segunda-feira, 23 de novembro de 2020

memórias literárias - 937 - FICÇÃO OU REALIDADE

 FICÇÃO

OU
REALIDADE
 
Um padre. Um pastor. Um filósofo. Um ateu. Um comunista.
 
Todos juntos em confraternização pessoal e com convergência de idéias.
 
São ídolos da mídia. São astros da TV. São consultores empresariais. São gurus de seus adeptos. São empresários da mídia de si próprios.
 
Ah, como é linda a união e a confraternização! Como é bela a unidade das pessoas!
 
Eu também consideraria lindo, se não fosse por um detalhe: nesse time o ideário é único. Não pode haver posicionamento cristão. Se houver a unidade se esfacela.
 
Exemplo: se o pastor disser que Deus criou apenas homem e mulher no gênero humano a comunhão da mesa se desfaz. Se ele disser que não é à favor de bandeiras socialistas, de campanhas da ONU, de protestos contra racismo, homofobia e que é contra o aborto a unidade se destrói.
 
Mas o padre pode falar sobre os ritos de sua religião à vontade. O filósofo sobre suas teorias de educação, de economia e de evolução social. O ateu pode dissertar sobre a materialidade da vida e o existencialismo como única razão do fôlego de vida. O comunista sobre as conquistas das massas frente aos capitalistas.
 
O pastor pode falar tudo também, desde que não discorde dos demais partícipes. E fala. Ele é o queridinho das esquerdas, o bibelô dos entrevistadores e o grande admirado pela mídia como um dos últimos verdadeiros cristãos de mente progressista.
 
Ouvíamos, nas palestras de escatologia, as considerações de que o mundo convergiria para uma única religião, uma única filosofia, uma única mesa, desde que matasse ao cristianismo e apoiasse as idéias materialistas e anticristãs. Eu mesmo preguei sobre o tema diversas vezes.
 
Nestas alturas eu gostaria tanto de dizer que isto é mais uma de minhas ficções literárias!
 
Mas não posso...
 
Wagner Antonio de Araújo.

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