quarta-feira, 21 de outubro de 2020

memórias literárias - 932 - DEPOIS

 DEPOIS

 
932
 
De manhã eu prometo. À noite eu descumpro.
 
Pela manhã eu digo sim. Mas à tarde eu falo não.
 
Eu assumo o risco. E depois eu digo que a culpa é do outro.
 
Eu digo que serei fiel. Depois eu quebro o compromisso.
 
Eu digo que não farei. Depois eu vou e faço.
 
Eu falo que mudei. Mas vivo do mesmo jeito.
 
Eu ganho mentindo. E depois eu minto ganhando.
 
Eu digo que sou contra. E depois eu sou duplamente favorável.
 
Eu quebro os meus ídolos. Depois compro novos.
 
Eu corto as relações com os espíritos. Depois eu me concentro e os trago de volta.
 
Eu fico limpo do álcool. Depois eu celebro com um garrafão de cachaça.
 
Eu paro de fumar. E depois fumo um charuto para celebrar.
 
Eu não uso mais drogas. E depois fico dopado pelos jogos virtuais.
 
Eu fujo do pecado. Depois eu durmo com ele.
 
Eu sou batizado em nova vida. Depois bebo a água suja e emporcalho-me na vida velha.
 
Eu faço votos de ministro religioso. Depois vivo como um mundano.
 
Eu me comprometo a ensinar. Depois sou o responsável em desvirtuar.
 
Eu digo que terei zelo. Depois deixo que o lobo devore.
 
Eu amo a Jesus. E dou um beijo em Satanás.
 
Dias difíceis...
 
Wagner Antonio de Araújo.

memórias literárias - 931 - EM LUGAR DE DEUS

 EM LUGAR

DE DEUS
 
931
 
O Papa sempre atribuiu a si o papel de rocha sobre a qual a Igreja de Cristo estaria construída. Atribuição insana e imprópria, pois nenhum homem pecador serviria para sustentar a Igreja, Noiva de Cristo. Contudo, tal homem gabava-se de que suas palavras eram inerrantes. Ocorre que um contradiz o outro. E agora, num documentário que irá ao ar em festivais internacionais, ele declara que os gays têm direito a estabelecer uniões estáveis e formarem famílias homossexuais, pois são filhas de Deus. Só não usa a expressão "casamento" para fazer política, pois, no conteúdo é a mesma coisa. A voz do Papa é a voz de Deus para os romanos.
 
Mas, infelizmente, encontramos pastores batistas, presbiterianos, metodistas, pentecostais e as seitas neopentecostais a dizerem as mesmas coisas, uns com a apresentação de argumentos eruditos; outros, apenas a seguirem o berrante que chama a manada.
 
E Cristo e Sua Palavra foram para a lata do lixo. Os valores sacrossantos da família, da heterossexualidade conjugal, da indissolubilidade matrimonial, os pecados morais da fornicação, do adultério, da sodomia e da luxúria já eram. Por isso as editoras correm a fazer revisões bíblicas, dissolvendo o texto na proporção homeopática, tornando tudo palatável, digerível e com sabor de mel. Mel do inferno!
 
Aos poucos o Senhor recolhe os Seus servos fiéis e não repõe nos púlpitos gente digna de Sua Palavra. Aos poucos as igrejas se transformam em agências das trevas, propagando as alterações doutrinárias que agradam a Satanás e agridem ao Senhor. Está chegando a hora e a vez do anticristo! O remanescente diminui, quase se extingue, mas persiste. E em breve será arrebatado, para que a tragédia do Apocalipse ocorra sem detenção. Nós sabemos que, por fim, CRISTO vencerá!
 
Preparemo-nos, pois estão a se cumprir textos bíblicos.
 
E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres. (Ap 17:3)
 
E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. (Ap 13:5)
 
Ora, quando vós virdes a abominação do assolamento, que foi predito por Daniel o profeta, estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes. (Mc 13:14)
 
E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. (Ap 13:6)
 
Wagner Antonio de Araújo
 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

memórias literárias - 930 - SOU EVANGÉLICO

 SOU

EVANGÉLICO
 
930
 
Sou cantor sertanejo, participo de baladas, forrós, noitadas, bebedeiras e faço festa com a mulherada. Mas sou evangélico.
 
Sou jogador de futebol. Pago por prostitutas nas boates estrangeiras, mando buscá-las no Brasil, posto vídeos de pornografia e tenho linguagem chula. Mas sou evangélico.
 
Sou atriz e cantora. Casei-me inúmeras vezes e até fiz filme pornô com um de meus maridos. Sou defensora do homossexualismo e falo todo tipo de besteiras. Mas sou evangélica.
 
Sou cantora, animadora, apresentadora, fiz grande sucesso com hinos gospel. Faço fofocas sobre celebridades e digo todo tipo de besteira. Já tive vários maridos e nunca me reconciliei com o meu pai. Mas sou evangélica.
 
Sou casada, tenho filhos, mas para ter dinheiro eu decidi pedir o divórcio. Provoquei o marido e disse que iria romper o relacionamento. Mas depois obriguei os filhos a mentirem e dizerem que ele é quem tinha provocado. Não aceito conselhos e nem aceito o ensino bíblico. Mas sou evangélica.
 
Sou pastor. Mas também vivo de política e de acordos para ganhar dinheiro. Vendo de tudo, faço publicidade, xingo o time rival do meu nos jogos, faço festas, churrascadas, dirijo organização religiosa e sou de tudo um pouco. Mas sou evangélico.
 
Triste rebanho de Cristo! Ele não precisa de inimigos. Os seus próprios seguidores cuidam de denegrir a Sua imagem. A igreja do Senhor apodrece a olhos vistos, fazendo o incrédulo tapar a boca e dizer: "barbaridade, que povo mundano é esse que se diz crente! Nem entre a gente há tanta coisa errada".
 
Apostasia. Igreja de Laodicéia.
 
Fim dos tempos.
 
Wagner Antonio de Araújo

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

memórias literárias - 929 - QUE SONHO...

 QUE

SONHO...
 
929
 
Uma linda auto-estrada, com asfalto bem feito, pistas largas, canteiro arborizado e paisagem belíssima ao redor. Campos e lavouras, pastos e lagos, montanhas e vales se alternam, enquanto o carro segue tranquilo em sua senda reta e longa. Pássaros passam em revoada, nuvens branquinhas pintam o céu azul, o sol derrama raios coloridos pelas montanhas e nas frestas das grandes nuvens de chuva. Um aguaceiro de quando em quando para aliviar o calor e o carro continua a seguir, num ambiente confortável, ao som de música cristã instrumental e com vidros ora abertos, ora fechados, intercalando a brisa da estrada e o ar condicionado regulado. Que gostoso!
 
Uma praia límpida, com águas verde-azuladas, onde a areia não segue em barrancos para a água, mas num contínuo declive, tornando mansa a entrada nas águas do mar. Tão limpa é a água que vejo peixes em zigue-zague pelo caminho, conchas, caranguejos pequeninos e estrelas-do-mar do tipo bolacha, grudadas no fundo. As ondas são branquinhas e quentes. Às vezes fortes e quase me derrubam; outras mansas e fazem aquele som característico de efervescência da espuma e do sal. O sol quente bronzeia-me a pele, o calor se refresca na água e as gaivotas voam rasantes pela minha cabeça. Na areia as cadeirinhas de praia, o guarda-sol armado, uma caixa térmica com comidas fresquinhas, preparadas com antecedência, regadas a suco de frutas geladinho. Que delícia!
 
Um parque público bem cuidado, regado, arborizado e preservado, com o gramado aparado, as cadeiras envernizadas e os brinquedos infantis em pleno funcionamento. Crianças sobem e descem do escorregador, pulam no pula-pula, brincam na gangorra e fazem castelos de areia no cercadinho apropriado. Outras sobem no trepa-trepa, tentando atingir o pico daquele brinquedo. Há também os balanços em forma de foguete, de bichinhos, todos feitos de madeira rústica, restos de pneus e correntes, seguros e bem higienizados. Ao lado uma piscininha para os pequenos entrarem na água, sempre limpa e tratada, com o espaço para os pais estarem juntos. Entre os brinquedos e tudo mais muitas flores, margaridas, lírios, roseiras cercadas e pés de primavera. Que sonho!
 
Deu vontade de estar em um destes lugares? Para mim também deu! São imagens de quem está cansado desta quarentena e não vê a hora de arrancar esse tapume da cara (a máscara) e sair em férias ...
 
Wagner Antonio de Araújo

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

memórias literárias - 928 - MULTIPLICAI-VOS

 MULTIPLICAI-VOS

 
928
 
Os muçulmanos multiplicam-se de forma monumental. Eles têm compromissos religiosos para gerarem muitos filhos. O crescimento desta população enche, cidades, países e regiões globais. A Europa enche-se deles. O Brasil já possui milhares. E eles crescem de dentro para fora.
 
Os cristãos decidiram ter cada vez menos filhos. Sob a ótica do bem estar infantil, da possibilidade de criar com dignidade cada criança, de assumir a paternidade com responsabilidade eles iniciam o casamento com o ideal de ter, no máximo, 2 filhos, isto quando não decidem por nunca serem pais. Uma vila cristã, ao invés de crescer, desaparece com o tempo.
 
O resultado tem sido evidente. Muçulmanos crescem e se estabelecem, impondo aos filhos a religião de seus pais, sob penas severas aos que não se condicionarem a isso. As mesquitas estão lotadas e não correm risco de fechar. Pelo contrário, inúmeros centros religiosos novos se abrem para atender a demanda de neófitos, a maioria originada dos lares de pais muçulmanos. Na Europa há  inúmeras escolas criadas para acolher a esta população que não para de crescer.
 
As igrejas cristãs, por sua vez, estão fechando. Os filhos dos crentes, livres por completo para aceitarem ou rejeitarem a fé, costumam rejeitá-la. Os pais ficam tristes, mas se conformam com a explicação de que é o livre arbítrio e de que não podem forçá-los a abraçarem a fé que possuem. As congregações de bairro ficam sem crianças, sem jovens, pois os poucos que restaram foram aos grandes centros religiosos cristãos para participar das turmas juvenis. Lá encontram portas abertas para um cristianismo sem compromisso. Torna-se difícil identificar um cristão de um mundano. As escolas cristãs, construídas para educar os filhos dos crentes e influenciar os filhos dos incrédulos transformaram-se em meros centros comuns sem qualquer compromisso com a fé original. Em alguns casos a promiscuidade entre os alunos é até maior do que em escolas não confessionais.
 
Igrejas européias estão vendendo os seus suntuosos templos por falta de quem congregue. Templos históricos, que congregaram milhares de crentes agora se transformam em restaurantes, em teatros, em boates, em hotéis e, pasmem os senhores, em mesquitas de adoração muçulmana... Afinal, os islâmicos não têm falta de fiéis. Os cristãos têm. Que vergonha saber que há motéis onde antes funcionavam igrejas grandes e bonitas! Que tristeza verificar que casas de espetáculo de rock foram antes templos que congregavam gente do Senhor!
 
Muçulmanos não abrem as porteiras do comportamento para que os seus fiéis permaneçam na fé. Eles ensinam o Alcorão, a revelação que Maomé recebeu sobrenaturalmente, e fazem os seus adeptos seguirem-na à risca. Eles escolhem o tipo de fidelidade que querem, se sunitas, xiitas, se mais liberais ou menos. Porém, por toda parte, os valores e os princípios são religiosamente celebrados: orações diárias, festas de dedicação, expansão da fé, construção de mesquitas e multiplicação de filhos para seguirem a fé. Eles decoram os textos, oram várias vezes ao dia e são instados para que aprendam, cumpram e ensinem.
 
Cristãos, por sua vez, guiados por ímpios que assumiram as funções clericais e pastorais, descaracterizam a fé para tentar segurar o rebanho. Eles já nem levam bíblias ao templo. Selecionam o que mais gostam e colocam num telão para que se leia só aquele trechinho. Os jovens não carregam mais um exemplar da bíblia. Levam um aplicativo no celular, quase nunca utilizado fora dos cultos. Jogaram a Bíblia no lixo. Não gostam de hinos? Então cantam funk e axé na hora dos louvores. Não gostam de orar de joelhos? Então pulam, dançam, plantam bananeira, fazem trenzinho fingindo que estão em oração.  Poderão tatuar-se, colocar piercing, beber até cair, contanto que mantenham a narrativa gospel. Não são capazes de seguir a moral cristã? Então adaptam os conceitos sobre homossexualismo, sobre casamento, sobre fornicação e sobre a linguagem chula. O resultado: os liberados gostam tanto da ideia que não vêem mais sentido em participar de qualquer igreja, pois não há diferença alguma do mundo. Tanto faz estar num culto, num forró pé-de-serra, num axé, numa balada ou num comício político: é tudo igual.
 
Seria isso uma evidência de que o cristianismo é pior do que o islamismo?
 
Não. O cristianismo apresenta um Deus completo, revelado nas Escrituras Sagradas como uma Trindade, que enviou o Seu Filho Jesus Cristo para ser o nosso sacrifício, remindo o homem do poder do Inferno e preparando-o para morar no Céu. Um Deus misericordioso e amoroso, que perdoa pecados e pode ser chamado de Pai. Um Deus que regenera o pecador, transformando-o na imagem de Seu Filho. Uma fé que transforma o meio em que vive e, principalmente, a família onde se está inserido.
 
O islamismo não apresenta Deus desta forma. Não há redenção e nem amor de Pai. Não há um redentor em Jesus Cristo. Conquanto tenham em sua fé monoteísta valores importantes, eles não enxergam o amor de Deus expresso em sua plenitude na encarnação de Seu Filho Jesus. O perdão não faz parte de seu cabedal de valores divinos. A ira, a guerra santa, a perseguição aos que não aceitam essa fé é algo típico e comum, pois um pedaço da revelação está faltando.
 
O cristianismo é a única resposta divina às indagações do homem. Mas por falta de multiplicação familiar, por falta de compromisso no ensinar a Palavra, por falta de famílias que ousem crescer e ensinar o evangelho puro e simples estamos diminuindo, perdendo a expressividade social, nos tornando um mero "ismo" e não mais expressando O CAMINHO. De cada 50 bons cristãos hoje teremos talvez 25 na próxima geração, 10 na outra e NENHUM na subsequente (avaliando o que hoje está acontecendo). Faça você mesmo uma análise das famílias cristãs boas que conhece e do número de filhos e netos que estão fora do evangelho...
 
Está na hora de rever tudo isso. Está na hora de pais que ainda possam ter filhos pedirem ao Senhor para conceder-lhes bebês, criando-os nos caminhos de Cristo. Está na hora de confiarmos no sustento divino e no suprimento de Deus para cada uma de nossas necessidades. Está na hora de realizarmos cultos domésticos. Está na hora de lermos a bíblia em família. Está na hora de desligarmos os celulares dos pequenos, tirarmos a influência escolar e mundana de suas vidas e de nos apresentarmos comos verdadeiros amigos e orientadores de seus corações. Está na hora de nos firmarmos nos valores da Palavra de Deus. Temos que ser gente que ora mais do que os muçulmanos, que busca mais fidelidade do que eles, pois conhecemos toda a revelação. Se a nossa justiça não exceder a deles não seremos dignos do nome que ostentamos, cristãos!
 
Quem sabe se em duas gerações voltamos a ter famílias com prole maior, com filhos que se convertam e se tornem fiéis seguidores do Senhor, que formem outras famílias prolíficas que também ensinem a Palavra?
 
 Tomai mulheres e gerai filhos e filhas, e tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; e multiplicai-vos ali, e não vos diminuais. (Jr 29:6)
 
E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. (Dt 6:7)
 
 
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lc 18:8)
 
E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. (Mt 24:12)
 
Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...