MÚLTIPLOS
CASAMENTOS
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O rapaz na celebração de
seu casamento. Ele já vive maritalmente com a futura esposa, mas ainda assim
quer se casar na igreja. Questão de "obediência", de
"princípios"...
A sua mãe ao lado do
terceiro marido.
O seu pai ao lado da
segunda esposa.
O seu irmão ao lado da
segunda esposa.
A sua irmã ao lado do
segundo esposo.
Um bando de crianças
aparentadas em vários níveis, muitos pais e muitos avós.
O pastor celebrante está ao
lado da terceira esposa. A organista é a ex-esposa dele, convidada por laços de
afeto do tempo em que ele era criança. As daminhas são meio-irmãs entre ambos os
pais.
Os seus três filhos, um de
cinco, outro de três e outro na barriga da noiva, enriquecem a
celebração...
Esta é a
realidade que vivemos no mundo moderno. Famílias de múltiplas posições e em
múltiplos relacionamentos numa nova moralidade (ou
amoralidade...).
Este
casamento tem uma data de validade limitada: aguentará algumas crises, mas é
quase certo que não chegará até a morte de um deles, salvo se houver alguma
tragédia, enfermidade ou crime.
Mas as
palavras de compromisso ditas pelo celebrante são as
mesmas:
"Juvêncio,
você aceita a Jandira como sua esposa? Sim? Então diga: Comprometo-me diante de
Deus e diante dos homens amar-te, honrar-te, ser-te fiel, cuidar de ti e viver
contigo até que a morte nos separe."
Foram as
mesmas palavras que o pastor disse no seu primeiro casamento. A organista, a
primeira esposa, se lembra bem. Ela disse o mesmo ao segundo esposo também.
Ninguém faleceu ainda, mas estão todos em novos
relacionamentos.
Este é o
nosso moderno mundo evangélico e cristão. O presidente da República, que se
identifica como cristão, também está no terceiro casamento. E o que é que tem?
Todo mundo faz isso hoje em dia. "Todos têm a chance de ser novamente felizes!".
Uma boa porcentagem dos pastores de diversas denominações estão recasados
também.
A celebração
é muito bonita. Contudo, ignora completamente os ensinamentos dAquele que deu
origem ao cristianismo, o Senhor Jesus Cristo. Mas isto é apenas um detalhe, não
é mesmo?
Assim não
são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o
homem. (Mt 19:6).
Para os
partícipes da cerimônia acima, a questão que lhes dá um suposto direito de não
morrerem ou esperarem o companheiro morrer para um novo casamento é simples:
quem garante que o casamento anterior tenha sido um ajuntamento feito por Deus?
É uma boa pergunta. Talvez João o Batista não tenha atentado para esse detalhe
ao condenar Herodes pela sua nova relação com a ex-esposa do seu irmão: Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de
teu irmão. (Mc 6:18). Talvez o Apóstolo Paulo
não tenha feito a mesma ponderação quando disse que um casamento se efetiva
ainda que tenha sido uma relação entre alguém e uma prostituta: Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo
com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. (1Co 6:16). Não;
certamente Paulo não investigara o caso. Ele deveria ter feito, pois como era
possível afirmar que uma relação de prostituição já seria considerada casamento?
A verdade é que Paulo sabia que ajuntar corpos era tão sério que comprometeria a
ambos como casal.
Jesus disse
que ninguém poderia separar um casal senão a morte. Nenhum homem. Nem um juiz,
nem uma legislação.
Mas vá se
dizer isso para alguém, para um cristão, para um pastor. Prepare-se para ouvir
argumentos psicológicos, existenciais, filosóficos, teológicos e quiçá insultos.
O casamento para toda a vida caiu em desuso. Só não avisaram a Bíblia. Talvez
fosse necessário fazer uma versão moderna dela. Ah, me enganei! Já estão à venda
sob o título de NOVA VERSÃO em várias editoras...
Tempos
estranhos estes...
Wagner
Antonio de Araújo
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