Sabedoria e
conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve
nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá. (2Cr
1:12)
E, se algum de vós tem
falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em
rosto, e ser-lhe-á dada. (Tg 1:5)
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O VALOR
DA
SABEDORIA
Mensagem especial para o dia de formatura
da
Turma de Elétrica, da Primeira Igreja
Batista em
itaim Paulista, São Paulo,
Brasil,
em 08 de julho de 2017
INTRODUÇÃO
Era Salomão um homem muito jovem,
rico, o mais importante homem de Israel. Filho de Betsabá e Davi, recebera do
pai a coroa de rei. Teria sob seu encargo a administração de seu grande país.
Numa época em que não se falava de democracia e nem de liberdade, era
fundamental ser um rei que fizesse jus à função, porque um povo frustrado e sem
esperanças é um povo que não produz, que não é feliz e que não dá sustentação a
um dirigente. Basta vermos o estado do Brasil nos últimos anos e, infelizmente,
nestes dias presentes.
Salomão teve um sonho, enquanto
seguia com glorioso e volumoso séquito para o alto da montanha. Ali faria um dos
maiores sacrifícios da história: mil holocaustos a Deus. Julgava com isso
agradar ao Todo-Poderoso. Tenro e jovem, Salomão desconhecia verdadeiramente ao
Senhor. Este, tempos depois, afirmou que não tem prazer em holocaustos
gigantescos e enormes, porque todos os animais do campo são dEle. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua
plenitude. (Sl 50:12).
Neste sonho Deus falou-lhe ao
coração, dizendo: pede-me o que queres que eu te dê. Salomão fez uma avaliação
da responsabilidade que recebera e de sua maior necessidade diante da função.
Percebera que governar não seria obra fácil, nem tampouco sentia-se capaz para o
cargo. Poderia ter aproveitado a oferta de Deus para pedir uma série de coisas:
pedir longevidade, pedir a morte de seus inimigos ou pedir a multiplicação das
muitas riquezas que já possuia por herança. Contudo, usando do bom senso, mui
raro naqueles dias e, quiçá, principalmente nestes tempos modernos, Salomão foi
enfático: Dá-me, pois, agora, sabedoria e
conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia
julgar a este tão grande povo? (2Cr 1:10)
Deus agradou-se do pedido de
Salomão, como agrada-se de cada homem ou mulher que a Ele lhe pedem sabedoria.
Gostaríamos de falar sobre o valor da sabedoria, neste dia tão especial para os
irmãos que hoje se formam nesta turma especial do curso de
eletricidade.
I - O QUE É A
SABEDORIA
SABEDORIA vem do latim SAPERE e
corresponde ao conhecimento acumulado, ao entendimento para interpretar questões
e realizar tarefas, à capacidade para desenvover funções e descobrir soluções
diante das inúmeras dificuldades. A sabedoria pode ser uma capacidade inata do
ser humano, tendo nascido com ele, sendo levada ao desenvolvimento através de
uma boa e sólida educação. Mas também pode ser uma capacidade recebida de Deus,
uma dádiva especial, através da qual um homem torna-se perito em uma ou em mais
funções, para a glória de Deus ou para o sustento de sua família ou
comunidade.
A sabedoria é a capacidade de
progredir, de evoluir no conhecimento, de aprimorar sistemas, de desenvolver
atividades e raciocínios que levem ao progresso, ao bem estar, à justiça e ao
pleno desenvolvimento das habilidades humanas. A sabedoria sempre esteve
presente com Deus, e foi através dela que Deus criou todo o universo.
Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era
cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo; (Pv
8:30)
A sabedoria transforma uma vida,
estabelece riquezas, constrói edifícios, descobre coisas novas, revoluciona o
mundo. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais
sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina. (Pv
9:9)
II - PARA QUE
SERVE A SABEDORIA
A sabedoria para tudo é útil. Conta-nos o
próprio rei Salomão que um homem sábio solucionou uma guerra, quando a sua
cidade estava sitiada pelo inimigo. E
encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e
ninguém se lembrava daquele pobre homem. (Ec 9:15). Conquanto a sabedoria não trouxera benefícios pessoais àquele
homem pobre e sábio, foi dele o mérito de tê-la livrado da tirania de um inimigo
à porta de sua vila. E aqui vemos um mérito especial da sabedoria: ela serve a
todos e não apenas a um indivíduo. Ela enriquece de forma produtiva a todos os
envolvidos num projeto, e não apenas ao detentor daquele
conhecimento.
Conta-nos a história que Santos Dumont, o
inventor do aeroplano, precisava de um relógio para marcar a duração de seu vôo
experimental. Até então os relógios eram de algibeira, de bolso e não eram
adaptados para a verificação das horas com liberdade de movimentos. Como olhar o
relógio no momento de pilotar um aeroplano tão frágil e primitivo? Foi então que
ele solicitou a seu amigo relojoeiro, CARTIER, em Paris, que lhe adaptasse um
relógio para o pulso, o que resolveria todos os seus problemas de praticidade na
consulta das horas. Pronto; ali estava inventada a maravilhosa forma de
consultar as horas, tão comum para todos nós, mas que veio da sabedoria de um
artífice, que pensou no bem que isso produziria à partir de seu invento.
Nestes últimos dias o smartphone
completou vinte anos. Poucas pessoas, no entanto, sabem de seu início tão
inusitado. Um homem por nome Phillipe Khan, decidiu que iria registrar o
nascimento de seu filho através de uma câmera digital CASIO, acoplada em seu
celular STARTAC da Motorola. Para enviá-la, usou o seu laptop TOSHIBA no carro,
enviando a fotografia para mil contatos de e-mail. Ali nascia o celular moderno,
com câmera registradora e todos os benefícios que daí vieram!
Thomas Edson, o inventor da utilização
prática da eletricidade em suas múltiplas possibilidades, queria registrar uma
canção infantil para a sua filha querida. Cantou Mary tinha um carneirinho e com
isto, em 1877, inventou o fonógrafo, pai de todos os inventos que temos hoje na
área do som e do áudio. Hoje sabemos que este não foi, de fato o primeiro som
gravado, pois em 1860 um francês, usando um cone, conseguira dez segundos de
gravação de sua própria voz. Mas todas estas coisas demonstram que, uma vez
investido tempo e atenção à sabedoria, são gigantescas as posibilidades de
desenolvimento e de aprimoramento do conhecimento.
II - A SABEDORIA E OS
BENEFÍCIOS À FAMÍLIA
Um homem que usa de sua sabedoria para
desenvolver-se coloca à disposição da família inúmeros novos recursos. A mulher
que faz uso da sabedoria promove também para o seu lar o aprimoramento das
condições e o benefício de todos no uso dos recursos que serão reunidos. Que
bênção é poder trazer conforto, recursos, progresso e desenvolvimento para o
lar! Passava eu por uma rodovia e contemplava chácaras e sítios ao longo da
estrada. Algo chamou-me a atenção. Vi duas propriedades vizinhas de mesmo
tamanho e com as mesmas condições naturais. Ambas eram servidas pela passagem de
um rio. Ambas possuíam planície e altitude. Mas uma assemelhava-se a um jardim
regado, com jardins, pomares, estrada de chão com beiras pintadas de cal,
alameda que dava acesso à casa simples, galinheiro coberto e muita limpeza. A
outra, entretanto, também possuia casa semelhante, mas cercada pelo caos: o mato
cobria a propriedade, o lixo avolumava-se na porteira de acesso, o rio estava
cheio de folhas em decomposição. Não havia horta, nem pomar, as galinhas
ciscavam no meio do capim e o restolho era tudo o que se colhia daquela terra
fértil. Descobri que ambas as famílias tinham níveis econômicos idênticos. Mas o
chefe de família da primeira recebera boa educação e usara de sabedoria na
administração de sua propriedade; o outro, infelizmente, nem instrução recebera
e nem fizera por superar as deficiências de sua má instrução.
E o que difere uma pessoa sábia de outra
que não o é? O interesse por adquirir sabedoria. Diz a Escritura Sagrada:
E, se algum de vós tem falta de sabedoria,
peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á
dada. (Tg 1:5). Não é desculpa dizer-se um
infeliz, que não recebeu instrução quando pequeno, que não teve acesso ao
conhecimento, que não foi uma pedra lapidada para o bom exercício de uma vida
profissional produtiva. Não! Deus pode intervir na história de todo aquele que,
com honestidade, humildade e simplicidade, lhe pede sabedoria. Sabedoria abre
portas! Sabedoria aumenta os horizontes! Sabedoria transforma a realidade! Dois
homens reclamam da vida. Ambos têm a mesma capacidade intelectual. Um aprende um
ofício e ganha o seu sustento. O outro vive de ajudas e morre em depressão. E
por que? Por castigo? Só se for o castigo por ter sido tolo. Os sábios entesouram a sabedoria; mas a boca do tolo o
aproxima da ruína. (Pv 10:14)
III - A SABEDORIA E A OBRA
DE DEUS
Não há para o crente motivo maior ou
melhor do que ser mais útil no trabalho do Senhor. O crente tem prazer em servir
a Deus e, por isso, tem prazer em fazer o evangelho conhecido de todas as
pessoas com quem cruza ou com o maior número de indivíduos com quem puder
comunicar-se. A história de William Colgate é um exemplo disso. Um menino de
dezessete anos, criado no caminho do Senhor. Deixa a sua casa, na roça para
trabalhar na cidade. Sua mãe insta com ele para que sirva a Deus e que nunca
deixe de contribuir na Obra do Senhor. Ele ouve e atende aos apelos maternos.
Arruma trabalho numa fábrica de sabão. Casa-se com a filha do dono. Com a morte
deste herda toda a indústria. E passa a consagrar a Deus o melhor de seu ofício.
À princípio ofertou a décima parte, o mínimo com que os cristãos contribuem no
trabalho divino. Com a prosperidade oriunda de sua sabedoria (desenvolveu o
novíssimo sabão de cheiro, o sabonete), decidiu dedicar vinte por cento de seu
lucro. E assim, sucessivamente, ampliou o recurso, até que consagrou noventa por
cento de tudo o que ganhava, para a obra do Senhor. Era um simples artesão de
sabão; tornou-se um dos maiores megaempresários do passado.
O crente toma gosto em dar a Deus o seu
melhor! E Deus o abençoa grandemente! E de que forma? Através da sabedoria,
através do tino para realizar as suas tarefas. No caso de vocês, nobres
formandos, aprenderam com maestria o ofício elétrico. Agora são peritos nas
ligações que produzirão boa iluminação, bom funcionamento de equipamentos e
conforto por toda parte onde exercerem suas habilidades. Deus lhes dotou de tino
e sabedoria, dando-lhes o recurso através do qual poderão galgar sólidos degraus
no progresso. Quem sabe inventarão algo que facilitará a vida de todos os
humanos, com suas habilidades e idéias revolucionárias? Cabe a cada um,
entretanto, esmerar-se por fazer o melhor, serem os melhores, darem o melhor.
Mas não se esqueçam de quem lhes
proporcionou o dom, a habilidade e o preparo: Deus! Ele deve receber de vocês o
melhor. O seu ofício não é moeda de troca com o Criador, mas meio através do
qual podem louvá-Lo por tudo o que Ele lhes proporcionou e proporcionará. Deus
dotou-os de capacidade através da qual poderão amar ao semelhante no serviço ao
próximo. Também poderão ofertar a Deus o serviço tão necessário na Casa do
Senhor e nos pontos novos de pregação do Evangelho. Eu testifico que a igreja
onde sirvo ao Senhor, Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba,
recebeu de seu mestre, Professor Edson, as dádivas e as bênçãos de seu serviço
voluntário. Se hoje temos iluminação de excelente qualidade em nossa igreja,
devenos a este herói da fé, que colocou-se à serviço do Senhor e em serviço do
próximo. Ele, com sua equipe, dotou a nossa capela, de luzes possantes, de
tomadas onde ligamos os nossos equipamentos, de dispositivos que nos dão
conforto e condições de funcionamento noturno. E o fez graciosamente,
gratuitamente, como serviço santo na Casa do Senhor. Por tudo isso bendizemos a
Deus. E hoje, com Sua graça, ele reproduz o seu talento em vocês, nobres
iniciantes, que, se munidos de um coração amável e um desejo intenso de servir a
Deus, também seguirão os passos deste mestre cristão.
CONCLUSÃO
Hoje é o início de uma nova vida, de uma
nova chance, de um novo amanhecer. Hoje vocês iniciam uma caminhada festiva do
exercício de um ofício promissor. Se pensarem em usá-lo para o bem, para o
progresso, para o serviço ao próximo, e se colocarem Deus como objetivo final de
tudo o que fizerem, serão bem sucedidos. Muitas casas, muitas igrejas, muitos
lugares terão o testemunho de seu trabalho ardoroso e sábio, lembrando com
gratidão tudo o que fizeram. Se trabalharem bem farão uma vez só, e não duas ou
mais vezes, no caso de maus profissionais. Poderão ganhar o seu dinheiro com
dignidade, com o suor do rosto, e com absoluta legalidade, pois digno é o
trabalhador do seu sustento.
Mas lembrem-se: devem a Deus o que são, o
que têm e o que aprenderam. Não abandonem a fé, nem o caminho do serviço, nem o
auxílio ao próximo. Não façam do dinheiro o seu alvo maior. Não se tornem
orgulhosos e prepotentes diante dos que não foram dotados com as qualificações
que o Senhor permitiu que tivessem. O verdadeiro sábio é aquele que serve e que
auxilia outros no progresso, não aquele que julga-se maior do que todos e que
quer tirar vantagens com a imperícia alheia. Sejam nobres, sejam crentes, sejam
fiéis, sejam amorosos, sejam cristãos de fato!
E Deus muito lhes abençoará.
Pr. Wagner Antonio de Araújo
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