AH,
MARIA...
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Maria era uma linda menina.
Convertera-se aos 13 anos. Estava com 17. Desde cedo destacara-se como crente
fiel: não ia a baladas, não publicava futilidades em suas mídias sociais, lia a
bíblia, orava e frequentava os cultos com assiduidade. Ela procurava ser fiel em
todo o tempo. Pelo menos era o que parecia.
Sentindo necessidade de
ganhar algum dinheiro, passou a fotografar os irmãos e a imprimir lindos
arranjos com as fotos. Transformava cenas pitorescas em lindas paisagens, com
versículos bíblicos, frases e conteúdo encantador. Os irmãos compravam com
prazer, além de fazê-lo para ajudá-la.
Ela era incentivada a
procurar um emprego. E tentava. Mas a crise no Brasil fechara a porta para as
jovens sem experiência profissional. Ela não desistia. Também era incentivada a
procurar um homem crente com quem pudesse namorar e casar. Às vezes sentia-se
diminuida por ver todas as outras moças a namorarem, a casarem e a trabalharem,
e ela ainda não conseguira nada disso. Ao falar com o pastor, este explicou-lhe
que Deus tinha um tempo apropriado para cada coisa e que ela estava seguindo
pelo caminho certo, esperando no Senhor. Que continuasse a dar o melhor de si
para Deus. Também disse que, se recebesse as bênçãos do Senhor, que permanecesse
fiel aos princípios e à fé que abraçara.
Formou-se no ensino médio e
foi encontrada por um dono de estúdio de fotografias. Eles gostaram dos arranjos
que ela fazia e a convidaram para trabalhar. Ela, feliz e alegre, foi à igreja
celebrar este maravilhoso acontecimento. Os irmãos choraram de alegria. O pastor
celebrou com muita satisfação esta bênção. E fortaleceu-a na fé, dizendo que, se
fosse do agrado do Senhor, Ele proveria alguém para ser seu companheiro, mas no
tempo certo e do jeito dEle. Que ela continuasse tão fiel quanto fora até
então.
Mas tal não aconteceu,
infelizmente. Maria já não
frequentava os cultos com regularidade. Deixou a sua classe de escola bíblica e
não estava presente em todos os domingos. Ela se justificava, dizendo que tinha
muito trabalho para fazer e que precisava do domingo para dar conta de suas
tarefas. Para todos isso era absolutamente normal. Para o pastor e uns poucos
consagrados, aquilo era fumaça, e onde havia fumaça havia também o fogo: Maria
estava abandonando a fé.
Num domingo à noite
apareceu ao lado de um rapaz bonito, porém não crente. Ele ostentava tatuagens
em várias partes do braço. Estava de bermuda. Maria sabia que o pastor não
admitia esse tipo de vestimenta no culto, mas ela não mencionou isso ao rapaz.
De mãos dadas no culto, abraçados constrangedoramente ao final, Maria desfilava
com o garoto. Parecia outra mulher, estava arrogante e orgulhosa. Foi embora no
carro importado do rapaz. No domingo seguinte apareceu com uma tatuagem de rosa
na beira do pescoço. E em três meses desapareceu da
igreja.
Maria sucumbira ante o
brilho deste mundo. Caíra na armadilha que Satanás preparara desde a fundação do
mundo, buscando levar ao Inferno o maior número de pessoas. Maria perdeu a fé.
Ou melhor, demonstrou que sua fé não tinha consistência. Enquanto era frágil e
não tinha firmeza, usou a fé como muleta. Quando conseguiu o que queria, deixou
a muleta e andou com as próprias pernas, longe de Deus. Maria não perdera a sua
salvação; ela apenas demonstrava que nunca a tivera realmente. Como foi
triste...
Jovem que me lê neste dia,
ouça-me: isto é o que acontece quando Satanás nos engana e ludibria. As páginas
do Velho Testamento estão repletas de exemplos disto. Israel, a nação do Senhor,
recebera uma terra boa para viver, onde manava leite e mel. Bastou uma colheita
abundante, bons empregos e paz na vizinhança, para que eles abandonassem o Deus
verdadeiro e a obediência aos mandamentos. Então a mão do Senhor pesava sobre
eles. Perdiam tudo, seguiam na miséria. Arrependiam-se, buscavam a Deus;
recuperavam-se. E logo caíam novamente. E, ao final, perderam a bênção, pois a
paciência de Deus tem limite.
Portanto, eu
vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os
seus frutos. (Mt 21:43)
Jovem, não troque Deus por
um prato de lentilhas! Não troque a fidelidade ao Senhor por um bom salário, um
bom emprego, uma boa namorada, um lindo namorado, um carro importado, uma
posição social ou um desejo concretizado. Tudo isso passa e a vida seguirá o seu
curso. Lá na frente você verá o quão tolo foi!
Lembra-te
também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e
cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; (Ec
12:1)
Não faça do Senhor uma
muleta enquanto não tem tudo o que quer. Deus não é bolsa família, não é
aspirina, não é balcão de empregos ou site de namoros. Deus é Pai, é Senhor, é
Rei, é Mestre, é Soberano. Uma relação real com Ele deve existir nas horas de
carência e nas horas de fartura. Se não for assim não há honestidade na
fé.
Certa feita Jesus curou dez
leprosos que clamavam para Ele. Curou-os gratuitamente, com amor e consideração.
Nove foram embora e não mais voltaram. Apenas um regressou para agradecer. Então
Jesus lamentou:
Não foram dez
os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus
senão este estrangeiro? (Lc 17:17-18)
Muitas Marias, Joões,
Pedros e Anas continuarão a aparecer nas igrejas de Deus. Virão humildes,
simples, buscando bênçãos e ofertando a vida. Nove em cada dez, depois de
receberem as bênçãos, deixarão o Senhor, pois já encontraram o que buscavam:
queriam a bênção. Um apenas ficará, escolherá o caminho da vida e se manterá
fiel, dando a Deus a honra devida. E não aceitará vender a alma para ficar com o
mundo; permanecerá no Senhor, ainda que perca tudo.
Jovem, não siga a Maria.
Siga a Jesus.
E quem não
toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. (Mt
10:38)
Wagner Antonio de
Araújo
28/08/2017
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