segunda-feira, 30 de outubro de 2017

memórias literárias - 547 - MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

MEMÓRIAS PASTORAIS - 17 ANOS DE BOAS NOVAS

O mundo gospel não perdoa as fraquezas eclesiásticas ou pastorais. Não falo
de pecado, pois este nem de perdão precisa; o mundo gospel até aplaude. Falo
de lutas, de provações, de insucessos, de lágrimas. O mundo gospel não se
faz de joelhos em oração, mas usurpando o altar divino. Graças a Deus não
sou gospel, sou um crente!

Como pastor tenho dedicado a minha vida ao Senhor. Selecionou-me para ser um
pregoeiro da fé, um ombro amigo dos servos do Senhor e um educador
religioso. Pregar em conferências de local em local é algo precioso, mas
encarar um pequenino auditório semana após semana, mês após mês, ano após
ano e ainda encontrar alguma força, alguma motivação, alguma inspiração, são
vitórias que somente os pastores pequeninos ou de longos ministérios podem
experimentar. E tal vitória não está construída em crescimento numérico ou
em potencial financeiro, mas na perseverança dos santos e na continuidade da
fé.

Sou o pastor da pequenina Boas Novas desde o seu nascimento. Ela não cresceu
como eu gostaria que tivesse crescido. Ela não tem os recursos que eu
gostaria que tivesse. Na verdade eu pago para pastoreá-la, se pensar no que
recebo e no que invisto. E não tenho fontes de renda que me dão esse luxo; o
que tenho é um Deus Todo-Poderoso que até hoje tem sido o meu alto refúgio,
socorro bem presente em horas de angústia.

Faremos 17 anos no próximo sábado, 04 de novembro. Foi no ano 2000, numa
manhã, que a Missão Batista Boas Novas de Osasco deixou de ser congregação
da Igreja Batista Betel de Itapevi, SP, para tornar-se uma igreja local
independente. Não tínhamos nada, exceto as vidas. Uns bancos pobres, um
aparelho de som doado, uma guitarra antiga, e era só. Pastoreá-la era um
privilégio; financeiramente um constante desafio. Somente Deus poderia dar a
graça da mantença. E deu.

Mudamo-nos várias vezes. Novo Osasco, outra vez Novo Osasco, Santo Antonio,
depois duas residências e, então, saímos de Osasco e fomos a Carapicuíba,
bem pertinho de onde estávamos, dois quilômetros. Um bom terreno. A saga
deste terreno já é sobejamente conhecida de todos. Atualmente continuamos a
construção, sem dinheiro, sem recursos, como sempre foi. A cozinha há de
sair nos próximos dias, se Deus quiser.

O aniversário deste ano há de ser diferente. Deus assim quer. Não faremos
comemoração festiva. Cobrir-nos-emos de panos de saco, figuradamente, como o
fariam os servos do Senhor no velho testamento. Conquanto tenhamos uma
capela muito prática, um excelente gabinete, berçário, sala de crianças e
estacionamento, não temos novos convertidos. Temos distribuido neste ano
mais de dez mil literaturas; mensalmente há incursões na feira livre. Mas
não temos novos convertidos a Cristo. O nosso batistério está seco. Alguém
mandou-me um vídeo de uma igreja batista modernista, onde batizaram 73
pessoas. Alguém escreveu-me: "baba, baby", procurando agredir-me. Mas o dito
batismo transformou-se num circo, num carnaval de água, com o povo a fazer
barulho como numa final de campeonato. Batismos assim podem acontecer às
toneladas e não serão batismos conforme a bíblia ensina. Não é festança
mundana, é regozijo espiritual. não é fim de campeonato, mas vitória
celestial. Se as águas do batismo se transformarem em parque de diversões
não será a Cristo que celebrarão, mas a si próprios. E mais: um batismo não
deve envaidecer, engrandecer um obreiro, mas quebrantá-lo e engrandecer a
Jesus! Nenhum pastor é dono de ovelha alguma, pois nenhum pastor salva ou
morre na cruz por ninguém. Somos "o cachorro do pastor": pastores de ovelhas
possuem cães pastores, que os ajudam nos cuidados pastorais; nós, servos do
PASTOR, não passamos de auxiliares.

Ontem, domingo, pela manhã, recebemos na Escola Bíblica Dominical um
quebrantamento profundo por parte do Espírito Santo. Enxergamos a Boas Novas
sem porvir, sem nova geração. Choramos diante de Deus. E fizemos
compromissos. E no culto da noite, após a mensagem SÓ CRISTO, novamente o
Espírito Santo deu-nos um "batismo de lágrimas", quando choramos
copiosamente diante dos pés do Senhor, rogando-lhe almas. Pois assim era no
novo testamento: o Senhor acrescentava à igreja os que iam sendo salvos.
Planos de evangelização são apenas ferramentas; conversão só vem de Deus e
de ninguém mais. E não se trata de encher a igreja de gente, pois isto é
fácil. Trata-se de ver o Senhor restaurar e transformar perdidos em salvos,
o que ocupou em nossos pensamentos o motivo de nossas lágrimas.

Assim, nestas memórias pastorais, deste pastor que não tem pejo de ser isso
mesmo, pequeno, pobre e humano, cheio de lutas, de dores e de lágrimas,
expresso todo o meu amor a Cristo, que me amou e salvou, e por ter Ele
criado a Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel. E digo que, ao longo da
semana, por poucos ou por muitos, a igreja será regada com lágrimas dos que
desejam ver vidas salvas pelo sangue de Cristo naquele torrão difícil onde a
igreja está localizada. E no sábado, às 18 horas, com muitos ou com poucos,
apresentaremos ao Senhor o nosso jejum e quebrantamento, rogando: SENHOR,
DÁ-NOS ALMAS! DÁ-NOS VIDAS! DÁ-NOS NOVOS CRENTES QUE TE AMEM!

E será tudo. O futuro pertencerá ao Senhor.

Não filmaremos e não fotografaremos. Estaremos ocupados e prostrados ante os
pés do Sennhor.

Obrigado por lerem as linhas deste pastor.

Wagner Antonio de Araújo, chamado pelo Senhor para pregar o evangelho.
30/10/2017

2 comentários:

  1. Pastor Wagner, meu nome é Felipe. Eu sou pastor em uma igreja batista na cidade de Niterói - RJ e achei este seu testemunho tremendamente edificante.
    Continue com seu trabalho sério. Que Deus os abençoe rica e poderosamente.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pastor.Continue firme nos passos de Jesus.Olavo Goiano

    ResponderExcluir

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...