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AMIGO
PERFEITO
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Quando somos
cristãos recebemos, muitas vezes, mais ternura e afeto dos irmãos em Cristo do
que dos próprios familiares. Afinal, se os familiares o são por força de sangue,
os irmãos em Cristo o são por força da fé. A comunhão é voluntária. Mas, não
raras vezes (e, infelizmente...) mesmo estes às vezes desaparecem. Costumo dizer
que a amizade é uma via de mão dupla, sem semelhança com o parentesco da
sanguessuga: (dá-dá). Amigos que precisam ser procurados para manter a amizade
não são tão amigos assim.
Boas amizades
não se medem pelo fluxo de visitas, de e-mails, de curtidas em facebook ou de
telefonemas. Às vezes um bom amigo é praticamente ausente durante grande parte
do tempo. Mas nós sabemos: ele estará presente quando precisarmos. São raros.
Mas não são todos assim. Muitos não se comunicam porque realmente não possuem
pontos de interesse conosco que os façam interessados em relacionarem-se sempre.
Já sofri
bastante com esse tipo de silêncio e de ausência. Há muitos que são amigos dos
cargos que temos, das funções que exercemos, da liderança que mantemos e da
influência que poderemos ter em diversas facetas da vida. Quando não ocupamos
áreas de interesse as amizades desaparecem. Pergunte às viúvas de pastor:
quantos amigos do tempo do falecido esposo continuaram presentes após o
falecimento do marido? Pergunte aos pastores que se aposentaram: quantos irmãos
que estavam o tempo todo no gabinete continuaram a procurá-los? Perguntem aos
desempregados: quantos dos que comiam churrasco aos finais de semana continuaram
a manter contato? Ah, como as pessoas nos surpreendem!
Conhece-se um
amigo não pela festa abarrotada, mas pela presença junto ao leito de
enfermidade. Na hora mais difícil é que os verdadeiros aparecem. Amigos são
aqueles que ficam quando todos os outros foram embora. Amigos não nos enchem de
desculpas; enchem-nos de afeto, ainda que à distância e apenas na hora
certa!
Se
mantivermos no coração a amargura pelo sumiço de tantas pessoas e o
endurecimento da alma pela injustiça não seremos melhores do que eles. Pelo
contrário, tornar-nos-emos MURMURADORES. Deus não se agrada de quem murmura. O
contrário de murmuração é a GRATIDÃO. Deus continua soberano e Senhor de toda a
nossa história. Se há ausências e se há abandono, devemos perguntar "PARA QUÊ,
SENHOR", ao invés de insistir no "POR QUE, SENHOR?". Talvez, se insistirmos em
perguntar o porquê, a resposta não nos seja muito agradável. É melhor confiar
nos motivos da permissão divina.
Ele trabalha
em nós, buscando tornar-nos INDEPENDENTES DE FELICIDADE EXTERNA. Sim, Ele quer
ser a felicidade em nós. ENTUSIASMO, "Deus em nós", faz de nosso coração uma
fonte a jorrar para a vida eterna! Lembro-me de visitar a irmã Catarina. Senhora
sorridente, sempre presente na igreja, amiga de tanta gente. Quando lá cheguei
vi que morava sozinha. Seus bens eram tão poucos! Sua casa era tão simples e
pequenina! Mas raramente entrei em um lugar tão gostoso e iluminado, cheio de
paz e de felicidade! Ela era feliz! Ela não tecia relacionamentos para buscar a
felicidade; ela já a possuia. Os relacionamentos eram a PARTILHA daquilo que
Deus fizera em sua alma. Ela foi feliz até o fim. Ela foi o seu próprio
monumento. Ela era uma laranjeira que ofertava laranjas, uma fonte que servia
água, uma nuvem que destilava chuva. E, como disse acertadamente alguém,
laranjeiras não comem de suas laranjas, nem as fontes bebem de sua água ou as
nuvens se molham com a própria chuva. Somos chamados a dar, ainda que não
recebamos.
Já
experimentei várias situações em minha vida: fui líder, diretor, presidente,
responsável, executivo, tenho um longo ministério pastoral e atualmente sou
pastor auxiliar. Já tive muita gente a me procurar. Também saí de muitas
posições e experimentei o telefone em silêncio, o whatsapp mudo, os e-mails
vazios. Se eu não tivesse a certeza de que há um amigo mais chegado que qualquer
outro, JESUS CRISTO, eu teria me entristecido em demasia. Mas como eu conhecia o
funcionamento do interesse humano, pude contemplar com compaixão a pobreza de
muitas amizades e a riqueza do amor de Deus. ALGUNS AMIGOS NUNCA PARTIRAM;
outros nunca voltaram. Alguns fazem questão de saber como estamos; outros sequer
pensaram em nós uma vez na vida; éramos apenas um trampolim para que alcançassem
algum benefício. Não importa. Se um dia pudemos ser instrumentos para ajudar a
alguém, terá valido a pena! Quando temos JESUS CRISTO como amigo, somos capazes
de amar, de perdoar, de compreender e, principalmente, de NÃO DEPENDER DOS
OUTROS PARA SERMOS FELIZES E REALIZADOS. Se Jesus não for o primeiro e não for
capaz de nos completar, nada mais nos completará!
Pense nisso,
caro leitor. Não há felicidade quando dependemos de outros para atingir a meta.
A felicidade tem que existir em nós através de Jesus Cristo, quando Ele se torna
Senhor, Salvador e amigo mais chegado que um irmão. Quem tiver Jesus assim terá
tudo. Dou graças a Deus porque tenho. E, por Ele, dou graças a Deus pelos amigos
que são recíprocos e pelos que vão e vêm, pelos que são cíclicos, temporários e
também pelos que se vão; pelo menos um dia pudemos partilhar algo! Que sejamos
sempre boa figueira, onde o Senhor encontre frutos o tempo todo, e não apenas
folhas e desculpas.
Vá ao Senhor
Jesus em oração e estabeleça com Ele a melhor e mais recíproca das amizades. Ele
é real!
Wagner
Antonio de Araújo
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