terça-feira, 25 de setembro de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 27 - EU TAMBÉM QUERO!


27 -
EU TAMBÉM
QUERO!

 
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Sebastião Emerich era um homem  como qualquer um de nós. Ele era um pecador alcançado pela graça de Deus, que enviou o Seu Filho bendito para morrer por cada um de nós. Ele era um trabalhador honrado, que ganhara o seu pão com o suor do seu rosto. Era um pai de família exemplar, que jamais traiu a esposa e nunca desonrou as filhas. Era um crente valoroso, fiel aos trabalhos de Deus e jamais ausente da Casa do Senhor. Enfim, Sebastião era um homem de 94 anos com uma biografia digna e bela.
 
Mas ele tinha algo mais. Ele era uma espécie de homem atemporal. Em 1985 eu me despedi dele, seguindo para servir ao Senhor nos ministérios que Deus designara para mim. Em 2012, à convite do Pr. Timofei Diacov, eu visitei-o, reencontrando-o. A surpresa foi vê-lo idêntico, como se o tempo não tivesse exercido qualquer influência sobre ele. Seu rosto meigo e confiante, seu porte de ancião de experiência, seu comportamento de servo de Deus. A primeira coisa que me disse foi: "Eu oro por você TODOS OS DIAS". E, vindo dele, eu poderia ter certeza de que ERA VERDADE!
 
Quantos governos vieram e saíram durante a vida deste servo do Senhor? Muitos! Quantas campanhas, quantos partidos, quantos poderes efêmeros, quanta febre de mudanças, quantas frustrações, quantas políticas equivocadas, quanta corrupção não atravessou o país? Sebastião vivia aqui e presenciara tudo isso. Mas a impressão passada é que, conquanto sofresse os efeitos de todos os desassossegos nacionais, era capaz de estar acima de cada um deles. Ele conseguira fazer o que Paulo, o Apóstolo, dissera aos crentes para que fizessem: Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; (Cl 3:2) . Seu assunto não era Jânio ou Lota, Jucelino, Collor, Lula, FHC ou Brizola. Seu assunto era Cristo, Israel, o Céu, a glória eterna, os anjos, a vida de Jesus Cristo, o poder da oração. Em qualquer época da história do Brasil onde Sebastião se encontrasse, ali estava um homem que pensava nas coisas lá do alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus!
 
Ele governava bem a tudo. Governava bem o seu parco orçamento de aposentado. Criou suas filhas e manteve a família. E agora, na velhice, contava com a recompensa dos cuidados constantes das filhas e netos. Ele governava bem a sua alimentação: comia o suficiente, dormia o bastante, caminhava o quanto podia. Mesmo aos noventa anos ia até o supermercado e trazia as compras à pé (ele nunca teve carro).
 
 
Ele desconhecia a depressão. Eu já a conheci e já convivi com ela e muitos aqui também por ela atravessaram ou atravessam. Mas Sebastião vivia de tal forma exposto à graça do Senhor que não tinha espaço mental para deprimir-se. Sua esposa faleceu e ele não pregava com constância. Sua saúde debilitou-se e ele tornou-se bastante restrito. A morte arvorara a sua placa, dizendo-lhe: "seu dia se aproxima". Contudo, ao invés de assustá-lo, ela apenas anunciou-lhe que em breve o seu Senhor o levaria. Em uma pregação na Boas Novas, igreja que, pela graça de Deus organizei e pastoreei por 22 anos, ele disse: "irmãos, eu espero não esquentar muito o meu túmulo, pois Jesus vai regressar logo!". Todos riram, mas ele dizia uma verdade iminente: ele faleceu logo depois e Jesus em breve voltará!
 
Eu quero isso para mim! Vivo com o Senhor há 38 anos. Já tive inúmeras experiências com Deus, o Espírito Santo já encheu-me algumas vezes e foram momentos ímpares, inimagináveis em glória e felicidade. Mas eu não atingi o que Sebastião atingiu. Eu ainda sofro as perplexidades de um país em crise. Eu ainda sou absorvido pelos rumores de guerra, pelas tribulações, pelos embates da vida e pelas dificuldades do presente. Eu gostaria de ser como ele: um farol no meio das trevas, uma luz no meio da escuridão, um oásis no meio do deserto e um Enoque no meio de uma geração perversa e perdida.
 
"Oh, Deus, em nome de Jesus dá-me a graça de seguir a senda que o saudoso irmão Sebastião Emerich seguiu. E que a glória seja toda Tua. Dá que os meus filhos, esposa e a igreja onde eu estiver a Te servir veja em mim um ancoradouro, uma âncora, um homem imbatível, não por mim mesmo, mas pela Tua graça em mim. Que eu diga de forma real o que em poesia e em êxtase religioso proclamo: posso todas as coisas em Cristo, que me fortalece! Que seja assim na prédica e na prática. Em nome de Jesus. Amém.
 

Wagner Antonio de Araújo
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