IGREJAS
TAMBÉM
MORREM...
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Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e
pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu
lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. (Ap
2:5)
Onde estão as igrejas
destinatárias das cartas de Jesus no livro de Apocalipse? Estão mortas. Onde
estão as igrejas de Filipos, de Corinto, de Roma (a original) ou de Colossos?
Estão mortas. Elas passaram. Alguém dirá: "Jesus não afirmou que as portas do
inferno não prevaleceriam contra ela?" Eu respondo: "Sim, contra ELA, não contra
ELAS." IGREJA no sentido de Corpo de Cristo triunfante, completo, somando
crentes de todas as eras e de todas as línguas, jamais será vencida.
Congregações locais, também IGREJAS, não. Estas estão sujeitas a morrer.
Elas morrem quando deixam
de observar as Escrituras Sagradas. Não dão mais ouvidos aos ensinos bíblicos.
Buscam mestres segundo as suas próprias preferências. Não querem ouvir todo o
conselho de Deus; apenas aquilo que coincida com os seus parcos ideais.
Introduzem o mundo na congregação, trocando a plataforma por palco, o poder por
energia, conversão por adesão. Tomaram do mundo a forma e o seu aroma é o mesmo
das baladas. Tais igrejas morrerão. Não irão, porém,
avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o
daqueles. (2Tm 3:9)
Igrejas morrem quando
deixam de evangelizar. Tornam-se cheias de si próprias, auto-suficientes, um
verdadeiro gueto. Não admitem intrusos, não querem que outros venham tirar o
sossego de sua rotina familiar. Estabelecem-se como um centro de tradições dos
fundadores, esquecendo-se da ordem divina para pregar o evangelho a toda
criatura. Sentem-se tão predestinados que se esquecem que Deus usou
evangelistas, não um DNA melhorado. Sentem desprezo pela proclamação do Reino e
nem têm o que pregar, pois perderam a mensagem. Eles não passam de um centro de
diversão barata para famílias afins. Tais igrejas
morrerão.
Igrejas morrem quando não
escutam mais o clamor dos pobres, dos que sentem fome, dos que jazem
abandonados. E isto nada tem a ver com militância de esquerda, que parte da
regra do uso do dinheiro dos outros para pagar as contas de quem não quer
trabalhar. A igreja de Cristo tem como base o amor ao próximo, até pelo inimigo.
Quando as crianças famintas, os velhos solitários, as viúvas desamparadas ou os
aprisionados injustamente não soam mais como motivo de inquietação, de
solidariedade, de compartilhamento, tais igrejas morrem.
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes
derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? (Tg
2:16)
Igrejas morrem quando
desprezam os seus pastores. Convidaram-no para que fosse o seu ministro de tempo
integral e não têm qualquer cuidado para com ele. Privam-no do cuidado
essencial, relegando-o ao desprezo. Dão valor aos pregadores da mídia ou aos
ícones da teologia contemporânea, esquecendo-se do ministro que dia após dia se
dedica a dar o arroz com feijão nutritivo, mesmo que sem alarde ou anúncio
espalhafatoso. Proclamam as bobagens que astros gospel dizem ou cantam e não
enxergam o "assim diz o Senhor" que o profeta local proclama solenemente. Estes
obreiros são como "a mulher em frente do fogão", nos dizeres de Gióia Júnior,
que ano após ano cozinham para filhos que, não raras vezes, são ingratos e dela
se afastam. Para igrejas ingratas os seus pastores não valem trinta moedas de
prata. Tais igrejas morrerão.
Igrejas morrem, mesmo que
mantenham-se cheias de gente. Tal qual mortos-vivos, zumbis, caminham felizes
para o meio do nada, sem céu e sem Cristo, cheios de si e de orgulho próprio.
Suas congregações podem estar lotadas, as ofertas podem ser polpudas, podem ser
famosos e atravessar os céus com aeronaves de associados, mas não passam
de impostores. Conheço as tuas obras, que tens nome de
que vives, e estás morto. (Ap 3:1). Ouvirão do Senhor duras
palavras: Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e
de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e
cego, e nu; (Ap 3:17)
Prezado leitor, não deixe a
sua igreja morrer. Ore por ela, exorte-a, admoeste-a, clame a tempo e fora de
tempo com toda a autoridade bíblica. Mas, se ela já estiver morta, peça ao
Senhor para ajudá-lo a encontrar uma que esteja viva, ou trabalhe com outros
crentes para a edificação de uma congregação viva. Porém, cuidado; não se
ufane; se não observarem a Palavra de Deus, a evangelização, o cuidado para com
os necessitados ou a valorização do obreiro também morrerão cedo ou tarde. Como
diria Salomão, O que foi, isso é o que há de ser; e o
que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. (Ec
1:9)
Wagner Antonio de
Araújo
17/04/2018
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