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AMBOS
MORRERAM
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O primeiro
chamava-se José e era rico. O segundo também José, mas era
pobre.
O primeiro
teve a morte reportada nos canais de televisão, nos jornais e redes de
comunicação de massa.
O segundo, ao
morrer, não tinha ninguém consigo; descobriram-no morto seis horas depois, no
quartinho onde residia de favor. O dono do imóvel chamou a prefeitura para levar
o corpo do indigente.
O primeiro
foi velado no palácio governamental da cidade. O seu caixão foi feito da mais
cara madeira de lei, trabalhada com esmero e dedicação. Era um modelo repleto de
detalhes, com algumas jóias fixadas na tampa. Possuía almofadas internas e tinha
detalhes em dourado. As flores que o cobriram vieram da mais cara floricultura
do país, que fretou um jatinho para trazê-las.
O segundo
recebeu um caixão de indigente, uma caixa malfeita com restos de madeira nova e
malcheirosa. Era pintado às pressas e sem demão para vedar as imperfeições. Não
havia velório disponível, pelo que colocaram-no num corredor do cemitério
público. Como ninguém dera flores, jogaram sobre ele algumas rosas velhas,
recolhidas de outros sepultamentos. Um único presente ao seu velório fora o dono
da padaria, que apiedava-se do homem e dava-lhe pães de rejeito. Ele passou pelo
José e fez cara de lamento, retirando-se.
O primeiro
recebeu uma reportagem especial dos canais de tv, com direito a fala dos
políticos, empresários, líderes religiosos e oportunistas. Alguns corais
apresentaram-se também, abrilhantando o evento. Familiares choravam e mostravam
as roupas luxuosas que vestiam, enquanto os seus motoristas os aguardavam no
estacionamento. Saíram em cortejo para o cemitério.
O segundo foi
levado num carrinho de ferro por dois coveiros de plantão. Estavam no final do
expediente e mandaram que enterrassem logo "aquele pobre diabo". Um deles falou:
"Deixa ajudar, porque um dia serei eu a morrer também'. E assim o sepultaram
numa vala de indigentes, ao lado de ossos perdidos e de restos de caixões
alheios. Taparam tudo e colocaram umas flores de mato sobre a cova, para indicar
que havia cadáver fresco por ali.
O primeiro,
pelo contrário, teve cortejo, teve soldados à frente, teve discurso à beira da
sepultura, teve uma equipe para colocá-lo na gaveta de sua ilustre família. Após
a cerimônia todos falaram com a imprensa, simularam lágrimas, entraram em seus
carros e foram embora, para tratar das heranças e de como aproveitariam as
riquezas deixadas.
José, o rico,
morreu. José o pobre, também. Mesmo com enterros distintos e absolutamente
diferentes, seus corpos jazem inertes, apodrecidos e fatalmente esquecidos no
decorrer do tempo. No caso do rico ainda será lembrado nas missas de sétimo dia,
de mês e de ano, além de publicarem algumas biografias e fazerem alguns
documentários sobre ele. Mas logo será elemento mergulhado no silêncio dos
museus de história, seja em bibliotecas, seja em computadores de dados. O pobre,
igualmente, já foi esquecido até na hora de morrer (morreu sozinho). Não deixou
ninguém, não deixou bens, talvez não tenha deixado nem biografia.
Porque o
que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes
sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo
fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são
vaidade. (Ec 3:19)
Se a nossa
vida fosse restrita a este fôlego, ao tempo curto que cada um de nós dispõe, ou
às riquezas que deixamos para outros gastarem (ou a pobreza com a qual tanto
convivemos), então poderíamos dizer como Paulo, o Apóstolo citou: somos os mais miseráveis de todos os homens. (1Co
15:19).
Mas os dois
Josés não terminaram ali. Eles continuam! Há vida além do túmulo! Jesus Cristo,
que veio do além, disse-nos isso: há um destino, há um lugar, há uma
continuação. Foi Ele quem declarou isto: E os que
FIZERAM O BEM sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a
ressurreição da condenação. (Jo 5:29). Ambos ressuscitarão, tanto os
que fizeram o bem quanto os que fizeram o mal. Mas o destino será diferente: uns
ressuscitarão para a vida eterna (algo cujas palavras não são capazes de
descrever); outros para a condenação (muito pior do que os piores pesadelos que
imaginamos). E que BEM é esse, citado por Jesus como diferencial para o destino?
Que OBRA é aquela que garante a ressurreição da vida? Jesus, indagado sobre qual
a boa obra de Deus que deveríamos fazer, respondeu assim: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. (Jo
6:29). Esta é a boa obra que salva: crer em Jesus Cristo como
Salvador, confiar nele, recebê-lo no coração. Foi o que o ladrão arrependido fez
na cruz, ao lado de Jesus: pediu para que Cristo lembrasse dele no porvir. Jesus
respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso. (Lc 23:43).
Não confie
nas riquezas que possui. Não se maldiga pela pobreza que o acomete. Não se
orgulhe pela multidão de amigos e bajuladores que pensa ter; eles não seguirão
um passo a mais além da porta de seu túmulo. Somente um coração que crê poderá
partir deste mundo em condição favorável para um porvir melhor: somente com
Jesus Cristo no coração. Afinal, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro,
se deixará tudo para trás? A verdadeira riqueza está dentro da alma, e esta irá
conosco. E Jesus Cristo é este tesouro maior.
Receba-o!
Wagner
Antonio de Araújo
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