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JOSÉ
E
ANTONIO
José e
Antonio
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Eram dois irmãos. Um
chamava-se José. O outro Antonio. Eram filhos de um João. Foram criados na roça.
José seguiu pela vida por ali mesmo, na cidade vizinha. Tornou-se rico
proprietário de terras, casas e poderoso coronel de interior. Antonio, por sua
vez, seguiu o caminho do irmão Roque: fugiu de casa aos dezessete anos, vindo
para São Paulo tentar a vida. E foi bem sucedido. Começou como operário de
construção civil, ajudando a abrir canalização de esgotos em Vila Brasilândia.
Tornou-se zelador de um prédio e, ali, caiu na graça de um antigo professor,
que lhe pagou os primeiros estudos e o apresentou ao Banco do Brasil. Antonio
tornou-se bancário e chegou a estudar engenharia civil. Casou-se com Elzira e,
infelizmente, adoeceu, tendo que ser afastado por algum tempo das suas
atividades. Mas deu a volta por cima e venceu.
José e Antonio disputavam
entre si sobre quem podia mais, quem tinha mais. José era fazendeiro, tinha
muito gado, muitas terras. Quando a mãe deles, Izolina, faleceu, disputaram na
bala uma pequenina herança. Eram tão ruins de tiro que mataram um coelho e não
conseguiram acertar um no outro. Quem viu conta que foi um bangue-bangue, cada
um escondido atrás de uma árvore. Eles não se falavam. O último encontro foi num
passeio, o derradeiro que fizeram com o pai deles, em 1974. Eles perderam o
contato.
Antonio converteu-se a
Cristo em 1980, levado ao Senhor pelo seu filho. Suas enfermidades avançaram.
Diabético, teve cegueira, câncer e uma série de outras complicações. Ele
vislumbrava a morte. Como havia sido uma pessoa implacável enquanto não crente,
decidiu pedir perdão para quem tivesse algo contra ele, ou perdoar quem
porventura tivesse feito coisas que o tivessem prejudicado. E lembrou-se de seu
irmão José. Contratou um motorista e rumou para o município de Camanducaia, em
Minas Gerais. Achando a casa do irmão, pediu licença para entrar. Sentado na
sala, sem enxergar nada, Antonio conta ao irmão um pouco de sua vida. Em seguida
diz ao seu irmão que se converteu a Cristo, que os seus pecados foram pagos por
Jesus na cruz do Calvário e que um dos resultados fora o profundo arrependimento
que sentira por ele não ter sido para José o irmão que gostaria de ser. Então
viera pedir perdão e dizer que José também estava perdoado. José, emocionado,
pede a Antonio para colocar a mão na perna dele. Estava amputada. Também
diabético, também em estado terminal. E, glória a Deus, também convertido a
Jesus Cristo! O encontro transformou-se em um culto de gratidão. Emocionados, os
irmãos se abraçaram. Reconciliaram-se. Ambos haviam perdido praticamente tudo o
que tinham. Mas ganharam de Cristo o amor de Deus e a vida eterna. Foi o último
encontro. Antonio morreu em julho de 1991 e José numa data próxima daquela. Mas
reencontrar-se-ão ressuscitados no Céu, diante do Trono dAquele que os
remiu.
Eles eram dois irmãos. Mas
tornaram-se dois novos irmãos: irmãos na fé cristã. Eles partiram transformados
pelo poder de Deus.
Esta é a história de
Antonio, MEU PAI. E de José, MEU TIO. E da obra de Jesus, O NOSSO
SALVADOR.
Glória ao Seu Santo Nome,
Senhor!
Wagner Antonio de
Araújo
30/06/2018
João
Paulino de Araújo, José Paulino de Araújo,
Antonio
Paulino de Araújo, Guilherme, filho de José
e Geraldo,
primo deles. 1974 em Toledo, MG.
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