segunda-feira, 30 de novembro de 2020

memórias literárias - 942 - MAS EM CASA...

MAS

EM
CASA...
 
942
 
Tão crentes para os outros, tão incrédulos para os seus!
 
São tão gentis e educados com as pessoas de fora, mas tão indelicados e violentos com quem está em casa!
 
Falam de perdão para com os pecadores, mas são incapazes de perdoar os que lhe ofenderam em sua família ou em sua casa!
 
Dizem para que se tirem as muralhas do ressentimento, mas vivem ilhados numa redoma construída ao longo dos anos, cujo material é mágoa, ódio, amargura e rancor.
 
Desejam que os casais sejam felizes, mas não movem uma palha para que os seus casamentos também o sejam.
 
Querem que os filhos sejam obedientes, mas não são capazes de obedecer aos mandamentos de Deus para com suas vidas.
 
Entram a sorrir nos cultos e nas lives, mas só Deus sabe como são as coisas quando estão em casa ou quando desligam as câmeras de transmissão.
 
Possuem fé para pregar o evangelho até os confins da terra, mas jamais seriam ouvidos em sua Jerusalém ou Samaria, porque seus vizinhos conhecem as baixarias que acontecem no dia a dia.
 
Falam de vida íntegra, mas devem dinheiro em toda a praça.
 
Falam de fidelidade, mas mantém relacionamentos virtuais espúrios e indignos.
 
Falam de indissolubilidade do casamento, mas é só na separação que pensam.
 
Vestem-se espalhafatosamente, talvez para esconder a vergonha da nudez de uma feiura da realidade!
 
Amanhã, quando o sol nascer, será mais um escândalo para a igreja, mais um desconforto para os crentes, mais um tropeço para que ninguém creia no evangelho.
 
Igrejas fortes são constituídas de famílias estruturadas no evangelho de Cristo. Igrejas fracas são formadas por lares hipócritas. Ministérios fortes são constituídos de pastores com integridade familiar. Ministérios fracos contam apenas com uma fachada.
 
Vamos parar de causar escândalo ao evangelho! Com crentes assim o Reino de Deus não precisa de outros inimigos! Somos os nossos próprios algozes!
 
Maridos devem amar as suas esposas e serem fiéis.
 
Esposas devem obedecer aos seus maridos e os tratar com respeito.
 
Filhos devem honrar aos pais, obedecendo-os e, quando forem idosos, acolhendo-os consigo, sustentando-os.
 
Pais não devem dar maus exemplos aos filhos, nem levá-los à ira.
 
Famílias cristãs devem ser um cartão postal do céu, não um retrato do inferno.
 
Wagner Antonio de Araújo, depois de tomar conhecimento de 6 tragédias familiares públicas...
 

domingo, 29 de novembro de 2020

memórias literárias - 941 - FURGÃO SEM MARCAS

 FURGÃO

SEM
MARCAS
 
941
 
A igreja cantava o segundo hino da noite. Havia um bom auditório. Então ele chegou, pedindo licença e buscando um lugar junto dos presentes. Era o FURGÃO.
 
FURGÃO era o apelido desse homem. Um membro de uma gangue de motoqueiros. Ele era muito prestativo e tinha grande estatura. Seu porte físico lembrava um gigante. Tinha coque no cabelo. Seu pescoço, braço e peitos eram repletos de tatuagens. Também andava com piercings dourados e prateados, na orelha, nariz e outros lugares.
 
Na verdade ele foi atraído pela boa música. Como o semáforo fechou e demorou a abrir, o som de um hino foi audível da esquina e ele achou aquilo fora de série. Resolveu voltar, estacionar e entrar. Ele nunca tinha entrado numa igreja evangélica. Certa vez ganhara um Novo Testamento dos Gideões Internacionais, mas esquecera-o na casa da mãe quando se casara.
 
O pastor pregou a Palavra de Deus. Apresentou a Cristo, loucura para os gregos e escândalo para os gentios, mas para os salvos o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu, mas também dos gentios.
 
FURGÃO ouviu com atenção. O pastor era muito claro nas explicações. Era necessário crer em Jesus Cristo como o Filho de Deus, crer em Sua morte para expiação dos pecados e crer também em Sua ressurreição dos mortos. Quem fizesse isso teria o perdão de todos os pecados e a vida eterna. FURGÃO foi tocado pelo Espírito Santo, que o convenceu do pecado, da justiça e do juízo. No momento da oração ele decidiu entregar a sua vida a Jesus.
 
Estava feita a mudança: FURGÃO tornara-se cristão! Que alegria! Procurou o pastor após o culto, contando-lhe da decisão que tomara. O pastor ficou muito feliz. Orou com ele e apresentou-lhe dois ou três irmãos na fé, com quem poderia estudar a Bíblia.
 
Em três meses FURGÃO estava quase pronto para ser batizado. Fizera a classe de catecúmenos e era discipulado. Mas algo o incomodava muito. Então foi falar com o pastor.
 
- Pastor, preciso tirar umas dúvidas antes do batismo. O senhor pode me ajudar?
 
- Claro, FURGÃO. Diga!
 
- A primeira é sobre este texto: Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR. (Lv 19:28). Pastor, eu estou cheio de piercings e tenho muitas tatuagens. Eu não me sinto bem com isso, pois penso ser pecado andar com estas coisas. O que o senhor me diz?
 
- FURGÃO, você pesquisou bem. De fato agora o seu corpo é templo do Espírito Santo e deve ser limpo e puro. Piercings são símbolos de escravidão e domínio pagão; são, no mínimo, vaidades das quais o cristão deve se livrar. Quanto às tatuagens, foram feitas antes de sua conversão. Agora você é um novo ser. Elas poderiam ser um tropeço ou um testemunho. Um tropeço se ainda as considerasse importantes e fizesse novas. Um testemunho se dissesse que foram da sua velha vida, mas que hoje você não as recomendaria a ninguém.
 
- Eu compreendo, pastor. E como posso me decidir?
 
- Ore. Busque a Deus em oração. Os piercings você fará bem em retirar. As tatuagens ficarão por sua conta. Me procure na semana que vem para conversarmos mais.
 
FURGÃO, então, orou com muita dedicação. E concluiu que há recursos que podem tirar grande parte dessa decoração macabra e vaidosa que fizera na pele. Não ficaria perfeito, mas uma boa parcela desapareceria. As sessões de raio laser não seriam baratas, mas ele investira tanto no pecado, agora era hora de investir na eliminação de seus rastros. Porém alguém o procurou. Era um cristão de outra igreja, todo tatuado. Ele disse:
 
- Cara, você não precisa tirar nada! Deus não vê as aparências, Deus vê o coração! Além disso há tatuagens cristãs, como leões, ursos, cruzes, pombas e o nome de pastores e apóstolos das igrejas! Você pode adaptá-las! Pare de ser bobo! Crente não pode ser tacanha! Crente não é quadrado!
 
FURGÃO ouviu, ponderou, mas não se deixou levar. Para ele era muito sério mudar de vida e também de aparência. Para ele não fazia sentido ser cristão travestido de secularismo vaidoso e inútil. Se ele se submetesse ao batismo seria, de fato, símbolo de uma mudança radical, não de um enxerto ou remendo novo no pano velho.
 
E foi isso que fez. Tratou de tirar toda a ferragem que carregava e de submeter-se às dores das sessões de destatuagem. Resolveu também arrumar o cabelo com mais formalidade.
 
Na semana seguinte foi encontrar-se com o pastor. Este, ao vê-lo, tomou um susto.
 
- FURGÃO? Que mudança incrível! O que você fez? Nem parece o mesmo homem!
 
Ele ficara irreconhecível. As tatuagens do pescoço estavam ausentes, apenas restara um vermelhão que, segundo os médicos, desapareceria com o tempo. Ainda faltavam os braços e o peito, mas ele já havia agendado. E não havia mais tatuagens ou alargamentos. Tudo diferente.
 
- Pastor, eu concluí que não deveria ostentar aquilo que me conduzia ao Inferno. Eu não me orgulharia de ter essas marcas de uma vida sem Deus. Eu sou um novo FURGÃO, um FURGÃO SEM MARCAS. Agora quero ter uma marca só, a de Jesus Cristo, e não na pele, mas no fundo do meu coração. Não quero tatuar versículos, leões, cruzes ou nomes no meu corpo. Não fui feito de papel. Deus já me deu pele adequada e disse: "isto é muito bom". Por que alterar isso? Estou feliz com o que Deus me deu. Que a beleza venha de dentro de mim, com Cristo morando bem aqui, no meu coração. Estou certo?
 
- Certíssimo, meu irmão! Estou encantado!
 
Ambos oraram e louvaram a Deus. E, ao final do mês, num festivo culto da noite, com a igreja cheia, foi celebrado o batismo do FURGÃO. A gangue de motoqueiros estava presente. Alguns dali, durante o apelo evangelístico que o pastor fez enquanto estava no tanque batismal, manifestaram-se por uma nova vida em Jesus também.
 
Era o FURGÃO, levando uma nova carga: VIDAS PARA O CÉU!
 
Wagner Antonio de Araújo.
 
obs: se você, que é cristão, tem piercings ou tatuagens, atente para o exemplo do FURGÃO. Que Deus nos abençoe. Amém.

memórias literárias - 940 - E ACABOU ...

 E

ACABOU...
 
940
 
Morre o ator que fez a trilogia de Guerra nas Estrelas. E gente famosa, que o conhecia, diz: "Que tenha a força e que se vá em paz". Acabou.
 
Morre o atleta de futebol que trouxe glória para a Argentina. Morre ainda em meia idade. Gente de toda parte entra em convulsão, homenageia, chora e ... daqui há uma semana será página virada dos jornais. Acabou.
 
Morre o jornalista que foi âncora do canal de televisão. Inteligente, perspicaz, ateu, muito simpático, praticamente imortal. Num vôo de helicóptero acaba caindo e perece. Uma semana de manchetes. E depois? Acabou.
 
Morre o bispo das assembléias de Deus de Goiás. Homem poderoso politicamente, cheio de gente que dependia de suas indicações eclesiásticas e políticas. Comoção entre os grandes do reino evangélico. Um monte de homenagens. Isso há dois meses. Quem dele se lembra? Poucos. Acabou.
 
A vida é assim: hoje no poder; amanhã no esquecimento. Hoje feito de ferro; amanhã apenas pó para o vento levar.
 
Isto me lembra a inesquecível letra da canção do Novo Alvorecer, que deve ser, salvo engano, de Daniel Vieira Ramos Filho, sucesso nos anos setenta:
 
ASSIM COMO CAEM AS FOLHAS
CABELOS TAMBÉM HÃO DE CAIR
ANUNCIANDO A NOVA ESTAÇÃO
LEMBRANDO A VOCÊ QUE NEM SEMPRE É VERÃO
 
 
ASSIM COMO A PEDRA DESGASTA
SEU CORPO TAMBÉM VAI SE ACABAR
FAZENDO MAIS PÓ PARA O VENTO LEVAR
ABRINDO PASSAGEM PRA O TEMPO PASSAR
 
MAS ALÉM DO PÓ EXISTE UMA ETERNIDADE PRA SE VIVER
ONDE VOCÊ VAI PASSÁ-LA? RESPONDA QUE EU QUERO SABER!
 
Não acabou! Mesmo que em pó nós nos tornemos, mesmo que a nossa memória jaza no esquecimento, mesmo que o poder passe para outras mãos, mesmo que ninguém saiba que um dia existimos, NÃO ACABOU!
 
Somos imortais, quer salvos quer perdidos!
 
Somos eviternos, isto é, tivemos começo, mas não teremos fim.
 
Fechados os olhos prestaremos contas ao Senhor. Os salvos irão para o Paraíso, aguardando a santa ressurreição, o dia do regresso do Messias! Os perdidos irão para o inferno, junto do rico da história contada por Jesus, aguardando o grande dia da ressurreição para a condenação.
 
O que fomos, o que fizemos, o que construímos, o que pensamos, o que fomos na vida de outrem, o que geramos, o que matamos, o que realizamos, seguirá conosco. E tudo terá a sua recompensa (ou castigo). Deus não dirá: ACABOU! Deus dirá: SÓ COMEÇOU!
 
Então, prezado leitor, acalente as boas lembranças e não deixe que os queridos morram no sepultamento das lembranças. Quem merece ser lembrado deve sê-lo. Boas memórias geram boas reflexões, boas atitudes e menos erros no presente.
 
E, ao final, ressuscitaremos! Ninguém será esquecido.
 
Wagner Antonio de Araújo.
 

sábado, 28 de novembro de 2020

memórias literárias - 939 - SAUDADE E VOLTA

 SAUDADE

E
VOLTA
939
 
Há algumas expressões que usamos que não correspondem à verdade.
 
A primeira é: "Estou com saudade do Céu, saudade de Deus". A segunda: "Estarei voltando para casa, no Céu".
 
Eu só posso sentir saudade de algo que conheço, que experimentei, onde já estive. Caso contrário eu apenas imagino, apenas sonho, apenas divago. Nenhum de nós VEIO DO CÉU, nenhum de nós é pré-existente. Somos todos originários da junção dos gametas masculino e feminino no ventre de nossa mãe ou num laboratório. Antes disto nós NÃO EXISTÍAMOS! Portanto, conquanto a expressão seja poética e seja bonita, e quase sempre queira dizer que ansiamos pela presença divina e o reino celestial ela não significa que nós já tenhamos estado lá. A não ser que tenha experimentado um arrebatamento de sentidos ou físico e que se tenha ido ao Céu por antecipação, como Paulo, ao contemplar o terceiro céu.
 
Assim, dizer quando se morre: "Ele voltou para casa", como se a pessoa REGRESSASSE AO CÉU, pode parecer muito bonito, mas não é verdadeiro também. Quando uma criancinha morre e dizemos: "um anjinho que voltou para o Céu" pode soar como lindo e maravilhoso, mas não é verdadeiro. O espiritismo é quem advoga que nós somos almas que eram pré-existentes, que reencarnaram após outras vidas e que a morte é o regresso ao NOSSO LAR.  Entender a morte e a salvação como a volta ao Lar Paterno é, no mínimo, ignorância das Escrituras Sagradas. Nós não viemos de lá, nunca estivemos lá (com a exceção registrada no parágrafo anterior). Ninguém volta para um lugar de onde não veio!
 
Nós iremos para o Céu e estaremos na presença do nosso Deus. Um bebê vai para o Céu por inteira graça do Senhor Jesus, não como retorno de um estado anterior. Nós não somos pré-existentes!
 
As melhores expressões substitutivas e bíblicas seriam:
 
1) EU QUERO ESTAR NA PRESENÇA DE DEUS E ANSEIO PELO DIA DE VÊ-LO COM OS MEUS OLHOS! Ah, que dia especial, quando eu puder andar pelas ruas de ouro da Nova Jerusalém! Que dia há de ser quando eu chegar ao Paraíso e me encontrar com Jesus Cristo! Anseio por este dia!
 
2) EU IREI CONHECER O MEU NOVO LAR - Sim, porque este é temporário e o outro será eterno! Eu nunca estive lá, como João, o Batista, quando afirmou que só Jesus desceu do Céu. Eu para lá subirei e então estarei para sempre com o meu Senhor! Aleluia! Um bebezinho que morre antes da idade da razão foi alcançado pela graça plenária do Senhor! Um abortado também!
 
Eu sei que não falamos por mal, mas devemos adaptar as nossas expressões à Bíblia, e não a Bíblia ao nosso ideário.
 
Que observemos bem as nossas expressões, para não sermos sincréticos e misturarmos paganismo com cristianismo.
 
Wagner Antonio de Araújo.
 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

memórias literárias - 938 - NAMORAR NÃO É ...

 NAMORAR

NÃO É ...
 
938
 
01) Passar tempo com alguém do sexo oposto, com liberdades além das que tem com amigos. Ficar com alguém, divertir-se com liberdades e expressões além dos limites de uma amizade chama-se DEFRAUDAÇÃO, mesmo que a outra pessoa não diga que está sendo invadida. Não se brinca com os sentimentos dos outros e nem com os seus. Além do que qualquer tipo de envolvimento emocional ou físico é um convite à fornicação (atos sexuais fora do casamento), uma agressão ao seu próprio corpo, ao do outro, à história de vida de cada um e à santidade de Deus.
 
02) Tentar até ver se vai dar certo. Namorar uma, duas, três, dez, vinte vezes pode até parecer uma busca lícita e justa, mas denota instabilidade emocional, falta de planejamento e pouca responsabilidade para consigo, com o futuro e com Deus. Namoro não é exercício, não é tentar até ver se vai dar certo. Lidar com os sentimentos, com pessoas e com o próprio futuro é algo que deve ser feito com parcimônia, com propósito, com responsabilidade e com avaliação dos riscos e privilégios. Isto não significa casar-se com o primeiro que lhe fizer a corte, mas não tornar o namoro ato leviano e vulgar.
 
03) Um casamento antecipado, exigindo apenas formalidades ritualísticas para agradar a sociedade. Há muito tempo as pessoas não respeitam os compromissos conjugais e passam a morar juntas, vivendo maritalmente sem compromisso. Elas pensam que seus corpos e vidas não têm nenhuma satisfação a dar a ninguém. Têm sim! Satisfação a Deus, que nos criou e não nos autorizou a esse tipo de compromisso não comprometido. Deverão satisfação aos filhos que advirem destas relações não oficiais. Deverão satisfação a si próprios pelo sucesso ou o fracasso. E deverão satisfações a Deus, quando Ele, à luz de Sua Palavra, disser que aquilo não foi casamento mas prostituição e que serão condenados por causa disto!
 
04) Vingança para fazer ciúmes a alguém ou para provar a todos que está bem e ainda bem cotado no mercado dos sentimentos. Ninguém pode ser vítima de uma vingança, ser usado para agredir a um terceiro. Não se brincam com os sentimentos alheios. Não se paga com a mesma moeda ou se faz ciúmes, ferindo o coração de alguém que não tem nada com isso. Quantas vezes isso termina em morte, lesões corporais, tragédias familiares e desgraça para o resto da vida! A vingança não edifica, não faz justiça e não é correta para com alguém que apenas serve de objeto de agressão.
 
05) Declaração de igualdade diante dos amigos. Há pessoas que namoram só para não se sentirem inferiores aos demais. Como todos namoram elas também querem ter alguém, não importa quem. Não são raras as vezes em que esses relacionamentos acabam em desgosto, tragédias e, quiçá crimes passionais. Não se observam os preceitos bíblicos para os relacionamentos, não se busca a vontade do Senhor, não se ouve o conselho de ninguém. Amanhã a fatura será cobrada e o preço será muito caro.
 
Solteiros que me lêem: não namorem motivados por estas questões acima! Deus não se agrada disso!
 
Ser solteiro ou permanecer solteiro não é defeito, não é inferioridade social, não é defeito moral, não é doença. Ser ou permanecer solteiro deve ter um propósito e glorificar a Deus. E bem pode ser que este estado seja temporário. Para mim foi!
 
Eu busquei por 40 anos alguém com quem construir a minha vida. Já havia namorado e ficado noivo, mas não fui bem sucedido. Aos 40 anos eu decidi que aceitava de bom grado a vontade do meu Senhor Jesus para a minha vida. Quando estava decidido a viver sozinho sem rancores, fui surpreendido pela graça de Deus. Em um acampamento de jovens, quando fui preletor, conheci uma japonesa com quem, depois de 5 anos, vim a me casar. Ela foi a bênção do Senhor para a minha vida. Juntos temos três maravilhosos filhos e somos felizes. Ela também soube esperar no Senhor. Assim, juntos, desfrutamos de um santo amor e das bênçãos divinas.
 
Saibam esperar no Senhor! Saibam respeitar aos seus próprios corpos e dignificar os seus pais com um comportamento puro e santo, reto e benfazejo! Deus abençoa quem O busca e pede a sua bênção para um relacionamento, mas apenas a quem se submete aos Seus critérios: relacionamentos heterossexuais, relacionamentos com pessoas que primeiramente comunguem da mesma fé cristã, relacionamento com pessoas que não estejam com a situação civil maculada por um rompimento e uma separação feita por juízes da terra (quando Deus, em Sua Palavra diz que o que Deus uniu o homem não deve separar; e se houver separação por motivos de traição, deverão manter-se sozinhas). Uma má escolha agora será uma chaga para o resto da vida.
 
Eu recomendo submissão à vontade do Senhor e a confiança de que Ele tem prazer em conduzir o coração de alguém que a Ele se submete.
 
Que Deus nos abençoe. Amém.
 
Wagner Antonio de Araújo

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

memórias literárias - 937 - FICÇÃO OU REALIDADE

 FICÇÃO

OU
REALIDADE
 
Um padre. Um pastor. Um filósofo. Um ateu. Um comunista.
 
Todos juntos em confraternização pessoal e com convergência de idéias.
 
São ídolos da mídia. São astros da TV. São consultores empresariais. São gurus de seus adeptos. São empresários da mídia de si próprios.
 
Ah, como é linda a união e a confraternização! Como é bela a unidade das pessoas!
 
Eu também consideraria lindo, se não fosse por um detalhe: nesse time o ideário é único. Não pode haver posicionamento cristão. Se houver a unidade se esfacela.
 
Exemplo: se o pastor disser que Deus criou apenas homem e mulher no gênero humano a comunhão da mesa se desfaz. Se ele disser que não é à favor de bandeiras socialistas, de campanhas da ONU, de protestos contra racismo, homofobia e que é contra o aborto a unidade se destrói.
 
Mas o padre pode falar sobre os ritos de sua religião à vontade. O filósofo sobre suas teorias de educação, de economia e de evolução social. O ateu pode dissertar sobre a materialidade da vida e o existencialismo como única razão do fôlego de vida. O comunista sobre as conquistas das massas frente aos capitalistas.
 
O pastor pode falar tudo também, desde que não discorde dos demais partícipes. E fala. Ele é o queridinho das esquerdas, o bibelô dos entrevistadores e o grande admirado pela mídia como um dos últimos verdadeiros cristãos de mente progressista.
 
Ouvíamos, nas palestras de escatologia, as considerações de que o mundo convergiria para uma única religião, uma única filosofia, uma única mesa, desde que matasse ao cristianismo e apoiasse as idéias materialistas e anticristãs. Eu mesmo preguei sobre o tema diversas vezes.
 
Nestas alturas eu gostaria tanto de dizer que isto é mais uma de minhas ficções literárias!
 
Mas não posso...
 
Wagner Antonio de Araújo.

memórias literárias - 936 - MINISTÉRIO BEM SUPRIDO

 

MINISTÉRIO

BEM SUPRIDO

 

"fui moço e já, agora, sou velho; porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão". Salmo 37.25

 

INTRODUÇÃO

 

Falar neste JUBILEU DE CRIZO, nesta comemoração de 33 anos de ministério pastoral do Pr. Neilson Xavier de Brito à frente da Igreja Batista em Vila Pompéia, São Paulo, Brasil, é uma honra muito grande, e também uma responsabilidade.

 

É uma honra porque falo de quem conheço. O Pr. Neilson foi o pastor de minha família. O meu pai Antonio Paulino de Araújo e a minha mãe, Elzira Bonfante, foram suas ovelhas. Emiliana Pereira Cruz, minha irmã adotiva, é ovelha de seu pastoreio. Ele os assistiu nas horas alegres, participando de suas felicidades, e também esteve presente nas horas tristes, oficiando o sepultamento de ambos, inclusive acolhendo os ossos de meu pai na sepultura desta igreja. Ele esteve no meu concílio examinatório e no meu concílio de consagração em 1991, quando, após 4 anos de experiência na igreja onde servia e em estágios, inclusive aqui, impôs sobre mim a mão, junto do presbitério, concedendo-me o reconhecimento pastoral junto às igrejas do Senhor. Ele deu-me a graça de casar-me nesta igreja e também de festejar o primeiro aniversário de minha filha Rute Cristina nestas dependências. Ele orientou-me na construção do gabinete pastoral da igreja que pastoreei por 22 anos, Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil. Ele tem sido presente ao longo de todo o tempo. Por isso foi uma honra receber o convite para pregar nesta EFEMÉRIDE.

 

Mas também uma grande responsabilidade. Ocupar este púlpito é um privilégio, uma concessão por demais preciosa. Ser porta-voz do Senhor e trazer palavras que Ele nos ilumina é, de fato, algo a se fazer com tremor. O que dizer diante de tamanha bênção, de tamanha longevidade pastoral? O que dizer diante desta Casa de Oração tão confortável, ampla e bela, fruto do labor incansável do seu obreiro? O que fazer ante a obra social que, ao longo de tantos anos, vem coroando o ministério do Pr. Neilson, mostrando ao mundo que ele não é apenas um homem de palavras, mas de prática? De fato dependo da graça do Senhor, a quem pedi a mensagem e agora solicito de todos a atenção para o que tenho a dizer.

 

Escolhi um versículo que nada tem a ver com ministério pastoral. O texto foi escrito pelo Rei Davi, que viveu a mil anos antes de Cristo. Um "homem segundo o coração de Deus", conforme diz a Escritura Sagrada. Ele não nos serve de modelo em muitas coisas, pois não foi perfeito. Por ser a Bíblia a Palavra de Deus, um livro verdadeiro, não escondeu de nós os pecados desse rei, que foram grandes e hediondos. Contudo, também não nos escondeu o coração quebrantado e arrependido que teve diante de cada deslize e a maneira com que aceitou as consequências de suas más escolhas. Foi pastor de ovelhas, foi instrumentista, foi soldado, foi general, tornou-se rei por escolha divina, foi profeta, foi compositor, foi pai, foi construtor. Uma vida de duração mediana (não foi longevo), cujos efeitos, resultados, exemplos e legado permanecem para sempre, comprovando aquilo que a própria Escritura diz: E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (1Jo 2:17).

 

Gostaria de abordar três afirmações deste versículo, relacionando-as com a vida ministerial do Pr. Neilson Xavier de Brito, quiçá com a vida de cada ministro fiel do evangelho de Cristo. São elas:

 

I - FUI MOÇO E AGORA SOU VELHO

 

Davi afirma que um dia foi moço. Ele não diz que outra pessoa o foi, mas que ele mesmo teve mocidade. Ele diz que agora, quando compõe o salmo, é um homem velho. Ele experimentou a vida, experimentou o desabrochar de toda a sua potencialidade, vivenciou a cada dia os desafios que se lhe apresentavam. Os seus cabelos eram claros e ruivos quando iniciou, mas agora já não eram como antes. Era forte e corajoso, cheio de vigor e ideais. Agora estava vivido, o corpo cansado, já não saía mais às batalhas de antes e sabia que não havia muito a descobrir. Ele envelhecera. Ou melhor, ele fizera-se semente.

 

Lembro-me, no início de minha vida cristã, quando perguntei ao Pr. Waldemur o porquê eu não sentia mais aquele entusiasmo dos primeiros dias de convertido, aquela alegria tão presente e tão espontânea em cada coisa. Eu lhe contava que a igreja, os irmãos e a vida não eram exatamente como eu enxergava; as pessoas não eram tão santas quanto eu as julgava e agora a igreja tinha problemas que antes eu não via. O pastor, com santa experiência, afirmou-me: "Wagner, antes você era uma flor que desabrochava para o evangelho. Tudo era festa, era a chamada "alegria da salvação". Agora a flor caiu e a beleza se foi. Contudo você hoje é semente, é vigor, é realidade e tem consigo o poder da vida constante com Deus". Como me fez bem ouvir aquilo! Eu agora tinha experiência, não era um neófito!

 

O Pr. Neilson chegou aqui em Vila Pompéia bem jovem e moço. Seu casamento era recente e gerou a seus filhos, criando-os aqui. Conquanto tivesse aprendido grandes lições no seio do seminário, descobriu pela prática que não era suficiente para enfrentar os desafios ministeriais do dia a dia. Foi com o tempo que aprendeu a lidar com o seu orçamento de forma que pudesse sobreviver condignamente. Foi com o tempo que conseguiu harmonizar vida familiar e ministerial, não privando a nenhum dos dois de seus cuidados e presença. Foi com o tempo que aprendeu a sorrir com os que sorriem e a chorar com os que choram.  E então, a cada dia, enriqueceu o seu interior, enriqueceu a sua prédica, enriqueceu o seu ministério. A igreja enriqueceu-se juntamente com ele.

 

Foram muitos dias. 12.045 dias mais precisamente. Também atravessou 1.720 semanas. Foram muitos meses, 396, na realidade. Foram 33 natais, 33 anos novos, 33 páscoas e só Deus sabe quantos outros dias especiais.

 

Ao longo deste tempo o Pr. Neilson viu centenas de crianças nascerem. Apresentou-as diante do Senhor. Levou centenas aos pés de Cristo, batizando-os no Senhor. Celebrou inúmeros aniversários. Participou de muitas festas de 15 anos. Esteve na formatura de muitos irmãos. Celebrou o casamento de outras tantas pessoas. Viu os seus filhos virem ao mundo. E, ao lado disto, também sepultou muitos outros que dormiram no Senhor. Chorou junto ao leito de dor e intercedeu noites inteiras. Socorreu a tantos que não sabiam o que fazer na hora amarga. Eu fui um deles. Participou do festejo e da realização de vitória de quantos outros! Isto não se consegue com um tempo curto, um ministério de tempo limitado. Isto é o fruto de anos e anos, de uma vida inteira dedicada a um rebanho!

 

Sim, Pr. Neilson. O senhor foi moço. Agora já não é mais. É um homem experiente, vivido, calejado. Muitos de seus cabelos brancos são troféus de experiências que teve, umas felizes; outras, nem tanto. O senhor assumiu o ônus da responsabilidade em dar a esta igreja o tão sonhado templo que desejava. Saíram de uma casa de oração pequenina, de bairro, configurada para os anos 30 do século passado, para um suntuoso edifício, completo, confortável, digno do bairro que cresceu e se sofisticou. O senhor manteve a boa música que a igreja já tinha e tornou-a ainda mais relevante, assessorando-se de outros ministros extremamente capazes. O senhor deu a todos o seu vigor, o seu sangue e a sua vitalidade. O senhor foi moço e deu-se pela igreja.

 

II - NUNCA VI O JUSTO DESAMPARADO

 

Se o senhor tivesse que contar apenas com os recursos de sua inteligência, de seu intelecto, de seu físico, de seus diplomas acadêmicos ou de sua influência política, o ministério não teria chegado até aqui. O que temos que não tenhamos recebido? O que somos senão agraciados pelas mãos do Senhor? Há situações que um pastor de longa data passa, que não podem ser imaginadas pelo coração de quem não viveu esta experiência.

 

Quantas vezes sentiu-se só? Quantas vezes teve que lutar sozinho as lutas que Deus lhe dava? A esposa, fiel companheira, não podia sofrer com tudo o que o seu coração sofria. A igreja, que tantas vezes é o motivo de alegria, por algumas vezes é também razão para as lágrimas. Por mais que um pastor faça, por mais que um pastor lute, por mais que um pastor se dedique, há sempre aqueles que, com um dedo em riste, acusam-no de não ter feito tudo ou não fazer bem feito. Quantas vezes as condições eram poucas! Quantas vezes a coberta não cobria o corpo todo! Quantas vezes não se sabia se haveria jantar!

 

Mas a cada desafio permitido pelo Senhor havia também o socorro bem presente que Deus lhe dava, ora de algum milagre local, ora de alguma surpresa exterior, ora de uma transformação das situações! Deus esteve presente! Deus se fez ver! Deus estendeu a mão! Deus curou as feridas! Deus derramou o seu "bálsamo de Gileade"! Deus reverteu as coisas! A alegria de um problema resolvido é refeição cara, da qual só participa quem teve a experiência da dor, da aflição, do temor e da falta de recursos!

 

Quantas curas Deus efetuou, ora pelas mãos dos médicos, tão capacitados; ora pelas próprias mãos de Deus a usar as orações pastorais! Quantas pessoas reencontraram ânimo, quantas encontraram o refúgio e quantas descobriram a que vieram, depois de serem supridas pelo amparo pastoral, agraciado pelo amparo divino! Deus usou a sua vida para salvar casamentos, para evitar suicídios, para consertar vidas moralmente comprometidas e para dar ao desesperado a esperança necessária! Deus usou a sua vida para soerguer os caídos, para limpar as feridas dos aflitos e para construir na juventude a certeza de dias melhores!

 

III - A DESCENDÊNCIA NÃO MENDIGA O PÃO

 

Davi fala do suprimento de Deus nas horas de infortúnio e das bênçãos divinas para a posteridade dos justos. Eu a uso para falar de outro pão, o pão que o pastor precisa fornecer quente e apetitoso todos os dias no púlpito que lhe é confiado. Falo do suprimento do pão da vida. Infelizmente muitos púlpitos estão dando pão para o povo, mas pão de joio, quentinho e mortífero. Mas o Pr. Neilson, diferente daqueles, tem sido um padeiro de Deus na entrega dos pães do céu há 33 anos, na mesma igreja!

 

Através de suas pregações o pecador tem encontrado a salvação. Sim, porque hoje em dia não se prega mais conversão, mas adesão. As pessoas aderem a um projeto, aderem a uma causa, erguem uma bandeira e ficam até que se esgotem as pautas daquele ideal. Mas um pastor verdadeiro não faz nada disso. Um pastor verdadeiro apresenta ao inconverso a sua situação de miséria espiritual e de perdição. Coloca-o no seu devido lugar, como um condenado ao Inferno. Mas, ao mesmo tempo, apresenta-lhe a Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, o Redentor da humanidade. Conta ao pecador a história da salvação, o plano de Deus para levar o homem ao Céu e lhe dá a chance de converter-se, de mudar de vida, de abraçar a fé, de tornar-se cristão. Num púlpito de um pastor autêntico a bíblia não precisa ser atualizada e nem é insuficiente. Sei que o Pr. Neilson tem dado pão de trigo e este pão dá vida e dá sustento! Quantos batismos bíblicos em nome de Jesus, pela Santíssima Trindade, não foram realizados por suas mãos!

 

Quem aprendeu a ouvir-lhe não mendiga o pão, Pr. Neilson. Muitas pessoas trocam o púlpito do pastor de sua igreja pelos famosos ganhadores de dinheiro com a boa fé evangélica, ouvindo os famosos hereges de sempre. Eles estão nos celulares, no facebook, no youtube e, não raras vezes, recebem o dízimo de quem deveria primar em sustentar o trabalho de sua igreja local. Mas eles são um blefe, uma ilusão. Eles estão só na mídia, não na vida das ovelhas reais do Senhor. Na hora da doença, na hora da morte, na hora do conflito familiar, na hora do aconselhamento não são esses atores hipócritas que estarão ao lado dessas pessoas (eles são caros e inacessíveis!), mas o pastor de sua igreja local, cujos ensinos foram, muitas vezes, desprezados, relegados a coisa de pouco valor.

 

Não, Pr. Neilson. Não teria esta igreja dado ao senhor 33 anos de seu púlpito se não experimentasse ao longo dos anos a bênção de receber de seus lábios, de sua prédica, de seus conselhos, de suas orientações, de seus ensinos, de sua firmeza, da solidez de seu caráter uma alimentação sadia, um suprimento saudável, um antídoto contra o falso evangelho que grassa por toda parte em nossa denominação e no mundo cristão. Não, Pr. Neilson. Não se trata de falar sibolete ou chibolete, dialetos no mesmo idioma, opiniões sobre assuntos secundários. Trata-se de considerar que o seu ministério tem sido um "assim diz o Senhor". Um púlpito assim alimenta! Isto é o pão real, único alimento que um pastor tem a responsabilidade de dar ao seu rebanho.

 

 

CONCLUSÃO

 

Caríssimo Pr. Neilson. Quero aqui lembrar-me das palavras do Anjo Gabriel para Daniel, o profeta: "Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança". Daniel 12.13

 

Hoje o pastor está em pleno vigor físico, no exercício de seu ministério. Cumpra-o com o mesmo temor e a mesma responsabilidade dos últimos 33 anos. Não desista. Não pare. Não cesse. Deus mostrará até quando deverá continuar. Mas saiba: a memória das igrejas é bastante deficiente e, aos poucos, tudo o que fez irá ficar para trás, no esquecimento. Se outro obreiro condigno, no futuro, honrar a quem precisa ser honrado, fará com que os principais fatos sejam lembrados. Caso contrário o irmão será um retrato em cima da mesa de alguém por alguns anos. E depois nem isso. Talvez um artigo de Wikipedia ou nome de rua.

 

Mas esteja certo de algo: DEUS NÃO LHE ESQUECERÁ! Há um Deus que vê! Há um Deus que jamais se esquece e que não deixará de recompensar nem um simples copo de água fria. Ele não precisa de registros históricos, de fotografias, de facebooks, de youtubes, de instagrans, de whatsapps, de notas fiscais, de registros ou quaisquer outras coisas. Tudo o que o irmão fez e faz estará nas mãos dele e há recompensa para os que são fiéis. Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. (Hb 6:10). Cada mensagem, cada sermão, cada estudo, cada culto, cada oração, cada vigília, cada reunião, cada visita, cada oferta, cada lágrima vertida, cada sorriso difícil, cada levantar de manhã, cada noite mal dormida, cada esperança de dias melhores. Deus a tudo viu, de tudo esteve ciente e o recompensará com bênçãos eternas! Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2Tm 4:8)

 

Que, pela graça de Deus o senhor tenha outros jubileus, muitos, a celebrar como pastor desta igreja.

 

Parabéns, Pr. Neilson Xavier de Brito!

 

 

Wagner Antonio de Araújo,

22 de novembro de 2020

 

sábado, 21 de novembro de 2020

memórias literárias - 935 - NOVA RAÇA

 NOVA

RAÇA
 
Para Deus havia uma única linhagem: a espécie humana. Esta corrompeu-se, vindo a sucumbir com o Dilúvio. Dentre as famílias humanas Deus escolheu a de Noé. Este homem, cabeça desta casa, era íntegro e temente a Deus, mesmo a viver no meio de um geração degenerada e corrupta.
 
No mundo pós-diluviano Deus selecionou um homem, da linhagem de Sem, filho de Noé, para dele fazer uma grande nação, além de torná-lo pai de grande multidão. O seu nome era Abrão, mudado posteriormente para Abraão. A sua descendência tornou-se escolhida dentre todas as do planeta, passando a ser a única nação de Deus. São os hebreus, posteriormente denominados judeus (ou israelitas). Todos os demais, incluindo eu e você somos "os gentios", "as gentes", "as nações". Deus optou por esta nação e considerou-nos fora do pacto, não partícipes de Sua graça e aliança primitiva. Mas fez uma promessa. Um dia outro profeta, semelhante a Moisés, viria para tornar-se "o ungido", "o messias", "o Cristo", e este seria "a luz dos gentios, a esperança das nações". Através deste judeu o mundo poderia ser incluido como povo de Deus também. Ele seria o servo do Senhor, sofredor, o Cordeiro de Deus e faria um sacrifício único e perfeito para incluir toda a humanidade num novo pacto com o Altíssimo. Seria trocada a aliança nas tábuas de pedra (os dez mandamentos) e inserida no coração de cada alcançado (a conversão divina).
 
Veio Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo. Um judeu legítimo e verdadeiro. Cumpriu todas as profecias sobre ser, de fato, o tão esperado redentor. Seus apóstolos receberam a missão de pregar as suas boas-novas. Fizeram-no primeiro aos já judeus, fiéis e piedosos. Um grupo de samaritanos, porém, creu nEle também e Deus sinalizou que seriam aceitos na fé mediante o Espírito Santo que também lhes alcançou. Tempos depois Deus trouxe os gentios à Sua família, fazendo de Cornélio, um prosélito gentio, bem como de toda a sua família, os primeiros "gentios" convertidos. Na igreja de Antioquia foram os fiéis chamados cristãos pela primeira vez. E ali foi o centro missionário do grande Apóstolo Paulo, o apóstolo dos gentios. Para concluir, os últimos seguidores de João o Batista também foram inseridos entre este povo único de Deus.
 
Do Apóstolo Paulo são as reveleações mais preciosas para nós, gentios. Em Cristo não haveria mais o racismo judaico. Em Cristo as barreiras raciais cairiam, formando de ambos os povos (judeus e gentios) um povo novo, remido, salvo, transformado, que teriam como pai adotivo o próprio Pai de Jesus Cristo, o Deus Eterno; teriam como irmão mais velho o próprio Senhor Jesus. Seriam filhos da Jerusalém celestial e deveriam tratar a todos como irmãos, pois formavam a família de Deus. Gentios e judeus seriam agora remidos de Cristo, o Israel de Deus. Isto não significava a rejeição da linhagem escolhida, para quem Deus ainda tem um plano; mas derrubar para sempre esse racismo materialista que jamais pode fazer de alguém um autêntico conhecedor do Senhor. Pelo Messias somos agora família de Deus, todos nós.
 
Assim devem ser as igrejas de Cristo: convertidos de todas as raças, linhagens, continentes, países, cores, línguas, tribos e nações, irmanados unicamente pela fé no Senhor Jesus Cristo, considerando uns aos outros em amor e em serviço, sem jactância, orgulho ou superioridade. Se há alguém que poderia considerar-se superior entre os cristãos seriam os judeus, pois foram os primeiros escolhidos (primeiro dos judeus, diz a Escritura). Mas em Jesus os primeiros seriam os últimos, querendo dizer que somos todos iguais na família de Deus. O maior judeu de todos os tempos, Jesus Cristo, foi quem tomou a bacia e a toalha e, em completa humilhação (fez-se um serviçal dos mais humildes) lavou os pés dos apóstolos, ensinando-lhes (e a nós) que o maior sempre é menor, serviçal, buscando o bem.
 
Com isto celebramos a unidade. Unidade em Cristo, não de raça. Não há espaço para refazermos as barreiras raciais entre judeus e gentios e nem para manter ou criar barreiras entre gentios de cores ou etnias diferentes. Não deve haver uma igreja branca e uma preta. Não deve haver uma igreja aborígene e outra asiática. Não deve haver igreja racial ou segmentada. Há IGREJAS, compostas de miseráveis pecadores de todas as raças, povos, línguas e nações, que foram convertidos e transformados em novas criaturas e como tais devem viver sempre, considerando-se uns aos outros em amor,  tratando os inimigos com o amor de Cristo. Não há espaço para disputas, protestos, partidarismos ou violências retóricas no mundo cristão. Seríamos conhecidos em Cristo como os que amam e que são capazes de amar até ao inimigo.
 
Não esqueçamos as nossas raízes. Não deixemos as plantas parasitas do presente século macularem a árvore de nossa verdadeira vocação. Não enfeitemos a fé com as bandeiras do presente século. A flâmula de Deus é esta: "AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI".
 
Wagner Antonio de Araújo

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

memórias literárias - 934 - AMIZADES QUE PERDURAM

 AMIZADES

QUE
PERDURAM
 
 
Esta reflexão é pastoral. Diz respeito aos que exercem ou exerceram o ministério pastoral. Foi uma frase que um pastor, meu verdadeiro amigo me enviou, depois que eu lamentei ter sabido do falecimento de um colega, Pr. Paulo Lopes Barbosa, através de uma ex-ovelha e não através de alguma comunicação de algum colega.
 
Eu, que sou pastor desde 1987, ordenado oficialmente em 1991, já experimentei todo tipo de configuração ministerial. Fui pastor de ponto de pregação, de congregação, de igreja pequena, média, grande. Fui presidente de associação, secretário executivo, tesoureiro, secretário de mesa, membro de comissões e juntas, conselheiro, componente de concílios. Hoje estou a enfrentar a pandemia junto de minha família, sem um púlpito ou uma igreja para pastorear, aguardando no Senhor (e tão somente nEle) para o regresso, se assim for do Teu agrado.
 
Quando estamos à frente de um ministério, pastorado, administração eclesiástica somos populares, recebemos ligações de toda parte, somos chamados para eventos, informados sobre falecimentos, convidados para participar disto ou daquilo. Basta deixarmos a função e o nosso telefone silencia, a nossa caixa de mensagens se esvazia, o nosso nome desaparece dos eventos e não somos mais lembrados de nada, exceto para as tradicionais cobranças de anuidades de entidades ou de periódicos. Ah, disto as organizações jamais se  esquecem!
 
Quantos pastores, meus amigos, após uma vida toda dedicada ao trabalho pastoral, sentem-se só e abandonados, classificados como peças de museu ou seres de terceira categoria na vida eclesiástica. Alguns não são convidados sequer para fazer orações silenciosas... Quantos atravessam situações difíceis, crises e enfermidades e não são lembrados nem para a solidariedade da oração pública! Quando alguém em ascensão ou no exercício do ministério adoece, morre, sofre ou recebe prêmios há uma enxurrada de notícias, de mensagens, de elogios, de palavras das massas. Quando outro, sem ministério, aposentado ou em trânsito passa pelas mesmas coisas é geralmente ignorado, exceto pelos amigos reais, mais próximos.
 
Essa situação é real. Digam-me os pastores aposentados, idosos, sem ministério, apenas membros de igreja: onde estão os que antes pululavam em seus whatsapps com palavras de atenção e de carinho? Onde estão as lembranças de outrora? Não estão. Quando muito são lembrados em uma data ou necessidade, como, por exemplo, recadastramento de endereço, de rol de membros ou de cobrança de anuidades.
 
Graças a Deus por duas coisas.
 
1. Deus não Se esquece de Seus servos, de Seus escolhidos, de Seus comissionados. Ele é a companhia sempre presente, o socorro no dia da solidão. Ele é presente a cada instante, mesmo quando todos os outros foram embora. E Ele não depende de políticas ou de indicações: quando Ele age, chama, convoca e designa, faz valer a Sua vontade. Com poucos ou com muitos. Ele é soberano. Aleluia!
 
2. Há amigos que permanecem. São poucos, é verdade. São contados nos dedos das mãos, mesmo com contatos aos milhares. Eles não nos tratam pelo poder eclesiástico que temos, ou pelo poder político que exercemos no pouco ou no muito público a quem assistimos. Eles são atemporais e não estão interessados no que podemos fazer por eles. Eles nos amam por amor, não por interesse. E, para eles o nosso valor não é computado pelo poder, pela fama, pelo alcance de nossas mídias. Eles amam com o amor do Senhor.
 
Sou solidário com os pastores sem ministério, com os pastores idosos e com os pastores que foram esquecidos. Sou solidário com cada um deles. E desejo-lhes paz e graça, consolo e esperança. Eu também, a cada dia, sou fortalecido no Senhor e na força de Seu poder. E sei em quem tenho crido!
 
Um abraço.
 
Wagner Antonio de Araújo, pastor pela graça de Deus, no aguardo da convocação de Deus, quer para pastorear, quer para continuar à disposição do que Ele desejar.

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...