MELANCOLIA...
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Oh, outono
indesejado,
Que me deixa tão
cansado!
Tardes de azul
escuro,
Sombra a cobrir o
muro,
Brisa tão fria e
triste,
Como um dedo em
riste,
Apontando-me o
avanço
Da dormência no
remanço,
Da melancolia das
tardinhas,
Das saudades de
Carminha,
Da coberta que me
envolve
E do calor que me
devolve!
Outono das lágrimas
sentidas,
Das etapas já
vencidas,
Do entardecer na
pracinha,
Do escurecer à
tardinha,
Das folhas que secam e
caem,
Das pessoas que da vida
saem
Do tempo que não é
criança,
Que cria na mente a
lembrança
E no coração a dor
ardida
Da chegada e da partida,
Dos que se despedem de
nós
E dos que ganham a
voz!
Outono é
pensamento,
É o desfrute do
momento
De sentir com
profundidade
A amargura da
saudade
E lembrar-se com
ternura
Da bênção, da vida, da
cura,
De celebrar cada
instante,
Do cuidado tão
constante
Com que Deus nos
acercou.
Ele nunca nos
faltou!
E agora novamente
Outro outono em nossa
frente!
O outono é uma
graça
Nas tardes frias da
praça
Ou na sala de
estar,
Ao ver a vida
passar.
Mas maior ventura
terei
Melhores canções
ouvirei
Se ao Senhor de toda a
vida
Em minha mente eu der
guarida
E a Sua voz, cheia de
glória
Proclamando a grande
vitória
Da fé diante da
tribulação
E da graça de tão grande
salvação!
Um ano bem
completo,
De fartura, bem
repleto,
Tem as quatro
estações.
São da vida as
feições,
Retratos de um
viver,
Neblinas do
amanhecer,
Calor do meio dia,
Verão de alegria,
Entardecer do
outono,
Tempo de sentir o
sono,
E a chegada do
inverno,
Quando o abraço é tão
terno!
E por fim a
primavera,
Alegria que nos
espera
Ao ver o campo
florescer.
Será um lindo
amanhecer!
No verão é tudo
intenso,
Eu quase nem
penso!
No outono eu não
percebo
Que a alegria virá bem
cedo,
Assim que o inverno
passar
E todo o frio se
dissipar.
Primavera de
felicidade
A suprir a
necessidade!
E ela virá
certamente,
Fará crescer
novamente
As folhas que agora
caíram,
Cobrirá as copas que
sumiram
Com um verdor bem
espesso.
Por isso, Outono, eu te
recebo,
Mesmo que o ar frio me
fira;
Sua presença não
tira
A minha esperança
futura,
A certeza de que da
altura
Há um Deus que
controla
E que a alma
consola.
Seja bem-vindo,
Outono!
Wagner Antonio de
Araújo
20/03/2018
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