sábado, 30 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 06 - JOSÉ E ANTONIO

 
06 - JOSÉ E
ANTONIO

 
José e Antonio
 
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Eram dois irmãos. Um chamava-se José. O outro Antonio. Eram filhos de um João. Foram criados na roça. José seguiu pela vida por ali mesmo, na cidade vizinha. Tornou-se rico proprietário de terras, casas e poderoso coronel de interior. Antonio, por sua vez, seguiu o caminho do irmão Roque: fugiu de casa aos dezessete anos, vindo para São Paulo tentar a vida. E foi bem sucedido. Começou como operário de construção civil, ajudando a abrir canalização de esgotos em Vila Brasilândia. Tornou-se zelador de um prédio e, ali, caiu na  graça de um antigo professor, que lhe pagou os primeiros estudos e o apresentou ao Banco do Brasil. Antonio tornou-se bancário e chegou a estudar engenharia civil. Casou-se com Elzira e, infelizmente, adoeceu, tendo que ser afastado por algum tempo das suas atividades. Mas deu a volta por cima e venceu.
 
José e Antonio disputavam entre si sobre quem podia mais, quem tinha mais. José era fazendeiro, tinha muito gado, muitas terras. Quando a mãe deles, Izolina, faleceu, disputaram na bala uma pequenina herança. Eram tão ruins de tiro que mataram um coelho e não conseguiram acertar um no outro. Quem viu conta que foi um bangue-bangue, cada um escondido atrás de uma árvore. Eles não se falavam. O último encontro foi num passeio, o derradeiro que fizeram com o pai deles, em 1974. Eles perderam o contato.
 
Antonio converteu-se a Cristo em 1980, levado ao Senhor pelo seu filho. Suas enfermidades avançaram. Diabético, teve cegueira, câncer e uma série de outras complicações. Ele vislumbrava a morte. Como havia sido uma pessoa implacável enquanto não crente, decidiu pedir perdão para quem tivesse algo contra ele, ou perdoar quem porventura tivesse feito coisas que o tivessem prejudicado. E lembrou-se de seu irmão José. Contratou um motorista e rumou para o município de Camanducaia, em Minas Gerais. Achando a casa do irmão, pediu licença para entrar. Sentado na sala, sem enxergar nada, Antonio conta ao irmão um pouco de sua vida. Em seguida diz ao seu irmão que se converteu a Cristo, que os seus pecados foram pagos por Jesus na cruz do Calvário e que um dos resultados fora o profundo arrependimento que sentira por ele não ter sido para José o irmão que gostaria de ser. Então viera pedir perdão e dizer que José também estava perdoado. José, emocionado, pede a Antonio para colocar a mão na perna dele. Estava amputada. Também diabético, também em estado terminal. E, glória a Deus,  também convertido a Jesus Cristo! O encontro transformou-se em um culto de gratidão. Emocionados, os irmãos se abraçaram. Reconciliaram-se. Ambos haviam perdido praticamente tudo o que tinham. Mas ganharam de Cristo o amor de Deus e a vida eterna. Foi o último encontro. Antonio morreu em julho de 1991 e José numa data próxima daquela. Mas reencontrar-se-ão ressuscitados no Céu, diante do Trono dAquele que os remiu.
 
Eles eram dois irmãos. Mas  tornaram-se dois novos irmãos: irmãos na fé cristã. Eles partiram transformados pelo poder de Deus.
 
Esta é a história de Antonio, MEU PAI. E de José, MEU TIO. E da obra de Jesus, O NOSSO SALVADOR.
 
Glória ao Seu Santo Nome, Senhor!
 
Wagner Antonio de Araújo
30/06/2018
 
João Paulino de Araújo, José Paulino de Araújo,
Antonio Paulino de Araújo, Guilherme, filho de José
e Geraldo, primo deles. 1974 em Toledo, MG.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 05 - EU CELEBRO



05 - EU CELEBRO
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Uma manhã ensolarada, sem nuvens, ou um amanhecer chuvoso e frio. Há beleza e virtude em ambos e são dádivas divinas.

Celebro um prato de arroz e feijão bem feitos ou um banquete com comidas especiais. Deus me deu o pão para este dia e, quer seja comum, quer selecionado, são bênçãos do meu Pai!

Celebro um carro confortável, que me leva onde quero. Mas também me alegro por uma ida à pé, com pernas que caminham e com olhos que enxergam. A minha gratidão não está no veículo que me locomove mas na oportunidade de ir, de ser esperado, de ter algo para fazer e de poder ir!

Celebro o trabalho supridor, que me dá boa diária e conforto. Mas também celebro o temporário, aquele serviço que surgiu e que me renderá tão pouco! Não celebro apenas a atividade servil ou a remuneração, mas a chance de servir e tornar realizado e bem feito.

Celebro a casa cheia de visitas, os parentes e amigos que me querem bem. Celebro, todavia, a casa vazia, pois ali, em privado, posso ter comunhão com Deus e orar pelos que me são caros.

Celebro a saúde abundante, o brilho no olhar e a força para viver. Mas também celebro o ocaso, a fraqueza e a dificuldade, pois tomo consciência de minha finitude e encontro a verdadeira razão para ser feliz, Deus em mim!

Celebro a fartura, o patrimônio ampliado e monumental, mas também celebro a vida difícil de não possuir nada neste mundo. Afinal, de tudo o que possuímos (ou não), só levaremos o que couber na alma e no coração. Aqui tudo é emprestado.
Celebro o dia do começo, quando tudo é festa e a lua-de-mel encanta a alma. Mas celebro o fim também, quando uma obra começada tem a sua conclusão. Mesmo que solitária, foi feita e completada, ou, pelo menos, até onde foi possível.

Enfim, celebro o nascimento, o aniversário, o dia da chegada. Mas hei de celebrar também o dia da partida, quando o Senhor, justo juiz, chegar através dos anjos a chamar-me para atravessar a vida. Jesus não me deixará órfão e nem solitário; estará comigo o tempo todo.

Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. (Sl 100:1)

Hoje, com amor e com muita gratidão, celebro o aniversário do meu amado e querido irmão Daniel Paulino de Araújo. Ele, resposta de um pedido que fiz para minha saudosa mamãe aos seis anos de idade, foi o irmão que o Senhor me deu. Nele vejo a mim mesmo, carne de minha carne, sangue de meu sangue, neste tempo em que nossos pais já não estão mais entre nós. Vejo um homem de Deus, que fez de Cristo a sua esperança, coluna, sustentáculo e razão de viver. Quero sempre vê-lo como pai primoroso, fiel, um marido exemplar, um empresário que sabe enfrentar as piores horas econômicas do Brasil e um crente que busca colocar o Reino de Deus em primeiro lugar. Eu celebraria a vida se mamãe não tivesse dado à luz ao meu irmão. Mas Deus coroou-me de alegria, quando, em 1971, neste dia tão especial, trouxe ao mundo este meu irmão duas vezes, um homem mais do que especial. 

Parabéns, meu muito amado Daniel!

quinta-feira, 28 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 04 - QUE SAUDADES!

 

04 - QUE
SAUDADES!

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No bairro onde cresci havia um atendente prático de farmácia. Há cinquenta anos ele era o farmacêutico. Vestia um uniforme branco, andava com uma pastinha de injeções e remédios, visitava os lares, indicava tratamentos. Ele tinha orgulho do que fazia. E era especialista; nunca cursara a faculdade, mas formara-se e doutorara-se na missão que escolheu para si. Sinto saudades!
Também fui aluno de Dona Hermelinda, professora veterana, que em 1974 já estava perto dos seus oitenta anos. Lecionou na minha segunda série. Sua metodologia era antiga, ainda do tempo da palmatória. Contudo, jamais em toda a minha vida conheci alguém que falasse tão corretamente e que ensinasse a conjugação de verbos com a mesma clareza que ela. Lembro-me de ter sido publicamente disciplinado numa chamada oral, como tantos outros. A disciplina foi tão produtiva que me tornei o seu melhor aluno da turma e costumeiramente ia à sua casa ouvir suas histórias e aprender mais sobre gramática e ortografia. Ela era uma professora de primário!
Por fim, lembro-me do João da televisão. Ele era primo do meu pai. As televisões eram a válvula, antigas, muito pesadas. Geralmente quebravam. E, quando tal acontecia, todos sabíamos a quem chamar: o João da televisão. Ele, de óculos pesado e uma pasta preta repleta de peças, abria o aparelho, testava as peças, descobria onde estava o defeito e só deixava a nossa casa depois de ver a tevê em perfeitas condições. Ele era um prático. Prático e especialista. Que falta faz!
Hoje tudo é diferente. Um farmacêutico é especialista de futebol. Um médico torna-se um político. Um professor vira militante político e um técnico entende mais de UBER do que da área onde atua. São tempos de confusão. O que deveria ser intrínseco à missão e à profissão de alguém torna-se raro e exótico. "Olha, aquele padeiro sabe fazer pão! Como pode? Por que ele não aperta o botão da máquina e deixa que ela faça por ele?"; "Professor que ensina a fazer conta a caneta? Por que ele não ensina a usar a calculadora?"; "Encontrei um açougueiro que entende tudo de boi, galinha e peixe; esse homem está no lugar errado, deveria abrir uma loja!" E assim seguimos, aceitando o óbvio como bizarro ou inédito, e engolindo a mediocridade como natural.
É uma pena que nas igrejas e nos ministérios pastorais vivemos coisa semelhante. Pastores são muito mais vendedores do que guias espirituais. Entendem tudo de auto-ajuda, de animação de auditórios, de terapias psicológicas e são exímios técnicos de futebol. Mas são analfabetos de bíblia, possuem olhos secos que jamais choraram por um membro que sofria ou não sabem o que é privar com Deus de uma autêntica hora de comunhão. Igrejas também perderam a característica. Em lugar do culto temos um show nos moldes dos programas de auditório televisivos. Em lugar do Espírito Santo temos energia e vivacidade. Em lugar da pregação temos palestras de esportes, de negócios ou de análises filosóficas. Em lugar de fé temos resignação ou feitiçaria (levamos objetos mágicos para suprir a falta de Deus). Os crentes, que deveriam ser testemunhas de Jesus na salvação dos povos tornaram-se membros de um bom clube de entretenimento, cujo crescimento e alegria é tudo o que procuram.
Quanta saudade de um mundo decidido, onde cada um fazia bem o seu papel, sem desejar o papel do outro! Um mundo do "SOU O QUE SOU" e não do "O QUE SOU NÃO IMPORTA".
Queira Deus que eu, na missão de pastor, de pai de família, de crente, de cidadão e de escritor, busque fazer o melhor nas áreas em que o Senhor vocacionou-me e delegou-me. Queira Deus que encontremos padeiros que saibam fazer pão, professores que saibam falar o português e farmacêuticos que entendam de remédios. E crentes que conheçam Deus de verdade!
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quarta-feira, 27 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 03 - PARA OU NÃO PARA?







03 - PARA OU 

NÃO PARA? 



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O Brasil, este país tão maravilhoso e lindo, com riquezas naturais incalculáveis, é povoado por uma gente que para. E como para!


O Brasil para quando assiste a um jogo de copa do mundo, mesmo sabendo que o que está em campo não é esporte ou arte, mas negócios, e muito, muito dinheiro. Sabe-se que tudo é comprado, tudo é acertado fora do campo. Mas o povo gosta de circo e de ilusões; por isso para tudo: o comércio, a indústria, o transporte, até hospitais não têm cirurgias, exceto as de emergência.


O Brasil para quando chega o Carnaval. De norte a sul, de leste a oeste a nação se torna um bordel a céu aberto. Mulheres e homens nus desfilam as suas excrescências pelas avenidas; crianças são incentivadas aos bailes de matinê; músicas de cunho chulo invadem os autofalantes das multimídias existentes. Já os crentes param também. Uma parte vai sambar junto com os incrédulos, fazendo-se pecadora para ganhar os pecadores (ou seria ‘serem ganhas pelos pecadores’?). Outra parte vai para os retiros. Poucos são verdadeiros retiros espirituais, com oração, estudo bíblico, edificação e evangelização; a maioria não passa de um lazer coletivo, pago em parcelas, para que todos se divirtam juntos, até com bailes à fantasia. 


O Brasil para quando exibe sua religiosidade. Os evangélicos, por exemplo, inventaram a tal marcha para Jesus, que une os incautos numa passeata de manipulação de massas. Ali os falsos apóstolos lançam os candidatos para cargos públicos e assinam na surdina contratos de "eu não lhe prejudico e você me financia". Católicos pintam o chão de pó-de-serra e desfilam seus ídolos de barro e gesso, no afã de obter bênçãos divinas. E nas praias brasileiras oferendas são lançadas às entidades espirituais, numa mistura de frango assado, óleo de dendê, pétalas de rosas e muita farofa, buscando com isso aplacar a ira dos deuses. 


Mas o meu país não para. Infelizmente ele nunca parou e dificilmente parará.


O Brasil não para a sua sanha de corrupção. Desde os mais humildes até os mais ricos (e principalmente!), todos buscam obter vantagens, ainda que no prejudicar do próximo, da nação ou da família. O homem que condena publicamente o político ladrão rouba o patrão ao declarar uma despesa que não foi realizada. O marido ludibria a esposa com o engano, enquanto esta faz o mesmo com ele. Alunos enganam professores, colando na prova, e professores enganam alunos, dando aulas sem qualidade. Crentes enganam os pastores, simulando uma falsa espiritualidade, e pastores enganam o rebanho, fingindo importarem-se com a vida deles. Graças a Deus há exceções (procuro ser uma!), mas sabemos que no geral é assim.


O Brasil não para para buscar a liberdade financeira. O brasileiro edifica a sua vida num endividamento constante e permanente. Ele não é educado para ter bens e recursos abundantes. Pelo contrário, enganam-no quando lhe seduzem a comprar um carro em cem prestações, pagando o valor de três outros carros a mais. O país não para na reestruturação do orçamento familiar e nem da administração pública. Todos são a favor do enxugamento da máquina governamental, desde que não afete o seu próprio bolso. O resultado é um excesso de dinheiro e a carência completa dele: excesso no bolso alheio, carência na necessidade pública. Estádios luxuosos, enormes, faraônicos, caríssimos, em lugar de um atendimento decente aos idosos, um hospital público de qualidade e professores e policiais bem pagos. 


O Brasil não para na análise de seu futuro na eternidade. Ele está tão ocupado com o futebol, com a religiosidade, com a orgia, que não tem tempo para parar e pensar no seu futuro além-túmulo. Ele nem acredita nisso. Hoje há crentes, católicos, espíritas e de outras religiões que são ateus confessos, num contrassenso absurdo, um axioma completo! Como pode um crente não crer em Deus? Pode. A vida mostra. O deus de muitos é o ventre, a barriga cheia. De outros é a alegria, um copo de vinho e muita bagunça. Para outros ainda é o enriquecimento rápido e ilícito, não importa em que ramo: no tráfico de drogas, no cargo público, sendo laranja de políticos, no comércio da fé. Ele só vacila quando alguém de seu relacionamento morre e tem que encarar corpos mortos, alguns mais novos do que ele. Por mais que pense: "antes ele do que eu", sabe que sua hora há de chegar e contas terá que prestar. Se tudo acaba, então sua ampulheta está prestes a esgotar-se, não restando nada no futuro. Se não acaba, ele sabe que pode não haver a hora derradeira do pedido de perdão. Aliás, remorso não é arrependimento, e muitos pensam que pedem perdão, mas estão apenas resignados por não poder continuar no pecado.


É hora de parar. Não para um jogo de futebol, não para uma diversão ou um circo religioso. É hora de parar e falar com Deus. É hora de arrependimento de pecados. É a hora da verdade. A grande cidade de Nínive, ao ouvir o profeta vaticinar a sua iminente destruição por causa de seus pecados, parou completamente. Desde o seu rei até o animal de carga, todos pararam. Houve medo, terror e arrependimento. Aquilo fez tardar o juízo divino (infelizmente a outra geração não manteve a nova postura naquela cidade). Em outra ocasião Josias, rei jovem, achou o livro de Deus. Ao lê-lo arrependeu-se, fez o país parar e voltar-se ao Senhor. Também tardou a ira divina em seu tempo (a próxima geração abandonou a fé outra vez). Está na hora de clamarmos e orarmos, pararmos mesmo. Parar a nossa vida e reavaliar os nossos valores. Parar e verificar se não somos corruptos. Parar e refazer o nosso orçamento, para redirecioná-lo no gasto daquilo que é digno e construtivo. Parar para ter fé verdadeira. E, quem sabe, poderemos fazer o Brasil parar de caminhar para trás, e olhar para frente, para Cristo e para uma vida frutífera!

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14)


Oh, Deus, faze com que o meu país PARE para ter um verdadeiro encontro conTigo!


Wagner Antonio de Araújo
27/06/2018

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sexta-feira, 22 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 02 - UM PAI E TANTO ...


02 - UM PAI E TANTO...

676

Era um homem trabalhador. Era natural de Belém, cidadela próxima de Jerusalém. Mas mudara-se para Nazaré, na Galiléia, bem distante, uns cento e trinta quilômetros. Homem honrado, praticava o ofício da carpintaria, através do qual provia o seu sustento. Como todo jovem, queria constituir o seu lar. Seguindo os costumes da época e região, casou-se formalmente com Maria, sendo que aguardaria um tempo até terminar a construção de sua casa e desposá-la. Não era homem que esperava as coisas acontecerem; era um trabalhador honesto e produtivo.


Ele não imaginava o que estava por vir. O Anjo Gabriel anunciara a Maria que seria a mãe do próprio Deus, o Deus-Filho, que se faria carne em seu ventre. E tomou conhecimento da gravidez de sua prima Isabel. Deixou a aldeia e visitou a parenta. Só posteriormente retornou. Qual não foi a surpresa de José, ao contemplá-la grávida! As páginas do Novo Testamento não contam os detalhes, mas podemos imaginá-los: os amigos a olharem com ira para ele, acusando-o de ter adiantado as núpcias; ele, a olhar para a amada, agora grávida de outro homem, pensava. Os pais dela, desesperados, pois com uma acusação de adultério a moça seria apedrejada. Qualquer que fosse o desfecho esse jovem seria o prejudicado. 


Ele tinha bom coração. Por mais que imaginasse um adultério por parte da esposa ainda não desposada, não a queria morta ou infamada. Assumiria o ônus, fazendo de conta que o filho era seu, mas a abandonaria. Com isto ele seria mal falado e ela preservada. Somente um homem honrado e de bom coração não buscaria a vingança por ver a amada grávida sem sua participação. Deus, que conhecia desde a eternidade o caráter deste homem, interpõe-se junto dele e revela-lhe por sonhos que não havia qualquer adultério, que o filho no ventre de sua amada era a encarnação do próprio Messias esperado e que ele fora escolhido para ser o pai. Isso mudaria tudo! Mesmo que fosse mal falado pela aldeia (adiantara-se no convívio), agora poderia enfrentar o ostracismo com a certeza de ser partícipe de algo grandioso.


Mostrou coragem, determinação e profundo cuidado. Diante de um severo decreto governamental, teria que viajar para Belém e ali responder ao alistamento. Estradas difíceis, com montanhas, vales, riachos, frio, falta de suprimento, e talvez um animal apenas para levar a amada. Caminhar, cuidar, zelar, alimentar, e com tão pouco! Só Deus sabe o que aconteceu nessa trajetória. 


Um homem que socorria. Em Belém a esposa sente as contrações. Está prestes a dar à luz. Corre em busca de pousada. Nada encontra. Imagino-o a correr de porta em porta, implorando um aposento. Quando alguém oferece a estrebaria ele nem questiona, não reclama, não discute. Corre com a mulher para lá e ajuda-a no parto. Parto de um filho que não é seu, mas tem certeza de que o filho é do próprio Deus! 


O seu nome era José. Ele não imaginava ser protagonista da maior história de todos os tempos. Ele não fazia idéia de seu papel preponderante na sagrada família. Ele não tinha consciência do privilégio e da responsabilidade que assumia diante da esposa Maria, diante do Filho Jesus e diante de toda a história. Ele foi um pai. Um pai e tanto! Foi dele que Jesus recebeu as primeiras aulas: ensinou-o a falar, a ter higiene, instruiu-o nos primeiros valores bíblicos, ensinou-o a trabalhar com madeira. Fez de Jesus um homem. Foi um pai de família da mais alta envergadura.


E tão pouco falamos dele! Quem já ouviu um sermão sobre José, o pai de Jesus? Talvez uma ou outra vez. Mas ali estava um homem, um judeu, um honrado marido, um pai e tanto! José é um modelo para mim. Homem de nenhuma palavra registrada na Bíblia, homem quase ausente nos registros do Novo Testamento, mas fundamental na formação do caráter honrado, serviçal e educado de Jesus Cristo. Assim como não vemos os alicerces de uma casa, mas são fundamentais para a sua existência, assim foi Jose para com a historia da encarnação de Jesus. 


Que Deus me ajude a ter um caráter como o de José na criação de meus próprios filhos. Que Deus me ajude a ser para eles o que José foi para os seus filhos: um pai e tanto! 


Oh, Deus, muito obrigado por teres feito de José este homem tão valoroso, tão nobre e justo! Obrigado pelo exemplo que deixou! 


Wagner Antonio de Araújo

22/06/2018

quinta-feira, 21 de junho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 01 - O MONTE ESTÁ VAZIO ...




01 - O MONTE

ESTÁ VAZIO...



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Moisés, usado por Deus, tirou o povo do Egito, da servidão a que eram submetidos por séculos. Após a travessia do Mar Vermelho e outras tantas dificuldades de logística e controle, subiu o monte. Ah, tempo santo que viveu! Por quarenta dias ouviu do Criador a própria voz e trouxe a Lei que perpetuava os valores eternos dAquele que os criara! Posteriormente, devido aos problemas do povo, Moisés repetiu a dose, voltando ao local.  E sempre que buscava ao Senhor voltava com o rosto resplandecente. Hoje, contudo, o monte está vazio...


Elias, profeta da mais alta envergadura, lutou contra o sincretismo religioso do rebelde povo israelita e de seus reis ímpios. No poder de Deus enfrentou os profetas de Baal e os reis idolatras do Reino do Norte. Mas sucumbiu em desespero e medo ante as ameaças da rainha feiticeira, Jezabel. Para onde foi? Para o monte. Ah, o monte do encontro, da luta, da fuga, do refúgio. Lá, numa experiência única e memorável, viu coisas maravilhosas: terremoto, vendaval, fogo e, finalmente, uma brisa mansa e tranquila onde escutou a voz de Deus. Foi restaurado e completou o ministério. Venceu o medo e pos-se a voltar, completando a obra. O monte foi um divisor de águas na vida do desanimado profeta. Hoje, contudo, o monte está vazio...


O Senhor Jesus estava em pleno ministério terreno, cumprindo cada profecia messiânica do Velho Testamento. Precisava preparar os seus enviados, aqueles que levariam as boas-novas de salvação do Reno Eterno. Contemplava, contudo, uma geração má e adúltera, um povo ímpio e sem escrúpulos, tudo aquilo que a humanidade se tornou sob o domínio do pecado. Então subiu o monte. Orou a noite inteira. Se havia homem no mundo que não precisaria orar tanto tempo era Ele, pois fazia parte da propria divindade, era o Filho Amado. Mas dEle, de quem se podia esperar menos, vemos o mais alto e profundo compromisso de privar-Se com o Pai Celeste, com quem tomaria a épica decisão de escolher os doze apóstolos. Oh, noite jubilosa, quando, na mente do Amado, desfilaram nomes e mais nomes, até que se chegasse à conclusão definitiva de quem eram os eleitos (não que não soubesse, mas, como o Filho e Servo Sofredor, privara-Se e esvaziara-Se , demonstrando completa obediência). Desceu do monte da madrugada decidido a nomear os doze, inclusive o próprio traidor. Hoje, contudo, o monte está vazio...


Nós até falamos dele, sabemos onde fica; conhecemos a sua vegetação e topografia. Temos um GPS que mapeia a sua estrada e mostra onde estão os obstáculos. Calculamos a que distância encontra-se e quais os melhores horários para visitá-lo. Agendamos costumeiramente uma boa visita, um tempo para desfrutar de seu ambiente, de suas renovadoras atmosferas. Às vezes nos colocamos a caminho, tentando subi-lo. Mas paramos no caminho ao surgir a primeira lágrima, o primeiro bocejo de sono, o primeiro desânimo. O monte anda vazio, solitário, sem ninguém...

Quantos heróis da fé o conheceram! Ali, naquele monte, travaram suas batalhas, suas lutas. Ali tomaram decisões, venceram o inimigo. Ali curaram-se das doenças, venceram desânimos, extinguiram a depressão! Ali confortaram-se do luto, reformularam os seus propósitos, domaram as feras de suas próprias carnalidades, cicatrizaram as feridas e reencontraram no Senhor o grande objetivo de suas vidas!


Falo do MONTE DA ORAÇÃO, que nem é geográfico necessariamente. Daniel, o profeta, encontrou-o na cova dos leões e na janela aberta de sua casa. Jonas, também profeta, no ventre do grande peixe. Jeremias numa lamacenta cisterna onde quase se afogava. Jacó, no deserto, com a cabeça sobre uma pedra. O rei Ezequias no leito da enfermidade. Ana, nas imediações do tabernáculo de Israel. Maria, na solidão do encontro com o Anjo Gabriel. Poderíamos escrever inúmeros outros encontros, travados pelos heróis bíblicos, no monte da oração. A história da igreja cristã está repleta de exemplos de decisões acertadas, tomadas após um repasto farto e precioso nos frutos abundantes do monte da oração.


Melhor do que fotografá-lo, melhor do que conhecer sobre ele, melhor ainda do que contar a história de tantos que ali subiram, é colocar-se a caminho e ir até o seu topo, buscando ao Senhor enquanto se pode achar. Sua estrada continua aberta, sua subida íngreme continua desafiadora, seus elevados patamares continuam a exigir dos viajores um grande esforço e determinação. Mas o fruto deste encontro é líquido e certo: E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. (Jr 29:13). Um crente verdadeiro encontra a solução de suas lutas ao subi-lo: A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tg 5:16). O Filho de Deus garante o encontro: Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. (Mt 7:8).


Vamos subi-lo? Vamos ao seu topo? Vamos ao encontro do Pai? Pode ser no quarto fechado, na estrada do andarilho, na mesa de trabalho, no campo, na cidade, durante o dia ou em plena noite. Não importa. O monte estará lá, aguardando os heróis da fé, que não ousam viver, tomar decisões ou dar um só passo sem o revestimento do Alto, sem a bênção de Deus, sem a orientação dos céus! E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. (At 4:31)


Termino aqui, pois ao monte devo subir. Que Deus nos abençoe!


Pr. Wagner Antonio de Araújo

21/06/2018

sexta-feira, 8 de junho de 2018

memórias literárias - 674 - AS NOSSAS OBRAS

AS NOSSAS
OBRAS

E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem. (Ap 14:13)

Enquanto voltava de carro, ouvia uma linda poesia na Rádio Naftalina Web, na voz da Professora Audiva Sanches, a falar sobre Myrthes Mathias. Pensei nas obras que os servos de Deus produzem no Reino do Senhor. Pensei nas longas labutas, nos ministérios, no serviço ao próximo, na dedicação incondicional, na fidelidade. Teria isso algum sentido ou traria alguma recompensa?

As minhas conclusões foram as seguintes:

1)     OBRAS NÃO VALEM NADA PARA A NOSSA SALVAÇÃO – Assim diz a Escritura Sagrada: (a salvação) não vem das obras, para que ninguém se glorie; (Ef 2:9).
2)     NOSSAS OBRAS SÃO MÁS – As melhores que possamos produzir não valem mais do que materiais descartáveis: Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia. (Is 64:6)
3)     ELAS NÃO NOS SALVAM – Fazer boas coisas não contam pontos para a vida eterna. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. (Gl 3:11)
4)     A OBRA DE DEUS É CRERMOS EM JESUS CRISTO - Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. (Jo 6:29). Isto significa crer em tudo aquilo que Cristo fez na cruz: pagou por nossos pecados, fez a nossa reconciliação e ressuscitou para a nossa salvação. A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Rm 10:9)
5)     APÓS A CONVERSÃO, AS OBRAS TÊM GRANDE VALOR – Elas não salvam, mas são produzidas em conseqüência da salvação; são a expressão de nossa gratidão e transformação em Cristo. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. (Ef 2:10); Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. (Hb 6:10)
6)     AS OBRAS TERÃO RECOMPENSAS - Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. (1Co 3:8).
7)     HÁ DIVERSOS TIPOS DE COROAS – São os prêmios que o Senhor concederá, na eternidade, pelo serviço feito por Ele e em nome dEle. Coroa da vida, de glória, da justiça etc.
8)     DEUS VÊ EM SECRETO, SEM NECESSIDADE DE PUBLICIDADE - Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. (Mt 6:4)
9)     QUEM BUSCA HOMENAGENS AQUI ANTECIPA E DESVALORIZA A RECOMPENSA NA ETERNIDADE – Jesus foi claro: o Pai vê em secreto, não é preciso que os outros saibam. Quem faz as coisas para ser homenageado, honrado, louvado, já antecipou a recompensa, perdeu-a na eternidade. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. (Mt 6:2).
10)                      HOMENAGENS ESPONTÂNEAS, FEITAS COMO GESTOS DE AMOR, NÃO ESTRAGAM A RECOMPENSA CELESTIAL - Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (Rm 13:7). Elas não foram buscadas; foram merecidas e dadas como expressão de amor, sem a interferência do desejo pessoal.
11)                      ATÉ A RECOMPENSA SERÁ UM MEIO DE LOUVAR A DEUS – Como não sabemos qual a modalidade e a maneira desta recompensa, podemos imaginá-la como a coroa dos anciãos em Apocalipse. Eles receberam coroas; e, no ato de culto ao Eterno, depositaram-na aos Seus pés. Que privilégio ter algo para oferecer a Deus como prova de amor e de reconhecimento! O que ganharmos ofertaremos a Deus, dizendo-Lhe: Tu és digno! Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono” (Ap 4:10)
12)                      BOAS OBRAS NA VIDA CRISTÃ SÃO FRUTOS ETERNOS - Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. (1Co 3:14)

Bendito seja Deus, que não deixa de olhar para tudo o que o crente faz, seja em público, seja em privado. Bendito seja Deus, que jamais se esquece de nossa dedicação. Bendito seja Deus, que aceita e recompensa seres tão pecadores e infiéis, imerecedores de qualquer dádiva ou gratificação. Bendito seja Deus, que nos gerou novamente pela graça e nos deu uma vida altruísta e disponível para servir! Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. (Cl 3:24)

Sei que aqueles crentes que partiram estão junto de Deus e que, naquele dia, receberão a recompensa; até aqueles que serviram sem que ninguém os notasse ou recompensasse. Naquele dia a justiça prevalecerá e o Senhor glorificará o Seu Nome. Aleluia!

Wagner Antonio de Araújo
08/06/2018

terça-feira, 5 de junho de 2018

memórias literárias - 673 - GERADOS PARA QUEM?

GERADOS
PARA QUEM?
 

673

E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu. (Hb 2:13)
Enquanto orávamos ao Senhor ontem à noite, Deus deu à Elaine e a mim a mesma convicção: não sabemos se os nossos filhos seguirão a Jesus quando crescidos; mas com certeza não geramos filhos para o Inferno. Infelizmente, neste momento, há uma multidão de pais crentes que choram a frieza espiritual de seus descendentes. Filhos que foram criados debaixo da orientação da Palavra de Deus, que experimentaram um ambiente espiritual na vida de seus pais, que viram o poder do Senhor ao longo de anos. Contudo, ao chegarem à maioridade, declararam independência e rebelião, abandonando o evangelho e, não raras vezes, assumindo bandeiras que não são divinas, mas do ventre. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. (Rm 16:18)
"Onde erramos?", perguntam, em lágrimas, tais pais. Teriam sido rudes demais, condescendentes, talvez; onde erraram? Geralmente soa dolorida a frase bíblica, a promessa do Senhor: Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele. (Pv 22:6). Lembro-me do tempo em que não era casado e nem tinha filhos; considerava os adolescentes da igreja como meus filhos espirituais. Via alguns a desviarem-se dos ensinamentos que diuturnamente receberam na igreja, e sofria penosamente. "Senhor, tanto ensinei, procurei admoestar, exortar, dar o exemplo; onde foi que eu errei?" Dorothy Whitehead, missionária e amiga, de saudosa memória, disse-me: "Wagner, Deus criou Adão e Eva, e naquele primeiro casal, a primeira dor de um pai, ao ver os filhos rebeldes; Ele compreende a sua dor". Sim, de fato, Deus não errara; Ele fizera tudo perfeito. E por que os seus filhos recém-criados rebelaram-se? Por causa do pecado, essa desgraça da má escolha que fizeram. E, diante disto, pagaram caro, não apenas eles, mas a descendência toda. O Pai só aceita obediência voluntária, que não é natural ao ser pecador. O homem tende a rebelar-se. Assim, ao contemplar-nos em tão vil perdição, Ele mesmo estabeleceu um meio de salvar-nos: a redenção em Cristo. Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), (Ef 2:5)
Os nossos filhos também escolherão o seu destino. Eles aprenderão conosco o caminho da vida. Caberá a eles, entretanto, segui-lo. Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, (Dt 30:19). Não sabemos qual serão as suas escolhas. Mas podemos orar por eles! E, em oração, podemos dizer com convicção e com resolução: "Santo Pai, não geramos filhos para o Inferno; tenha piedade de nossos filhos e conduz a cada um deles ao arrependimento e à conversão verdadeira! Gera-os de novo em Cristo! Salva os nossos filhos!" Tal oração de um pai ou de uma mãe tem muito valor para Deus. Não sabemos até onde poderá intervir e ser eficaz, pois não conhecemos nem o plano divino e nem o coração dos filhos em sua inteireza. Mas conhecemos o que diz a Escritura Sagrada: Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo os meus caminhos defenderei diante dele. (Jo 13:15);  A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tg 5:16); E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se não me abençoares. (Gn 32:26).
Oh, Deus, fortalece o coração dos pais que sofrem pela vida inconversa de seus filhos e atende as súplicas daquelas almas ansiosas! Concede que cada filho que foi gerado debaixo de uma legítima dedicação ao Senhor venha efetivamente aos pés do Senhor. E outros, cujos pais converteram-se depois, sejam igualmente salvos pela misericórdia Tua. Em nome de Jesus, amém!

Wagner Antonio de Araújo
05/06/2018
(mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite de sua diretora, irmã Ana Maria Suman Gomes).
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whatsapp: 011-99699-8633

segunda-feira, 4 de junho de 2018

PR. WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO DEIXA A BOAS NOVAS DO RODOANEL


PASTOR WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO DEIXA A BOAS NOVAS DO RODOANEL!!!

início em 1996


Término em 2018

A MINHAETERNABOAS NOVAS

  
07 de novembro de 1996. Nascia, no quintal da casa de um irmão, a congregação que daria origem à IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Trinta e três irmãos convidaram-me para pastoreá-los. Não havia local, nem bens, nem nada. Um grande desafio. Aconselhei-me com pastores veteranos e aceitei o convite. Alugamos uma garagem abaixo de uma avícola. Deus estava presente!




04 de novembro de 2000. No segundo imóvel da nossa história, à Rua Boaventura Valério de Miranda, no Novo Osasco, Osasco SP, era organizada a IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Um dia festivo, alegre, maravilhoso! Deus estava presente!




Em 15 de agosto de 2010 celebramos o último culto no terceiro endereço alugado, Avenida Internacional, 598, no Santo Antonio, Osasco, SP. Dali partimos para as residências dos irmãos. Não tínhamos condições de pagar um local. Deus estava presente!






Em 01 de outubro de 2011 compramos o terreno onde passaria a reunir-se a IGREJA BATISTA BOAS NOVAS, à Rua Urano, 99, Jardim Novo Horizonte, no município de Carapicuíba, SP. Deus estava presente!





Em 03 de dezembro de 2011 inauguramos o salão de cultos, a CASA 01, na propriedade adquirida por nossa igreja. Um culto inesquecível, festivo, emocionante. Deus estava presente!



Em 13 de fevereiro de 2014 celebramos a assinatura do contrato de construção da laje onde seria erguida a capela de madeira da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!



Em 31 de maio de 2014, juntamente com os irmãos norte-americanos, inauguramos a capela de madeira da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!
  


Em 21 de junho de 2015 inauguramos a RAMPA PARA O ESTACIONAMENTO, com o Pr. Timofei Diacov. Deus estava presente!


Em 15 de maio de 2016 inauguramos o berçário da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!


Em 11 de setembro de 2016 inauguramos o gabinete pastoral da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!


Em 23 de novembro de 2016 conseguimos colocar a rampa que daria acesso à capela da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!


Em 22 de dezembro de 2017 inauguramos o piano que ganhamos da Igreja Batista em Vila Pompéia. Deus estava presente!


Em 21 de maio de 2018 preguei o meu último sermão na qualidade de pastor da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS. Deus estava presente!




Em 24 de maio de 2018 realizamos uma abençoada reunião da diretoria da IGREJA BATISTA BOAS NOVAS, onde anunciamos o término de nosso ministério à frente da igreja, após 21 anos, seis meses e dezessete dias ou 7.868 dias de maravilhosa oportunidade de serviço ao Senhor e àqueles irmãos! Deus estava presente!




Em 02 de junho de 2018, às quinze horas, em sua sede, a Igreja Batista Boas Novas realizou uma abençoada assembléia extraordinária, onde, pela graça e misericórdia do Senhor, elegeu o seu novo pastor, dando-lhe imediata posse, PR. APARECIDO DONIZETE FERNANDES. Deus estava presente!

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; (Ec 3:2)

Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. (Jo 12:24)

Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. (Js 1:2)

Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. (1Co 3:6)

Ao darmos início à Missão Batista Boas Novas,não tínhamos qualquer patrimônio físico. Hoje, pela misericórdia de Deus, possui terreno de 600 metros quadrados e um patrimônio estimado em mais de meio milhão de reiais, contando com laje, dependências, mobília e equipamentos. Para chegarmos a isso INÚMEROS AMIGOS E IRMÃOS, atendendo aos meus apelos pessoais, doaram de si e a si próprios, possibilitando, dia após dia, o alcance dos alvos propostos. Pela graça de Deus tudo aconteceu e ali está o vivo testemunho da graça de Deus operando através da vida de tantos. 

À semelhança de Abraão, saio "sem saber para onde vou", mas certo de que o Espírito Santo conduziu-me até aqui; certamente o fará daqui para frente também. Como Paulo posso afirmar que "de ninguém cobicei prata ou ouro", sempre transformando em patrimônio eclesiástico cada centavo que de tantas fontes foram obtidos. Saio sem qualquer patrimônio ou indenização pessoal, sabendo que tudo foi feito para a glória de Deus, e só dEle qualquer recompensa, em havendo, será concedida (e nos Céus).

Deus nos mostrou que era hora de encerrar a nossa participação nesta amada, preciosa e inesquecível igreja. Sábio é perceber a hora de terminar. Deus cuida de Suas igrejas e também de Seus ministros. O querido amigo e pastor Aparecido Donizete Fernandes dará a continuidade. 

Um foguete tem duas ou três fases. Um forte motor leva o artefato do chão até uma determinada altura; mas, terminada a sua tarefa, dá lugar a outro, já preparado, para que inicie a sua tarefa. O primeiro deixa o foguete. Ele fez o que devia fazer. Sem ele o foguete não estaria lá. Mas agora deve dar lugar ao outro, para que também cumpra a tarefa específica. Durante quase 22 anos Deus escalou-me para ser o pioneiro. Agora Ele cuidará da Sua igreja com o outro colega.  Como disse Paulo, Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. (1Co 3:7). Por tudo isto dizemos: BENDITO SEJA DEUS!

Quero agradecer aos inúmeros amigos, cujos nomes estão registrados no coração de Deus e em minha alma, que, ao longo de décadas, ajudaram com as suas orações, ofertas, visitas e apoio, à realização deste trabalho pioneiro. Saibam: cumpriram comigo a tarefa inicial. Eu a todos digo: MUITO, MUITO OBRIGADO!

Desde agora, para a glória de Deus, estarei disponível para a tarefa que o Senhor determinar. Os colegas pastores de minha denominação, as igrejas batistas que tomarem conhecimento, saibam que estou à disposição para aceitar um novo ministério, seja onde Deus mandar, inclusive fora de São Paulo. Orem por mim e por minha família. E orem para a minha amada, inesquecível e sempre presente IGREJA BATISTA BOAS NOVAS!

Contatos comigo para possíveis convites para o púlpito, conferências ou iniciativas de novo pastorado podem ser feitos pelos seguintes meios:

Telefone: 011-2369-3231
Whatsapp Vivo: 011-99699-8633
e-mail: bnovas@gmail.com
facebook:
https://www.facebook.com/wagnerantoniode.araujo.35

Que Deus a todos abençoe!

Pastor Wagner Antonio de Araújo
Rua Raul Pompéia, 877
Vila Pompéia
05025-010 - São Paulo - SP


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