HÁ
MÃES!
Dela eu me lembro.
Era uma mãe.
Idosa, com um lenço desbotado na cabeça,
Encostada no muro da
padaria.
Ali chegava às sete da noite e até dez e
meia ficava.
Saía arrastando um bêbado
malcheiroso.
Era seu filho, um tolo, um escravo do
vício.
Ela, rosto enrugado, olhos fundos de
chorar,
Não abandonava o seu rebento ao
léo.
Quase caía, arrastando aquele
homem,
E na noite seguinte lá estava
novamente,
Em vigília, em amparo ao imerecedor
filho.
Mães são sempre
mães!
Também me
lembro dela.
Era mãe - e que
mãe!
Viúva em tenra
idade, com quatro filhos para criar,
Desamparada de
tudo, sem eira nem beira,
Decidiu vender
cocadas, arte há pouco aprendida.
Um real - só um
real, gritava a mãe atordoada.
E, ao fim do
dia, juntava o ganho num saquinho.
Na padaria
comprava pão, leite e frios frescos,
E com isto foi
sustentando os pequeninos.
Vinte anos,
muita luta e 4 casas
Todas compradas
com suas cocadinhas.
E agora, na
velhice ainda precoce,
Ajuda os
filhos, amparando-os em suas lutas.
E da minha? Como
esquecê-la?
Mulher honrada, amorosa e
fiel,
Alimentou-me, agasalhou-me,
cuidou de mim.
Se hoje sou alguma coisa
foi por sua causa e amor.
Fez o que pôde e o que não
pôde; doou-se pelos filhos.
Doente e idosa, mas cheia
de amor, cuidava de nós com a oração.
De madrugada, antes do
nascer do sol,
Junto de seu andador, de
cabecinha baixa, balbuciando,
Orava por nós e por todos
que conhecia.
Mãe maravilhosa e meiga,
crente e iluminada!
Hoje, em minha casa
contemplo,
Com olhos rasos de lágrimas,
Uma mãe brilhante, nascida há
três anos,
Que deu à luz aos meus dois
filhos e os educa e cria.
Já era mulher virtuosa,
profissional honrada e crente leal.
Fez-se esposa esplendorosa e,
junto dos filhos,
Tornou-se uma mãe
extraordinária, presente, esplêndida.
Meus filhos não poderiam ter
mãe melhor,
Que os ama de forma profunda
e verdadeira,
Educando-os com ternura,
dedicação e amor.
E de Milú não posso
esquecer também,
Irmã adotiva sempre
presente,
Não provida de casamento ou
filhos,
Mas é mais mãe do que
muitas que deram à luz!
Foi também agraciada como
cuidadora dos bebês,
E o faz com tamanho
fascínio e dedicação,
Que certamente merece com
honras o título
de mãe do coração de Rute e
de Josué!
Não é mãe apenas a que dá à
luz, mas também
Aquela que está presente,
atenta, cuidadosa e dócil.
A todas estas
mães
E às outras mais,
estendo com
ternura
o meu
FELIZ DIA
DAS MÃES!
Pr. Wagner Antonio de
Araújo
13/05/2018
Daniel, mamãe e eu
Rutinha, Josué e Elaine
Milú, Josué e Rutinha.
Sem esquecer-me da mãezinha
portuguesa,
Maria Arlete Pereira de Abreu Bastos.
Maria Arlete Pereira de Abreu Bastos.
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