NÃO
MISTURE!
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Não misture
Deus com política. A única nação levantada pelo Senhor, Israel, pecou por
emporcalhar a fé quando subordinou-se aos ditames dos imperadores que pecavam
deslavadamente.
As mãos dadas
entre a Igreja Romana e os impérios europeus trouxeram a Idade das Trevas, o
período mais nebuloso do saber humano, onde apenas Roma poderia representar
oficialmente o cristianismo, com as mãos sujas pelas ações políticas próprias ou
de seus subordinados. Quem mexe com carvão sempre se suja.
O
protestantismo seguiu caminho similar, quando ajudou a martirizar os cristãos
que não seguiam a cartilha das organizações oficiais. Os anabatistas foram
dizimados pelas mãos de cristãos de ambas as linhagens e maculam de púrpura a
história de muitas denominações.
O nazismo, ao
erguer-se, contou com o apoio de inúmeros pastores protestantes, pois sabiam
metade da verdade e deram apoio incondicional. Durante o curso vários deles
romperam, sendo mortos pelo poder político, mas foi um rompimento tardio demais
para os seus países. O cristianismo oficial já estava comprometido com os erros
políticos. E foi perseguido.
John Pitt em
seu livro "QUANDO VEM A PERSEGUIÇÃO" aborda vários fatos que levaram os países
da antiga CORTINA DE FERRO a perseguir cristãos que, no início, deram os braços
para o poder que se levantava como messiânico, salvador das pátrias. O resultado
foi o que a história conta e as cidades do interior do Brasil registram:
milhares de imigrantes que fugiram por causa da perseguição. Os que ficaram ou
morreram, ou aguentaram, ou sucumbiram ao poder político.
O Brasil vive
algo semelhante. O farto desejo de um país melhor fez as igrejas e inúmeros
pastores tornarem-se declaradamente militantes políticos. Ter posição política é
um direito de todos, mas não deve ser confundido com mistura entre igreja e
estado. Os chamados "teólogos da corte" justificam cada erro e desacerto como
uma virtude. E isto é a repetição da história. Agora, quando os ventos mudam de
lado por eventos políticos neste ambiente horrendo que vivemos desde as últimas
eleições (não há um único dia em que a DISPUTA dê lugar à PAZ), vários pastores
oportunistas vão mudar de lado, vão buscar a isenção. Mas lhes digo: será tarde
demais.
O papel dos
cristãos deve ser levado a sério: orar pelos governos, por justiça, cumprir os
seus deveres e sempre estar ao lado da verdade. O nosso papel não é transformar
o púlpito numa plataforma partidária e nem a mensagem do Reino num projeto de
poder seja de quem for. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Devemos ajudar
em tudo aquilo que nos compete, mas não devemos lançar as igrejas na bacia das
almas acorrentadas pelas disputas políticas. O nosso assunto não é endeusar
políticos ou demonizar oponentes. O nosso assunto é Deus, o homem, a cruz, a
ressurreição, a vida eterna e a salvação.
Que Deus
tenha compaixão do Brasil e que olhe para os cristãos que não se envolvem nesse
mar revolto de misturas tóxicas entre Reino e Política. Que os políticos
cristãos dêem testemunho de Cristo e não se vendam. E que não façam da igreja um
partido político. E aos que já se sujaram, aos que se atolaram nessa lama, que o
Senhor tenha misericórdia.
Wagner
Antonio de Araújo
obs: aos
discordantes de plantão: não me encaminhem suas réplicas, pois não irei discutir
com ninguém. Se divergem de minha opinião DELETEM.
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