SANGUE
NAS
MÃOS
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No Rio de Janeiro um garoto
morre com um tiro na testa enquanto esperava o ônibus. Motivo: um celular. Em
outro local a mulher e o marido são atropelados e a esposa perde o bebê que
estava para nascer. Em São Paulo torcedores de um time surram e esfaqueiam até a
morte um opositor. O sangue se espalha pelas periferias das grandes cidades. E
as áreas centrais são infestadas de ladrões de carros, ladrões de celulares, de
grupos que praticam arrastões. No interior e cidades pequenas, onde até pouco
tempo reinava a tranquilidade, os bancos são bombardeados com dinamite,
vitimados por marginais que desejam roubar os caixas eletrônicos. No campo
proprietários de terras matam invasores, e sem-terra matam proprietários.
Sangue no chão.
No canal de TV uma casa com
cem pessoas exibe as mais baixas cenas de agressões e lutas por sobrevivência,
expondo toda a pecaminosidade humana, confinando seres que buscam dinheiro e
fama e submetem-se a esse tipo de segregação. Os filmes de tiroteios nos morros
e favelas tornam-se campeões, e as novelas ensinam como enganar, roubar,
adulterar, sequestrar, matar, corromper, usar drogas, praticar imoralidade e
promiscuidade. Nos programas de auditório as mulheres cantam as mais podres
canções de funk, enquanto atrizes famosas contam como fizeram orgias com seus
múltiplos parceiros. Não há filme brasileiro sem sexo e sem palavrão; não há
programa de auditório sem violência ou apologia à homossexualidade; não
há reportagem que não denuncie roubo, corrupção, traição, mentira,
licenciosidade. Sangue na tela.
Nas estradas o sangue
escorre violentamente pelo asfalto quente dos caminhos. Um playboy dirige a 180
por hora em ruas de Curitiba e, por ser um político, não sofre punição, mesmo
que tenha matado pessoas. Nas estradas os caminhoneiros varam madrugadas sem
dormir, tomando os chamados rebites e, não donos de seus sentidos, invadem
pistas, atropelam pedestres, irrompem nas filas dos pedágios, estraçalham
famílias. Já os carros de passeio, com motoristas bêbados, praticam as
ultrapassagens irregulares e imprudentes, matando famílias e vidas que nada
tinham com isso. Motoqueiros destróem os espelhos dos carros, agridem motoristas
de automóveis, ou são perseguidos por estes, esmagados pelas rodas dos
indignados. Sangue no asfalto.
Nas casas a violência reina
vitoriosamente. As crianças usam o celular para jogar guerras sanguinárias, onde
os gritos e a cor vermelha predominam. Os computadores e tvs carregam os
softwares de tiroteios, de cortes de cabeça, de lutas e agressões de MMA e tudo
o que realimenta a natureza. Numa discussão familiar todo esse cabedal de
cultura da agressão vem à tona. Então filhos batem e machucam os pais, pais
agridem e matam os filhos. Um pai em regime de visita agendada tomou o seu filho
de cinco anos, amarrou-se num colchão e colocou fogo, matando o inocente com ele
por causa das brigas nojentas que ele, adulto, mantinha com a mãe do garoto.
Sangue nos lares.
Nas igrejas há sangue
também. Mas não aquele que é derramado por agressões declaradas. O principal
sangue que ali existe não é o sangue de Jesus Cristo, proclamado nas mensagens
salvadoras dos púlpitos. O sangue encontrado é o das pessoas que não são
evangelizadas, não são buscadas, não são ensinadas nos caminhos de Cristo, não
são expostas à cruz e nem ao Salvador. Igrejas estão satisfeitas com festanças,
com bazares para vender bugigangas, com cursinhos de corte e costura, com
palestras para ajudar casais a se relacionarem melhor ou turbinar as carreiras
empresariais dos seus membros. O verdadeiro evangelho do sangue da cruz ficou
restrito ao símbolo. Ele até é cantado, mas não é explicado. E como crerão
naquilo que não entendem? O eunuco etíope que o diga (E
ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que
subisse e com ele se assentasse. At 8:31).
Há sangue na igreja,
mas daqueles que partem sem saber do evangelho autêntico, não por não conhecer,
mas por não haver quem de fato o pregue ou dele testifique... Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o
avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar
a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão
o requererei. (Ez 3:18)
Sangue, sangue, sangue!
O sangue corre pelo Brasil
afora.
Deveria correr nas veias,
levando a nação à prosperidade, à felicidade, ao domínio das ciências, à
cultura, ao progresso, ao patamar de nação abençoada e feliz.
Mas, em lugar das veias, ele
corre solto pelas ruas, pelas tvs e mídia, pelo asfalto e pelas igrejas. Só não
corre nas veias dos políticos brasileiros, que, alheios à destruição pela qual
passa o país, estão cuidando de seus próprios interesses, que nunca coincidem
com os mandatos recebidos ou com os interesses nacionais. Eles não ligam para o
país.
Só há um remédio para uma
nação melada, manchada, maculada e lavada por tanto sangue inocente, por tantas
vidas ceifadas, por tanta violência multiplicada: é o remédio do arrependimento
e da fé em Cristo como Senhor e Salvador. Arrependimento que precisa começar do
clero cristão, dos pastores e líderes que são responsáveis pela pregação do
evangelho. Depois pelo laicato, por todos os crentes e membros de igrejas ditas
cristãs. E, então, a funcionar como "dez justos" (Disse
mais: Ora, não se ire o Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura
se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei por amor dos dez. Gn
18:32), poderão provocar uma transformação espiritual, social,
moral, sentimental, física e intelectual de grande envergadura no
Brasil.
E se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face
e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os
seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14)
Tem misericórdia do Brasil,
Senhor!
Reconverte o Teu povo e
reaviva a Obra de Tuas mãos!
Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos;
renova os nossos dias como dantes. (Lm 5:21)
Ouvi,
Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia. (Hc
3:2)
Wagner Antonio de
Araújo
13/07/2017
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