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QUANDO
ELA
CRESCER...
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Enquanto
estou a escrever ela vem, pula no meu colo e diz: "Papai, eu quero fazer
letras..."
Vou passar
roupas e ela invade a lavanderia com um tudo de água com sabão: "Papai, vamos
fazer bolhas?"
Vou sair de
carro e ela chora inconsolável na grade de ferro: "Eu também quero ir...
Buááá..."
Começo o
programa de rádio. Ela salta na mesa e grita: "Rádio Natftalina Web, eu quero
falar na rádio!".
Minha filha
maravilhosa, amorosa, querida, insubstituível! Como eu a amo! Faço-a dormir,
acordo-a pela manhã com um corinho bíblico, e, quando saio com ela ouço: "Tia
Aú, vamos passear, só papai e filhinha, tá?"
Tremo em
pensar no futuro, se Jesus não voltar logo, se nós não partirmos. Ela vai
crescer. Terá 5, 10, 20 anos. E eu enfrentarei, como todos os pais, a síndrome
do ninho vazio...
"Aproveite
bem este tempo, porque passa muito rápido". É o que mais ouço. Pais saudosos
admiram o convívio de nossa família com os pequeninos. E nos avisam: essa fase
acaba depressa. Eu penso: o que farei quando acabar?
Tremo só de
pensar. Minha filha adolescente. Será que vai seguir o comportamento evasivo e
distante que tantos adolescentes têm? Será que se tornará monossilábica conosco?
"Olá", "Tchau", "Valeu"? Será que estará tão envolvida com estudos, trabalho e
afazeres pessoais, que não terá tempo para nós?
Um antídoto
para essa adolescência transviada, aliás, o único caminho eficaz para um futuro
promissor e eterno é que ela entregue a sua vida a Jesus Cristo, recebendo-o no
coração como Senhor e Salvador. Para tanto Elaine, eu e a Tia Aú (como ela chama
a Milú, minha irmã adotiva) procuramos lhe ensinar a Palavra de Deus todos os
dias. O fundamento para uma vida cristã saudável é uma infância permeada das
santas palavras e da presença de Jesus em seu coração. Tudo o que assiste, tudo
o que conversamos, todas as brincadeiras e tudo o mais está fundamentado neste
princípio: "Ensina a criança no caminho em que deve
andar, pois até quando for velha não se desviará dele" (Provérbios
22.6)
Eu também
celebro. Ah, como celebro! Ensino a minha Rutinha a celebrar um pão com
mortadela bem gostoso, uma flor que contemplamos numa árvore ou o canto de um
pássaro à janela. Eu choro. Choro de alegria, choro de tristeza, choro de
saudade. De ascendência judaico-italiana, sou um poço de emoções. E minha filha
tem aprendido que gente sente, gente fica alegre, gente chora, gente agradece.
E, ao dormir, tem aprendido a pedir bênção. "A bênção, papai!". "Deus te
abençoe, minha amada filha!". Não por costume católico antigo, mas por princípio
bíblico. Pais abençoam filhos. E filhos aprendem a respeitar os pais, inclusive
a importância deles diante de Deus. Por fim, vamos com Rutinha à igreja. Ela
sabe a importância que damos à Casa do Senhor. Ela sabe que lá papai prega, nós
oramos, cantamos, convivemos, falamos com Deus. Ela aprende que igreja é
importante.
Rute
crescerá, se Deus quiser. E terei muito o que recordar. E, quem sabe ela não
fique apática e continue a desejar a companhia deste pai babão, e, na época, o
seu velho e emotivo pai?
Te amo,
Rutinha! Você é, ao lado do Josué Elias, a jóia da minha
vida!
Wagner
Antonio de Araújo
17/07/2018
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