08 - DOIS
FINAIS
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Aquele cristão está
acamado, enfermo, envelhecido e prestes a partir. A família chama o pastor. Em
pouco tempo ele chega, entrando no quarto do irmão.
- Olá, irmão Silveira. Eu
vim orar com o irmão.
- Ah, pastor, ore mesmo!
Sinto-me infeliz e desesperado.
- Conte-me, irmão! O que
sente?
- Sinto-me arrependido.
Profundamente arrependido.
- Quer repartir comigo?
- Sim, pastor. Arrependo-me
de ter gasto o meu tempo na igreja. Enquanto tinha saúde poderia ter aproveitado
o meu tempo, saído com os amigos, bebido com prazer, ido a baladas e feito tudo
o que eu chamava de pecado. A vida acaba e não nos sobra nada! Olhe para mim!
Trinta anos gastos na igreja, em oração, vigílias, cultos, amizades restritas,
só com a Bíblia e com coisas da fé. Hoje estou aqui, moribundo, a morrer,
frustrado por não ter sido feliz e nem conseguido realizar as coisas que queria.
E pra quê? Pra chegar ao fim igualzinho ao outro que fez tudo o que quis! Isso
não é justo! Meu Deus, que desgraça é a vida! Como me
arrependo!
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O outro cristão também está
prestes a morrer. Na cama, pede para chamar o pastor. A família corre. O pastor
chega. Entra no quarto e conversa:
- Olá, irmão Junqueira. Vim
orar consigo.
- Ah, pastor, que bom! Como
sou grato! Preciso confessar algo.
- O que deseja
confessar?
- Pastor, como eu queria
ter sido um crente melhor! Jesus Cristo foi tão bom para comigo! Hoje eu estou
em paz, fruto de Seu amor e sacrifício. E o que fiz para Ele? Foi tão pouco!
Como eu gostaria de ter sido um crente mais consagrado!
- Mas, irmão, se há um bom
crente, esse homem é o irmão!
- Obrigado, pastor. Mas
Jesus merecia muito mais de mim! Ele é tão maravilhoso! Ele é amigo, é irmão, é
Salvador! Ele está comigo agora! Estou com receio de passar pela morte, porque
eu nunca morri e não sei o que se sente. Mas eu creio que o Senhor estará
comigo. Oh, Senhor, graças Te dou! Obrigado, meu Salvador!
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Dois finais. Dois homens.
Dois destinos.
O primeiro foi um cristão
nominal. Coxeou entre dois senhores, ainda que se parecesse com alguém que
conhecia ao Deus a quem professava. O seu coração não estava na fé que
expressava. Vivia a olhar para trás, pensando no que deixara. Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis
entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o
povo nada lhe respondeu. (1Rs 18:21); E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão
do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus (Lc 9:62); Lembrai-vos da
mulher de Ló. (Lc 17:32).
O segundo foi um cristão
legítimo. Por mais que fizesse ao seu Senhor, sentia-se sempre aquém do que
poderia ter sido, sentia-se a fazer menos do que deveria ter feito. Não coxeou,
não lamentou o que perdera, pois o ganho foi muito maior. Para Ele Jesus era o
bastante. Era um homem grato! Assim também vós, quando
fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos
somente o que devíamos fazer. (Lc 17:10); Que darei eu ao Senhor, por todos os
benefícios que me tem feito? (Sl 116:12); Ainda que eu andasse pelo vale da
sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o
teu cajado me consolam. (Sl 23:4).
Eu creio piamente que o
conselho de Josué faz-se necessário a cada um de nós. Que estejamos certos de
que desta escolha será também definido o nosso destino. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR,
escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que
estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém
eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Js
24:15)
Sou grato a Deus, que um
dia chamou-me para o Seu Reino e me deu uma nova vida. Seguirei com Ele até o
final. Que Ele me dê a graça de nunca, jamais olhar para trás! Afinal, como
disse Pedro, o Apóstolo, "Para onde iremos nós, pois só
Tu tens palavras de vida eterna!"
Wagner Antonio de
Araújo
02/07/2018
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