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"Bom dia,
Igreja!" - "Bom dia!", responde o auditório. Salão repleto, gente
animada, povo feliz.
"Que bom
estarmos juntos novamente louvando e engrandecendo ao Senhor! Vamos manifestar o
nosso amor por Ele, cantando com ânimo e fé! Abrace ao seu irmão e lhe diga: eu
te amo, meu irmão!" Então o povo se abraçou, se cumprimentou, enquanto os
instrumentos musicais começavam um ritmado cântico de
adoração.
"Vamos
lá, igreja! Vamos louvar ao Senhor!" E começaram a cantoria. A letra era
exibida no datashow e as palmas permeavam o acompanhamento público. Mas,
subitamente, no meio do auditório, um homem gritava:
"Vamos,
regente! Cante mais alto, mais alto!"
No início
ninguém o considerou. Mas a cada canção o homem insistia, de pé e a caminhar
pelo corredor. O regente dizia:
"Irmãos, vamos cantar a
canção de amor pelos irmãos, vamos falar o quanto todos são importantes para
nós, vamos declarar a aliança que temos no Senhor!"
"Mas
falem mais alto, mais alto! Está muito baixo! Não estou escutando
direito!"
O regente e o
grupo de músicos, incomodados com a situação, interviram:
"Meu
senhor, por favor, queira dar licença e não interrompa mais a nossa adoração.
Estamos na Casa do Senhor e as suas palavras estão perturbando. Poderia, por
favor, respeitosamente, não mais perturbar?"
"Não sou
eu quem perturbo, regente. Eu só não estou ouvindo o suficiente. Eu me calarei,
mas antes me diga: considerou de fato o que cantou?"
"Aqui
todos consideramos o que cantamos, senhor. Por favor não nos perturbe
novamente!"
"Eu não
perturbo. A hipocrisia deste culto é que perturba a Deus. Regente, durante toda
a semana cinco irmãos lhe procuraram para orar e receberam a mesma resposta:
marque uma entrevista. É mentira? O povo se congraça na hora do cântico, mas
passa a o mês inteiro sem dar a menor atenção para o irmão que canta ao seu
lado. Não é mesmo, José? " E virou-se para um lado do
auditório, onde um José estava sentado. Este, tentando esconder-se, fez sinal de
não saber do que se tratava.
"Sim, José. Você insultou a sua mãe ontem, quando esta lhe dava
conselhos, gritou com ela e deixou-a no centro da cidade sem condução, exigindo
respeito à sua liberdade. Você não respeitou a sua mãe. Que amor é esse que
agora você canta, José?" O rapaz não sabia onde colocar a cara. Sua
mãe, perplexa, diz ao José: "Eu não disse nada a ninguém, meu filho!".
O pastor, já nervoso e enfurecido, ao verificar o tumulto, chamou dois diáconos
para tomarem o rapaz pelo braço. O homem virou-se para os diáconos que chegavam
e disse-lhes: "Um instante, homens. Estão com as mãos
limpas?"
Os diáconos,
nervosos, não conseguiam dar o próximo passo. Então
ouviram:
"Eu perguntei se estão com as mãos limpas! Sim, vão usá-las para
colocarem-me para fora. São as mesmas mãos que consultaram pornografia no
celular durante a madrugada? Ou são as mãos que afanaram ferramentas da oficina
mecânica onde trabalham? Estão ou não com as mãos limpas?" Agora
todos estavam desconfortáveis e o vozerio era de repulsa.
O pastor,
enraivecido, levanta-se e se dirige ao homem, desejando arrastá-lo para fora.
"CIDADÃO, VOU CHAMAR A POLÍCIA PARA LEVÁ-LO PRESO. ESTÁ A PERTURBAR UM CULTO
PÚBLICO!" O homem então diz: "Estou perturbando a igreja, pastor? Seria eu
o hipócrita deste salão? A força que impulsiona as suas pernas a vir ao meu
encontro poderia ter sido usada para fazer aquelas visitas que o senhor prometeu
aos idosos da igreja e nunca cumpriu, não é mesmo? Não é, irmã Isabel, irmã
Maria e irmã Myrthes?" Duas estavam presentes. "Antes de
me arrastar para fora teria sido melhor não ter erguido a sua mão para bater na
sua esposa na terça-feira. Lembra-se? Também teria sido melhor não xingar
aqueles palavrões diante de seu filho, a quem tem ensinado a não usar palavras
chulas. Faça o que eu digo e não o que eu faço, não é mesmo, ministro? A quem o
pastor está servindo? A Deus ou à sua carteira? Joelhos que não se dobram em
oração e pés que não levam as boas-novas agora querem correr contra
mim?"
"CALE A BOCA
E RETIRE-SE!", gritou o pastor, correndo até ele. O homem, erguendo a mão,
ordena: "PARE". O pastor emudece,
estaca onde pisou e petrifica-se, perplexo. O homem então diz: "Todos em seus lugares. Sairei em breve." Ninguém
conseguia falar ou mexer-se. Ele dirigiu-se à plataforma, olhou para todos e
disse:
"Povo que
se diz de Cristo, vocês são os reis da hipocrisia! Têm bíblias mas não as lêem;
dizem que amam uns aos outros mas não se preocupam com ninguém; afirmam amar a
Deus, mas renegam-no com uma vida pagã, pior do que a dos incrédulos! Povo
hipócrita, a foice do Senhor irá cortá-los! Vocês se acham ricos, sábios,
cultos, cheios de graduação, dominadores das mídias, famosos, antenados,
modernos e atraentes. Mas vocês não passam de miseráveis, pobres, cegos e nus.
São miseráveis da graça de Deus, pois estribam-se em si próprios e não se
arrependem de sua arrogância. Querem que Deus seja um serviçal de vocês. São
cegos, pois não enxergam onde caíram, onde sucumbiram, onde deixaram o primeiro
amor, onde traíram ao Senhor Jesus Cristo. Estão nus, pois, ainda que sejam
complexos e cheios de tecnologia, os seus pecados e rebeldia estão patentes e
aparentes em seus olhares hipócritas e maliciosos, em sua arrogância cultual, em
sua sensação ridícula de felicidade desprovida da Verdade. Há muitos pecadores
que não têm onde congregarem, porque vocês fecharam a porta do céu! Eles
procuram uma igreja e acham um clube; procuram crentes e encontram hipócritas;
querem bíblia e vocês dão opiniões; desejam louvar e vocês dão espetáculo!
Igreja apóstata, o Senhor tem contas a acertar com vocês!"
Em seguida
dirigiu-se aos músicos dizendo-lhes:
"O louvor que agrada a Deus é um coração quebrantado e contrito,
uma alma submissa, um comportamento de quem vive o amor, não de quem apenas
declama ou canta o amor. Parem com hipocrisias! Parem de copiar o mundo! O show
tem que acabar! Não usem da música para projetarem-se como artistas. Adoradores
atores são hipócritas. Lamentem, chorem os seus pecados, lancem os seus deuses
fora e olhem para Aquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.
Então poderão cantar baixinho, mas serão ouvidos. Cantem para louvar a Deus e
para evangelizar aos homens, não para fazerem sucesso ou narrarem sensações.
Então Deus não mais os vomitará culto após culto. Então os céus se abrirão para
a música de vocês. Então faremos um contracanto com os seus
hinos..." Quando ele disse "faremos", como se não fosse um homem, seu rosto,
roupas, sapatos e sua face começaram a brilhar com uma luz fora do comum. O povo
caiu de joelhos, amedrontado, perplexo, arrepiado. Ele não era um homem. Ele era
um anjo do Senhor.
Levitando
levemente, com um brilho ofuscante, afirmou:
"O tempo
está próximo. Arrependam-se e voltem-se ao primeiro amor. Voltem ao velho
evangelho, às veredas antigas. Bebam do genuíno leite espiritual, evoquem os
fundamentos da fé autêntica. Se não o fizerem terão contas duras a acertar com
o Senhor. EIS QUE EU LHES ADMOESTO. Vem, Senhor
Jesus!"...
E o anjo
desapareceu....
E eu
acordei.
Wagner
Antonio de Araújo
31/03/2019
Maravilhoso e edificante....
ResponderExcluirSomos os seus amigos da internet
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