SEM SER
POR
INTERESSE
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Há algumas
pessoas que me surpreendem de forma tão benéfica! Num horário qualquer, em algum
dia da semana, me ligam, dizendo: "Como vai?" Eu, então, aguardo que me digam o
motivo da ligação. Então ouço: "Eu só liguei para saber como está e para dizer
que sinto saudades e oro por vocês." Que bênção! Que alegria! Que
ternura!
Em
contraponto a isso há coisas do tipo esta: alguém me escreveu: "E aí, como está?
Saudades. Todos estão bem?" Então fui responder, quando as mensagens sumiram. E
veio a explicação: "Foi mal. Não era para você. Mas serve. Como está?" Então
gentilmente digo: "Quando for para mim eu responderei. Um
abraço!"
Todo ser
humano quer ser lembrado, amado, desejado. Quando não o é sente tristeza,
solidão, amargura. Triste é ser lembrado apenas quando necessitam de alguma
coisa. Isto é típico de quem exerce alguma função executiva ou técnica. O
telefone não para. Mas quando deixa de exercer a atividade não recebe mais
ligações. Ligavam-lhe porque precisavam dele, não porque pensavam
nele.
Jesus Cristo
disse que o amor sem interesse por algo de que precisamos seria o diferencial de
Seus discípulos. "NISTO conhecerão que SOIS meus discípulos". O verdadeiro amor
sente falta, sente saudade, busca o contato, importa-se com o outro. O amor
falso só procura suprir a sua própria necessidade, a sua urgência, a sua
demanda. Para quem ama com o amor de Deus o simples fato da outra pessoa existir
já é relevante. Para o falso amor o outro só importa se tiver algo que me
interesse.
O mundo
virtual é assim: se você publica algo há reação; se não publica há silêncio. Os
que nos procuram sem terem sido provocados são tão poucos que podem ser contados
nos dedos de uma única mão.
Esse comércio
relacional não me interessa. Só o amor verdadeiro me satisfaz, ainda que seja
raro e tão pouco existente.
Há sempre
alguém a quem amar.
Já buscou
alguém por hoje, sem que esteja a precisar de algo?
Wagner
Antonio de Araújo.
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