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Lágrimas
de
Mãe
Lágrimas de
mãe
são lágrimas de
que nunca se esquece.
Lágrimas
sentidas,
Lágrimas
doídas,
Som silente de
uma alma que padece!
Algumas caem pela
dor da humilhação;
Um marido infiel,
um esposo e pai cruel,
Uma mentira
qualquer, nem uma verdade sequer;
São lágrimas que
caem e queimam no chão.
Outras caem
impotentes, ao ver o filhinho doente;
A vida daria se
com isso a cura trouxesse;
E ao vê-lo
dormente, com dores e em febre ardente,
Ora ao Pai
celeste e em lágrimas eleva sua prece!
Lágrimas que caem
enquanto espera a chegada
Do filho atrasado
que da escola não veio.
Coração em brasa,
mente nos ruídos ligada,
Pede aos céus que
o traga a salvo ao seu seio!
Ah, lágrimas de
mãe! Também caem felizes,
Jubilosas e
dóceis, ao vê-lo na formatura,
Depois de tantas
vezes impedi-lo dos deslizes
Burilando-lhe o
caráter, elevando-o à altura!
Mais profundas, eternas e felizes são,
porém,
As lágrimas que a
mãe derrama pelo filho convertido;
Criou-o bem e
preparou-o para o além,
Agora chora ao
vê-lo entregue a Cristo!
Sim, é verdade,
não há bem mais precioso neste mundo
Que as lágrimas
derramadas dos olhos de nossas mães,
Elas tocam,
incendeiam e mostram o amor profundo,
Alimentando a
alma, como o corpo se alimenta dos pães!
da esquerda para a
direita:
Wagner, mamãe, papai e
Daniel,
foto de
1974
À minha
inesquecível e memorável
Elzira Bonfante
(1930-2005),
tesouro
incomensurável, mãe incansável,
inspiração
constante!
Wagner Antonio de
Araújo
24/09/2014
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