domingo, 28 de fevereiro de 2021

memórias literárias - 1170 - EM CINQUENTA ANOS ...

 EM

CINQUENTA
ANOS...
 
1170
 
Há cinquenta anos ela era uma igreja quase rural. Uma congregação de crentes quase iletrados. Mal sabiam ler a bíblia, assinar o nome ou fazer contas. Mas eram valorosos. Os pais de família eram respeitados. Se a cultura formal era pouca, sobrava conhecimento para uma vida íntegra. Os pais ensinavam aos filhos o seu ofício e as mães preparavam as filhas para serem boas mães, boas donas de casa ou seguirem uma vida profissional externa, caso desejassem. O pastor era um homem dedicado, de oração e de sólido conhecimento bíblico. Conquanto tenha feito apenas um curso básico de teologia num seminário pequeno, era muito dedicado no estudo da Palavra e não deixava a igreja nem desorientada e nem mal doutrinada. Era um homem de Deus. Os seus joelhos eram calejados. Ele andava com Deus.
 
Os cultos eram simples. Leituras bíblicas, cântico de hinos tradicionais, corinhos animados e simples, geralmente versões traduzidas pelos missionários há anos. Eles começavam os cultos de joelhos dobrados e faziam juntos a refeição dominical do almoço. Tinham o culto da noite e da quarta-feira também. Não havia divórcio no meio da congregação e os filhos eram obedientes. Não se casavam por impulso, mas consideravam a orientação bíblica: primeiro cuidar da lavoura e então constituir família. Apresentavam seus filhos ao Senhor e os criavam à luz do evangelho. Liam a bíblia em casa e pautavam a vida na Palavra de Deus.
 
Cinquenta anos se passaram. A igreja persistiu e chegou ao presente.
 
A região, quase rural, hoje tornou-se periferia de uma grande cidade. Os crentes daquela época já partiram para o Senhor. As crianças daqueles tempos são os avós e bisavós de hoje. O templo simples, um galpão com benfeitorias e embelezamento eclesiástico deu lugar a um prédio com salas bem equipadas e um salão de cultos muito confortável. O pastor, antes um homem de curso teológico básico, agora é um doutor com conhecimento pleno, cercado de um colegiado de mestres e doutores. O número de membros não mudou muito, ainda que as qualificações físicas da igreja tenham mudado. Eles mal sabem sobre a sua história. Não fazem menção dos pioneiros nem sabem direito quem pastoreou a igreja por estes anos, exceto os últimos dois obreiros.
 
As famílias agora são complicadas. Há divórcios o tempo todo e os recasamentos são constantes. Há adolescentes que são filhos de alguém que se casou três vezes, cujos maridos estão na igreja. As mães trabalham fora e confiam os filhos à creche e às escolas mais baratas. As caras também são procuradas, mas nem por isso possuem nível moral melhor. Algumas famílias contratam babás que não são cristãs e as crianças aprendem muita coisa imprópria. Outras, cristãs, gastam o tempo a assistir futilidades na TV e na internet, provocando estrago similar. Já os pais andam tão ocupados no ganho da vida que nem reparam em nada, desde que não se machuquem. Os valores ensinados pelas mães às filhas são os de não se submeterem aos maridos e não deixarem de ser independentes. Se forem se relacionar com alguém, que se previnam de doenças e de filhos, independentemente de casarem-se. E os pais ensinam aos filhos como torcer melhor pelo time, como não beber em excesso e como se proteger em caso de fornicações diversas. Ninguém considera o ensino bíblico sobre o assunto, pois, como se julgam muito preparados intelectualmente, não precisam dos ensinamentos do Senhor.
 
Aos domingos vão ao culto. Geralmente escolhem ou o da manhã ou o da noite, pois têm muitas atividades de lazer e coisas para fazer. Se  vão pela manhã deixam as crianças na área infantil, gastando o tempo a conversar com os seus amigos da igreja. Ali combinam negócios, ações políticas e passeios. Gabam-se de suas aventuras amorosas e criticam o mundo, o governo e o pastor. Depois, na hora do culto, ouvem um sermão regado a erudição, com palavras difíceis e grandes bravatas teológicas que jamais serão questionadas. Os pastores não cumprimentam, não visitam, não oram e não amam. Eles são bons profissionais, mantendo a igreja bem influente no bairro e na cidade onde estão. Para eles a Bíblia é um livro que precisa ser atualizado e só serve para debates e análises existenciais, nada mais.
 
Os casamentos são celebrações sociais muito concorridas. Primeiro os arranjos, depois a mídia, então o culto, onde o pastor prega bem pouquinho. Há sempre uma inovação: uma dança especial, um grito de guerra dos outros solteiros, uma roupa estravagante. E depois de tudo isso eles vão ao salão ao lado, onde a balada funciona com direito a bebida, comida e muita sensualidade. Geralmente alguns são levados bêbados para casa. Há alguns dias houve em um deles o festival de "funk proibidão", com as mais podres expressões poéticas de gente que desconhece o juízo divino. O pastor apreciou muito.
 
Enfim...
 
Esta é a história desta igreja. Ela é semelhante a de inúmeras outras em toda a parte deste planeta. Campos onde missionários deram a vida pela pregação do evangelho tornaram-se grupos secularizados de encontros mundanos e sem qualquer semelhança com o evangelho de Cristo. Os sucessores dos missionários que levaram o evangelho a povos e tribos distantes criticam os seus pioneiros, dizendo que não deveriam ter levado evangelho e cultura, esquecendo-se que hoje servem nas instituições criadas por eles... A descaracterização eclesiástica faz parte da arte satânica de montar o cenário para a chegada do anticristo. Em breve os poucos crentes que há serão arrebatados, deixando as igrejas nas mãos daqueles que nunca conheceram o olhar salvador do Senhor.
 
Para terminar: tenho num copo a casca de várias cigarras que apanhei em árvores numa viagem.  Para quem as vê são cigarras transparentes. Mas não há cigarras, apenas os seus restos. Assim estamos vendo as igrejas do Senhor. A casca, o nome e uma leve aparência cristã sobrevivem. Mas a essência já se foi em muitas delas, e e m outras estão em franco processo de desconstrução. Em breve nem precisarão se chamar IGREJAS ou CRISTÃS, pois Cristo terá sido banido delas. E nós, os da velha igreja, teremos sido arrebatados ou adormecidos no Senhor.
 
Que Deus nos encontre fiéis, mesmo que as nossas igrejas estejam perdendo a sua essência. Que sejamos um grão de ouro do Senhor no leito arenoso do rio da história.
 
Wagner Antonio de Araújo

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

memórias literárias - 1169 - PRESTE ATENÇÃO ...

 PRESTE

ATENÇÃO...
 
Há vinte e cinco anos fui visitá-lo. Sua esposa recebeu-me na sala.
 
- Eu gostaria de conversar um pouco com o pastor.
 
- Ah, irmão, será um prazer para ele! Aguarde só um minutinho, ele está em reunião.
 
- Perdoe-me, irmã, eu não quero atrapalhar. Quando ele estiver só eu volto!
 
- Não é incômodo algum! E para encontrá-lo só será impossivel. Ele está em reunião com Deus!
 
- Ahh...
 
Ele saiu do seu escritório com o rosto a brilhar pela glória obtida em sua comunhão diária. Eu jamais me esqueci disto!
 
Passaram-se dez anos. Eu novamente fui visitá-lo.  Ele recebeu-me à porta. A esposa estava na casa da filha. Ele preparara uma chávena de chá para mim com algumas torradas.
 
- Meu irmão, que bom que veio! Eu tenho uma reunião e gostaria de tê-lo comigo!
 
- Reunião, pastor? E sobre qual assunto e com quem?
 
- Uma reunião com Deus. Sobre diversos assuntos. Pode participar comigo?
 
Eu havia me esquecido da visita anterior. Vi aquele herói ajoelhar-se na sala e abrir a alma diante do Calvário aos pés de Jesus Cristo. Eu tremia e sentia o coração palpitar forte. Não tinha medo; tinha respeito e temor! Era como se Deus ali estivesse!
 
Outros dez anos seguiram-se. Sua esposa partira para Deus. Mas ele estava vivo. Eu fui vê-lo. Encontrei-o acamado. Tudo limpinho, perfumado, e uma face brilhante, mesmo debilitado.
 
- Ah, irmão, como é bom receber a sua visita. Vá tomar um cafezinho. Minha filha preparou com carinho.
 
Depois do café fui até ele cantar com o meu violão. Ele cantou baixinho, emocionado. Em seguida disse:
 
- Ora comigo? Eu tenho reunião agora!
 
Então falei:
 
- Pastor, como é possível manter acesa a chama dessa comunhão intensa com Deus? Não importa a época, o tempo, o senhor está sempre assim, pronto para orar e conversar com o Senhor!
 
- Meu filho, quanto mais o tempo passa mais eu me aproximo do glorioso dia do encontro que terei com Ele. Antes eu O conhecia de ouvir falar. Mas, depois de minha conversão, decidi que eu viveria para Ele de corpo e alma. E agora, que estou prestes a partir, amo-O cada dia mais e escuto a Sua voz de forma muito clara e maravilhosa! Orar é o alimento de minha alma!
 
- Por que eu não sinto isso, pastor? Por que a minha vida íntima é tão árida? Muitas vezes eu oro porque preciso, oro porque tenho que cumprir a minha obrigação! Não consigo ouvir a voz de Deus! Será que Ele não me ouve?
 
- Filho, você escuta um sabiá que neste momento está cantando lá fora?
 
Eu parei, tentei ouvir, olhei pela janela, e disse:
 
- Não, não ouço. Que sabiá?
 
- Silencie a mente e preste atenção no som que vem lá de fora.
 
Eu fiz isso. Fiquei quieto, prestei atenção. Ouvi latidos de cachorros, miados de gatos, um cavalo a galopar e o cantar de alguns galos. Mas, depois de três minutos consegui escutar mui distante, no galho de alguma árvore, um sabiá que cantava e cantava! Era lindo!
 
- Sim, pastor! Estou ouvindo! Está tão distante! Mas agora está tão claro para mim! Por que eu não o ouvi de imediato?
 
- Porque não o buscava. Ele estava lá a cantar, mas o seu ouvido não esperava ouvi-lo. Agora que lhe disse que ele existia e que estava a cantar você o localizou em meio aos sons diversos. Assim é a vida com Deus, meu filho. Se não  fizermos silêncio interior não ouviremos ao Senhor. Se não aquietarmos a alma, aquietarmos o coração e se não pararmos de ditar as palavras para que Deus as diga jamais O ouviremos! "Fala, Senhor, que o Teu servo ouve!"; "Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus"; "Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!". Vamos orar então?
 
E, naquele momento, eu fiz a oração mais silenciosa de minha vida. E tive a resposta mais audível de toda a minha existência. Deus falara comigo! Ao levantar-me  tornei-me um novo homem. Tornei-me alguém que aprendeu a orar!
 
Sinto saudades daquele homem que se reunia com Deus o tempo todo! Um dia espero vê-lo no Céu, para onde ele foi se encontrar com o Senhor. Enquanto esse dia não chega, vou à audiência diária falar com o Pai Celestial em nome de Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo.
 
Quer orar comigo?
 
Wagner Antonio de Araújo
 
(obs: literatura ficcional, baseado em fatos reais somados

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

memórias literárias - 1168 - CHOREI POR VOCÊ...

 CHOREI POR

VOCÊ...
 
Chorei por você quando reencontrei-lhe após tantos anos.
 
Chorei ao ver as marcas que o tempo deixou em seu rosto, os desastres que o pecado deixou em seu corpo e a perdição com que a sua rebeldia contra Deus deixou em sua alma.
 
Chorei por ver que não firmou-se na Verdade. Você, que um dia confessou-se um pecador, arrependido da vida que levava, agora voltou ao próprio vômito. Você, que admoestava os demais para que seguissem ao Senhor e não vivessem no pecado, hoje tornou-se pior do que todos e é um terrível apóstata!
 
Chorei por vê-lo novamente nas drogas e bebidas. Lembro-me quando implorava ao Senhor por perdão e por restauração. Lembro-me quando disse ter encontrado a Verdade que lhe libertara! Agora vejo-o dominado por um cigarro de maconha, uma pedra de crack e uma caixa de "corote". Vejo-o caído na sarjeta, enquanto esposa e filhos padecem de fome e dos hematomas de sua violência!
 
Chorei ao vê-lo renegando ao Senhor Jesus Cristo, a quem se entregou um dia para seguir. Encontro-lhe com imagens fundidas penduradas no pescoço e com a pele tatuada com dragões, estrelas e caveiras. Tem ferragens em toda protuberância de sua pele e em cada vão de seu rosto, bem como nas partes mais obscuras do seu corpo. Vejo-o metido em sociedades secretas, no esoterismo e cheio de sinais de identificação que só vocês conhecem. Jesus não faz mais parte de seu panteão idólatra. Você o abandonou. O seu deus hoje é o pecado, é Satanás!
 
Chorei ao vê-lo em prostituição. Um jovem tão saudável e promissor, bem nascido e que tinha tudo para ser um modelo de cidadão, de homem de família, de pai e de amigo, hoje é um adúltero, correndo dos maridos traídos que desobriram a sua promiscuidade com as esposas desleais. Vejo-o doente, cheio de consequências de sua promiscuidade mórbida. Vejo-o atirado na mais vil concupiscência. Você participa de tudo quanto é contrário à natureza e faz-se ator das produções mais repugnantes que se possa imaginar. Jamais um pai ou uma mãe pensaram em ver um filho tornar-se tão degradante quanto você se tornou!
 
Chorei ao vê-lo tão diferente do que o conhecia quando estava no evangelho do Senhor. Lembro-me de seus sonhos de felicidade. Lembro-me das canções que cantava, dos instrumentos com os quais louvava e das palestras que dava aos que participavam de sua comunidade. Hoje você não se parece nem com um humano normal, quanto mais com um cristão! Aliás, você fez tropeçar na fé a muitos outros que lhe estimavam. Assim como Pedro influenciou outros apóstolos a voltar às velhas redes da pesca, você levou para o mundo os jovens com quem trabalhou nos projetos cristãos. Você escandalizou!
 
Chorei ao ver a sua resistência ao arrependimento. Você não tem consciência do pecado. Para você pecado é apenas uma falha que precisa ser corrigida. Você não tem receio das contas que terá que ajustar com o seu Criador. Você despreza a Palavra de Deus, cujo conteúdo foi tantas e tantas vezes lido e, infelizmente hoje, combatido. Você é um pobre perdido! Usa das redes sociais para rir do Senhor, rir das igrejas, fazer palhaçada com o Reino de Deus e tecer acusações de quem não honra a Deus. Mas faz muito pior do que isso, sendo o rasgado a falar do roto, o maltrapilho a criticar o mendigo! Você causa repugnância!
 
Chorei. E chorei muito, porque não queria vê-lo assim! Estive em sua conversão e em seu batismo e exultei quando o vi a crescer. Eu pensava que você era terra fértil, onde a semente nascera e produzira cento por um. Mas não passou de semente nascida na rocha, sem terra e sem solo, não suportando o sol das tribulações e das lutas da vida. A sua fé foi temporã, foi mera neblina, inconsistente, uma falsa conversão. Você não foi salvo!
 
Sim, meu velho conhecido. Eu choro por você. E peço a Deus para que piedosamente lhe encaminhe a uma situação em que terá que erguer os seus olhos ao céu, clamando por misericórdia e graça. Terá que buscar ao Senhor em arrependimento e reconciliação. Terá que confessar os seus pecados e abandoná-los. Terá que voltar à Casa do Pai. Ainda que isso lhe traga lágrimas, ainda que lhe custe a saúde ou a própria vida, eu prefiro que a disciplina de Cristo lhe alcance em vida, do que o juízo de Jesus lhe condene ao Inferno! Aqui ainda há uma segunda oportunidade. Lá não!
 
Sim. Eu ainda choro por você. São lágrimas de amor e de tristeza, mas ainda lágrimas de esperança. Lágrimas de saudade daquele bom crente que conheci, a quem apresentei o evangelho, mas lágrimas de clamor, por quem oro para que volte ao Senhor, como o pródigo voltou à casa de seu pai.
 
Não quero ter que chorar junto ao seu túmulo, sabendo que partiu em pecado, em rebelião, em afronta contra Aquele que um dia lhe estendeu a mão. Depois que falecer qualquer lágrima, prece ou desejo será vão e inútil. Mas ainda posso clamar por você e ter alguma esperança. Eu choro por você, meu velho conhecido!
 
Volta pra Jesus!
 
Wagner Antonio de Araújo

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

memórias literárias - 1167 - DIVAGAÇÕES NO ENTARDECER


 

DIVAGAÇÕES NO ENTARDECER

 
A tarde desce entristecida
Na luz escura do horizonte.
Aos poucos a nuvem colorida
Escurece atrás do monte.
 
E eu, sentado, a olhar o firmamento,
Enquanto a brisa fria me abraça,
Peço a Deus discernimento
E que me mostre a Sua graça.
 
Tantos amigos que se foram,
Vitimados por um virus sorrateiro,
Outros tantos que não foram,
Mas se calaram neste frio aventureiro.
 
Amigos! Quanta falta eles nos fazem!
Parceiros! Como era bom tê-los por perto!
Só tristezas as notícias trazem
E o luto sempre dão por certo!
 
Um pássaro eu vejo junto à árvore,
Só o vulto, não enxergo a aparência.
Ele canta livre e solto, sem ter cárcere,
Proporcionando-me doce experiência.
 
Como pode? Como aguenta? Neste mundo tenebroso,
Enquanto o virus ceifa e rouba a nossa história!
Como pode o passarinho tão mimoso
Cantar alegre canto de vitória?
 
Enquanto penso, enquanto escuto o canto alegre,
Sinto Deus falar profundo, com a lembrança.
Se é minha alma que, tristonha que falece,
Por que tirar da ave a gran bonança?
 
Ela não teme, não lamenta, não desiste,
Ela não sente o infortúnio que sentimos.
Sua mente tão pequena lhe insiste
Que não há perigo se com graça sempre agirmos!
 
Mas não sou pássaro! Sou gente! Sou humano!
Tenho memórias, tenho dores, sou urbano!
O que fazer para ser livre como um passarinho?
O que fazer para melhorar devagarinho?
 
Cantar também! Cantar pra Deus, que é Senhor,
Louvar Àquele que deste mundo é Criador!
Olhar o céu, que Ele fez pra Sua glória
E alçar com a alma um belo canto de vitória!
 
Estar vivo é uma dádiva de Cristo
Que Ele deu-me com um propósito e missão
Quis Ele que eu ficasse, eu insisto,
Para proclamar ao mundo a salvação!
 
Então levanto desta grama, agradecido,
Pelo anjo que falou num passarinho,
Dizendo a mim que não ficasse entristecido
E que tal canto era uma forma de carinho
 
Que eu cantasse alegremente ao meu Senhor,
Que O exaltasse enquanto fôlego tivesse!
Que não deixasse de falar com muito amor
E que com força e com vigor tudo fizesse.
 
Assim a vida terá valido a pena
E cada dia um bom sentido ganhará
Se da tardinha e do pássaro guardar a cena
O meu porvir em suave canto seguirá!
 
Amém!
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...