AS NÁDEGAS
DA
ATRIZ
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O que
mais se comenta hoje, depois da grave crise político-econômica pela qual passa o
Brasil, é a cena sexual tórrida, protagonizada por uma atriz de 58 anos de
idade, numa novela de grande audiência nacional. Fotografada por trás,
mostrou-se absolutamente não envelhecida, causando espanto geral. Mulheres da
mesma idade parabenizaram-na pela bela forma; outras, chorosas, lamentavam não
terem a mesma saúde. Os homens davam glória a alguém que ainda era tão formosa.
E com tais comentários o lixo virtual acumulou-se por toda a web, sendo tema das
mais apimentadas conversas nos horários de almoço de quem ainda tem trabalho,
nos botequins de bairro e nos vagões de trens do metrô.
As
pessoas apenas se esqueceram de uma coisa: a questão moral/espiritual.
Esqueceram-se de que tal cena transforma o ato conjugal num espetáculo público,
maculando o leito matrimonial. Esqueceram-se que o adultério e a fornicação são
práticas que lançam ao chão qualquer projeto de felicidade familiar. Não se
lembraram da vergonha, do decoro e da intimidade que cabe a cada pessoa, sem
expô-la publicamente à nudez e ao ridículo. Nem mencionaram o mal que alguma
coisa dessa natureza promove no inconsciente nacional, mais uma vez conduzindo o
Brasil à lama das estatísticas, mostrando ao mundo que esta é a nação da mulher
pelada, do sexo fácil e da corrupção, além da malandragem
vagabunda.
O
interessante é que coisas desse naipe já não espantam nem os cristãos, ou os
nominalmente cristãos. Acostumados a emporcalharem-se com o mundo e suas
alfarrobas de porcos, já não conseguem vislumbrar mal algum numa nudez, numa
cena de sexo explícito, num adultério, numa fornicação, num palavrão, numa
indecência. As coisas apenas se complicam se, na vida real, for a filha de
alguém a ser violentada, violada ou exposta à publicidade de sua intimidade.
Ficariam envergonhados se a própria família fosse alvo de vislumbre público, se
as mulheres da casa fossem as personagens dos comentários de bar, de salão de
beleza, de supermercados ou dos corredores das igrejas. Causaria espanto para um
filho ver a sua mãe exposta num adultério ou ter a privacidade matrimonial
publicada. Mas, enquanto as coisas não acontecem no quintal de casa, são apenas
peças literárias, e que "se lixem" as mães e as filhas dos
outros!
"E condenou à destruição
as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo
aos que vivessem impiamente; "(2Pe 2:6)
"E, como aconteceu nos
dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem." (Lc
17:26)
E o que aconteceu naqueles
dias? Indiferença absoluta contra o mal e a perversão! Nenhuma crítica para com
as práticas que agridem o Criador, que fez o sexo para ser privado e desfrutado
por um casal responsável. Hoje a promiscuidade adentra com tanta facilidade que
nem é mais percebida. São os vinhos sorvidos do cálice de Jezabel, a imperatriz
simbólica de Babilônia escatológica, o mundo moderno que jaz no Maligno. "E na
sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das
prostituições e abominações da terra. "(Ap 17:5). "Mas tenho contra ti que
toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos,
para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. "(Ap
2:20)
O Brasil discute se as
nádegas bem delineadas são da atriz de quase sessenta anos ou de uma dublê mais
jovem, mas não discute se é lícito, se é certo, se é digno, se é adequado, se é
familiarmente sadio praticar uma arte imunda como essa. O "leito sem mácula" é a
cama reservada do casal casado, onde respeito, amor, consideração, dignidade,
beleza e privacidade se encontram. Mas a sociedade brasileira transformou o
leito em prostíbulo, o ato conjugal em programa de auditório, a intimidade moral
em exibicionismo promíscuo. Isso me faz reportar à atual campanha da Caixa
Econômica, que diz ser virtuoso jogar na loteria, pois parte do valor irá para
obras educacionais. Não está longe o dia em que o governo e a sociedade apoiará
prostíbulos e obras teatrais promíscuas, incentivando a mocidade a
frequentá-las, pois parte do faturamento será destinada às obras sociais. Mundo
perdido!
E nós? O que achamos das
nádegas da atriz? Talvez nem a vimos (como eu, que soube do assunto pela
insistência das matérias nas redes informativas). Aliás, as nádegas dela não me
importam, pois eu tenho valores que não se coadunam com a atenção a ilusões. Não
vivo de imagens, vivo de realidade. Ao invés de olhar nádegas de fora eu tenho
família. E, além disto, contemplo uma pátria decaída, arrasada pelo pecado, suja
pelos fluxos de imundícia, ensanguentada pelos tiros e facadas da violência,
ruborizada pela vergonha da corrupção que cresce sem limites. Causa-me
indignação a hipocrisia dos meios de comunicação que, por um lado criticam a
violência contra a mulher e, por outro, mantém-na na mesma função de escrava do
promíscuo público que paga pela "strep tease" tórrida. E, piorando a situação,
contemplo as igrejas ditas cristãs alheias a tudo isso, feitas luzes apagadas e
sal sem gosto, vivendo em mundos paralelos de comilanças e ufanismos de quem se
sente um reino à parte, prometendo prosperidade e cura sem pejo e nem base.
Precisamos de um time de Joões Batistas a clamarem: "raças de víboras, quem vos
ensinou a fugir da ira vindoura?" Precisamos de Joões Batistas que apontem o
dedo em riste na cara dos Herodes modernos e digam: "Não te é lícito possuir a
mulher de teu irmão!" Não precisamos de igrejas laodicenses, que se julguem
ricas, abastadas, ou que tenham perdido o primeiro amor, o que tolerem Jezabel,
ou que aceitem as obras dos nicolaítas, ou tenham obras que não foram achadas
íntegras pelo dono das igrejas, Jesus Cristo.
Ó, Senhor, dá-nos um
espírito de indignação contra o pecado! Ensina-nos a pregar contra ele e a
anunciar transformação por Cristo na vida de todo pecador arrependido e
convertido! Ajuda-nos a voltar ao verdadeiro evangelho!
Wagner Antonio de
Araújo
04/05/2016
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