O
QUE
GERAMOS...
914
As minhas
lágrimas rolam quentes, e as da Elaine também. Mas não são de tristeza; são de
gratidão e de deslumbramento.
O domingo foi
longo, não pudemos realizar o culto doméstico. Enquanto Maria dormia no
bercinho, Elaine escovava os dentes de Josué, eu e a Rutinha cantávamos na minha
poltrona do quarto. Logo o Josué uniu-se a nós, bem como a mamãe. "Meu Bom
Pastor é Cristo"; "Lá Está o Meu Tesouro"; "Reunimo-nos Aqui". Após isto eu pedi
à mamãe que orasse pelos nossos filhinhos e que fôssemos deitar. Ela o fez.
Então iríamos dar a bênção a cada um deles, mas Rute nos interrompeu. "Só a
mamãe orou? Eu também quero!" Nós nos surpreendemos. Rute Cristina tem 5 aninhos
de vida. Suas orações são acompanhadas por um de nós e, quando sozinha, é uma
oração simples, com quatro ou cinco frases. Surpresos e gratos demos a ela a
oportunidade. Quero escrever o que ela orou:
- "Papai
do céu, muito obrigado pelo papai, pela mamãe, pelo Josuca, pela Maria, pela Tia
Aú (minha irmã adotiva), pelos meus tios e família, pela babá e didi (vovô e
vovó). Abençoa as criancinhas que passam fome. Ajuda os que sentem frio. Cura os
doentes de coronavirus. Abençoa os nossos inimigos. Que todos queiram buscar ao
Senhor também. Em nome de Jesus. Amém".
Elaine e eu,
em lágrimas, abraçamos e beijamos a nossa filha do coração. Ela foi uma
intercessora!
Eu disse:
"Elaine, o que foi que geramos? Essa menina saiu de nós? Como é possível
tornar-se essa pérola de tamanho valor, que intercede por conta própria,
completamente independente das frases que colocamos em sua boca?"
Rute Cristina
ama ao Senhor. Por várias vezes ela já nos disse: "Eu já entreguei a minha vida
para Jesus e Ele é o meu Salvador". Ela afirma com tal convicção que não temos
dúvidas quanto a isto. Eu já disse que aguardo o regresso ao ministério para
batizá-la. E se o Senhor não me convocar ela o será na igreja onde congregarmos
após a pandemia.
Elaine e eu
concluimos algo muito precioso. Como é importante ter Cristo no dia a dia de um
lar! E quanta diferença há nos lares que professam outra fé! Num lar de
islâmicos radicais ensina-se a amar o Islã e odiar aos cristãos, aos judeus e
aos americanos. Num lar de judeus ortodoxos ensina-se a amar a Israel e a
desprezar todo judeu que crer em Jesus como o Messias e Salvador, bem como
considerar todo não-judeu como um ser inferior e distante de um relacionamento
próximo. Já em um lar genuinamente cristão ensina-se a AMAR AOS INIMIGOS.
Perguntamos: em qual dessas confissões está Deus em Sua essência? Certamente num
lar cristão! Nossos pequeninos não crescem odiando os povos de etnia diferente
ou de confissão religiosa adversa. Pelo contrário, crescem considerando a todos
como necessitados da graça de Jesus e alvos de sua súplica e
amor.
Minha filha é
uma intercessora. Ela o é por conta própria! E é assim porque o Espírito Santo
forjou em seu coração essa vocação e graça! Aleluia! Bendito seja o Senhor! Que
isto se preserve conforme ela crescer!
Jamais pensei
em dormir tão feliz com uma oração noturna de um filho meu. E hoje o meu sono
será sereno: eu sou grato pela filha intercessora que Deus nos
deu.
Obrigado,
Senhor!
Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações,
orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; (1Tm
2:1)
Sempre
damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, (1Ts
1:2)
Filho
meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, (Pv
1:8)
Que cada
leitor tenha também o privilégio de ser uma autêntica família cristã, e que cada
um seja igualmente um intercessor junto a Deus por todos os
homens.
Amém.
Wagner
Antonio de Araújo
Nenhum comentário:
Postar um comentário