A LIDERANÇA
DE UM HOMEM
Porém,
se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem
sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou
aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa
serviremos ao SENHOR. (Js 24:15)
E as
ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te. (Dt
6:7)
Porque
eu já lhe fiz saber a Eli que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade
que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os
repreendeu. (1Sm 3:13)
INTRODUÇÃO
O mundo
geme e chora por falta de liderança sábia na condução dos negócios
internacionais. Os analistas são ávidos por apontar as falhas, as causas, as
razões, mas não há quem assuma a responsabilidade em colocar em prática o que
precisa ser feito. Rio Doce em Minas Gerais (destruiu o ecossistema, as
famílias, dois estados, o litoral e ninguém consertará); política brasileira
(roubaram o dinheiro do povo, destruíram o mercado, acabaram com a indústria,
destruíram a esperança, e não há quem coloque os criminosos na cadeia e assuma a
direção), guerras internacionais (árabes e judeus, indianos e paquistaneses,
racismo e terrorismo, e nenhuma atitude definitiva para resolver as questões).
Os lares
são responsáveis pela geração sem líderes. Antes os pais de família assumiam a
responsabilidade, davam a direção, conduziam as questões familiares. Hoje marido
e esposa disputam posições e destroem qualquer hierarquia de valores para eles
ou para os filhos. Estes, confusos, aprendem desde cedo que mentir enganar,
brigar e chorar, são armas lícitas que todos usam, porque às vezes funcionam. O
resultado: uma sociedade degenerada, destruída, com pessoas que, vindo a Cristo
e à igreja, e não reconduzindo seus lares à luz da Palavra de Deus, geram
igrejas fracas, confusas, sem valores bíblicos e repletas de problemas, sem
liderança de peso e de honra.
Deus deu
uma receita para a felicidade familiar: autoridade masculina, paternal, marital
e autoridade espiritual. Não praticá-la, e em nome de uma atitude moderna e
“politicamente correta” ´gerará o desastre. Por esta causa encontramos o
feminismo imperando nas igrejas, a frouxidão masculina nas atividades
eclesiásticas, juventude transviada e sem sexualidade definida pela biologia,
mas pelas concupiscências do pecado. Por fim, pastores que não falam o que
devem, mas apenas mantém um rebanho unido, servindo pão fresco de joio dia após
dia, para não perderem o público. Será isso o que Deus deseja dos
homens?
A
receita bíblica para o homem é a liderança, que deve ser expressa em todas as
áreas de sua vida. Gostaria de sugerir aos homens cristãos aqui presentes as
seguintes esferas de liderança:
I – LIDERANÇA NA VIDA ESPIRITUAL DO
LAR
“Eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”. Josué, líder dos hebreus que tomaram posse da
terra prometida, não fez uma reunião consultiva para saber a opinião da esposa,
para saber se os filhos concordavam, para definir qual deus iriam servir. Josué
certamente era casado com uma mulher que temia a Deus (por isso um casamento
para ser realmente bíblico deve unir cônjuges que tenham a mesma fé). Somente
Jeová era considerado Deus e digno da adoração. A ele, o homem da família, cabia
executar a determinação de servir a Deus ao lado da família. Os filhos deveriam
acatar a orientação do pai e seguir a sua orientação. Não estava em jogo aqui a
disputa de autoridade no lar, a democracia das opiniões. Cabia ao pai de família
levar a si e toda a sua casa para o serviço de
Deus.
E nós,
cristãos? Quando um homem é casado com uma mulher cristã, é determinação divina
conduzir essa vida espiritual com absoluta responsabilidade. Cabe a ele o papel
similar ao do sacerdote da antiga aliança, isto é, conduzir o povo a Deus. O
marido conduz o lar para o compromisso com Deus. Cabe ao marido levar a família
ao culto. Cabe ao homem conduzir os filhos à Escola Bíblica Dominical. Cabe ao
homem forjar uma rotina de culto doméstico, onde deve haver oração, leitura da
bíblia, cânticos e meditação nas coisas do Senhor. Agora mesmo, no Natal
acontecido ontem (25/12/2015), quantos maridos oraram especificamente para
louvar a Deus pelo Natal? Quantos reuniram suas famílias em torno da leitura
bíblica? Quantos foram homens o bastante para impregnar de Deus as comemorações
em casa?
Cabe ao
marido ser exemplo de vida consagrada. Ele não manda orar, ele ora; ele não
manda ler a bíblia, ele a lê; ele não manda fazer o culto doméstico, ele o faz;
ele não manda usar linguagem sadia, ele só a usa; ele não manda ser crente, ele
é um crente! Ele cumpre o texto bíblico que diz: “sê exemplo dos fiéis!”. Ele é
um exemplo de pai, de marido, de orientador, de cristão, de trabalhador. Ele
conduz a família a Cristo.
II – LIDERANÇA NO CONHECIMENTO
BÍBLICO
Deus
determinou que a Sua palavra fosse lembrada, repetida, ensinada, cultivada a
todo tempo junto de seu lar. Deveria ser tema ao sair de viagem, ao voltar para
casa, ao comer, ao dormir, no lazer, enfim, ocupar o foco das atenções. Mas não
é isso que se vê atualmente.
A
televisão dita o assunto do dia. A internet, as redes sociais escravizam as
pessoas ao compartilhamento de banalidades e de temas que nada têm com a Palavra
de Deus. TV ou whatsapp não são maus por natureza; o que é ruim é a má
utilização dos mesmos. Cabe ao homem conduzir um clima de meditação bíblica
dentro de casa, na conversa com a esposa e com os filhos, nos assuntos de
viagem, no lazer, em todas as áreas e aspectos. Não significa viver como um
chato, inconveniente. Significa ter sabedoria de aplicar a bíblia a todos os
eventos, pensamentos e emoções que vivem, relacionando todos os acontecimentos à
luz dos ensinos do Senhor.
O
dinheiro está curto? Deve o homem lembrar-se do suprimento divino para horas
amargas. A saúde atravessa dificuldades? Deve o homem ponderar no poder curador
de Deus e também na eternidade da alma, caso a doença seja fatal. Há crise
emocional? Deve o homem apontar o caminho
da fé, do testemunho, da sinceridade, do compromisso com as alianças
assumidas. Foram alvo de violência? Devem buscar ao Senhor em oração e aguardar
qual a orientação que Ele concederá ao futuro desta família, se deverá mudar-se,
se deverá responder com a justiça etc.
Em tudo
isso, porém, o testemunho de ser um fiel cumpridor da Palavra deve prevalecer.
Quem prega e não vive não tem autoridade. Quem mostra aos filhos que é um pai
mentiroso e rude transmite aos filhos a idéia de que Deus também é assim (filhos
relacionam o pai humano ao pai celestial). Assim falai, e assim procedei, como
devendo ser julgados pela lei da liberdade. (Tg
2:12)
III – LIDERANÇA NA DISCIPLINA DE
FILHOS
Eli, o
sacerdote dos dias de Samuel, era um homem envolvido nas coisas de Deus, mas era
passivo e absolutamente conivente com o erro. Seus filhos se prostituíam com as
mulheres no templo, roubavam as ofertas de carne dos cultuantes, ameaçavam os
que não concordavam com suas atitudes e não fazia nada para detê-los. Sua morte
trágica se deveu à falta de atenção em corrigir os filhos em seus erros e
pecados.
Hoje os
homens agem de forma similar, deixando filhos decidirem seu próprio futuro,
independente de estarem certos ou errados. Sob o pretexto de
que devem
ter liberdade, de que há leis que impedem a disciplina, os pais não fazem nada
quando os filhos jovens, menores de idade, se tatuam, colocam piercings,
freqüentam baladas, saem com colegas maconheiros, trazem meninas ou meninos para
dormir em casa, usam internet e celulares com pornografia. Para não criarem
problemas deixam o mal entrar, não disciplinam, não corrigem e confiam na
maturidade que supostamente um dia terão.
Deus não
se agrada de homens que não disciplinam os seus filhos. Aliás, é do pai que a
disciplina deve surgir. Por disciplina entende-se o saber orientar, ensinar,
dizer não e, quando necessário, punir. E a punição em amor não é violenta,
destrutiva, mas instrutiva, inesquecível, profunda e pedagógica. Não é porque a
sua infância e juventude foram livres e soltas que deverão reproduzi-las nos
filhos que Deus lhes deu. A bíblia existe para ser obedecida e cabe ao pai
manter seus filhos sob disciplina, ensinando-lhes e detendo-lhes o pecado
enquanto debaixo de seu teto ou menores de idade. Pais não crêem pelos filhos,
mas ensinam-lhes valores. Diz um ditado judaico que o pai que não ensina um
ofício ao filho ensina-o a roubar. Um pai deve ensinar aos filhos a
responsabilidade pela vida, a honestidade, a linguagem sadia, o amor ao próximo,
a generosidade, o cuidado com o patrimônio, o respeito com as autoridades e com
os mais velhos, a gratidão pelas coisas que recebem, os cuidados para com os
progenitores, a hospitalidade, a humildade, a sabedoria, a liderança. Cabe ao
pai, ao lado da esposa, ser um autêntico educador. Aliás, o primeiro e mais
eficaz. As escolas e o mundo não podem oferecer o que é da responsabilidade do
pai dar aos filhos.
CONCLUSÃO
Que tipo
de homens Deus tem nesta igreja? Homens aprovados ou réprobos? Homens do tipo de
Josué ou dos homens hebreus dignos, ou do tipo Eli, fracos e passivos? Que tipo
de homem você é dentro de seu lar, em sua igreja e na sociedade onde
vive?
Ainda é
tempo de mudar. Mesmo que os filhos já estejam crescidos. Mesmo que o lar já
esteja desestruturado. Curadas as fontes, curadas ficarão as águas; transformado
o coração de um homem, curada será, aos poucos, uma família
enferma.
Gostaria
de contar com a bênção de Deus em toda a sua vida? Não se omita. Seja um cristão
verdadeiro, real, cumpridor da Palavra e dirija bem a disciplina dos seus
filhos.
Que Deus
nos transforme em homens segundo o coração de
Deus.
Wagner
Antonio de Araújo, 26/12/2015
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