terça-feira, 31 de outubro de 2017

memórias literárias - 548 - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI ... DA REFORMA ...

PRA NÃO DIZER
QUE NÃO FALEI
... DA REFORMA ...
 

 
 
 
548
 
Por sugestão do Pastor Aparecido Donizete Fernandes, pastor das igrejas Igreja Batista Monte Alegre, em São Paulo, e Primeira Igreja Batista em Mocóca, SP, transcrevo parte da mensagem que preguei na PRIMEIRA IGREJA BATISTA DE CIDADE QUARTO CENTENÁRIO, em São Paulo, SP, pastoreada pelo mestre Pr. Prof. Haroldo Rosendo Rico, no dia 16 de outubro de 2017.
 
Por ter sido uma fala sem esboço, fiz o caminho contrário, ou seja, da prédica ao texto. Assim, em alguns momentos, a liberdade de estilo não segue as regras estritamente formais, pois trata-se de uma palestra.
 
Espero que venha a ser útil aos leitores e que redunde em glória ao nome de Deus.
 
Outrossim, a mensagem pode ser assistida nos seguintes sítios:
 
PARTE 1
 
PARTE 2
 
 
 
A REFORMA QUE NÃO É NOSSA
Abram as Escrituras Sagradas no texto em I Timóteo 2.5:

" Porquanto há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem."
Eu sou um batista por convicção.

Na qualidade de batista eu tenho algo a dizer sobre a Reforma Protestante. E a primeira coisa que tenho a dizer é que ela é apenas parcialmente nossa; ela não é nossa. A REFORMA (o próprio nome diz) é oriunda de dentro do catolicismo: de monges, de padres, de acadêmicos católicos, que, ao longo da Idade Média descobriram que a fé baseada no tripé está errada; a fé legítima teria que ser baseada num pé só.

Qual era a fé do tripé? A fé do tripé, a fé romana, é a fé que baseia-se em três fontes de credibilidade.
 
A primeira é a Escritura Sagrada. O romanismo aceita a Bíblia como a Palavra de Deus. Somos semelhantes. Entretanto o romanismo tem outras duas fontes de fé.
 
A segunda é a tradição, ou seja, se sempre fizeram assim, se as pessoas se acostumaram a acreditar dessa forma, então isto é fé verdadeira. Logo, o que é tradicional na fé popular torna-se ítem de fé para que o romanista creia. Isto não está de acordo com a Palavra de Deus.
 
E a terceira fonte de credibilidade da fé, segundo os romanistas é o Sagrado Magistério, ou seja, a autoridade do Papa, que é infalível, tanto ele quanto os seus bispos falam em nome de Deus e se eu tiver que fazer uma escolha entre o que a Escritura Sagrada afirma e o que o Sagrado Magistério afirma eu, como romanista, acreditarei no Papa e não na Escritura Sagrada. Nós bem sabemos que isto não corresponde à realidade.

Foi por causa disto que surgiu na Idade Média pessoas, no século 14, da qualidade de Wycliffe, um acadêmico, doutor, um padre católico, que fundamentava as suas pregações na Palavra de Deus que, naquele tempo, não estava disponível para a população de língua inglesa e nem para ninguém da Europa, porque criam os cléricos católicos que somente a Igreja tinha autoridade para ler e para ensinar e também interpretar as Escrituras Sagradas. Mas Wycliffe acreditava que não, ele acreditava que cada pessoa da língua inglesa deveria ter uma cópia das Escrituras na língua vulgar, na língua popular, na língua de todos, para que pudessem segui-la. E foi perseguido duramente por causa disto, inclusive acusado injustamente de ser agente de motins, de lavradores, de operários, de pessoas que, valendo-se desta valorização do ser humano para interpretar a Palavra de Deus, acreditavam que poderiam irromper contra as autoridades.
 
Posteriormente um seguidor dele, John Huss, tornou-se maravilhosamente um outro clérico que proclamava as Escrituras Sagradas da mesma forma que Wycliffe fazia, só que este teve destino muito difícil, porque foi decretada a sua morte e ele foi considerado um arqui-herege e a sua decendência foi amaldiçoada, e ele foi queimado em praça pública. É o sangue destes homens que fez com que Lutero, hoje festejado, tivesse uma picada no meio da floresta sobre a qual trabalhar, para que pudesse trazer dentro da Igreja Católica reformas e, por ser alguém que protestou contra o catolicismo da época, principalmente contra as indulgências que apresentavam para o católico fiel a possibilidade de ganhar pedaços do céu, ou graças divinas ou perdão dos pecados em função de dinheiro que dessem para a construção da catedral da Igreja de São ´Pedro em Roma ou de outras obras sociais da Igreja Católica, denunciou que isto não estava de acordo com a Palavra de Deus. E ele, levado lá para prestar depoimento junto da autoridade eclesiástica, viu nisto, juntamente com os líderes políticos da Germânia, da Alemanha, a oportunidade de tirar o pescoço do jugo de Roma; porque o Papa era considerado o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Não havia rei de impérios europeus que não fossem coroados pelo Papa; logo, quem se indispusesse com o Papa se indisporia com todos os outros reis, porque o Papa fomentaria uma batalha para tirar a coroa de quem lhe era contrário e dá-la para alguém que lhe fosse favorável. No entanto os ventos sopraram de tal maneira que Lutero teve também a alegria de ver que os príncipes, que os nobres da Alemanha, estavam cansados deste jugo e então houve a convergência político-religiosa que deu margem a que a Alemanha tirasse o pescoço do jugo do império papal e as igrejas católicas alemãs passaram a ser igrejas apóstatas, agora chamadas de Igrejas Luteranas.

Isso fomentou na Suiça outros reformadores, todos no seio católico. Calvino foi mais longe que Lutero. Lutero trouxe uma reforma tremendamente importante. Os irmãos têm aqui um cartaz que dá os cinco fundamentos de sua reforma: somente a fé, somente a graça, somente Cristo, somente as Escrituras e somente a Deus darmos glória. Porém Lutero ainda deixou resquícios evidentes de um catolicismo que não saiu de suas veias. O batismo continuou sendo feito aos infantes e o ministro religioso continuou a dar a fórmula de absolvição dos pecados das pessoas, não do jeito católico, onde o sacerdote mediava o encontro do pecador com Deus, dizendo "reze dez aves marias e dez pai nossos que você será perdoado", mas mediante as Escrituras acreditava Lutero que o ministro ordenado tinha autoridade para dizer "os teus pecados estão perdoados". Era dada ao ministro. E tinha também a autoridade para escomungar aqueles que divergissem da sua autoridade. Conheço um pastor muito amado e muito querido, luterano. O seu pai divergiu do luteranismo nas décadas de sessenta e setenta aqui no Brasil.  A igreja luterana o chamou e disse: renuncie a essas suas idéias (estavam muito mais para as nossas do que para as idéias luteranas). Então a autoridade eclesial da igreja luterana decretou: você está escomungado do céu, você está separado da graça de Deus. você perdeu a sua salvação. Isso agora, no século 20! De forma que Lutero reformou sim, mas não na medida em que era necessário. Calvino foi mais longe. Calvino aboliu essa questão dos ministros, mas não chegou à questão do pedobatismo, do batismo dos infantes, do batismo dos pequenos, além do que, estabelecendo a sua teologia da predestinação absoluta criou um fatalismo praticamente insuportável, que não permitia quase que a evangelização, unindo com o poder político de Genebra, assim misturou IGREJA e ESTADO. Zuinglio fez o mesmo em Zurique, tendo alguma diferença de Calvino e assim as ferformas nas igrejas calólicas foram acontecendo.

E nós? NÓS NÃO ESTÁVAMOS LÁ. Nós já existíamos! Nós não somos igrejas reformadas no sentido de que éramos de um jeito e fomos melhorados; nós fomos organizados já do jeito certo!

Há três teorias a respeito do nascimento dos batistas.
 
A primeira delas é o que os acadêmicos aceitam hoje, de que nós também somos protestantes, porque somos oriundos de separatistas ingleses, que, perseguidos na Inglaterra fugiram para a Holanda e no ano de 1609 fundaram a primeira igreja que tem o nome IGREJA BATISTA. Acontece que esse ministro que formou a primeira igreja batista não a formou debaixo da estrutura da igreja anglicana. foi uma congregação nascida no meio do povo. Então nem com os acadêmicos que postulam essa teoria não somos protestantes de origem.

Há uma segunda teoria que diz que nós somos anteriores à reforma, nascidos no meio de um povo chamado ANABATISTAS, que eram congregações que surgiam no meio dos camponeses, no meio do povo da Europa, congregações que não tinham ligações umas com as outras, cujas doutrinas eram bastante semelhantes às nossas, com exceções evidentes, é claro, mas que povoaram o povo pobre da Europa e foram chamadas ANABATISTAS. Um deles, MENO SIMONS, numa grande perseguição, fugiu para as montanhas e os seus discípulos também o fizeram. Quando a perseguição diminuiu ele voltou e continuou a semear a Palavra. Foi em contato com esses discíuplos de Meno Simons que  foram chamados de MENONITAS que o primeiro pastor batista fundou a primeira igreja batista na Holanda em 1609. Logo a qualificação, o miolo batista, já existia antes da primeira igreja batista com este nome.

Mas há uma terceira teoria sobre a origem dos batistas. A chamada J-J-J
, Jerusalém - Jordão - João. Isto é, quando João Batista passou a batizar os arrependidos proclamando nova vida, ele começou algo que não parou mais. Transferiu esse ministério para Jesus, os discípulos de Jesus batizaram pessoas, um grupo seguiu ao Senhor. No dia da ascenção de Jesus quinhentas pessoas foram testemunhas oculares; no dia da vinda do Espírito Santo estavam cento e vinte reunidas no mesmo lugar quando o Espírito Santo proclamou e decretou o início da era da graça da igreja, e então três mil pessoas foram batizadas. A fé daquelas pessoas sempre existiu em algum grupo histórico, mesmo que não fossem chamados de batistas. De forma que o que identifica um batista, para quem crê em J-J-J, não é a nomenclatura, pois esta foi um carimbo que os inimigos deram aos que criam do jeito que os batistas criam. Mas o que torna alguém batista é a sua fé, a sua consciência. A salvação engloba todos os todos estes ítens da reforma, porém os batistas postulam ao longo dos séculos que:
 
  • O homem tem que ter liberdade de consciência para crer,
  • Que ninguém deve ser batizado se não houver conversão anterior,
  • Que o batismo e um simbolo de quem morre para o mundo e nasce para Deus,
  • Que as congregações não estão misturadas com o Estado. Estado é Estado e igreja é igreja,
  • E que tais congregações são democráticas no sentido de que elas mesmas se auto-governam;
  • Que não há um clero que recebe poderes mieraculosos, mas há servos que são escolhidos para pastores e para diáconos com vista ao aperfeiçoamento dos santos.
 
Assim os batistas viveram ao longo dos séculos subsequentes. No início dos batistas e também na história daqueles que eram os anabatistas, os protestantes ajudaram a matar gente que tinha a nossa fé: católicos e protestantes, "noite de São Bartolomeu", páginas sanguinárias da história da Europa, quando no início não éramos considerados gente séria. Hoje, contudo, os batistas, até a década de oitenta do século passado, eram a denominação que mantinha intactos os ensinos do Novo Testamento, e poderia se fazer uma referência e dizer: as igrejas que mais se assemelhavam ao Novo Testamento eram, sem sombra de dúvidas, as igrejas batistas. 

Hoje nós vivemos a época do tudo junto e misturado. Hoje não há mais batista, presbiteriano, assembleiano, wesleyano, não há mais nada. Todas as igrejas estão de certa forma parecidas. Mas há exceções. E toda igreja que não anda na senda do unionismo, que pega alguns valores em detrimento de outros, é uma igreja que luta pela essência da Palavra de Deus.

De forma que afirmo aquilo que disse no início:
 
A Reforma Protestante é parcialmente nossa. Em que sentido ela é nossa? O seus sustentáculos também são os nossos: somente a fé, somente a graça, somente Cristo, somente a Escritura e só a Deus damos glória.
 
Mas ela não é completamente nossa no sentido de que nós não somos reformados, nós já nascemos como uma igreja organizada biblicamente, não viemos da igreja católica.
 
-------------
 
O restante da palestra abordou um dos cinco "SÓ", "SÓ CRISTO". Os que desejarem ouvir/assistir, acionem os links mencionados no início.
 
Que Deus nos abençoe.
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo

31/10/2017

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

memórias literárias - 547 - MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

O mundo gospel não perdoa as fraquezas eclesiásticas ou pastorais. Não falo
de pecado, pois este nem de perdão precisa; o mundo gospel até aplaude. Falo
de lutas, de provações, de insucessos, de lágrimas. O mundo gospel não se
faz de joelhos em oração, mas usurpando o altar divino. Graças a Deus não
sou gospel, sou um crente!

Como pastor tenho dedicado a minha vida ao Senhor. Selecionou-me para ser um
pregoeiro da fé, um ombro amigo dos servos do Senhor e um educador
religioso. Pregar em conferências de local em local é algo precioso, mas
encarar um pequenino auditório semana após semana, mês após mês, ano após
ano e ainda encontrar alguma força, alguma motivação, alguma inspiração, são
vitórias que somente os pastores pequeninos ou de longos ministérios podem
experimentar. E tal vitória não está construída em crescimento numérico ou
em potencial financeiro, mas na perseverança dos santos e na continuidade da
fé.

Sou o pastor da pequenina Boas Novas desde o seu nascimento. Ela não cresceu
como eu gostaria que tivesse crescido. Ela não tem os recursos que eu
gostaria que tivesse. Na verdade eu pago para pastoreá-la, se pensar no que
recebo e no que invisto. E não tenho fontes de renda que me dão esse luxo; o
que tenho é um Deus Todo-Poderoso que até hoje tem sido o meu alto refúgio,
socorro bem presente em horas de angústia.

Faremos 17 anos no próximo sábado, 04 de novembro. Foi no ano 2000, numa
manhã, que a Missão Batista Boas Novas de Osasco deixou de ser congregação
da Igreja Batista Betel de Itapevi, SP, para tornar-se uma igreja local
independente. Não tínhamos nada, exceto as vidas. Uns bancos pobres, um
aparelho de som doado, uma guitarra antiga, e era só. Pastoreá-la era um
privilégio; financeiramente um constante desafio. Somente Deus poderia dar a
graça da mantença. E deu.

Mudamo-nos várias vezes. Novo Osasco, outra vez Novo Osasco, Santo Antonio,
depois duas residências e, então, saímos de Osasco e fomos a Carapicuíba,
bem pertinho de onde estávamos, dois quilômetros. Um bom terreno. A saga
deste terreno já é sobejamente conhecida de todos. Atualmente continuamos a
construção, sem dinheiro, sem recursos, como sempre foi. A cozinha há de
sair nos próximos dias, se Deus quiser.

O aniversário deste ano há de ser diferente. Deus assim quer. Não faremos
comemoração festiva. Cobrir-nos-emos de panos de saco, figuradamente, como o
fariam os servos do Senhor no velho testamento. Conquanto tenhamos uma
capela muito prática, um excelente gabinete, berçário, sala de crianças e
estacionamento, não temos novos convertidos. Temos distribuido neste ano
mais de dez mil literaturas; mensalmente há incursões na feira livre. Mas
não temos novos convertidos a Cristo. O nosso batistério está seco. Alguém
mandou-me um vídeo de uma igreja batista modernista, onde batizaram 73
pessoas. Alguém escreveu-me: "baba, baby", procurando agredir-me. Mas o dito
batismo transformou-se num circo, num carnaval de água, com o povo a fazer
barulho como numa final de campeonato. Batismos assim podem acontecer às
toneladas e não serão batismos conforme a bíblia ensina. Não é festança
mundana, é regozijo espiritual. não é fim de campeonato, mas vitória
celestial. Se as águas do batismo se transformarem em parque de diversões
não será a Cristo que celebrarão, mas a si próprios. E mais: um batismo não
deve envaidecer, engrandecer um obreiro, mas quebrantá-lo e engrandecer a
Jesus! Nenhum pastor é dono de ovelha alguma, pois nenhum pastor salva ou
morre na cruz por ninguém. Somos "o cachorro do pastor": pastores de ovelhas
possuem cães pastores, que os ajudam nos cuidados pastorais; nós, servos do
PASTOR, não passamos de auxiliares.

Ontem, domingo, pela manhã, recebemos na Escola Bíblica Dominical um
quebrantamento profundo por parte do Espírito Santo. Enxergamos a Boas Novas
sem porvir, sem nova geração. Choramos diante de Deus. E fizemos
compromissos. E no culto da noite, após a mensagem SÓ CRISTO, novamente o
Espírito Santo deu-nos um "batismo de lágrimas", quando choramos
copiosamente diante dos pés do Senhor, rogando-lhe almas. Pois assim era no
novo testamento: o Senhor acrescentava à igreja os que iam sendo salvos.
Planos de evangelização são apenas ferramentas; conversão só vem de Deus e
de ninguém mais. E não se trata de encher a igreja de gente, pois isto é
fácil. Trata-se de ver o Senhor restaurar e transformar perdidos em salvos,
o que ocupou em nossos pensamentos o motivo de nossas lágrimas.

Assim, nestas memórias pastorais, deste pastor que não tem pejo de ser isso
mesmo, pequeno, pobre e humano, cheio de lutas, de dores e de lágrimas,
expresso todo o meu amor a Cristo, que me amou e salvou, e por ter Ele
criado a Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel. E digo que, ao longo da
semana, por poucos ou por muitos, a igreja será regada com lágrimas dos que
desejam ver vidas salvas pelo sangue de Cristo naquele torrão difícil onde a
igreja está localizada. E no sábado, às 18 horas, com muitos ou com poucos,
apresentaremos ao Senhor o nosso jejum e quebrantamento, rogando: SENHOR,
DÁ-NOS ALMAS! DÁ-NOS VIDAS! DÁ-NOS NOVOS CRENTES QUE TE AMEM!

E será tudo. O futuro pertencerá ao Senhor.

Não filmaremos e não fotografaremos. Estaremos ocupados e prostrados ante os
pés do Sennhor.

Obrigado por lerem as linhas deste pastor.

Wagner Antonio de Araújo, chamado pelo Senhor para pregar o evangelho.
30/10/2017

domingo, 29 de outubro de 2017

memórias literárias - AQUI NÃO SE FALA INGLÊS...

AQUI
NÃO
SE FALA
INGLÊS...
546

Ei, boy!
 
Boy é a mãe. Sou o atendente.
 
Ok, garçom.
 
Aqui não se fala inglês, doutor.
 
Ah, está certo. Quanto custa o self-service?
 
Ô, meu chapa, self-service é lá na esquina. Aqui nós temos comida POR QUILO, entendeu? QUILO!
 
Calma, rapaz! Olha o stress!
 
STRESS? Tá tirando uma da minha cara, doutor? STRESS é coisa de gringo. Eu estou é BRAVO MESMO!
 
Estou vendo! Me desculpe, podemos continuar?
 
Podemos. O que o senhor vai querer?
 
Quanto custa o hot dog?
 
HOT DOG? Meu chefe, na próxima gracinha eu não lhe atendo mais!
 
Ah, perdão; quanto custa o cachorro quente?
 
Custa dez reais.
 
Dez? Mas isto está muito caro! Quem é o CEO desta rede?
 
Quem é o quê?
 
Ah, desculpe, quem é o comandante desta rede de lojas?
 
É o Zulmiro da Serra da Chaleira. Por que?
 
Porque quero dar um call para ele, passar um feedback do expertise desta loja e fazer uma reclamação; estão precisando de um big recall no work system ...
 
A conversa terminou com um empurrão do atendente, que falou impropérios em português, e bem regionalizado...
 
THE END...
 
ops, F I M...
 

Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 545 - ALEGRIA OU HIPOCRISIA

ALEGRIA
OU
HIPOCRISIA

 
545
 
Hoje pela manhã, ao sair de casa, tirei uma fotografia e desejei um bom domingo aos meus amigos do facebook. Como sabem, estou de luto (perdi o meu pai na fé Pr. Timofei Diacov) e estou saindo de uma virose brava, com febre e tosse. Contudo, desejei saudar aos amigos na alegria do Senhor. "Alegrei-me quando me disseram: vamos à Casa do Senhor". (Salmo 122.1)
 
Foi o bastante para um pastor liberal, destes que a minha denominação "adora", vir com o seu pitaco: "não sei se olho para a foto ou se vejo o versículo; que contradição!". Quando li aquilo perguntei: "Como? Isso é uma brincadeira?" O cidadão percebeu que não agradou e bloqueou-me, sem esperar por uma resposta. E um outro contato, desde há muito superior a todos, pois não precisa de igreja, assim expressou-se: "Faltou um sorriso, cadê a alegria?"
 
As pessoas acostumaram-se a cascas bonitas e envernizadas, a sorrisos plásticos e encomendados. Querem posar bem para as fotos. São tão propensas a aparecerem que não perdem um relâmpago de tempestade para darem um sorriso. Até num velório ou num culto de oração, quando flagradas, querem mostrar os dentes brancos e impecáveis.
 
Lamento. Alegria não é isso. Isso pode ser uma bela casca, um ditame da sociedade que exige boa propaganda, ainda que o produto seja ruim.
 
Alegria, no sentido do vocábulo, é um estado de contentamento, de satisfação. É estar bem dentro de si mesmo. E isto não significa sorrir. Há muitos que choram através de um sorriso. Há muitos que enganam quando sorriem. A alegria pode expressar-se num sorriso, mas nem sempre.
 
Um moribundo, numa cama, sem domínio de seus músculos faciais, não pode sorrir. Contudo, se seu coração estiver em paz ele pode ter mais alegria do que qualquer um de nós.
 
Um enlutado, que perde um pai, uma mãe, uma irmã, uma esposa ou um filho, que diz adeus a quem tanto lhe é caro, pode estar chorando de saudade, mas também alegre por saber do destino de seu morto. A alegria não se expressa apenas numa boca cheia de dentes exibidos, mas num coração em paz e agradecido.
 
Tenho gravada a última oração do Pastor Timofei Diacov. A sua esposa, Tia Ruth Diacov, gravou-a enquanto ele ainda tinha um pouco de consciência. Suas palavras foram: "Nada para pedir, só para agradecer! Eu te amo, Senhor!" Em seus lábios não há sorrisos, mas não encontro entre nós, mortais contemporâneos, uma alegria maior do que aquela deste herói da fé nos seus noventa anos bem vividos ao lado de Cristo.
 
Certamente que um coração alegre aformoseia o rosto. Mas isto não significa que só me alegrarei por ir à Casa do Senhor quando tudo estiver bem. A minha alegria deve vir do fundo do coração, mesmo no meio das lutas e tristezas, mesmo que o meu rosto não expresse tanto contentamento assim. Nunca vi Jesus gargalhar, nem tampouco há um único registro de que ele estivesse a sorrir. Mas não houve no mundo quem mais se alegrasse no Senhor do que o nosso Mestre!
 
Como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo. (2Co 6:10)
 
Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. (Tg 5:13)
 
Assim, quero encerrar este texto dizendo: a alegria é mais profunda do que um rosto a sorrir. Ela pode ser a diferença entre a PRÉDICA e a PRÁTICA. Porque uns falam de alegria e até a proclamam com fotografias sorridentes, mas vivem tristes; outros, mesmo sem dentes ou sem fotos expressivas, fazem o dia valer a pena, dedicando o melhor ao Senhor, quer chova ou faça sol, quer estejam saudáveis, quer doentes; quer estejam na celebração do nascimento de um filho ou de luto por um pai que morreu.
 
Quero a alegria. Não me contento com a aparência. Sou avesso a hipocrisias.
 
E chega de prosa, como diria o saudoso Gióia Júnior.
 

Wagner Antonio de Araújo

29/10/2017

sábado, 28 de outubro de 2017

memórias literárias - 544 - MEU CANTO OU MINHA PRÉDICA

MEU CANTO
OU
MINHA PRÉDICA


544
Quando o que sou não se parece nem com o que eu canto ou com o que eu prego a mensagem perde quase todo o seu valor. Não perde por completo se for bíblica, pois Deus é capaz de usar até um ser inanimado na transmissão de Sua mensagem. Mas perde a referência, pois não sou o que canto e nem o que prego.

Assim expressou-se o Apóstolo Paulo:

Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado; (2Co 6:3)

Cantores "gospel" derretem-se em videoclips bem produzidos, com orquestras perfeitas e paisagens nababescas; cantam de forma celestial; transmitem mensagens fulgurantes. Mas quando tomamos contato com a vida que levam, as canções derretem-se como sorvete ao sol, ou como cera junto ao fogo, ou como areia junto à onda que a derruba.

Pregadores famosos, defensores do evangelho, chamados de bíblicos e coroados de frases de efeitos, esfacelam-se diante dos nossos ouvidos e olhos, quando os vemos em sua intimidade em em reações diante de oposições, ou em seus púlpitos rotineiros, sem o glamour de suas altas produções.

Creio que ao cantar assumo a identidade da música que canto e torno-me o seu intérprete. Se a interpretação for vívida e vivida, a mensagem terá a consequência de credenciar-se diante da realidade. Se não passar de exibição e de arte, seu fim será o esquecimento ou uma mera beleza estética.

Creio que ao pregar assumo a identidade da pregação que faço. Se vivê-la em meu quotidiano darei corpo à mensagem: ela é real e encarnada. Se não vivê-la será mera discussão teológica e emanação de conhecimento intelectual; nada mais do que isso.

Esse divórcio do O QUE FAÇO e O QUE VIVO tem gerado a banalização da fé. Outrora quem pregava vivia a sua mensagem. Quem cantava vivia o seu canto. E isso até às últimas consequências. Hoje, pelo contrário, tudo é despido de realidade. O canto e a mensagem tornaram-se fantasia de algum baile, que terminou na máquina de lavar ou no tanque da lavanderia. Tudo não tem passado de hipocrisia e negócio.

Esse é o legado desta geração. Políticos que não têm vergonha ou ética. Juízes que não são justos. Professores que não seguem os seus ensinos. Pastores que precisam de pastoreio básico. Cantores que não têm relação com suas cantorias. Um mundo plástico, um mundo de imitação. Há alguns dias eu fui a uma igreja com lindas flores, todas certinhas, todas com flores a desabrocharem com elegância e simetria. Mas tanta perfeição gerou-me uma dúvida. Perguntei se eram plantas reais, ao que alguém disse: "Não, são plantas plásticas".

Mundo plástico este nosso, fadado ao desgaste da estética. Não tem aroma natural, nada cheiram (e às vezes fedem...). Não tem relação com a realidade. A vida não é toda perfeita e ajustada. Uma boa planta não dá somente flores perfeitas. Mas o seu perfume é real. Assim nós precisamos de gente real, que seja a encarnação de sua própria prédica ou de seu próprio canto. Não serão pessoas perfeitas, mas demonstrarão pelo seu comportamento, a luta constante para viverem o que cantam e o que pregam.

Cantor de músicas de Deus: viva o que você canta! Viva com Deus, ande com Deus, obedeça a Deus, seja fiel na igreja de Deus e, então, cante as suas canções como quem vive, não como quem simula! É preferível um canto desafinado e rouco, mas real, que uma voz afinadíssima e eloquente, mas falsa. Chega de falsetes na vida!

Pregador de Deus: viva o que prega! Viva com Deus, ande com Deus, obedeça a Deus, seja fiel na igreja de Deus e, então, pregue as suas mensagens como quem vive, não como quem finge! É preferível uma pregação em português sofrível e com voz feia, mas real e honesta, do que um eloquente orador internacional, cheio de carisma, mas falso. Chega de sofistas no púlpito!

Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. (1Ts 1:5)

Wagner Antonio de Araújo
28/10/2017

memórias literárias - 543 - DEPRESSÃO: QUANDO NADA É O BASTANTE...

DEPRESSÃO:
QUANDO NADA
É O BASTANTE...



543
Quando estou deprimido nunca estou satisfeito. E jamais entenderei que o problema está em mim. Eu apontarei o dedo contra tudo e contra todos, inclusive contra Deus.

As pessoas não ligam para mim. Elas não me percebem. Elas não falam comigo. Elas não me dão atenção. Eu não tenho importância; a minha dor ou a minha necessidade não lhes importa.

Eu não tenho amigos; todos me buscam por interesses próprios. Amigos que apenas se importem comigo eu não encontro. Se não represento algo valioso então fico solitário, sem ninguém, sem um único telefonema. No whatsapp só recebo comunicações gerais, nunca há alguém que realmente esteja interessado em mim.

A igreja não liga para mim. Se sou membro não tenho oportunidade para nada. Eles só se importam com o meu dízimo. Quando eu não tenho para dar então o meu valor é menor do que nada. Se sou pastor eu não valho nada além do que possa dar. Não há atenção, não há carinho, não há nada.

Eu sou velho, descartado. Não somo mais, apenas subtraio a atenção e o conforto das pessoas.  Sou um peso, sou um estorvo. Não sirvo mais para nada, sou como uma fralda descartável, usada e furada. O meu destino é o lixo.

Essa é a sensação de alguém em depressão profunda. Há muita gente assim. E, não raras vezes, podemos nos enquadrar nesse perfil em alguns momentos. Estar o tempo todo assim pode representar grave patologia. Porém, acima de tudo, e se de fato conhecemos a Deus, representa PECADO. Não, não estou dizendo que é pecado sentir-se mal ou depressivo; digo que MANTER-SE O TEMPO TODO ASSIM é PECADO. E a consequência do pecado é a morte.

E por que é pecado? Por diversas razões.

1) Porque Cristo nos transforma em novas criaturas, e estas são dotadas primeiramente do amor a Deus e, em igual capacidade, do amor ao próximo.

E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão (1Jo 4:21)

2) Porque um cristão não vive a buscar os seus próprios interesses, mas primeiramente os de Deus e, então, os do próximo.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; (1Co 13:5)

3) Porque o sofrimento do tempo presente, seja ele em que dimensão for, não é de se comparar com a glória que teremos nos céus, com Cristo.

Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8:18)


4) Porque não nos convertemos ignorantes do que significa cristianismo: cruz, toalha e bacia: renúncia, serviço e amor!

E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. (Lc 9:23)

5) Porque no serviço ao Senhor e na dedicação ao próximo somos consolados e também supridos.

Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; (2Co 1:6)

6) Porque em tudo damos graças, pois esta é a vontade de Deus para conosco.


Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1Ts 5:18)

7) Porque outros sofreram muito mais do que nós, tanto em vida difícil, aprisionada, restrita, destituída dos menores cuidados básicos, como através de perseguições, de morte na fogueira, de crucificação, de dentes de animais, de óleo quente ou afogamento.

Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Hb 11:37)

8) Porque não vivemos mais para nós mesmos, mas para Jesus Cristo, o nosso Senhor.

Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. (Rm 14:8)

9) Porque o Senhor nos satisfaz com a Sua presença e nos anima a prosseguir até o fim, sem esmorecer.

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. (2Co 4:8)

10) Porque Jesus Cristo é o nosso modelo em todos os aspectos: em não pecar, em sofrer, em servir, em dar a vida em favor do mundo.


Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis. (2Co 8:9)

Dessarte, quero afirmar que os que são do Senhor crucificaram o seu eu com as suas concupiscências e que agora, pelo poder de Jesus, devem vencer a cada dia a tentação da depressão. Quando ela chegar, afugentêmo-la, dizendo com confiança:

Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus (Sl 42:11)

Wagner Antonio de Araújo


28/10/2017

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

memórias literárias - 542 - VEREDAS QUE ME CONDUZEM - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 17

VEREDAS
QUE
ME
CONDUZEM

Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 17


542
 
Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Temos meditado no livro dos Salmos, que é um dos 39 livros do Velho Testamento e foi inspirado pelo Espírito Santo. Quantas lições maravilhosas temos aprendido e quantas mudanças a Bíblia provoca no coração de quem verdadeiramente a observa! Sobre isso encontramos no Salmo 17 verso 5: “Os meus passos se afizeram as tuas veredas, os meus pés não resvalaram.”
Certa feita eu passei por uma estrada de terra e lama, muito rústica, após grande tempestade. Aquele era o único caminho que eu tinha para chegar ao meu destino. Quando vislumbrei o barro mole e o caldo de lama à frente, pensei: “não vou conseguir”. Falei ao velho motorista que comigo viajava: “Não sei se conseguirei passar pelo caminho, há muito barro e creio que irei atolar!”. Ele falou-me: “Siga pelo sulco fundo que foi aberto por outros carros; eles estão firmes e conseguirão dar a estabilidade. Vá firme, em segunda, sem parar”. Deixei a direção firme, acelerei e entrei na lama, bem no sulco mais fundo. O carro quis patinar, mas como era a parte mais firme, consegui sair sem atolar. E o meu companheiro de viagem falou: “quem passou primeiro fortificou o caminho; basta seguirmos por onde passou”.

Aquilo me fez lembrar o exemplo de Jesus. Diz-nos a Bíblia que Ele foi em tudo tentado como nós. Ele sofreu as mesmas aflições, os mesmos perigos. Ele esteve sujeito às tentações de toda espécie, igual a cada um de nós. Mas Ele não pecou. Ele andou retamente e fez o que era do agrado do Pai. Deixou-nos o exemplo e mandou-nos seguir após Ele. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. (Jo 13:15)
Em Jesus temos a vereda certa. Vereda significa caminho, estrada. Foi Ele quem disse: “Eu sou o caminho”. Ele é a própria estrada que nos conduz ao Céu. Ele é o único caminho que nos leva até Deus, o Pai. Além disto, o seu comportamento é o nosso exemplo, o nosso modelo. Foi ele quem trilhou no barro mole, na lama da estrada, abrindo um sulco sólido sobre o qual poderemos transitar seguros e sem detenção. Na estrada da vida o melhor lugar para passar é por onde Jesus passou. É como disse o poeta: Andar como Jesus andou, falar como Jesus falou, pensar como Jesus pensou. Quem se conduz por esta máxima terá como conseqüência uma estrada sem barreiras intransponíveis. Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. (Sl 37:23)
Como tem sido o seu viver? Cheio de atoleiros que o detém, que o fazem regredir, que lhe trazem paralisia e falta de progresso? Faça como o salmista: deixe que os seus pés se amoldem às veredas de Deus. Deixe-se conduzir pelos ensinos de Jesus Cristo. Deixe que o Espírito Santo conduza a sua mente e coração. Refaça os seus propósitos construindo o presente e o futuro nos ensinos santos da Palavra de Deus. Isto é amoldar os pés às veredas do Senhor. Que tal começar agora?

Que Deus nos abençoe. Amém.
 

Wagner Antonio de Araújo
mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

memórias literárias - 541 - O MEU BEM MAIOR - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 16

O MEU
BEM MAIOR

 
Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 16

Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Estudar a Palavra de Deus é deveras importante na vida de todo o cristão. E ouvir o que Deus tem a nos dizer no livro dos Salmos é maravilhoso. Há uma expressão maravilhosa no salmo 16 verso 2: “Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor, outro bem não possuo, senão a ti somente;”
Na crise de 1929, quando, da noite para o dia todos perderam as suas fortunas, era comum olhar pelas ruas de Nova Iorque e pelas demais capitais importantes dos Estados Unidos, e ver empresários riquíssimos, milionários, com um prato de sopa na mão, buscando não morrerem de fome. Eles perderam tudo na bolsa de valores. Os seus prédios, as suas fábricas, as suas lojas, as redes de supermercados, tudo se tornou em nada. Grandes fortunas, construídas ao longo de décadas, passadas de pai para filho, tornaram-se poeira e até a moradia onde se abrigavam tiveram que abandonar.

Infelizmente a história se repete. Pelas ruas das grandes cidades brasileiras vemos jovens, senhores, profissionais qualificados, a dormirem em barracas, albergues ou na sargeta das ruas. Olhamos para eles e verificamos que não são mendigos comuns, mas pessoas que perderam tudo. E ficaram à margem da sociedade. Neste momento nacional esta realidade é dura e parece que ainda durará por um bom tempo.

O salmista diz que Deus era o seu maior patrimônio. E o autor sabia bem o que era perder tudo. Davi era o rei mais poderoso da antiguidade, no seu tempo. Tinha riquezas, grande família, muito prestígio e inúmeros soldados. Mas, devido às suas más escolhas, das quais amargamente arrependera-se, enfrentou conseqüências dramáticas. Uma delas foi quando o seu filho Absalão, que durante anos ficou à espreita do castelo, incentivando as pessoas a tê-lo como imperador, tomou-lhe o trono. Amotinou-se contra o pai, colocou o exército para persegui-lo e obrigou a Davi a sair de Sião. Seu pai, velho e vestido com roupas rasgadas e sujas de terra, que era a maneira pública de se demonstrar quebrantamento e dor, saiu à pé, com os poucos amigos que restaram. Mas não perdeu o seu maior patrimônio: a sua fé, a presença do Pai, a certeza de sua salvação. Davi recuperou-se, posteriormente, mas a experiência fez-lhe declarar: outro bem não possuo, senão a ti somente.
E quem tem Deus, tem tudo. Quem tem Jesus como salvador tem a vida eterna. Quem tem o amor do Pai, pode passar qualquer privação. Ele não confia nos bens materiais. Foi Jesus quem afirmou: Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6:33)
Quem encontra em Deus o seu valor maior, o seu patrimônio único e intransferível, pode começar de novo quantas vezes forem necessárias, pois Deus o ajuda, o fortalece, o levanta e o transforma.  Como está você, ouvinte? Perdeu o cônjuge, o filho, o carro, o emprego, o patrimônio? Faça de Cristo o seu maior patrimônio e obtenha uma riqueza que não pode ser vendida e nem perdida. Quem tem Jesus, tem tudo.

Que Deus nos abençoe.
 
Wagner Antonio de Araújo

mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

memórias literárias - 540 - LEWANDOWSKY E O FIM TRÁGICO

LEWANDOWSKY
E O
"FIM TRÁGICO"

540
 
O digno magistrado brasileiro, Ministro no Supremo Tribunal Federal, Dr. Ricardo Lewandovsky, teceu as seguintes afirmações, segundo o site O ANTAGONISTA, cujo link é
https://www.oantagonista.com/brasil/lewandowski-contra-os-moralistas/ :

“A crônica da humanidade é pródiga em desvelar o trágico fim de moralistas que empolgaram o poder e exercitaram aquilo que consideravam direito a seu talante. Basta lembrar a funesta saga do monge Girolamo Savonarola (1452-1498), o qual, com pregações apocalípticas, extinguiu o virtuoso capítulo do Renascimento florentino. Acabou seus dias ardendo numa fogueira."
 
Ao Dr. Lewandowsky quero trazer a seguinte lembrança: Girolamo Savonarola foi um herói da fé, fiel às Escrituras Sagradas e pregador da verdade,  numa época em que a idolatria imperava com poder, através da religião oficial. Savonarola soube seguir a máxima petrina: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. (At 5:29)
Também quero tornar conhecido ao ministro o seguinte diálogo registrado na história, quando o herói da fé, O MARTIR POLICARPO, que foi queimado vivo pelo então Supremo Tribunal de Roma, no ano 155 da Era Cristã:
 
Disse o Procônsul:

- “Se não te convertes, se desprezas as feras, eu te farei consumir pelo fogo”.

Respondeu Policarpo: “Ameaças com o fogo que arde um momento e logo se apaga. Não conheces o fogo do juízo que há de vir e da pena eterna onde serão queimados os inimigos de Deus.
Gostaria de lembrar ao iminente ministro que há um tribunal superior ao julgamento de um membro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, ou do Tribunal de Roma, que condenou Policarpo. É o tribunal divino, onde autocraticamente Deus já tomou a decisão de dar vida eterna a Savonarola e a Policarpo, preservando-os e tornando-os bem-aventurados pelos séculos dos séculos, onde as labaredas da inquisição não queimam e onde a felicidade não termina. E também a manter acesas as labaredas do Inferno, que queimarão pelos séculos dos séculos os que só esperam nas coisas desta vida ou que não dão valor à constituição máxima do universo, a Bíblia Sagrada. Para estes diz Deus:
 
E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, (Mc 9:43)
 
Que o Senhor Ministro compreenda que há um além e este será tenebroso para os que postulam opiniões semelhantes às de sua afirmação. A minha oração é para que reflita no que digo e que mude a sua posição.
 
Pastor Wagner Antonio de Araújo
Presidente da OPBCB - ORDEM DOS PASTORES BATISTAS CLÁSSICOS DO BRASIL
Pastor da
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuiba, São Paulo, Brasil

 

memórias literárias - 539 - CANTAREI AO SENHOR - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 15

CANTAREI
AO
SENHOR


Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 15


539

Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Não há dúvidas de que o livro dos Salmos, na Bíblia, faz muito bem para a nossa alma. São cânticos que edificam a nossa fé e consolam o nosso coração. Hoje falaremos sobre o versículo 6 do Salmo 13: “Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem!”.


O dito popular afirma que quem canta os males espanta. E é verdade, desde que se saiba o que se canta e para quem se canta. Infelizmente há canções que só atraem males. Há músicas que os terroristas compõem, repletas de violência, usadas enquanto filmam a decapitação de suas vítimas. Há grupos de traficantes que compõem funks para celebrar a matança de policiais que fizeram num ataque. Há músicas compostas para enaltecer o adultério, a imoralidade, a idolatria, e tais músicas não fazem muito bem. Pelo contrário, fazem muito mal. Por estes dias soubemos de mais um roqueiro estrangeiro, que gritava loucamente pelos microfones, enaltecendo a morte e a rebeldia. Não, com certeza não é isto que o salmo diz.


O salmista diz: “Cantarei ao Senhor”. E Deus gosta de ouvir canções? Sim, quando estas vêm do coração e são fundamentadas em Sua própria Palavra. Um dia, no templo de Jerusalém, as criancinhas cantavam para Jesus: “Hosana ao Filho de Davi, bendito o que vem em nome do Senhor”. Os fariseus não gostaram, mas Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor? (Mt 21:16) Antes que Deus criasse o ser humano, os anjos enalteciam ao Senhor em cânticos. Eles eram chamados “filhos da alva”. E quando Jesus nasceu, anjos vieram do céu e procuraram pastores no campo, para celebrarem esta dádiva, cantando com alegria. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: ...(Lc 2:13)


Quem ouve músicas mundanas, de temática idólatra, imoral, que faz apologia à violência ou ao pecado, cedo ou tarde transborda em comportamentos que refletem aquilo que encheu o seu coração. Da abundância do seu coração fala a boca. (Lc 6:45)


Quem ouve e canta músicas em louvor a Deus enche a alma de paz e alegria. Tenho experimentado grande felicidade aqui em casa. Hoje sou pai de dois filhos, um de três meses e outra de dois anos. Todos os dias celebramos o culto doméstico. E, para ninar minha filha, canto-lhe louvores. Quando chega a hora de dormir ela vem pedir para que celebremos o culto. E pede a música. “Papai, vamos cantar buscai primeiro?” “Agora minha paz vos dou”; “Eu quero as três palavrinhas”. E assim, com alegria, ela enche o coração e a mente dos louvores de Deus.

Você tem percebido quanto bem Deus lhe fez? Está vivo, tem comida, teto, abrigo, tem alguém na família, possui voz, ouvidos, olhos e pernas? Louve a Deus e cante com alegria, pois Deus se agrada dos que O louvam com gratidão. Ele nos tem feito muito bem!
Que Deus nos abençoe. Amém.

 mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite da irmã Ana Maria Suman Gomes). 


domingo, 15 de outubro de 2017

memórias literárias - 538 - UMA CONVERSA INTERESSANTE

UMA CONVERSA
INTERESSANTE
 

 
538
 
 
Um colega pastor, muito querido, convidou-me para tomar café. Transcrevo aqui a nossa conversa informal.
 
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- Que bom que o irmão aceitou o meu convite.
 
- O prazer é meu, pastor.
 
- Eu queria saber o porquê do irmão usar terno e gravata na igreja. Isto está tão fora de moda, tão antiquado!
 
- Porque eu estou de serviço, colega.
 
- Ah, sim. Mas eu também estou e não estou de terno ou gravata.
 
- Eu não disse que o irmão não está. Eu disse que EU estou. À propósito, o que vamos beber? Café com pães de queijo?
 
- Acho que é uma boa pedida.
 
- Então peça, por favor.
 
- Ei, rapaz!
 
- Por que chamou aquele rapaz? Chame este aqui ao lado, ou aquela mulher ali...
 
- Pastor Wagner, está brincando? Olhe o jaleco do menino. Ele trabalha aqui!
 
- Ah, então o irmão identificou quem aqui trabalha, não é mesmo? De fato fica mais fácil. Então solicite o nosso café.
 
Feito o pedido, a conversa continuou:
 
- Então, Pr. Wagner, não é o terno que faz o pastor, assim como não é o hábito que faz o monge!
 
- Sim, mas O VESTEM!
 
Meu amigo riu-se.
 
- Sim, colega, estamos à serviço de Deus. Assim como eu espero achar um médico de jaleco no hospital, um bombeiro de farda no serviço e uma camareira com o devido uniforme, a igreja de Deus espera ver em seu pastor alguém que enalteça o trabalho que realiza, que se identifique como um executivo à serviço. Foi por o rapaz estar com fardamento de serviço que o irmão facilmente o identificou e pediu o nosso café.
 
- Mas, Pastor Wagner, isso é besteira! Não é a roupa que faz isso! Nós não temos batinas ou coisas similares! Podemos servir a Deus de qualquer maneira, com qualquer vestimenta! Deus não olha para a aparência!
 
- Colega, não está em xeque servir ou não a Deus. Também não está em questão a veste e não o coração. Está em xeque a comissão que recebemos e a identidade que imprimimos no trabalho do Senhor. Igrejas têm ministros e estes estão de plantão; devem ter a distinção, a cortesia e o cuidado de assim se apresentarem. O irmão já viu um juiz em serviço do tribunal com bermudas e chinelões?
 
- Nunca!
 
- O irmão já viu um general de guerra em treinamento ou em combate com roupas de dormir, exceto num ataque inusitado?
 
- Não!
 
- Pois bem. Assim como esperamos da sociedade uma valorização dos serviços, das profissões, e uma encarnação da vocação através da identidade de serviço, assim uma igreja que é pastoreada por alguém consciente há de ter um ministro que se identifique como ministro, que se valorize como ministro em serviço.
 
- Mas não podemos fazer isso com roupas comuns? Não podemos usar camisetas, chinelos, tenis e calções?
 
- A pergunta não é se podemos, mas se DEVEMOS. Há alguns dias vi um pastor de sandálias havaianas, bermuda e camiseta sem mangas, no púlpito. Que mensagem um obreiro assim passa? De seriedade naquilo que faz? De crença real de que aquilo é um culto a Deus?
 
- Mas a igreja dele está cheia e a sua vazia!
 
- Colega, é assim que o irmão julga o serviço do Senhor? Somos animadores de auditório? Somos mercadejadores da Palavra? Ainda confio no que Deus fazia no passado: Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar (At 2:47). Não somos nós que convertemos pessoas, mas o Espírito Santo. Não é baixando o padrão que encherei a igreja com salvos.
 
- Podemos cultuar a Deus em qualquer lugar e em qualquer veste!
 
- Não há dúvidas. Mas experimente analisar os critérios para o serviço de Deus no velho testamento. Entravam os sacerdotes e oficiais do templo de qualquer jeito para cultuar? Jamais! Deus fizera-lhes, inclusive, recomendação das vestes!
 
- Mas isso foi no velho testamento! O sacerdócio não foi continuado!
 
- Não tenha dúvidas. Mas o Senhor é o mesmo e o princípio da separação e santidade mantém-se. Assim está escrito: Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, (Tt 2:7). Também lemos: Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. (1Tm 4:12). Para completar, Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. (1Co 4:1).
 
- Eu não concordo!
 
- Não há problemas, colega. Mantenha-se como está e eu me manterei como estou.  O irmão não me verá num casamento, num velório, num culto dominical ou numa visita oficial com vestes informais, exceto em emergências, pois creio estar em serviço, creio representar um ministério em ação, com seriedade e com a função de executivo do Senhor. Se o irmão sente-se bem como está e não tem problemas de consciência, ou se os meus argumentos não lhe convencem, fique à vontade.
 
- Então estamos certos assim, Pastor Wagner? Ambos estamos certos, não é?
 
- Ambos estarem certos é outra questão que não está resolvida, colega.
 
- Ah, Pastor Wagner, o irmão não tem jeito mesmo! (risos).
 
- Vamos tomar o nosso café, que já está a esfriar!
 
- Viva!
....
 

Wagner Antonio de Araújo

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

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