1. "ANDAI NELE" - imperativo presente
2. Não apenas um fato passado, mas uma realidade presente.
3. Isso é prova de fé onde o falso e o verdadeiro se revelam.
4. Não quer dizer que o verdadeiro não tenha problemas, desânimo (Elias, Pedro)
5. Mas a fé supera! (ex: os enfermos Dorothy Whitehead, Pr. Israel Teixeira etc)
6. Devemos andar como Cristo (I João 2.6)
7. Cristo vive em mim (Gálatas 2.20)
III - ARRAIGADO E EDIFICADO NELE
1. Particípio perfeito passivo (RECEBESTES)
2. O segundo no presente passivo (ANDAI)
3. Do jeito que começamos em Cristo (pela fé) é que devemos continuar.
4. RADICADOS - com as raízes em Cristo, de onde nos alimentamos e tiramos o necessário para a seiva
5. Somos chamados de "árvores de justiça" (Isaías 61.3)
6. Paulo nos chama de "lavoura de Deus (I Coríntios 3)
7. No salmo 1 somos árvores viçosas e frutíferas
8. No Salmo 92 diz que "o justo florescerá como a palmeira e crescerá como o cedro do Líbano"
9. Podem vir vendavais, sofrimentos, mas o crente verdadeiro os suporta.
IV - CONFIRMADO EM SUA FÉ
1. Quando Paulo escreveu o texto as igrejas do Vale do Lico estavam contaminadas pela heresia
2. GNOSTICISMO, JUDAIZANTES, pessoas que exigiam obras para a salvação etc.
3. E hoje? Cultos neopentecostais, teologia da prosperidade, liberalismo teológico, mundanismo etc
4. O verdadeiro crente está CONFIRMADO EM FÉ
5. As provações purificam e fortalecem o crente.
6. Ele não abdica da fé, não nega, não desiste.
7. "Mas eu sei em quem tenho crido (II Timóteo 1.12)
8. A vida cristã nasce da fé e vive nela.
9. O crente verdadeiro não naufraga na fé.
V - CRESCE EM AÇÕES DE GRAÇAS
1. "CRESCENDO EM AÇÕES DE GRAÇAS"
2. Dá graças pelo passado (conversão e mudanças)
3. Dá graças pelo presente (comunhão, direção)
4. Dá graças pelo futuro (salvação, céu, vitória)
5. "Em tudo dai graças" (I Tessalonissenses 5.18)
CONCLUSÃO
1. Já recebemos verdadeiramente a Cristo?
2. Estamos andando nEle?
3. Se estamos em Cristo fomos radicados; estaríamos recebendo continuamente a Sua seiva?
4. Temos deixado Deus construir em nós o Seu edifício?
5. A nossa fé tem sido confirmada dia após dia?
6. Temos dado graças continuamente ao Senhor?
7. Que Deus nos abençoe.
(Mensagem pregada no aniversário da Igreja Batista em Jardim Ângela, São Paulo, Brasil, igreja dirigida pelo Pr. Izaías Durães, no dia 23 de março de 2013.
Baseei-me em anotações do Pr. Silas Falcão (com 50% de modificações), no livro MEDITAÇÕES EM COLOSSENSES, da Casa Publicadora Batista, 1957, páginas 83-88, livro presenteado pelo Pr. Timofei Diacov
Wagner Antonio de Araújo

quinta-feira, 14 de março de 2013

memórias literárias - 48 - BATISTAS "PAZ E AMOR"


48 - BATISTAS "PAZ E AMOR"


O povo batista, de um modo geral, era considerado o "povo da Bíblia". Por mais humilde que fosse o crente batista, seu preparo na classe de catecúmenos (batismo) ou na Escola Bíblica Dominical fazia dele um sábio intérprete das coisas do Reino. Para o povo batista a Bíblia era "a única regra de fé e prática".

Então entrou uma turma de inconversos nas nossas instituições de ensino teológico. Gente inteligente e bem articulada que conseguia fazer as provas e driblar os concílios de exame ao ministério pastoral. No princípio esses candidatos eram avaliados publicamente, porém com o tempo passaram a apresentar TCC e/ou exames escritos. Para eles foi muito melhor, uma vez que bastava responder a contento no concílio, dar um bom almoço aos convidados, bajular o pastor presidente e a ordenação estava garantida.

Após a ordenação tudo se tornava mais fácil. Compromissos? Com quê ou com quem? "Com Deus", diziam abertamente. "Não obedeço a homens, não tenho compromisso com a igreja batista". E em nome de Deus passaram a deixar a Bíblia como regra DE PRÁTICA em prol de um pragmatismo tosco e mundanizado.

Foi a geração de BATISTAS PAZ E AMOR. Um jeito novo de ser batista. Novo no Brasil, pois nos Estados Unidos já existia desde a década de 40 e são os pais desses batistas. Emotivos ao extremo, chamaram para si a RENOVAÇÃO ESPIRITUAL da década de 1960, transformando igrejas evangélicas tradicionais em agências do pentecostalismo híbrido: usavam o nome BATISTA indevidamente. A crítica foi ferrenha no início. Mas como tudo é uma questão de tempo e adaptação, montaram para si uma convenção e viveram felizes e alegres (se a situação fosse hoje, a denominação não apenas daria nota dez ao deslize doutrinário como também os transformaria em mestres de seminário e criaria um departamento para angariar fundos para o novo sistema; afinal, tudo é uma questão de GESTÃO, FUNDOS, RESULTADOS...)

Mas outra parte da geração BATISTA PAZ E AMOR continuou na convenção e foi minando, dia após dia, as práticas bíblicas e as pobres igrejas que convidavam esses obreiros estranhos. Em nome da compreensão, do bom convívio, da harmonia, da unidade da igreja ou da célebre frase: "NO ESSENCIAL, A UNIDADE; NO NÃO ESSENCIAL, A TOLERÂNCIA E, EM TUDO, O AMOR", foram inventando seu próprio modo de ser cristão, qual seja: o MÉTODO ESPONJA. Esse método, consistiu no seguinte:

1) Absorveram os costumes da "American Black Gospel" com seus trejeitos, com suas manias, com sua pneumatologia e implantaram essas coisas nas igrejas, transformando uma expressão local num estilo nacional e unificador;

2) Absorveram o "GOSPEL ROCK" com várias performances, vestiram-se de roqueiros e trouxeram o show para os palcos das igrejas, afastando o púlpito ou colocando fogo nele; trouxeram não apenas o estilo, mas a prática do rock and roll;

3) Absorveram o sincretismo religioso neopentecostal, aceitando dentes de ouro, pó de ouro, sopro, cai-cai-no-espírito, unção do riso, do animal, transferência de unção, tarde do descarrego, reunião de empresários, terapia do amor  etc.

4) Foram atrás de todos os métodos de crescimento de igreja e fizeram experiências laboratoriais com cada um deles, formando verdadeiras monstruosidades. Absorveram G12, M12, MIR, ICP, M.D.A. etc. O resultado foi a quebra de muitas igrejas e, de cada dez, a criação de uma mega-igreja, com os restos das que morreram; agora é moda encontrarmos 50 pianistas numa mega-igreja e 50 igrejas pequenas sem um simples violonista ou 30 pastores-membros de mega-igrejas, e 30 igrejas pequenas sem um simples pregador dominical de qualidade;

5) Absorveram as práticas sincréticas dos liberais: Marcha para Jesus, café de pastores, noite da bênção, 40 dias de jejum etc. Transformaram o louvor de igreja (feito por crentes que amavam a Jesus e louvavam com canções, ou evangelizavam através da música) em empresariado gospel, com novos milionários às custas do povo que lhes compra cds e dvds (agora para cantar uma canção de muitos conjuntos ou até de hinários as igrejas estão ameaçadas de ter que pagar DIREITOS AUTORAIS!);

6) Criaram a hierarquia religiosa, uma espécie de episcopado disfarçado (batistas eram congregacionais), ordenaram as esposas dos pastores em pastoras e graduaram pastores de sucesso como apóstolos;

6) Aderiram à modernização das bíblias, através do famigerado método da EQUIVALÊNCIA DINÂMICA, inventando desde paráfrases com o nome de bíblia até versões "a la carte", ao gosto do freguês. Já há batistas amando bíblias católicas e paráfrases; um desses tradutores, após terminar a sua tradução de uma conhecida versão internacional, pulou para outra editora, começando outra tradução (ué, então a primeira não prestou?);

7) Resolveram entulhar o batistério, porta solene de entrada numa igreja batista,  e viver a PAZ E O AMOR, aceitando crentes e obreiros de qualquer método de batismo e qualquer ideologia teológica. Já temos igrejas aqui e no exterior onde os membros são evangélicos de outras terras e igrejas, a maioria não batizada biblicamente e muito menos doutrinada, e criaram sistemas híbridos de administração, como igrejas batistas com PRESBITÉRIO (quando a interpretação batista de sempre jamais diferenciou presbíteros de pastores). Não bastasse isso, as mega-igrejas agora convidam ministros protestantes não batizados biblicamente para serem do "CORPO PASTORAL"; não tardará o dia em que teremos pais-de-santo, médiuns e padres pregando em nossos púlpitos;

8) Em igrejas batistas da Alemanha já é normal vermos PASTORAS, com o instrumento católico de água benta, batizando bebês das famílias que aderem às igrejas (uma família querida testemunhou isso para mim, em viagem que fez de Portugal para a Alemanha, mas eu já não me escandalizo com nada...)


Chamo isso de "BATISTAS PAZ E AMOR". Sim, é um mimo! Para eles ninguém é pecador, todos são filhos de Deus. Qualquer igreja é boa, não importa o conteúdo doutrinário, não importa o tipo de culto, não importa a fé que tenham. Todos são amados e chamados à Mesa do Senhor. Sim, Deus não faz acepção de pessoas, não manda ninguém para o Inferno, só o Diabo é que irá pra lá; isto é, se Deus na última hora não mudar de idéia ou se realmente Diabo existir, pois bem pode ser uma metáfora...


O interessante é que o BATISTA PAZ E AMOR, que hoje está na liderança de várias esferas denominacionais, ama a todos, ama incondicionalmente, mas DETESTA UM BATISTA TRADICIONAL. Aliás, é inimigo visceral dos batistas que não jogaram suas bíblias fora, que não entulharam seus batistérios, que ainda têm a fé dos pioneiros. Eles não toleram batistas tradicionais! Eles os ofendem, os ridicularizam, os ameaçam, usam a mídia denominacional para ameaçá-los e cercear-lhes a liberdade de cooperar sem se alinhar com o pecado. Por isso, os maltratam, não os escutam e os rotulam de FUNDAMENTALISTAS. Sim, é mais fácil rotular assim, pois como não gostam de gente que pensa e que pensa com a Bíblia na mão, qualquer um que não ande na toada do rebanho enganado é classificado como retrógrado e ameaçador.


Isto iria acontecer. A Bíblia já dizia assim. "Nos últimos dias - sobrevirão tempos difíceis - muitos apostatarão da fé".

Talvez eu não imaginasse que isso estivesse tão próximo de acontecer no Brasil, quando andei pelas ruas de High Point, de Pleasant Grove, de Winston-Salem, na Carolina do Norte, Estados Unidos. Enquanto admirava as enormes igrejas batistas ali erigidas, sendo que as menores eram maiores do que algumas grandes aqui do Brasil, a pessoa que me mostrava uma após outra, 100 numa mesma cidade, dizia: "não se iluda, irmão. A maioria destas igrejas, inclusive a PRIMEIRA IGREJA BATISTA, não crê mais na inerrância das Escrituras Sagradas, não crê que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, não crê em Céu ou em Inferno, nem tem qualquer conversão". Perguntei: "então pra que formam igrejas e as frequentam?" Ele disse: "Essas igrejas eram boas. Mas agora a tônica é PAZ E AMOR, sem ofender as pessoas. Eles são amigos, são vizinhos, trabalham juntos, querem um bom clube cheio de paz e amor". Eu disse: "não ofendem ninguém mesmo; só a Deus".

Ouvi um colega contar-me de uma discussão entre um velho pastor com um jovem e muito bem sucedido GESTOR DE IGREJA, desses sistemas modernos de crescimento e "deformação" de igrejas.  Disse o jovem: "vocês, velhos pastores, já eram; agora nós damos pão fresco para a igreja todos os dias!" O velho pastor, tranquilo, mas pontual, lhe disse: "Sim, é bom que a igreja coma pão fresco diariamente, mas desde que seja PÃO DE TRIGO e não FEITO DE JOIO..."

Que os verdadeiros crentes batistas acordem. Que os verdadeiros pastores batistas despertem. E que voltem o seu olhar para Cristo, para a Bíblia, para o Calvário, para a nossa herança de suor e sangue, e que fujam dos crentes batistas "PAZ E AMOR".

"E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz." (Jr 6:14)


Wagner Antonio de Araújo
OPBCB 001
presidente da
ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO BRASIL
ABACLASS - ASSOCIAÇÃO DOS BATISTAS CLÁSSICOS DO BRASIL
www.opbcb.org
bnovas@uol.com.br
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil

memórias literárias - 47 - O QUE SE ESPERA DE UMA CONVENÇÃO?


47 - O QUE SE ESPERA DE UMA CONVENÇÃO?


Quero convidá-los a uma reflexão sobre a relevância e o papel de uma convenção batista.

Sei que estou na contramão do sucesso, pois atualmente a “gestão” impõe “políticas empresariais de resultado” (está em moda usar-se linguagem empresarial e não mais a ministerial).

Batistas não têm bispos, apóstolos, sacerdotes ou quaisquer outras funções episcopais. Não há supremos concílios, sínodos nem presbitérios. O governo batista é democrático, direto e congregacional.

Cada igreja batista é independente, autônoma e soberana. As igrejas tomam suas decisões sem que haja interferência de quaisquer organizações externas. Elas administram a si próprias.

Conquanto independentes, os batistas são COOPERADORES entre si. E, para realizar esse propósito, constituem associações de igrejas, convenções, organizações missionárias, escolas e orfanatos para executar toda espécie de ações positivas que redundem no implemento do Reino de Deus, cumprindo o “Ide” e vivenciando o amor por Deus e pelo próximo.

Em São Paulo, por exemplo, os batistas se reúnem como convenção cooperativa sob o nome “Convenção Batista do Estado de São Paulo” – CBESP. Essa organização tem servido de instrumento na consolidação e expansão do trabalho de Deus.

Através das convenções ajudamos igrejas pequenas, congregamos pastores, enviamos missionários, adquirimos pequenos terrenos para igrejas carentes, mantemos escolas para que os nossos filhos e os filhos dos outros tenham boa educação etc. A estrutura não é de dominação, ou seja, uma diretoria que manda nas igrejas; pelo contrário, o poder emana das igrejas, as quais se reúnem anualmente e elegem sua diretoria, responsabilizando-a por cumprir o programa, os objetivos e os alvos propostos por todas as igrejas.

Sendo impossível reunir todos os batistas num só lugar, cada igreja elege seus representantes e os envia para o local onde são realizadas as assembléias. Ali se deliberam as decisões administrativas e, junto com isso, promove-se a comunhão denominacional, a oportunidade de novos desafios, o intercâmbio musical, artístico, pastoral e pedagógico, a consagração espiritual e o desenvolvimento de estudos e temas relevantes para igrejas e crentes, tudo visando um fim único: o progresso da Obra de Deus na denominação que compomos.

As convenções sustentam-se com ofertas das igrejas locais. Cada igreja compromete-se com o envio de uma verba para a denominação, que a administrará, observando o que as igrejas determinaram em assembleia.

Entretanto, atualmente, algumas convenções, no afã de se modernizar, têm adotado “formatos empresariais”, baseando suas políticas em “resultados”, “nichos” e “eficiência”. Assim, visando produzir assembléias anuais mais “competitivas”, “mais e melhor freqüentadas”, “interessantes e edificantes”, vêm tomando decisões incompatíveis com a identidade batista.

Neste ano (2009) algumas convenções realizaram suas assembléias anuais num período estendido, desenvolvendo atividades artísticas, comerciais e empresariais durante toda uma semana, chamando o evento de SEMANA BATISTA. Contudo, tais mudanças não trouxeram benefícios.
E o que mudou?

1) MUDOU A MÚSICA - Os batistas sempre foram conhecidos pelos ótimos solistas que têm, pelos corais de categoria internacional, por algumas orquestras de igrejas locais, por ministros de música qualificados e, acima de tudo, por um povo que cantava e louvava muito, muito bem. Mas agora isso tem mudado. Nós, os batistas, parece que não somos mais qualificados para dirigir nossos próprios momentos de louvor. Precisamos de “cantores profissionais”, “grupos que vendam bem”, “gente da mídia”, “nomes que atraiam”, que façam frente ao “competitivo mercado gospel nacional”. Que infelicidade! Nós, que ensinávamos nossos jovens a serem criteriosos na escolha de seus cantores e grupos, que buscassem CULTOS E LOUVORES ao invés de SHOWS E EGOS AVANTAJADOS, agora temos para nos DIRIGIR, ENSINAR E CONDUZIR, no chamado LOUVOR, pessoas que fazem exatamente o contrário disso! Não podemos mais ensinar em nossas igrejas a cantar apenas o que edifica e tem boa teologia, mas sim o “politicamente correto” e o “atualizado”. Depois dos shows que assistimos, com raras exceções, não poderemos mais dizer aos nossos jovens: “SEJAM CRITERIOSOS NA ESCOLHA DE SUAS MÚSICAS; CANTEM HINOS TEOLOGICAMENTE CORRETOS”. Algumas convenções buscaram o que havia de mais comercial, espalhafatoso e ecumênico no chamado “MERCADO GOSPEL”. Esse tipo de música não tem como objetivo o louvar a Deus, intercambiar ou edificar igrejas; o propósito é “AGRADAR A TODOS OS ESTILOS”. Outrora, cantar nas convenções era honroso; não se cobravam cachês para louvar com canções; pelo contrário, de boa vontade os músicos CONTRIBUIAM com suas participações. Agora não é mais assim; tudo deve ser PAGO, tudo deve ser COBRADO. Estranha forma de conduzir os batistas ao culto cristão. Corais, orquestras, simples equipes de louvor, cameratas, quartetos, conjuntos, tudo isso não se enquadra neste modelo de gestão empresarial.

2) MUDOU-SE O ENSINO E OS ENSINADORES - Nas assembléias convencionais, tínhamos a oportunidade de ouvir os grandes pregadores das igrejas mais renomadas, os grandes evangelistas, os professores dos seminários, os pregadores convidados de outros estados e países, sempre a desenvolver o tema principal, conduzindo o povo à reflexão, à dedicação ao Senhor, à formação de um ideal geral. Afinal, tratava-se de uma CONVENÇÃO DE IGREJAS, não de um “WORKSHOP MULTITEMÁTICO”.

Isso mudou. Não precisamos mais de nossos professores, pastores, evangelistas, missionários e visitantes. Agora temos PROFISSIONAIS ESPECIALISTAS nas diversas áreas do EMPRESARIADO E DA MÍDIA. Já não há critérios espirituais, doutrinários ou morais. Quaisquer especialistas servem, sejam eles membros de seitas, católicos, neopentecostais ou ateus; tenham eles apreço ou não pelo povo batista; basta que sejam pessoas conhecidas, qualificadas secularmente e que atraiam público.. Suas posições quanto às guerras não importam; seus comprometimentos com organizações não-cristãs não têm valor. Não precisam mais dos nossos mestres, professores ou formadores de opinião. A nossa opinião deve ser formada por gente de fora. “Temos que ter a mente aberta”.

3) MUDOU-SE O ESPÍRITO ECLESIÁSTICO PELO ESPÍRITO COMERCIAL - Se as assembléias das convenções serviam para o compartilhamento de experiências com Deus, alvos e propósitos departamentais, desafios missionários, discussão de temas doutrinários e relevantes para a boa educação cristã, agora isso não tem mais qualquer valor, desde que possa obter GRANDE PARTICIPAÇÃO DE PÚBLICO PELOS PRODUTOS OFERECIDOS. As convenções estão se transformando numa FEIRA GOSPEL, num SALÃO DE EXPOSIÇÕES. Ai de nós, velhos e conservadores batistas tradicionais! Estamos ultrapassados e não há espaço para nós. “Ou se renovam ou serão derrubados pelo mercado”. Será que não podemos mais ter personalidade própria? Temos que ficar quietinhos, ensinar nossas igrejas a serem frouxas e hipócritas, adotando costumes, jargões e atos litúrgicos estranhos aos batistas?

Temos que ser vencedores custe o que custar, vendendo o patrimônio doutrinário e eclesiástico? O que é errado sob o ponto de vista bíblico deve ser adotado porque é correto comercialmente? Estamos caminhando por uma senda perigosa. Convenção é COOPERAÇÃO. A questão será: cooperar com o que?.

VOLTEMOS ÀS ORIGENS COOPERATIVAS E SOLIDÁRIAS! Assembléias anuais não precisam ser semanas batistas; basta que realizem as reuniões administrativas necessárias, que se dê oportunidade para que todas as igrejas e obreiros tenham sua participação; que promovam a edificação espiritual e o congraçamento do povo. Que os cantores cantem DE GRAÇA, que cantem LOUVORES, que as nossas orquestras, corais, quartetos e igrejas tenham voz e vez; que os nossos pastores, professores, missionários, evangelistas e visitantes preguem e lecionem nas assembléias convencionais com amor à obra e obediência ao Senhor da Seara. Chega de comércio! Chega de consumismo! Chega de transformar os nossos auditórios em casas de espetáculos, as nossas audiências em salões de baile gospel, as nossas palestras em meros encontros de auto-ajuda. Que ouçamos servos e não palestrantes incrédulos; que cantemos com servos e não com artistas que cobram cachê. E em lugar de satisfazer aos diversos gostos e faixas etárias, satisfaçamos a Deus na obediência da Sua Palavra.

Espero ter contribuído para uma reflexão honesta sobre o papel das convenções e da cooperação do povo de Deus chamado “batista”.


Pastor Wagner Antonio de Araújo
pastor batista – sócio 1036 OPBB/ 1402 OPBBSSP
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br
Wagner Antonio de Araújo
(artigo publicado na presente edição da REVISTA ECLÉSIA)

memórias literárias - 45 - QUE VERGONHA!


45 - QUE VERGONHA!


Eu iria compartilhar apenas com a família COMPARTILHANDO (lista de pastores
em comunhão, na internet), mas resolvi estender a tragédia, e compartilhar
com todo mundo.

Tomei conhecimento de que a esposa de um pastor americano, brasileira, iria
para o Pará, fazendo conexão em São Paulo. Então, como eu tinha umas
fotografias que lhe pertenciam, e como estava com saudades, resolvi marcar
com ela, e esperá-la em Guarulhos, para um café e oração. Só que o seu vôo
chegaria às 6:05 da manhã, e, como sei das constantes mudanças de horário,
resolvi chegar uma hora e pouco mais cedo, garantindo o encontro.

Nem dormi. Fiquei a escrever até umas três, e aprontei-me. Daqui até
Guarulhos são 45 quilômetros, mas, sem trânsito, a coisa anda bem.
Estacionei e peguei meu ticket.

Fui ao painel eletrônico, e vi que o vôo Delta de Atlanta chegaria mesmo às
6:05, então fui "enrolar" um pouco. Quando o horário chegou, o painel
mostrou que o avião havia pousado. Os passageiros iriam descer pelo portão
1. Então não haveria erro. Se não houvesse nenhum problema ou orientação
diferente, ela teria que sair por ali.

O povo começou a sair. Mães a reencontrar filhos, maridos a abraçar esposas,
motoristas a levar funcionários, amigos se reencontrando, como é rico o
portão de desembarque de um aeroporto! Quantas histórias não estão
acontecendo naquele momento mágico, momento do reencontro?

Bem, o povo saiu, e o pessoal de Paris começou a sair. A irmã não apareceu.
Pensei: "Ah, deve ter sido pega na alfândega. Devem estar desmanchando suas
malas, porque suas lembrancinhas pra família excederam. Tudo bem, é já que
aparece". O relógio marcou 7 da manhã, e nada da irmã aparecer.

Comecei a ficar aflito. As pernas já cansavam. Deixei para tomar café com
ela, e estava me sentindo fraco (estou de regime). Quando chegou às 7:30 hs,
desesperei-me. Pensei: "será que ela saiu por uma porta especial? Bom,
deveria ter ligado para o meu celular". Esperei até às 8. Subi e fui
perguntar à INFRAERO. Eles não podiam dar-me a lista de passageiros. Corri
para o portão e vi que não havia mais ninguém. Às 8:30 hs eu realmente
estava cansado. Cansado e poderosamente enfurecido.

"Mas não é possível! Que falta de consideração dessa irmã! Poxa, se iria vir
em outro vôo, alguém poderia ter me avisado, não é mesmo? Agora eu fico
aqui, a pensar mil coisas, se ela realmente está bem, se virá no próximo
vôo. Isso não se faz!" Liguei para casa e minha mãe falou: "filho, deve ser
o furacão". Aquilo amenizou um pouco, mas não tirou a minha braveza.

Paguei o estacionamento e, com muito custo, deixei o portão, ainda na
expectativa de que ela por ali saísse. Que nada! Fui embora cuspindo fogo.
Ao chegar no carro, fui tirar os papéis que trouxe, com os números do vôo.
Estava lá, tudo marcadinho. Mas... espere um pouco.... O que é isso?

VÔO DELTA .... ATLANTA TO GUARULHOS 01/SET/2005....



"Meu Deus, hoje ainda é 31 DE AGOSTO! Eu vim um dia antes!" Que mico!!!! O
vôo só iria chegar no dia seguinte! Eu pensei que já era 1 de setembro,
porque não lembrei que agosto tinha 31 dias! E lá estava eu, de alegre,
pagando um mico danado, esperando quem não iria chegar de jeito nenhum!

Fiquei com vergonha até de voltar pra casa. Pensei: "Meu Deus, que burro que
fui! Vai ver é a idade dos "ENTA" chegando!" Esperei-a no dia errado! Essa
foi de lascar!

Mas, com isso, reavaliei a minha postura. Eu prejulguei-a. Eu a acusei de
não ter me avisado, de não ter tido consideração, e também ao pessoal de lá,
por não me avisar da mudança de planos! E o errado era eu! Já pensou?
Acusei-a, e ela era inocente! Ah, como Cristo advertiu-nos sobre o juízo
temerário! Falou-nos que seremos julgados, com a medida do nosso próprio
julgamento! Somos tão orgulhosos! Muitas vezes não damos o braço a torcer,
mesmo descobrindo, no processo, de que somos os errados da história! E tudo
isso poderia ser evitado por um simples pedido de "perdão!". Se fôssemos
humildes, reconheceríamos nossos erros, e diríamos "puxa, eu errei. Eu
cometi uma falha grave, mas conto com sua compreensão". Muitos casamentos,
muitas amizades, muitos empregos, muitas igrejas, não sofreriam tanto, se
soubéssemos dar o braço a torcer. Agora, quando vir a irmã, vou pedir perdão
a ela, explicando-lhe o porquê. Sinto que devo fazê-lo.

E, para terminar, isso mostrou-me novamente que, não adianta ter fé em
alguma coisa, se essa coisa não estiver certa. Eu cria piamente que ela
estava naquele vôo, mas a minha fé não valera de nada, pois ela não estava.
A nossa fé deve ser baseada no que é certo, no que é concreto, no que é
revelado pelas Escrituras Sagradas. Não adianta as religiões nos prometerem
caminhos múltiplos para Deus, maneiras mil para sermos felizes e abençoados.
Se procurarmos a Deus fora de Cristo, que afirmou categoricamente ser "O
caminho, A verdade e A Vida", não chegaremos ao Pai, por mais que o
busquemos. A fé é fundamento firme, mas baseada na verdade. Foi Jesus quem
afirmou: "Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade" (João 17.17).
A fé na mentira é o mesmo que esperar a irmã descer do avião no qual não
embarcou. No final teremos apenas frustrações. Vamos crer só na verdade!

E agora com licença, que vou cochilar, porque, daqui há pouco, vou
recepcionar a irmã no aeroporto. Ah, mas dessa vez na hora certa, e no dia
certo. (só não vi direito em que ano seria a viagem....Será que é 2005
mesmo? Vou conferir... ai, ai, ai...)


Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
pos-script:
sou um reincidente! hoje, 14 de março de 2013, estou aguardando a chegada do Pastor Carlos Alberto Teófilo Firme, em Viracopos, São Paulo. E ELE ACABA DE ME DIZER QUE SÓ VIRÁ AMANHÃ, conforme consta no e-mail. E eu, novamente, confundi as datas....

quarta-feira, 13 de março de 2013

memórias literárias - 44 - 12 DE OUTUBRO - DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL


44 - 12 DE OUTUBRO - DIA DA IDOLATRIA DO BRASIL
Os evangélicos aprovam aqui e ali o seu dia comemorativo. Até aí nada de errado. Católicos os possuem aos montes, distribuídos por todo o calendário anual. Mas no momento em que os governos decretam feriado em seus dias de celebração acabam por ferir um dos maiores valores de uma sociedade democrática: a liberdade de escolha de cada um com relação ao seu credo religioso. Obrigar os demais a parar as atividades profissionais e estudantis por causa de festejos religiosos impostos não é liberdade de escolha. Claro que todos os trabalhadores apreciam os feriados, principalmente nesse estressante mundo contemporâneo. Qualquer oportunidade de parar é um tempo a mais com a família. Mas se esses trabalhadores forem patrões ou ganharem por comissão, nem eles apreciarão tantas paradas obrigatórias. E se o motivo for religioso, e da religião do outro, ficará mais constrangedor ainda.

Hoje é DIA DE NOSSA SENHORA CONCEIÇÃO DE APARECIDA, A PADROEIRA DO BRASIL. Esse feriado foi oficializado pela Lei Federal 6802/80 para “o culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida”, instituído por ocasião da visita do Papa João Paulo II naquele ano, ao Brasil. Trata-se da veneração nacional da estátua de terracota de 40 centímetros, encontrada nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo, por três pescadores e que originou posteriormente em culto público à santa aparecida, nome que tornou-se referência da imagem (Aparecida).

Para o católico popular, que não entende de sua própria teologia, mas vive as tradições de sua igreja, cada Nossa Senhora é diferente uma da outra. Mas o catolicismo confessa que as imagens não são santas separadas e distintas, mas a mesma santa em aparições diferentes. Assim há a Nossa Senhora de Fátima (que apareceu em Fátima, Portugal), Nossa Senhora de Guadalupe (que apareceu no México) etc. É a mesma suposta aparição de Maria mãe humana de Jesus, mas em aparições diferentes. Contudo, para o religioso comum, acender uma vela para Nossa Senhora Aparecida é diferente de acendê-la para Nossa Senhora do Rosário, o povo não distingue que são apenas aparições. Porisso festejos múltiplos e diferentes.

PADROEIRA DO BRASIL, protetora nacional. Uma estátua de 40 centímetros, que espatifou-se em 200 pedaços na década de 80, poderia proteger a nossa nação?

Somos todos cristãos, nós, que assim nos consideramos. Deveríamos ir à Palavra de Deus. Lá nós encontramos a voz do Todo-Poderoso, que nos diz o seguinte:

“Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7:18) Esse texto de Jeremias fala do povo de Judá, que fazia oferendas a um ídolo identificado como RAINHA DOS CÉUS. Como Nossa Senhora é considerada pelo catolicismo popular? RAINHA DOS CÉUS!! Isso se chama ERRO. O céu não tem rainha; só um Rei, o próprio Deus.   “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.” (Is 42:8)

O Papa Pio XII “decretou” que Maria era reconhecida como Rainha dos Céus em 1954. Meu Deus, “tende piedade de nós”, que ignoramos o que a Bíblia ensina sobre um Deus que não reparte Sua glória!

O comércio de imagens de escultura, de gesso, de bronze, de ferro, de madeira, de plástico, de qualquer material, será grande no dia de hoje. Milhares de estátuas reproduzindo a figura da estátua original serão vendidas aos lares brasileiros. E o que se fará delas? Elas irão para a casa das pessoas, serão colocadas num lugar de destaque, uma vela será acesa, uma rosa decorará o ambiente, um incenso para perfumar o momento de reflexão e as pessoas farão as orações olhando para a imagem. Ou então irão para as padarias, para as oficinas, para os escritórios, para os gabinetes, servindo de proteção contra os inimigos. Aquele objeto era apenas  gesso, madeira, ferro, plástico, mas feito em imagem da santa, tornou-se objeto de veneração.

As pessoas imaginam estar fazendo uma grande coisa, porque desconhecem o que diz a Bíblia sobre isso: Isaías 44:13-17. "O ferreiro, com a tenaz, trabalha nas brasas, e o forma com martelos, e o lavra com a força do seu braço; ele tem fome e a sua força enfraquece, e não bebe água, e desfalece. O carpinteiro estende a régua, desenha-o com uma linha, aplaina-o com a plaina, e traça-o com o compasso; e o faz à semelhança de um homem, segundo a forma de um homem, para ficar em casa. Quando corta para si cedros, toma, também, o cipreste e o carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então serve ao homem para queimar; e toma deles, e se aquenta, e os acende, e coze o pão; também faz um deus, e se prostra diante dele; também fabrica uma imagem de escultura, e ajoelha-se diante dela. Metade dele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina, e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus.”

Ser idólatra é algo de foro íntimo e não pode ser legislado pelo Estado. Mas se a idolatria for no meio do povo cristão, a Bíblia é a Lei, e nela encontramos a condenação disso, além do tradicional texto dos dez mandamentos, modificados pelo catecismo católico, mas não modificado pelo Espírito Santo ao longo dos milênios: Ex 20.4: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; Não te encurvarás a elas, nem as servirás;”

DIA DA PADROEIRA, Dia imposto ao país para uma bênção que a Bíblia não ensina.

Oremos pelo Brasil e pelos Brasileiros...

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
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bnovas@uol.com.br

memórias literárias - 43 - CATÓLICO ROMANO


43 - CATÓLICO ROMANO


"Pastor Wagner, o senhor nunca foi católico? Por que deixou de sê-lo?"

Essa pergunta eu recebo sempre. Tenho a alegria de ter, entre meus leitores, um grupo muito grande de católicos romanos, e isso me traz enorme felicidade e grande contentamento. Diz a bíblia: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros."  (Rm 12:10)

O meu tratamento para com os católicos romanos é do mais profundo respeito, da mais alta consideração e do mais profundo amor. Eu sei o que é ser católico. Eu fui católico. Eu fui coroinha por três anos, auxiliando os padres a servir a Eucaristia. Eu fui rezador de terços, e sabia decór todos os mistérios do rosário, e suas orações especiais. Eu iria seguir o sacerdócio católico-romano, e me tornaria seminarista camiliano. Não, não posso olvidar de minha origem e de respeitar a tantos que continuam vivendo sob a fé católica.

A razão de eu ser batista, ou, como muitos dizem, protestante, é bastante simples. Em um determinado momento de minha adolescência eu experimentei algo maravilhoso, chamado NOVO NASCIMENTO, REGENERAÇÃO. "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo."(Jo 3:7); "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. "(2Co 5:17)

Trata-se de algo subjetivo, que tem conseqüências objetivas para o resto da vida e para a eternidade além-túmulo. "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." (Jo 5:24)

 Isso se deu, quando reconheci-me pecador. "Não há um justo, nem um sequer.    Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.    Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. " (Romanos 3.10-12). Como católico eu me reconhecia pecador;

Entendi que os pecadores iriam para o inferno. "E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Mt 10:28). "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor ".(Rm 6:23). Como católico, havia a possibilidade de um purgatório intermediário e das graças geradas pelas missas, rezas e velas.

Reconheci ser Jesus Cristo o Filho de Deus. "E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16:16). Também o reconhecia, quando católico. Por ser Ele Deus-Homem, e o único crucificado em favor da humanidade, também tornara-se o único mediador entre Deus e os homens. "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." (1Tm 2:5). Como católico romano a minha fé admitia a CO-MEDIADORA e diversos intermediários menores, os santos.

Assim, cônscio dessas verdades, e da incompatibilidade daquilo que eu cria com o que a Bíblia dizia, aceitei o convite feito pelo Salvador, que prometia perdão de todos os meus pecados e vida eterna imediatamente. "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." (Jo 3:18).

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; "(Ef 2:8-9). Eu nunca havia ouvido falar de salvação pela graça e compaixão de Deus, e de um perdão absoluto dos pecados, senão de um pagamento através de ritos e celebrações que me fariam passar pelo purgatório e sair de lá, depois de um tempo.

Então, por ser isso baseado na bíblia, livro que eu tanto amava, a Palavra de Deus, credenciada por Cristo ("Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." , Jo 17:17) , entreguei-me a Jesus e fui salvo. A graça me alcançou. Fui perdoado. Fui redimido. Foi-me garantido um lugar no Céu. Cristo veio morar em mim. Minhas obras sucumbiram. Hoje, se pratico boas obras, faço-o como conseqüência da salvação, e não para buscar a salvação. Além do mais, a salvação não vem das obras, mas da graça através da fé. "Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada." (Gl 2:16)

Não consegui conviver com três bases de fé, porque eram conflitantes e opostas entre si. Só consegui escolher uma, e essa uma é a bíblia, a Palavra de Deus. E quais são as três bases de fé para um católico romano?

A primeira é a Bíblia Sagrada. Amém! Que maravilha! Hoje, com o movimento carismático, os católicos romanos redescobriram em suas bíblias as sacrossantas palavras do Senhor, e têm buscado pautar suas vidas em tais ensinos. Bendito seja o Senhor por isso.

A segunda é a Tradição. Ao longo do tempo muita coisa foi acrescentada como interpretação à bíblia, uma espécie de TALMUDE ao TORÁ cristão. E, infelizmente, essas tradições não serviram para construir, mas para destruir a simplicidade dos ensinos bíblicos. Assim, se a Bíblia orienta algo, mas a tradição milenar da religião faz diferente, as duas coisas precisam conviver juntas, e os teólogos precisam fazer verdadeiros malabarismos interpretatórios para conciliar a ambas. Meu Deus, que pena! A tradição estragou a fé.

A terceira é o Sagrado Magistério, ou a autoridade da Igreja Católica, através de seu líder, considerado INFALÍVEL, de interpretar a bíblia e a vontade de Deus para o povo. Sem discutir a capacidade intelectual ou moral de seus bispos ou papas, tornou-se inadmissível ao meu coração pecador, acreditar que, além de Jesus, houvesse algum outro ser humano capaz de ser infalível. A história testifica isso.

Dias atrás, tínhamos um papa bondoso e amoroso. Este pediu perdão por coisas que seus antecessores, outros papas, também infalíveis, disseram ou fizeram, fosse contra os judeus, fosse contra os ortodoxos, fosse contra os não-católicos. Nesse bojo está a Santa Inquisição, que queimava os que se opunham à Igreja Católica Romana. Então a infalibilidade papal mostrou-se falível. Assim, o que até então era considerado infalível, mostrou-se falível, mostrou-se absolutamente humano. Portanto, uma base de fé falível não pode servir para a minha fé, pois careço de uma base infalível para a eternidade.

Quanto a isto, vale dizer que atualmente a Igreja Romana discute outra doutrina, e tenciona mudá-la (como se a eternidade pudesse mudar ou "desmudar" ao belprazer ou ao gosto das gerações). Dizem que a teologia do LIMBO está ultrapassada. Diz-se que os bebês não batizados na Igreja Católica, vão para um lugar chamado LIMBO. Segundo os pensadores da Igreja, isso precisa mudar. Quer dizer, até ontem, isso existia, porque a infalível interpretação do Magistério ensinava assim. Hoje, porém, não será mais. Que fé se sustenta assim? E qual é a verdade verdadeira? E para onde levaram os bebês?

Como um pecador arrependido, seguidor de Jesus Cristo, como qualquer outro católico, decidi optar por uma das três bases, igualzinho aos cristãos do primeiro século. Aqueles não tinham uma tradição para seguir. Também não possuiam um Sagrado Magistério, senão uma Palavra Revelada, fresquinha, saída da fonte fidedigna da inspiração do Espírito Santo. Assim, preferi ficar com a Bíblia, o Velho e o Novo Testamentos, e me satisfazer com isso. Preferi lê-la e pedir ao Espírito Santo para me orientar e fazer-me entendê-la. Preferi não admitir a hipótese de que a Tradição pudesse mudar o que estava escrito, ou completar o que já estava completo na Bíblia. E também decidi não colocar a minha fé na infalibilibade do Sagrado Magistério, porque, se  eles são falíveis e podem errar, então poderia crer em algo falso. Mas as Escrituras Sagradas, conquanto escritas por homens, foram especialmente inspiradas pelo Espírito Santo, e credenciadas pelo próprio Cristo. "... a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10:35)Então isso me bastou.

Não digo isso para discutir, polemizar, brigar. Digo isso para explicar. Assim como tenho profundo respeito pelos que crêem romanamente, e tenho amizade e profunda estima por diversos, assim gostaria que essas minhas palavras fossem compreendidas como uma explicação, e não como uma crítica pela crítica.

Contudo, se isso faz com que o leitor católico reflita, pondere, e reavalie a sua fé, certamente é porque o Espírito Santo permitiu que tal acontecesse. Então, como eu fiz, convido-lhes a fazer também: decidir-se por uma base só. Isso trará paz, segurança, vida e harmonia.

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho." (Sl 119:105); "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." (Is 8:20); "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;" (2Tm 3:16); "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo".  (2Pe 1:21)
São Paulo, SP, 07 de janeiro de 2006

Pastor Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm  

memórias literárias - 42 - POSSO OU DEVO?


42 - POSSO OU DEVO?

Se me amais, guardareis
 os meus mandamentos. (Jo 14:15)

Perguntei a um jovem: "como está a sua comunhão com Deus?" Ele me respondeu, com ares de quem não sente a menor crise de consciência: "Não posso dizer que vai bem, mas o básico eu faço: oro antes de dormir e leio um versículo da bíblia, pelo menos". Pobre garoto! Engana-se a si mesmo! Tal relação espiritual em muito se assemelha aos casais de namorados, com relacionamento em estágio terminal: não há o que conversar, não há o que comentar, só se pede, nada se dá, e a culpa é sempre do outro. Para o menino, Deus ainda deveria estar muito contente de haver um rapaz que lê um "versiculosinho" ou que faz uma "oraçãozinha-merreca" antes do ronco. É mais um jovem evangélico, a demonstrar, de forma grotesca e rústica, a péssima qualidade espiritual da igreja do século XXI.

Quando não há comunhão, a grande questão é: "até onde será que eu posso ir? Posso beber? Posso fumar? Posso ficar? Posso transar? Quantas vezes eu posso pedir perdão pelo mesmo pecado? Se ninguém ver, estará tudo bem? Será que não é apenas preconceito, uso e costumes, questões culturais?" Aquele que vive um estado espiritual meramente vegetativo, caça brechas, nas quais possa enquadrar-se como alguém menos pecador do que realmente é. É a vontade de auto-justificar-se à todo custo. Seu cristianismo é pura tradição.

Quando há comunhão, a questão é outra. Não se pergunta: "posso fazer isso?", mas "devo fazer isso? Será que edifica? Será que é construtivo? Isso beneficiará a mim e aos demais? Não será motivo de escândalo? E se um irmão mais fraco me vir assim, estaria eu em paz comigo mesmo e com Deus? O que quero está baseado no amor altruísta?" No coração do legítimo comungante, a glória de Deus e a edificação do próximo vêm em primeiro lugar. O gosto pessoal passa por esses crivos. E as decisões são baseadas nisso, mediante a revelação contida nas Escrituras Sagradas. É a chamada "lei da liberdade em amor", mencionada por Tiago, em sua epístola.

Para Cristo, quem o ama guarda os seus mandamentos. E quem não o ama, não guarda. É simples, não? Alguns considerariam simplista, mas não é. Deus é um ser definido. Não há morno, mas quente ou frio. Não há talvez, mas sim ou não. Não há purgatório, mas céu ou inferno.  Deus é tão claro e definido como o código binário, da informática: ou é zero, ou é um. Não há dois ou mais. Ou se está ligado, ou desligado. Ou se é salvo, ou se é perdido. Ou se ajunta, ou se espalha. Ou se é à favor, ou se é contra. Ou se é fiel, ou se é infiel. Ou se está certo, ou se está errado. Citando novamente os dizeres do Senhor, ou se ama a Jesus, guardando os mandamentos, ou simplesmente não se ama.

Você é do tipo que ama a Jesus? Ou nunca lhe passou pela cabeça que o amor, desejado por Cristo, traduz-se em atitudes, não meramente em palavras? É fácil demais nos escorarmos na justificação pela fé, mediante a graça do Senhor. O difícil é entender e aceitar que essa graça, motivada pela fé que ela nos outorga, produz indubitavelmente um fruto, e esse fruto se chama obediência. Quem não obedece, ainda não experimentou, de fato, do amor de Deus em sua vida. O Apóstolo Paulo diz: "o amor de Cristo nos constrange" II Coríntios 5.14. Se o amor de Cristo não estiver a constranger o nosso coração, então não houve salvação, nem justificação, nem regeneração, e estamos perdidos.

E não se está falando aqui de perfeição. Nenhum de nós é perfeito. Nem um de nós é isento de pecado. Todos tropeçamos e caímos. Infelizmente nós ainda não alcançamos a perfeição, e nem a alcançaremos enquanto na Terra. Mas falamos de comunhão: quanto mais próximos do Senhor, mais tocados e transformados somos, e menos coisas erradas e egoístas praticaremos. Em comunhão, subimos os degraus da santificação constantemente, e buscamos não descê-los de novo. Vamos nos esquecendo do que fica para trás, e vamos prosseguindo, sempre melhorando, sempre vislumbrando um comportamento mais correto, mais santo, mais justo, mais perfeito. "Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." (Pv 4:18). "Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Fp 3:13-14)

Mas ainda pecamos, mesmo sendo crentes. Contudo, há uma diferença básica: os que são regenerados pecam esporadicamente, vitimados pelas armadilhas da carne, do mundo e de Satanás. E arrependem-se amargamente, logo após a tragédia, seja ela grande ou pequena. O Espírito Santo nos convence do pecado (João 16.8). Se somos do Senhor, não teremos paz de espírito em meio ao erro. A consciência nos acusará, a vergonha nos corará, a tristeza do Senhor nos enquadrará. Mas é para o nosso bem, "Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação" (2Co 7:10).  Seu propósito é disciplinar, para que não pequemos mais. Deus diz, em Primeira João: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (1Jo 2:1). E, para fortalecimento maior da confiança que temos no Senhor, encontramos também: "Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios tropeçarão no mal." (Pv 24:16); "Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão." (Sl 37:24).

Mas os não-regenerados não se arrependem. Erram, zombam, brincam de enganar a Deus manhã após manhã, e, não raras vezes, tentam enganar a si mesmos com uma falsa comunhão, com uma "oraçãozinha-merreca" e um "versiculosinho" por dia. Irmãos, definamo-nos diante de Deus! Saiamos de cima do muro, e escolhamos hoje a quem queremos seguir! "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,"  (At 3:19). A vitória sobre o pecado só é possível quando nos rendemos ao Senhor, e render-se significa recebê-lo como Senhor e Salvador, de verdade, não só da boca para fora. Por que não fazê-lo agora, aqui mesmo, neste momento?

Digamos, se for o nosso caso: "Senhor, perdoa-me, pois sou escravo do pecado. Não consigo libertar-me e nem tenho vontade de libertar-me. Ajuda-me, opera em meu coração, dá-me a fé e o arrependimento necessários, e, com tua mão, segura bem a minha, conduzindo-me à regeneração pela fé em Teu nome. Quero amar a Jesus, e, em decorrência disso, guardar os seus mandamentos, demonstrando todo o meu amor. Por favor, atende-me. Em nome de Jesus, amém".

Deus nos abençoe!

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
Good News Partnership Missions no Brasil

terça-feira, 12 de março de 2013

memórias literárias - 41 - EU SORRI EM SÃO PAULO - conto missionário


41 - EU SORRI EM SÃO PAULO - conto missionário


Era domingo e eu ainda estava naquela cidadezinha perto da divisa com o Mato Grosso. Fazia muito tempo que não cobria aquela rede. Mas durante a semana visitara inúmeros estabelecimentos comerciais, reatando velhos relacionamentos e abastecendo as casas com os meus produtos. Cansado, decidi viajar no domingo. Uma diária a mais no hotel não iria fazer muita diferença. Só fiquei sentido porque não poderia estar na minha igreja nesse dia. Mas certamente Deus me compreenderia. Fui dormir agradecido. Porém, antes de dormir, pensei: "Ei, quem sabe eu ache uma igreja batista numa cidade grande? Nessas pequenas não há nenhuma." E foi o que eu decidi.

Amanheceu, paguei a diária e peguei a estrada. Uma região linda, que eu não pudera apreciar na vinda, pelos inúmeros compromissos. Mas, agora, sozinho, com o som ligado num cd cristão, eu poderia apreciar. Calculei que encontraria uma igreja batista bem longe, talvez após rodar uns duzentos quilômetros. Dava tempo ainda de pegar a Escola Bíblica Dominical. O dia estava ensolarado, o ar fresco, e o coração feliz.

Logo no início, uns quarenta quilômetros adiante, vi o reflexo do sol numa igreja, no morro do lugarejo. Pensei tratar-se de uma igreja católica. Fui mais devagar e percebi que o formato era de um templo evangélico. Pensei: "Que bom, pelo menos alguns crentes já desbravaram esse fim de mundo. Quem será que ousou?" Saí da estrada e peguei a rua que levava ao templo. Ao me aproximar, vi tratar-se de um templo amarelo lindo, pequeno, porém, muito bonito. Ao chegar em frente, fiquei de queixo caido: era uma igreja batista! "Mas que maravilha! Qual terá sido a igreja corajosa? Afinal, com tantos lugares, vir instalar um templo justo aqui? Deve ter uns dois crentes só!"

Parei o carro, desci, apertei a campainha (tinha até casa para o  zelador!). Uma senhora atendeu-me.

- Bom dia, irmã. Desculpe acordá-la tão cedo!

- Que nada, irmão! Nós estávamos nos preparando para a Escola Bíblica Dominical! Vamos tomar um cafezinho?

Claro. Quem recusaria um convite desses? Ao entrar, encontrei uma linda família. Pai, mãe e dois filhos. Todos com bíblias abertas, orando, terminando o culto doméstico. O café estava no fogão, e rapidamente foi servido. Entre um pão e um café, eles me contavam suas bênçãos. Disseram que, apesar de ser uma cidadezinha inexpressiva, havia muita gente alí, gente por quem Cristo morrera. Disseram que nenhuma igreja diretamente quisera semear nada por ali, mas que a Convenção Batista do Estado de São Paulo enviara um casal de missionários, e esses revolucionaram a cidade. Eles me contaram que haviam se convertido com eles, que foram o primeiro casal a pedir o batismo. Hoje a igreja tem uma escolinha de crianças, e até o prefeito educa seus filhos alí. Falaram que são "duzentos e poucos" na igreja, mas que à noite estão fazendo dois cultos, porque "vem bem mais que isso". Como dois músicos também se converteram, ensinaram instrumentos de sopro para os membros e formaram a Banda da Cidade, tocando no coreto nas tardes de domingo.  Fiquei maravilhado!

- Fica pro culto, irmão!

- Numa próxima vez, quem sabe! Não faltará oportunidade! Hoje eu quero ver se chego de noitinha na capital. Até mais ver!

Segui tão feliz! Comecei a lembrar-me das vezes em que o pastor fazia campanhas para a oferta especial de Missões Estaduais. As crianças traziam moedinhas, os jovens lavavam os carros dos irmãos e ofertavam o que ganhavam para missões; as senhoras faziam os seus quitutes e as classes da EBD votavam seus alvos. Quanta coisa pôde ser feita e eu nem sabia!

Não passaram sessenta quilômetros e eis um outro povoado, um distrito semi-rural. Bem na subida da avenida eu vi uma placa: "SÓ JESUS CRISTO SALVA". Pensei: "Não é possivel! Tem batistas aqui também? Essa cidade nunca teve crentes!" Saí de novo e fui até a placa, que marcava o endereço. Pergunto daqui, pergunto dalí, não foi difícil encontrar a igreja. O povo sabia informar direitinho. No interior todo mundo se conhece. Dessa vez um templo bege e branco, lindo, com um jardinzinho bem cuidado na entrada.  "O que é isso, Jesus? Mas que beleza!" Ainda não era hora da EBD, mas o templo estava lotado. Pensei: "Acho que teve velório, deve sair um enterro". Que nada! A mocidade fizera uma vigília e estava toda ali, concentrada, firme, e tomava café num salão anexo! Pensei: "que povo fantástico!" Alguém me convidou para entrar: era o pastor.

- Aprochegue, irmão! Vai entrando que a casa é do Senhor Jesus!

- Amém! Bom dia!

Lá fui eu pra cozinha de novo. Havia duas mesas grandes, umas 50 pessoas sentadas, gente bonita, com a camiseta de campanha missionária e tudo! O pastor contou-me que a igreja era nova, tinha 6 anos, fora fruto de um mutirão missionário e que a Convenção Batista do Estado de São Paulo adotara o lugarejo para trabalhar. Também contou que foi nomeado para tomar conta do trabalho e que quatro igrejas da região (incluindo aquela primeira que eu vira) ajudavam com visitas, estudos bíblicos e mantimentos. Dissera que esse povo todo era, na maioria, povo da roça. Aprenderam a ler, a escrever e a tocar violão, e que agora a igreja possuia uma "orquestra de violões", onde, com trinta violonistas, acompanhavam o órgão nos cânticos da congregação. Mas o forte mesmo era o teatro. "Já encenamos a Paixão de Cristo e o Natal, de deixar a caboclada de queixo caído, sô! Só vendo mesmo!"

Fiquei para o culto. Que culto maravilhoso! A mocidade cantava animada os cânticos do momento. O coral da igreja estava alí, com seus trinta e poucos coristas. E a igreja estava cheia. Pensei: "Gente do céu, de onde vem tanto crente?" Era o povo do lugarejo, das fazendas, das roças, boias-frias, povo simples, humilde, gente por quem a maioria não daria nada, mas que foram amados por Cristo e encarados como por demais importantes por Missões Estaduais, e ali estavam eles, servindo a Cristo. E tinha gente com carrão também. Pensei: "Não fazem acepção de pessoas. Glória a Deus!"

Depois do culto continuei o meu caminho. Passei por vários lugares, por várias cidades, pequenas e grandes. Entrei na maioria delas e encontrei uma igreja batista. Algumas estavam pequenininhas, outras já estavam grandes, e vi também em povoados uma plaquinha, dizendo: "Ponto de Pregação da Missão Batista, com o apoio de Missões Estaduais". E exultei no Senhor.

Quando cheguei na capital, tinha muito o que falar! Ah, como eu estava encantado! E, por incrível que pareça, era a noite de Missões Estaduais (eu, que só trabalhava, esqueci da data e nem tinha reservado a minha oferta). As classes da EBD foram levar seus envelopes solenemente à frente e o pastor pregou com muita autoridade uma mensagem missionária. Mas eu não me agüentava, e tive que levantar a minha mão.

- Pastor, cheguei de viagem, preciso dizer uma coisa!

- Irmão - disse o pastor -, depois conversamos, certo? Talvez ele pensasse que eu fosse fazer alguma crítica. Longe de mim!

- Mas é sobre Missões Estaduais! É um testemunho!

Mais aliviado, o pastor permitiu. Chamou-me à frente e deu-me a palavra.

- Meus irmãos, estou chegando de viagem pelo interior paulista e estou perplexo. A obra de Missões Estaduais é algo que só a eternidade poderá avaliar. Lembram-se daquela cidade perto da divisa com o Mato Grosso? Pois é, meu tio tinha fazenda lá e não existia um crente que fosse! Hoje tem igreja batista pra mais de duzentos membros! E aquele outro povoado, na beira do caminho, com aquela meia-dúzia de casas? Tem outra igreja batista! Eu contei 8 igrejas novas, irmãos, e muita gente está salva, graças à pregação! E isso é fruto da nossa cooperação, do nosso Plano Cooperativo,  e do que ofertamos em Missões Estaduais! Eu não trouxe oferta - e corei de vergonha, quando disse isso. - Estou envergonhado. Mas amanhã mesmo, com a graça de Deus, vou dar a esta obra uma oferta sacrificial, porque quero ter parte nisso!  Quando uma criança cantar, quando um jovem for batizado, quando uma senhora abandonar a idolatria, quando um pai de família tornar-se crente, nessas cidades distantes, eu quero poder dizer: eu ajudei, eu participei, eu cooperei. Quem vai fazer coro comigo?

Foi a maior oferta que a igreja levantou nos últimos anos. E eu sei que, em cada real ofertado, estava depositado um sonho, o sonho de salvar alguém e fortalecer uma igreja em algum lugar do Estado de São Paulo.  Quem sabe no ano que vem, por outra estrada paulista, eu acabo descobrindo outras vitórias...

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Batistas paulistas, isso é um conto, mas já está se tornando realidade! Leia a nossa revista, conheça as bênçãos, os alvos, os desafios! Mas precisamos fazer mais, muito mais! Vamos povoar o Estado de São Paulo com igrejas batistas? Vamos salvar vidas com o evangelho de Cristo? Vamos preencher o vazio batista de nossos municípios?

Façamos uma grande campanha de Missões Estaduais! Ofertemos! Oremos! Seguremos as cordas! E tenhamos parte nessa obra!


Wagner Antonio de Araújo
Pastor da Igreja Batista Boas Novas de Osasco (ABAFER)
uma das pequenas igrejas conveniadas com a  CBESP
bnovas@uol.com.br

ARTIGO PARA A REVISTA DE MISSÕES ESTADUAIS
à pedido do Pr. José Vieira Rocha e
da Missionária Harumi Kakugawa Gianastácio - 2004

MAIS UM PÓS-SCRIPT, infelizmente: Isso retratou muito bem a CBESP de 2004, numa gestão que se importava com as pequeninas igrejas batistas, pobres, carentes, e com a abertura de novos trabalhos; uma CBESP que se importava com a boa doutrina e pastores fiéis que serviam a Deus com destemor. Digo infelizmente porque atualmente isso não retrata fielmente os nossos novos tempos. Mas quem viveu aqueles dias viveu dias de glória. Tiro o meu chapéu para AQUELA Convenção Batista do Estado de São Paulo, na gestão JOSÉ VIEIRA ROCHA.

memórias literárias - 40 - UMA SURPRESA NAS PESQUISAS - conto missionário


40 - UMA SURPRESA NAS PESQUISAS - conto missionário


Marcos estava feliz: só mais uma cidadezinha, e sua pesquisa estaria completa. Ele trabalhava em agência de pesquisas de porta em porta, e recebera a incumbência de detectar quais as instituições mais importantes em cada uma das oito cidades estudadas. Polícia, bombeiros, escolas, farmácias, até uma barraquinha de pastéis fora identificada.

A oitava cidade era pequena, um pouco mais que as outras. Não seria difícil levantar a amostragem. Ele já pegara a prática.

Escolheu uma rua central e foi a uma casa. Procurou a campainha, mas não achou. Bateu palmas.

- Quem é?

- Pesquisa, minha senhora. Pode me dar atenção uns minutinhos?

- Claro! O que deseja?

Marcos explicou: estava trabalhando para a implantação de um novo negócio, e precisava saber dos moradores quais as coisas mais importantes no bairro. Fez as clássicas perguntas (quantas pessoas moram na casa? Qual a faixa salarial? Quantos estudam? Quantas horas gastam em frente um televisor? Etc.). Então fez a última:

- Se a senhora pudesse escolher, qual seria a coisa mais importante aqui no bairro, algo que não pode faltar de forma alguma?

- A Igreja  Batista - respondeu convictamente.

- Como? ? ?

- A Igreja Batista!!

- Ué, ninguém respondeu isso até agora! Que surpresa! Vou anotar bem pequenininho aqui do lado.

- Não senhor. Escreva aí IGREJA BATISTA. Aqui na cidade a igreja batista é insubstituível. Ah, como eu agradeço a Deus por essa igreja! E eu nem crente sou, hein? Mas já fui tão abençoada por eles!

- E o que eles fizeram de tão importante assim?

- Tiraram meus três filhos da rua, das más companhias, e os levaram para o bom caminho. Só isso já teria valido!

Marcos agradeceu, e decidiu ir para outro ponto da cidade. Talvez por lá ele conseguisse uma amostragem "normal". Bateu numa outra porta, fez as perguntas, e complementou com a derradeira (Qual a instituição mais importante do bairro?)

- A Igreja Batista! Ah, moço, aqui em casa todos nós freqüentamos essa igreja. E todo mundo aqui era "desandado", viu? Meu marido largou a bebedeira, minha filha "aprumou" e meu filho tá até "trabalhano de verdade"! Por isso não tem outra coisa pra sugerir não! Tem que ser a igreja batista!

Marcos estava perplexo, porque, em todas as outras cidades, nunca uma igreja fora citada como algo relevante. Mas aqui, as coisas estavam diferentes!

Marcos fez a pesquisa pelas casas da cidade durante todo o sábado. Eram cem casas. Em 98 delas a resposta foi a mesma: IGREJA BATISTA! Ao final, fez um levantamento do porquê as pessoas julgavam tão relevante a Igreja Batista da cidade. Aqui está a súmula:

A IGREJA BATISTA: TIROU CRIANÇAS DA RUA - ENSINOU MÚSICA PARA ADOLESCENTES - SERVIU DE CONSELHEIRA PARA CASAMENTOS EM DIFICULDADES - ENSINOU UMA PROFISSÃO AOS DESOCUPADOS - SERVIU SOPÃO AOS POBRES - ARRECADOU AGASALHOS NO FRIO, DISTRIBUINDO-OS - ENSINOU ADULTOS ANALFABETOS A LER E A ESCREVER - DEU REFORÇO ESCOLAR ÀS CRIANÇAS CARENTES - FEZ CONFERÊNCIAS BÍBLICAS - FEZ CURSO DE SEITAS E HERESIAS - VISITOU OS LARES COM NÚCLEOS DE ESTUDOS BÍBLICOS - AJUDOU A PINTAR ALGUMAS CASAS - TORNOU O CULTO DOMINICAL UM COMPROMISSO PRAZEIROSO - DEU UMA BÍBLIA PARA CADA MORADOR - DEU UMA RELIGIÃO RELEVANTE PARA OS SEM-IGREJA -  DEU PERSPECTIVA DE VIDA E ESPERANÇA PARA A CIDADE - CONTRIBUIU COM O PROGRESSO PESSOAL E COLETIVO.

Marcos estava muito impressionado. Decidiu visitar a igreja no culto do domingo à noite. E, como era de se esperar, o pequeno salão estava lotado. Muitas cadeiras foram colocadas do lado de fora, com uma caixa de som servindo de contato entre o salão e a rua. Mas todos estavam felizes, e as pessoas continuavam chegando. No culto, orações, músicas bonitas, uma boa e simples pregação. Ao final, um "friendship" (confraternização), quando todos comeram "de graça" os pratinhos de quitutes que levaram.

Antes de ir embora, o pastor cumprimentou Marcos. Este lhe perguntou: "Pastor, qual é o segredo para se fazer uma igreja tão pequena como a sua, tão importante para uma cidade? Como vocês conseguem?"

O pastor lhe disse:

- Filho, os batistas são COOPERADORES, trabalham em prol do Reino de Deus. Assim, não estamos sozinhos aqui. Esta é a ponta de um iceberg. Nós somos fruto da VISÃO MISSIONÁRIA de nossa CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Tudo o que somos e temos, é algo compartilhado por batistas de outros lugares. Temos algo chamado PLANO COOPERATIVO, quando nossas igrejas cooperam financeiramente umas com as outras, e proporcionam as condições para sustentar um trabalho como esse, em convênio. Nascemos assim. Algumas igrejas investiram em nós: deram-nos terreno, capela, casa pastoral. Outras entraram no sustento do pastor. E outras ajudam indiretamente, com o PLANO COOPERATIVO. Além disso, recebemos visitas de igrejas, que nos trazem o seu melhor: cursos, treinamentos, atendimento médico-odontológico, pregações, visitações, mutirões missionários, palestras sobre alcoolismo e drogas, e alguns fazem cursos quinzenais de música, para dar capacitação aos nossos. Por isso a nossa igreja é tão frutífera. O segredo é COOPERAR.

Marcos foi embora satisfeito. Se há algo que ele nunca se esquecerá na vida, é que ainda há espaço para uma igreja ser importante na vida de um bairro, de uma cidade e de um país. E, para que isso ocorra, o segredo é COOPERAÇÃO, SOLIDARIEDADE, PARTICIPAÇÃO. Ao invés de falarem sobre os problemas da igreja como instituição falida, os batistas agem, trabalham e constróem a igreja de amanhã, ajudando, investindo, amando, compartilhando.

Nesta campanha em prol de MISSÕES ESTADUAIS da CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO, leve a sua igreja a participar. Nas contribuições mensais, ensine a igreja a participar do PLANO COOPERATIVO. Na oferta especial, ajude sua igreja a alcançar o alvo proposto. Certamente histórias como a de Marcos se repetirão em muitos e muitos pontos de nosso grande Estado de São Paulo. Quem sabe não será a sua igreja uma protagonista de uma nova história de sucesso?

Wagner Antonio de Araújo

pós-escrito: este artigo foi escrito para a CAMPANHA DE MISSÕES ESTADUAIS DA CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO, em 2005, na época em que a mesma era administrada DESSA FORMA pelo Pastor José Vieira Rocha. A realidade institucional da citada organização não é mais a mesma. Bendito seja Deus pelos bons tempos daquela administração! (do autor). E que Deus tenha misericórdia de Sua obra no mundo atual.

memórias literárias - 39 - ... E JOÃO NÃO VEIO ...


39 - ... E JOÃO NÃO VEIO ...


- Alô? João?

- Maria? Olá, Maria! Tudo bem?

- Tudo, João. E aí, como está o coração???

- Ah, Maria, não começa de novo, por favor...

- Tá legal, João. Não liguei pra isso não. Quero te fazer um convite. Posso?

- Manda bala.

- É que o Sammy Tippit vai pregar no ginásio da prefeitura, e vai sair uma kombi de cada igreja aqui da baixada, eu queria te convidar pra ir comigo. É grátis, vai ser no domingo à tarde, e vamos ter boa música e uma boa pregação. Topa?

- Topo.

- Como?!? Você topa?

- Topo, poxa! Era pra não topar?

- Não, claro que era pra topar! É que eu fiquei superfeliz!

- Tá. Que horas tenho que chegar? "Tô à fim" de ir à noite, no culto, também.

- Nossa, cara, que legal! Olha, chega às 13:30, a perua vai estacionar às 14. Assim a gente não perde a condução, e ainda conversa um pouquinho. Nossa, estou superfeliz, João!

- Tá legal. Vou no culto da noite também. Só que agora tenho que desligar, que o chefe tá chegando. Beijinho. Tchau.

Maria amava João. Eles namoraram por alguns meses, dois anos antes. Mas João voltara para a velha namorada (foi um fogo de palha, que durou um mês)  e Maria ficara magoada, triste, mas não desesperançada. Sempre que podia, enviava telemensagens, e-mails, cartas, recadinhos. João nunca respondia. Ou, quando o fazia, inventava as desculpas mais esfarrapadas. Mas Maria era persistente, e continuava cheia de esperanças. João era membro de outra igreja. Mas, atualmente, não ia em lugar algum. Ele se achava um cristão auto-suficiente.

A felicidade de Maria justificava-se: afastado que estava, João prometera ir à cruzada! Sammy Tippit envolvera todas as igrejas da região nesse evento evangelístico. Cada congregação ganhara uma perua para buscar os visitantes e membros. O ginásio comportava umas duas mil pessoas; assim, conseguir-se-ia encher todas as arquibancadas.

Ainda era quinta-feira. Maria não se agüentava de tanta felicidade! Até o domingo ela fez de tudo, para demonstrar a sua gratidão ao Senhor, e implorar-lhe a bênção: jejuou, orou por horas, leu muitos capítulos da bíblia, evangelizou, enfim, fez muito mais do que estava acostumada. No seu "diário", decorou cada um desses dias com um arabesco diferente, colorido e trabalhado. Ela estava tão ansiosa, que perdera até a fome. Estava tão feliz, que cumprimentava a tudo pelo caminho: "Bom dia, poste!", "Bom dia, gato!", "Bom dia, hidrante!". Ah, como é linda a paixão!

Já era sábado. Gastou um bom dinheiro no cabeleireiro, produzindo-se de forma brilhante. Pedira à mãe para apertar o vestido que comprara para o casamento da prima, e emprestara os sapatos de veludo colorido de Soraia, colega de escola. Ela teria, enfim, um encontro! Sim, João iria à cruzada!

Chega o domingo. O relógio marcava 13 horas, e Maria já se encontrava na porta da igreja. O sol brilhava forte, Maria estava debaixo da sombrinha, sem incomodar-se. O zelador ainda não abrira o templo. 13:30: começaram a chegar as meninas da sua turma de mocidade. Também os adolescentes, seus alunos, que iriam cantar no "grande coral da baixada". Ela estava orgulhosa por ver os meninos integrados em atividades musicais de louvor, tão clássicas e solenes.

Faltavam 10 minutos para as 2 da tarde, e a perua chegara. Maria agora suava frio. João não aparecia na rua, nem de um lado, nem do outro. "Será que ele esqueceu? Oh, meu Deus, estou tão ansiosa!" Às duas em ponto todos estavam presentes, menos o João. Maria inventou, então uma desculpa, dizendo ter esquecido um prendedor de cabelos no banheiro feminino, e pediu para entrar. Pois sim. Ela queria ganhar tempo, para que o seu amor chegasse.

Mas às duas e dez o motorista da perua ameaçou deixá-la, caso não entrasse. Com um grande bico, carrancuda, entrou no veículo, rumo ao ginásio. E João não veio.

Chegaram no ginásio. Gente de toda a parte, de todos os lados, pessoas felizes, com faixas das igrejas, com camisetas coloridas, fitas nos cabelos, bandeirolas na mão, cada um fazendo a sua própria campanha. Maria conduziu o seu grupo para as escadas que davam de frente ao palco, onde o coral e o Sammy estariam. Sentaram-se e conversavam muito. Mas Maria observava os portões. "Será que o meu amor perdeu-se, será que ele vem de ônibus? Será que ele vai me surpreeender? Oh, Deus, por favor, não me deixe sozinha..."

Estava ventando muito nas escadas onde estavam. Marcos e as garotas pediram a ela se poderiam sentar-se lá do outro lado, pois não estavam se agradando do vento. Maria disse que sim. Perguntaram-lhe se não iria com eles, e ela disse que já estava bem acomodada ali. E eles foram embora, deixando-a sozinha. "Poxa, que amigos da onça eu tenho! Ninguém quis ficar comigo".

Começou o culto. O coral cantava maravilhosamente. Alguns solos, avisos, e Sammy Tippit pregou a Palavra de Deus. Depois do apelo evangelístico, dezenas e dezenas de pessoas desceram das escadas, em lágrimas, entregando-se a Jesus.

Maria ficara feliz, com certeza. Mas o seu coração estava arrasado. O João não viera. E ela queria que essa tarde fosse uma tarde completa: ela e o João. Ela queria estar ao lado de quem amava. Seu coração pulsava forte por João, mesmo que dois anos os separassem.

Assim que Sammy orou pelos decididos, o povo foi se levantando para ir embora, pegar a condução. Mas o coral ainda cantava. Maria ficou até o fim. Maria ouviu parte por parte. Seus garotos estavam cantando, ela fez questão de prestigiá-los. Quando terminaram, ela levantou-se e aplaudiu efusivamente a apresentação, e desatou a chorar. E chorava copiosamente. Seu coração doía. Ela já não sabia se chorava de alegria pelas conversões, ou pelo gozo de  ver seus meninos cantando uniformizados, ou se lamentava a ausência de João, que a fizera passar vergonha, com uma roupa de festa num lugar onde todos estavam de camisetas. Olhou à sua volta. Não sobrara ninguém! Ela estava absolutamente sozinha. A única que ficara sentada na arquibancada! Sentiu-se só. Sentiu-se melancólica, ao ver-se no final do grande evento.

Maria chorou, e ninguém a consolou.

- "Senhor, por que comigo? O que foi que eu te fiz? A Gláucia, a Cíntia, a Beth, a Zenaide, todas são felizes, estão namorando, e não sofreram assim! Elas me pressionam, Senhor, dizem que não sou normal! Onde está o João, Senhor? Onde estão os meus amigos? Aonde está a minha felicidade?"

Ah, sim. A dor que Maria sentia era muito grande. Não era manha não. Nos seus 21 anos, Maria era virgem. Guardara-se para agradar ao seu Criador, honrando ao Senhor Jesus. Maria era trabalhadora, desde os 14 anos nunca deixara de exercer alguma função, e agora era secretária numa boa empresa. Era a primogênita da família, uma filha excelente. Seu quarto era um brinco, seus pais muito a amavam. E, na igreja, um exemplo: recepcionista de visitantes, professora dos adolescentes, cantava solos, dava cursos de artesanato e participava da sociedade de moças. Sua beleza era inconfundível: uma pinta bem debaixo da orelha direita exercia um charme especial. Quando sorria, lindas covinhas se abriam, e os seus loiros cabelos brilhavam mais ainda, combinando com aqueles olhos de um azul claríssimo! Linda, trabalhadora, inteligente, amada, Maria não queria outro homem, só o João, seu primeiro e grande amor. Maria sentia-se só.

Quantos de nós não somos como Maria, detentores de um vazio enorme dentro do coração, frustrados com as coisas que não acontecem, ou fartos de outras que teimam em acontecer! Quantos de nós ficamos sentados, sem um amigo verdadeiro do nosso lado! Ninguém conhece as profundezas de nossos corações!

Ainda nas escadas do ginásio, Maria orou com a bíblia no colo:

"Senhor, fala comigo! Eu não agüento mais! Senhor, eu preciso ouvir a tua voz!"

Então ela fez algo incomum em sua formação bíblica. Resolveu abrir a sua bíblia aleatoriamente. Sua bíblia estava toda marcada, grifada, sublinhada, com canetas de todas as cores. Então, ao abri-la, deparou-se com um versículo saltando da página, como se dissesse "me leia, por favor!". Ei-lo:


"Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.

O texto era Jeremias 29.11. Maria leu, releu, leu novamente, e orou:

"Senhor, se és tu quem falas comigo, então mostra-me que planos são estes! Que futuro é este! Que esperança é esta! Sinto-me sozinha, sinto-me abandonada, indesejada! Senhor, eu preciso saber quais são os teus planos para mim! "

Maria foi embora na perua. Chegando na igreja, foi ao banheiro, lavou seu rosto, arrumou-se um pouco e foi ao seu lugar especial, no quarto banco à esquerda, próximo do ventilador.

Com o coração pesado, Maria sentia vontade de estar invisível, de não ser notada, de ser só ela e Deus, naquele momento. O pastor solicitava os cânticos, Maria só ouvia as canções, acompanhava com o pensamento. Mas, por fora, apenas lágrimas quentes rolavam de suas faces. João não viera ao culto também. Não, ela nem olhava para a porta do templo. De que adiantaria?

Maria chorava. Enquanto o pastor pregava, Maria estava à quilômetros de distância, sentindo o rosto a queimar, o peito a doer, o corpo a moer. Duas senhoras, sentadas próximas, lhe perguntaram: "Maria, o que há? Você está bem? Está sentindo dores? Quer que tragamos água, ou a acompanhemos até o banheiro?" Gentilmente Maria desculpou-se, dizendo: "Não, irmãs. Eu estou em comunhão com Deus". As irmãs, imediatamente, recuaram. É como se estivessem tocando em solo sagrado. As lágrimas derramadas na presença de Deus, não devem ser represadas.

Ah, quando o peso é grande demais, quando a dor é forte demais, quando o abandono é longo demais, quando a frustração é profunda demais, sentimo-nos como Maria! O rosto nos queima, as canções soam longe, a pregação nos escapa, o mundo muda de ritmo, parece que tudo custa a passar! Estar com o Senhor é o melhor lugar, em tempos de perturbação!

Maria dizia em seu íntimo:

"Senhor, que planos tens para mim? Que esperança me dás, se as coisas que mais quero não consigo ter? Aonde está o meu João? Aonde está o respeito das minhas amigas? Eu sou diferente, Senhor! Todas têm namorados, todas estão quase se casando, e eu estou aqui, sozinha, chorando por um homem que não me ama! Fala comigo, Senhor!"

O culto terminara. O pastor dera a bênção apostólica e fora à porta, despedir os membros. Maria, que era uma das primeiras a confraternizar-se, ficou sentada. Suas pernas pesavam, ela estava fraca, sentia-se mal, queria morrer. "Fala-me, Senhor!"

Depois do tumulto do instante inicial, o corredor foi se tornando mais livre, e as crianças corriam de um lado para o outro. Julinho, um garotinho espoleta, correndo por todos os lados, tropeçou numa bíblia, pegou-a correndo, deu-a aberta à Maria, e disse: "Tó, tia, tô indo. Tchau".

Maria tomou a bíblia e, antes de fechá-la e colocá-la no encosto do banco, viu acesos alguns versículos grifados, e decidiu lê-los antes. Ei-los:

Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre.
Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

Então ela pensou:

"Meu Deus! Paulo dava graças mesmo padecendo necessidades? Paulo passava fome também! Era isso que ele queria dizer, quando falava POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE!"

Foi como o sol a nascer no horizonte da vida de Maria. O Espírito Santo mostrara-lhe algo que lhe era encoberto: "ANTES DE PENSAR NAQUILO QUE NÃO SE TEM, AGRADEÇA PELAS COISAS QUE TEM; E ENTREGUE O FUTURO AO SENHOR, QUE TEM PLANOS DE PAZ PARA VOCÊ ". Sim, era disso que ela precisava! Mas, como  tirar a dor do coração? Como esquecer do João, ou do opróbrio, de ser tratada como "a diferente"?

Maria ajoelhou-se, tomou as mãos e fez um gesto, como a colocar sobre o banco um pacote. E disse:

"Senhor, eu não sou capaz de agradecer pela necessidade. Eu não sou capaz de gostar do teu plano para com a minha vida. Mas EM CRISTO, que me fortalece, eu serei capaz. Capacita-me, ó, Pai! Agora, Senhor! Eu te dou o meu coração, e todas as minhas frustrações. Dá-me um coração igual ao teu, meu Mestre!"

Sammy Tippit afirmou, em uma palestra aos pastores, que o verdadeiro avivamento só virá, quando houver arrependimento para os arrependidos. E isso só pode acontecer quando nos rendemos inteiramente ao querer do Senhor. Ainda que não o entendamos, ainda que não enxerguemos que futuro isso terá; Deus tem o melhor para aquele que deposita nEle a sua confiança.

A dor não saiu rapidamente, mas Maria levantou-se dali decidida.

Ela decidiu não ligar mais para o João. Se alguém estava perdendo, nessa história, esse alguém era ele, e não ela. Portanto, se ele não dava valor, então era porque o Senhor não o havia designado como companheiro para ela. Maria decidiu virar a página e não esperar mais por ele. E foi o melhor que fez.

Disse ela: "Se eu pensar no quanto sou infeliz sozinha, os meus problemas não desaparecerão. Pelo contrário, só tornarão a minha vida mais amarga. E se eu pensar nas coisas que tenho, e no quanto o Senhor me ama, a paz do céu encherá o meu coração. E eu serei feliz. Então entrego a minha solidão ao Senhor".

Ela decidiu também ignorar o opróbrio das amigas. Ela lhes explicou que, se elas estavam namorando e iam se casar em breve, que agradecessem ao Senhor por isso, mas que não quisessem obrigá-la a ter a mesma coisa, pois, em sua vida, os planos de Deus eram outros, e isto tinha que ser respeitado. Suas amigas entenderam, e não a forçaram mais a correr atrás de alguém.

Sua fisionomia já não estava abatida. Pelo contrário, Maria agora estava mais simpática que nunca! Lecionava com mais amor e vigor, aos seus adolescentes; cantava com gratidão ao Senhor; recebia os visitantes com grande simpatia; enfim, tudo ficou melhor. Ela dizia: "EM TUDO DOU GRAÇAS, MESMO PELAS COISAS QUE NÃO GOSTO. DEUS TEM PLANOS PARA MIM, PLANOS DE PAZ, PLANOS DE VIDA, PLANOS DE ESPERANÇA. VOU CONFIAR!"

E Maria tornou-se feliz.

Dias atrás, soube que casou-se! Sim, um jovem garboso e elegante (garboso? essa palavra é arcaica; hoje se diz "saradão"...), muito crente, gentil e responsável, atravessou o seu caminho quando ela menos esperava. Os dois se gostaram tanto, se entenderam tão bem, se atraíram tanto, que casaram-se, numa festa de fazer cair o queixo! O primeiro filho chama-se JEREMIAS (mas o sobrenome não é 29.11...), e o PAULO está prestes a nascer. Que coisa!

Deus é assim! Converte o nosso pranto em folguedo, converte o nosso opróbrio em vitória. Deus ergue o caído, fortalece o fraco e torna um plebeu em príncipe.

Mas tudo começa com QUEBRANTAMENTO...

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O que? Como vive a Maria e seu esposo? Querem saber se o Jeremias é espoleta? Bom, minha gente querida, quem sabe, um dia desses, eu lhes conto um pouco. Mas isso é caso para uma próxima PÁGINA SOLTA.


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Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm

obs:  Esta é uma obra de ficção. Foi escrita na madrugada do dia 01 de agosto de 2004. Este texto,  "...E JOÃO NÃO VEIO..." nasceu como uma ilustração, durante a pregação da Palavra do Senhor, no culto do 26o. aniversário da Igreja Batista de Lauzane Paulista, na capital paulista, em 31/07/2004. Naquele culto, para a honra e a glória de Deus, um grande quebrantamento veio, da parte do Espírito Santo, sobre toda a congregação. À semelhança de Maria, muitos e muitos  renderam-se à vontade de Deus, entregando as suas próprias a Ele. Vamos fazer o mesmo?

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