sábado, 20 de julho de 2019

memórias literárias - 791 - UM APELES APROVADO

UM
APELES
APROVADO

 
Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo. (Rm 16:10)
 
Quem seria esse homem, mencionado pelo Apóstolo Paulo e digno de receber um julgamento tão sublime? "APELES, APROVADO EM CRISTO".
 
Não há praticamente nada sobre esse irmão. Não sabemos quem eram os seus pais, não sabemos se tinha família, se possuía filhos, qual era a sua profissão, se era jovem, velho, se era um obreiro, um leigo. Só sabemos que era um irmão e alguém APROVADO EM CRISTO.
 
O seu nome poderia significar "chamado" ou "severo para consigo mesmo". Mas isso não é o mais importante, uma vez que ninguém escolhe o seu próprio nome; ele pode tê-lo recebido como nome popular de sua região, talvez para homenagear o grande pintor Apeles, do século IV antes de Cristo. O nosso nome pode não seguir a nossa biografia. O meu nome, Wagner, significa "fabricante de vagões", e eu não tenho qualquer relação ferroviária!
 
Mas APROVADO EM CRISTO significa muito, mesmo para alguém praticamente desconhecido por nós.
 
Primeiramente tratava-se de um homem que converteu-se ao Senhor. Alguém o evangelizou. Ele, arrependido de seus pecados, confiou em Jesus Cristo e entregou-lhe o coração. Foi transformado em uma nova criatura e batizado como símbolo desta nova vida. Tornou-se parte da Igreja de Roma, a mesma para quem o Apóstolo Paulo escreveu a carta e fez menção de seu nome.
 
Em segundo lugar era um homem que sofrera provas de sua fé. Naquele tempo onde o paganismo grassava, onde o panteão dos deuses do Olimpo imperava e onde a imoralidade sexual era a regra, este homem ousou enfrentar as tentações e os desafios, tomando sempre o rumo certo, nadando contra a maré, escolhendo fazer a vontade de Deus em detrimento até da sua própria vontade. É importante lembrarmos que, na maioria das vezes os cristãos pagavam caro por sua fé, chegando, não raras vezes, à morte. Este homem era um aprovado. Quem sabe dera testemunho de Cristo num momento público, onde queriam exigir-lhe que acendesse incenso em culto ao imperador? Quem sabe obrigaram-no a fazer sacrifícios ou a comprar carne sacrificada aos demônios? Quantos desafios ele deve ter enfrentado. Mas em cada prova ele recebia um 10 do Mestre Celestial. Ele recebeu do Senhor o CERTIFICADO DE APROVAÇÃO, reconhecido pelo apóstolo e, quiçá por toda aquela igreja local.
 
Em último lugar, este homem não deixou nada para ser conhecido: não sabemos se tinha algum patrimônio, se teve filhos, herdeiros se escreveu alguma coisa (certamente nada sobreviveu à passagem do tempo). Ele seria um ilustre anônimo na história universal se não fosse a menção honrosa que Paulo lhe confere. Contudo, MESMO que Paulo não o mencionasse e que nós nunca soubéssemos sobre a sua existência naqueles dias, CRISTO O APROVARA, conhecendo-o, recebendo-o e guardando-o para a vida eterna. Aleluia!
 
Nestes tempos modernos onde as pessoas não são capazes de comer um prato de macarrão sem fotografá-lo e compartilhá-lo, numa busca desenfreada por se sentirem acolhidas e conhecidas, causa-nos impacto saber que Cristo é Senhor dos desconhecidos, dos anônimos, dos pequeninos, dos que não têm nem registro de nascimento na Terra, mas que são altamente conhecidos no Céu! Isto nos lembra o profeta Daniel, que recebeu do anjo de Deus a seguinte palavra: "Daniel, homem muito amado"(Dn 10:11). É preferível ser um anônimo desprezível aos olhos humanos, mas amado, querido e conhecido lá no Céu, a eterna morada dos salvos! Para sermos aprovados por Deus seremos muitas vezes reprovados pelos homens.
 
Ah, APELES, APROVADO EM CRISTO! Como a existência dele me inspira! Espero em Deus ter a graça de conhecê-lo um dia, lá na glória eterna, dar-lhe um abraço e poder dizer-lhe: "obrigado por ter sido fiel ao Senhor!"
 
Wagner Antonio de Araújo

 

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