sábado, 13 de maio de 2017

memórias literárias - 449 - O CRENTE E AS BOAS OBRAS

O CRENTE
E AS OBRAS

449
 
Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta (Tg 2:26)
 
Nós, crentes em Cristo Jesus, somos pródigos em falar da Palavra de Deus, falar do Seu amor, do Seu perdão. Mas, infelizmente, muitos que se apresentam como cristãos, são meras árvores infrutíferas que, em lugar dos frutos só apresentam desculpas.
 
E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto. (Mc 11:14)
 
Nós falamos muito sobre o perdão. Dizemos que o perdão vem de Deus, que é preciso perdoar, que Cristo nos perdoou. Mas basta que alguém nos faça uma desfeita, falte com a verdade ou nos ofenda, para não provarmos do mesmo remédio no coração. Não perdoamos, criamos raízes de amargura e, não raras vezes, rompemos quaisquer laços de amizade e amor. O coração perdoador de Deus, que proclamamos, encontra um coração duro em nosso peito. E a incoerência se torna evidente.
 
Outras vezes nós é que somos os ofensores. Explodimos com alguém, ofendemos, fazemos algo que prejudica a alguém, o desmoralizamos publicamente ou em particular. Ganhamos a consciência de que fomos os errados na história. Mas pedir perdão? Jamais! "Pastor, o meu pai ofende a minha mãe e depois tenta consertar com atitudes; mas dizer: me perdoe; jamais o ouvi usar essa expressão. Ele nunca pede perdão!" Quantos crentes semelhantes a esse existem! Quantos crentes não pedem perdão ao pastor! Quantos pastores não pedem perdão aos irmãos! Mas continuamos a pregar sobre o amor e o perdão de Deus! Filhos, pais, sogros, cunhados, colegas, sócios, perdão é palavra fora do dicionário...
 
Falamos sobre a necessidade de uma vida de oração. Porém, na prática, não temos a tal vida. Temos o desejo, não a prática. E apresentamos inúmeras desculpas diárias: muitas atividades, trabalho, escola, namoro, cuidado para com os filhos, contas a pagar, muito cansaço. Então dormimos tranquilos, certos de que Deus compreenderá que não oramos porque Ele nos tem atulhado de coisas e de atividades. Ou seja, no final Ele é o culpado de nossa prédica diferente da prática! Síndrome de Adão, que culpou Eva, Eva que culpou a serpente, e serpente que não foi questionada, senão culparia a Deus por existir!
 
Proclamamos uma nova vida em Cristo, mals vivemos como os velhos mundanos de todo o dia. Onde nos encontram? Nos estádios, nos restaurantes, nos clubes, nas praias, nos encontros familiares, nos cinemas, em toda parte. E na igreja? Bem, se minha igreja for "prafrentex", então tem muitas coisas "da hora" pra fazer lá. Pode ser que eu esteja. Se Deus precisar de mim terá que me avisar com dez dias de antecedência, senão não terei condições de atendê-lo. Creio que será por isso que tais crentes não subirão no arrebatamento: Deus não poderá avisá-los com tal antecipação...
 
Chega de fé sem obras! Chega de palavras lançadas ao vento! Chega de crentes corruptos, presos na Lava Jato! Chega de pastores adúlteros! Chega de convenções guiadas por ordem judicial! Chega dessa vergonhosa falta de testemunho! Fé sem obras é morta! A fé que não vive o que prega pode até cantar bem, falar bem, ensinar bem, pregar bem, construir bem, prosperar bem, ser feliz bem. Mas não tem parte no Reino de Deus e não passará desta vida.
 
Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. (Tg 3:15)
 
A fé simples de um homem crente é tudo o que Deus requer de nós. Fé que prega o amor de Deus e encanta o coração deste homem com tal amor. Amor que se expressa em bondade, em auxílio ao próximo, em humildade, em desejo de repartir. Amor que sabe perdoar a quem o tenha ofendido. Amor que sabe pedir perdão quando erra e quando machuca o próximo. Fé que não dispensa a igreja, porque igreja é Corpo de Cristo e manifestação dos dons para serviço coletivo, além da edificação dos salvos. Fé que conduz à oração. Não a mera oração-clichê, oração de rotina, mas a uma vida de verdadeira busca do Altíssimo, prazer em deter-se com o Senhor! Fé que abre a agenda para a vontade de Deus, mesmo que seja uma vontade súbita, algo de momento. Afinal, se não fosse o Senhor que nos deu vida, saúde, trabalho, sabedoria e convívio, não teríamos agenda alguma!
 
Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade. (1Jo 3:18)
 
Está na hora de vivermos o que pregamos. Pregar bem e viver bem. O mundo está olhando para nós.
 
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mt 5:16)
 
Wagner Antonio de Araújo

13/05/2017

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