quarta-feira, 23 de março de 2016

memórias literárias - 327 - VENHA E BEBA

VENHA E BEBA!
 
E o Espírito e a noiva dizem: Vem.
E quem ouve, diga: Vem.
 E quem tem sede, venha;
e quem quiser, tome de graça
da água da vida. (Ap 22:17)
 
 
Quando a Bíblia nos apresenta Deus, o faz pensando no único Ser soberano, eterno, justo, que em santo amor sustenta todas as coisas. E o apresenta em sua triunidade e trindade benditas.
 
Deus é Pai. É o criador e sustentador do universo. É a Ele que oramos em nome de Jesus. Foi dEle o plano de salvação e foi Ele quem nos adotou como filhos, ao lado de Seu unigênito, Jesus Cristo.
 
Deus é Filho. O único nascido em carne que foi pré-existente. Todos nós nos originamos no ato da concepção, no ventre de nossa mãe. Ali nasce o nosso ser. Mas Cristo já existia antes da encarnação. Ele é antes de todas as coisas e nEle está a glória do próprio Deus. Diz-nos a Bíblia que quem olha para Jesus está contemplando o próprio Pai. Foi Ele o nosso redentor, Aquele que em santo amor ofereceu-se como sacrifício em lugar de cada um de nós. Ele é o nosso Senhor, o nosso Mestre, o dono de nossa vida.
 
Deus é Espírito. O Espírito Santo, presente em toda a eternidade, na criação, no caos que originou a nossa Terra, quando pairava sobre a face das águas. Ele é portador de tudo o que é do Pai e do Filho. Ele é o Consolador bendito, enviado por Jesus, que nos ensinaria todas as coisas. E, através da inspiração dos autores neotestamentários, fê-lo de forma eficiente, revelando-nos todas as coisas. Hoje Ele nos ilumina no que já revelou, dando-nos de Sua graça, sabedoria, discernimento, capacitação, poder e consolação.
 
Diz-nos o texto acima: "O ESPÍRITO E A NOIVA DIZEM: VEM".
 
O Espírito já sabemos quem é. Ele é responsável em convencer os homens do pecado, da justiça e do juízo. É Ele quem realiza o chamado irrecusável da graça no coração e na alma do pecador perdido. Ele é quem provoca sede de Deus, necessidade de um encontro com o Criador. Diz-nos a Bíblia que Ele diz: VEM. Sim. Em cada frase dos evangelhos, inspirados pelo Espírito, encontramos o Seu chamado, nas frases do Senhor Jesus: "Vinde a mim todos vós". Ele chama.
 
Mas o texto diz que a NOIVA também chama. Algumas versões trazem A ESPOSA. Quem é esta? Trata-se da IGREJA de Cristo, o corpo místico do Senhor, o grupo daqueles que, convertidos a Jesus, tornaram-se a nação eleita, o sacerdócio real, o povo escolhido de Deus. O conjunto desse povo, aos olhos de Jesus, representa a Sua noiva, a Sua esposa, ataviada, preparada, adornada para a grande festa de casamento a realizar-se na eternidade, quando, completa, estiver com Jesus. Diz-nos a Bíblia que ela, a noiva, a igreja chama, diz VEM.
 
De fato é papel da Igreja do Senhor, do povo de Deus, chamar os pecadores ao arrependimento. A evangelização é uma missão do Espírito e da Noiva. É por esta razão que as igrejas do Senhor unem os seus esforços para pregar o evangelho. Pregam nos cultos, nas casas, nos estudos bíblicos, no rádio, na televisão, através de livros, folhetos, através de sites, no testemunho pessoal, na distribuição de literatura. Uma igreja que se diz NOIVA do Cordeiro chama o povo para vir a Jesus!
 
Mas não são apenas eles, o Espírito e a noiva que chamam. O texto continua, dizendo: QUEM OUVE DIGA: VEM. Sim. Cada um dos que se achegam a Jesus e suprem a sua sede de Deus, acaba por alistar-se no exército dos que convidam os demais para a vida eterna. Dizia-nos o Pr. João Filson Soren, saudoso pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, que o salvo é como um mendigo que, tendo achado comida, volta aos seus iguais, dizendo: "ACHEI PÃO!". Sim, a Bíblia diz que os que ouvem o chamado do Espírito e da noiva tornam-se arautos da salvação. Talvez considerados chatos, irritantes, insistentes. Mas dessa insistência depende, muitas vezes, a aceitação de um convite. A insistência é semelhante àquele que tenta de todas as formas arrastar as pessoas que estão num edifício em chamas. Elas não sabem, mas ele sabe, por isso insiste.
 
O texto complementa esse chamado, dizendo: QUEM QUISER, TOME DE GRAÇA DA ÁGUA DA VIDA. Num mundo capitalista como o nosso, é inimaginável algo realmente de graça. Mesmo no suposto mundo socialista, isso não existe. Na Coréia do Norte, por exemplo, o país mais comunista do universo, as pessoas só têm direito a 150 gramas de comida por dia, não há mais. Se quiserem mais, terão que pagar. Logo, a comida diária não é de graça, pois não é abundante. Costumamos dizer que o que é de graça não é bom. Ocorre que, neste contexto, é de graça para quem vai e bebe, mas custou o sangue de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Esta água foi paga e muito bem paga, para poder ser distribuida POR GRAÇA, isto é, imerecidamente aos pecadores sedentos.
 
E o que diz? TOME DE GRAÇA DA ÁGUA DA VIDA. Almas sedentas de Deus poderão dessedentar-se junto à fonte de água cristalina, que é Cristo. Há algo mais precioso para um sedento, que sente toda a desidratação de um sol escaldante sobre o corpo, que uma caneca de água fresca a aliviar-lhe a sede? Não, não há. O que ocorre é que muitas vezes pessoas que não têm sede tomam da água sem vontade e por isso não a valorizam. Mas na necessidade e na sede o valor da água é monumental. O pecador chamado pelo Espírito Santo, através da noiva, a igreja, e dos que vieram e beberam, os evangelistas e testemunhas de Cristo, podem indicar ao sedento o caminho da cruz, o caminho de Jesus, o caminho da redenção!
 
É verdade também que muitos que já se dessedentaram em Cristo, através da conversão, acabaram por esfriar na fé, deixando de ir à fonte, ao Senhor, tornando-se frios espiritualmente. Outrora eram tocados por Deus até com os hinos cantados na igreja, com as orações, com a leitura bíblica. A simples menção do nome do Senhor tocava a alma e o espírito, trazendo quebrantamento e comunhão. Com o tempo a insensiblidade tomou conta e, como diz o caboclo, o couro ficou grosso. Já não sentem mais a presença de Deus, já não têm sede de Deus e da graça da comunhão. E o que fazer?
 
VENHA E BEBA! Sim, a fonte continua aberta e deve ser visitada todos os dias! Trata-se da comunhão do crente com Cristo, em oração, de portas fechadas, onde o Pai, que vê em secreto, recompensa aos buscadores. Como diz o salmista: "assim como a corça suspira pela corrente das águas, assim por Ti, ó Deus, suspira a minha alma! A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo!" (Salmo 42.1-2). O crente que não tem sede de Deus é como o doente cujo sistema digestivo não está sadio. Ele não sente fome, ele não sente sede. Mas o que faz a enfermeira que dele cuida? Insiste para que coma só um pouco, beba só um bocado. Dessa insistência e dessa alimentação surgirá, novamente, a fome e a normalidade do corpo. Assim deve o crente frio e sem vida ir até a fonte e beber, beber, beber, até voltar a ter sede!
 
Que o Senhor nosso Deus, dono de nossas vidas, autor do chamado irrecusável da graça e da fé, que nos trouxe até Cristo que supriu a sede de nossa alma, faça de nós arautos dessa mensagem de salvação e constantes bebedores da fonte da vida eterna, de Jesus, o nosso Salvador.
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

23/03/2016

sexta-feira, 18 de março de 2016

memórias literárias - 326 - FOGO NO PAIOL

FOGO NO PAIOL

Wagner Antonio de Araújo

326
As galinhas do sítio ESTRELA eram bem tratadas. Giselda era uma delas, galinha índia muito bonita, cujos ovos eram muito apreciados. Não fazia muito tempo ela havia tomado conta do paiol de milho. Seu Gumercindo, o proprietário, descobriu que ela estava chocando seus ovos num cesto de palha.

Dias depois ela apareceu no terreiro, com uma enorme ninhada, pintinhos saudáveis, fortes e espertos.

Um dia, porém, veio a tempestade. Muitos raios caíam nas redondezas. De repente um raio caiu tão perto que parecia ter caído dentro de casa! O raio incendiara o paiol. Seu Gumercindo correu para lá, na tentativa de salvar o milho.

Seu filho gritou: “Papai, papai, a Giselda está lá! Salve a Giselda, papai!”  

O pai correu ao paiol em chamas. Os sabugos de milho nas palhas queimavam com grande rapidez. Procurou por Giselda, mas não a encontrou. Foi quando um peão da fazenda gritou: “achei a galinha!” Ao encontrarem-na, não foram capazes de conter a emoção. Giselda estava toda queimada, com a fumaça subindo de suas penas derretidas. Ao levantarem-na, encontraram a ninhada toda acolhida debaixo das asas. Estavam todos vivos e nenhum dos pintinhos morrera. A galinha salvara a vida de seus filhotinhos perdendo a própria vida.

Isso nos faz lembrar uma promessa que está na Bíblia: “Deus lhe protegerá, cobrindo-lhe com as suas penas, e debaixo de suas asas estará seguro” (Salmos 91.4). Jesus Cristo, o Filho de Deus, também teve o mesmo gesto, Ele deu a própria vida para salvar a humanidade de seus pecados e garantir a vida eterna, uma vida que nunca acaba.  Quando confiamos em Jesus, Ele nos acolhe, nos protege e nos dá perdão de todos os pecados. Nós podemos ter segurança quando nos acolhemos debaixo da proteção de Jesus. Ele disse: “Eu sempre estarei com vocês até o fim dos tempos (Mateus 28.20). Fale com Ele agora, através de uma oração: “Jesus, eu quero que sejas o meu Salvador”. Amém.

obs: esta mensagem tornou-se um folheto:

quinta-feira, 17 de março de 2016

memórias literárias - 325 - FOMOS GRAMPEADOS

FOMOS GRAMPEADOS!
 
 
 
325
A nação brasileira ouviu, perplexa, as gravações de telefonemas particulares das maiores autoridades governamentais do país. E o que ouviu foi de tal forma aviltante, chulo, criminoso e vil, que transformou um conhecimento público no estopim final da indignação nacional. Há uma repulsa, um nojo, um mal-estar generalizado, uma impressão de hipocrisia pública, pois o que se ouviu é tão diferente da imagem pública, que causa uma sensação de traição, de ludíbrio, de maquiagem artística enganadora.
 
Os que tiveram as vozes reveladas discutem a legalidade das gravações, esquecendo-se, infelizmente, de que o conteúdo registrado é de tal forma degradante que não há desculpas para o que foi dito, seja em privado, seja em público. Mulheres, homens, presidente, ministros, deputados, prefeitos, advogados, gente que deveria dar o exemplo através de uma linguagem sadia e virtuosa, mostraram-se chulos, mundanos, promíscuos, torpes e absolutamente degradantes.
 
CONTUDO, e não querendo em hipótese alguma tirar uma vírgula sobre a gravidade de tais gravações, eu me pergunto: o que aconteceria se os PASTORES e MINISTROS DO EVANGELHO recebessem uma escuta telefônica, tendo suas conversas particulares gravadas e publicadas? O que aconteceria se as ESPOSAS e os MARIDOS cristãos fossem grampeados e tivessem suas falas registradas para os cônjuges? O que os filhos achariam das conversas íntimas de seus pais com amigos ou conhecidos? O que aconteceria se OS CRISTÃOS fossem monitorados e tivessem seu sigilo pessoal descoberto?
 
Ouso dizer que muitos de nós nos surpreenderíamos com as coisas que dizemos em particular! Lamento afirmar que muito do que não se diz publicamente para evitar escândalo, é dito sobejamente em privado, sem pejo e sem piedade!
 
Acompanhemo-nos em nossas falas diárias.
 
O que dizemos quando um carro nos fecha no trânsito e estamos sozinhos no volante? O que falamos quando ninguém nos escuta? O que dizemos quando um carrinho de supermercado passa sobre o nosso pé? O que dizemos quando tomam o nosso lugar na fila? O que dizemos quando a conta de luz chega com 70% de aumento e o salário com um desconto monstruoso?
 
O que dizemos ao telefone com pessoas de nossa intimidade, pessoas com quem podemos pensar alto? Muitas vezes, sem a ética pública, deixamos que a linguagem se torne livre e solta e, não raras vezes, transformamos a nossa fala num monumento ao baixo calão e ao livre curso dos palavrões!
 
O que dizemos sobre as pessoas quando estamos com outras que gozam de nossa intimidade? Na frente delas somos corteses e elegantes; mas basta que estejamos seguros da privacidade para que expressemos da forma mais dura e ácida a nossa opinião sobre amigos, sobre líderes, sobre irmãos, sobre ministros do evangelho, sobre pessoas da família, sobre liderados, sobre funcionários ou patrôes. Se as nossas conversas fossem gravadas poderiam não ser muito diferentes das chulas e torpes conversas que ouvimos durante esta semana!
 
Conheci um pastor que, ao jogar futebol, era quem mais xingava em campo. Interpelado pela juventude da igreja, ele saiu-se com essa pérola: "Na igreja eu sou pastor; aqui eu sou atleta". Conheci um pregador que não percebeu a presença de uma abelha junto ao púlpito; enquanto buscava a passagem bíblica foi picado pelo inseto. E, com toda a força da expressão, gritou um palavrão escabroso para um auditório de 200 pessoas! Claro, acostumado a xingar em particular, reagiu da forma natural e sem lembrar-se da etiqueta! "...  porque da abundância do seu coração fala a boca."(Lc 6:45) Quantas cristãs que postam no facebook usam expressões chulas para falar de suas emoções, opiniões ou deboches! Lembro-me de ter sentido vergonha de membros da igreja que pastoreio, quando vi expressões mundanas em suas publicações!
 
Os fatos desta semana tenebrosa no Brasil levaram-me a examinar-me intimamente.
 
Se um grampo fosse instalado não em meu telefone, mas em minha mente, o que seria coletado? O que seria escutado? Que tipo de palavras seriam registradas? E as que eu falo na intimidade das pessoas que convivem comigo, expressam a fé que eu alego ter no Senhor Jesus Cristo e numa vida guiada pela Palavra de Deus? Será que eu sou realmente alguém que vive o que prega? Será que o que eu falo em particular não escandalizaria os que olham para mim em busca de um exemplo a ser seguido?
 
Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. (Cl 3:8)
 
Se sou um cristão verdadeiro tenho que ter cuidado com o que penso e com o que falo. Ser livre em Cristo não significa ser livre para pensar no que quiser ou falar o que desejar e com a linguagem que escolher. A linguagem do crente deve ser uma linguagem que expressa um nível moral, ético e espiritual à altura do senhorio de Jesus Cristo!
 
Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós. (Tt 2:8)
 
O adversário, Satanás, busca oportunidades para nos envergonhar e envergonhar o evangelho de Cristo. Cada vez que damos vazão às palavras de baixo calão, que expressamos opiniões ácidas contra as pessoas ou que nos envolvemos em palavreados mundanos e chulos, envergonhamos a Cristo e nos tornamos um escândalo para o evangelho.
 
Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado. (Mt 12:37)
 
Sim, as minhas palavras são preciosas. Enquanto na minha boca, são minhas escravas. Quando saem, eu me torno escravo delas. E a questão é simples: eu disse. E, por ter dito, tenho que assumir todas as consequências! Se foram palavras sábias, elas trarão vida, transformação e bênção; se foram palavras chulas, satânicas e mundanas, elas trarão a minha condenação e a minha perdição.
 
O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados. (Mt 10:27)
 
O Senhor Jesus disse que Suas palavras seriam proclamadas nos telhados. Seriam divulgadas. E, em sendo seguidores do Senhor, as nossas também. Assim, as palavras que dizemos, quer sejam públicas, quer sejam privadas, devem passar pelo crivo divino:
 
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. (Ef 4:29)
 
Será que um telefonema meu, grampeado, edificaria a pessoa que o escutasse? Será que o que eu digo depois do culto em particular pode ser publicado no boletim da igreja? Será que o que falo no carro sozinho é digno do nome do Senhor? Será que o que eu publico nas redes sociais ou nos whatsapps da vida, em particular, poderia ser inspirativo se viesse a ser público?
 
Pois eu quero afirmar com absoluta segurança: um dia TODOS prestaremos conta de CADA PALAVRA que já dissemos. "Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo." (Mt 12:36) Teremos que prestar contas; não com a justiça do país, mas com O DEUS DE JUSTIÇA, de onde emana todo dom perfeito e toda verdade.
 
Estaremos preparados para o grampo divino?
 
Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces. (Sl 139:4)
 
Cuidemos de nossos pensamentos. E, além deles, de nossas palavras.
 
Que Deus colha de nós coisas melhores do que as que ouvimos nesta semana!
 
Fomos grampeados por Deus.
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

18/03/2016

terça-feira, 8 de março de 2016

memórias literárias - 324 - HOMENAGEM A UMA MULHER

HOMENAGEM A
UMA MULHER
324
No último domingo, dia 08/03/2016, a Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil, surpreendeu a Elaine e a mim. Sem que soubéssemos, o departamento MCA-C (Mulheres Cristãs em Ação - Clássicas) preparou uma singela e linda homenagem à esposa do pastor. Presentearam-na com uma orquídea, uma caixa de doces e lindas palavras de apreço e incentivo. Elaine emocionou-se, agradeceu, e eu senti-me profundamente grato. Nunca a minha esposa havia recebido tal homenagem.
 
Homenageá-la foi um privilégio. E quero aproveitar aquela linda cena para homenagear a mulher que Deus me concedeu para ser minha esposa e mãe de nossa filha.
 
Elaine é uma mulher digna desse substantivo e adjetivo. Uma mulher em toda a essência da palavra. Uma mulher absolutamente feminina, dotada de beleza, de ternura, de delicadeza, de coragem, de persistência, de capacidade, de inteligência, de amor e de profunda sensibilidade. Elaine foi muito bem educada por outra mulher virtuosa, sua mãe Masumi Okada. Em seu lar aprendeu os valores da honestidade, da decência, do trabalho e do estudo. E ao converter-se a Cristo foi transformada numa mulher segundo o coração de Deus.
 
Elaine é uma mulher estudiosa. Estudou com dedicação e com responsabilidade em todos os ciclos naturais da educação no Brasil. Fez o primeiro e o segundo grau, cursou a faculdade, pós-graduou-se e tornou-se exímia profissional. Além disso, desenvolveu habilidades em francês e em inglês, e aplicou-se à música, buscando servir melhor ao Senhor Jesus Cristo, transformando-se em pianista/organista da igreja, além de conhecer flauta, violino, baixo e outras facetas da música. Em sua sede pelo saber buscou conhecer outras matérias, como contabilidade, eletrônica e teologia.
 
Elaine é uma mulher trabalhadora. Não mede esforços para realizar tudo o que lhe vêm às mãos. No serviço secular é exemplar e mantém uma personalidade marcante, de pensamento claro e atuação de liderança. Faz tudo com dedicação, buscando a excelência, e produz com eficácia. Nas tarefas domésticas é completa: sabe organizar, dinamizar, concretizar e criar eficientes sistemas de armazenamento e rotinas de trabalho. Nada é difícil para ela: se não sabe algo, procura conhecer e realizar. Para cada desafio Elaine sempre tem uma meta: atingir e superar. E, com a graça de Deus, tem conseguido resultados cada dia melhores.
 
Elaine é uma mulher generosa. Ela nunca fecha o coração para ninguém, a começar para o Reino de Deus. Uma dizimista fiel e ofertante amorosa, coloca o serviço do Senhor em primeiro lugar de seu orçamento. Esposa de um pastor cujos proventos são parcos, jamais enxergou essa dificuldade como pejorativa ou diminutiva da capacidade do cônjuge. Pelo contrário, encara tudo isso como uma dádiva do Senhor, unindo-se ao esposo no sustento do lar. Aos domésticos da fé jamais deixou de ajudar, dentro das suas limitações e possibilidades. E ao próximo nunca deixou de estender a mão, acreditando que é a vontade do Senhor servir com amor a todos que cruzam o seu caminho.
 
Elaine é uma mulher de oração e de consagração. Mantenedora de uma rotina diária de leituras bíblicas e de contínuas orações ao Senhor, Elaine destaca-se pela fé inabalável, pela obediência inquestionável à vontade do Pai e pela vida pautada nos valores espirituais de uma crente fiel. Possui íntima comunhão com Deus, permite-se encher do Espírito Santo a cada dia e tem sido usada por Ele na oração pelas pessoas. Ela crê no poder da oração acima do poder humano ou dos recursos materiais. Suas batalhas ela vence de joelhos, orando insistentemente ao Senhor, com toda a submissão. Elaine é uma heroína da fé.
 
Elaine não brinca com o pecado. Vive uma vida moralmente digna e distante de qualquer contato com a malícia, com os padrões vis deste mundo tenebroso. Elaine não se envolve em conversas tolas, chulas ou conflitos. Ela, como descendente japonesa, é comedida na fala e reservada nos contatos, mas completamente consciente de que não deve conformar-se com este mundo, mas pautar sua vida, palavras e pensamentos nos ensinos do Senhor Jesus Cristo. Estar ao seu lado, desfrutar de sua comunhão ou conversar com ela é motivo de alegria e oportunidade para o crescimento como ser humano e como cristão!
 
Elaine descobriu-se mãe virtuosa. Quando a nossa filha Rute Cristina Farias de Araújo nasceu, também nasceu a mamãe Elaine. Quanta ternura. "O segundo olhar mais lindo deste mundo é o da mulher olhando o filho tão querido" (canção do Pe. Zezinho). E, de fato, ver Elaine com Rute no colo, é um quadro que, pela beleza transmitida e pela bênção recebida, não tem preço! Elaine ama a Rutinha. Sofre com suas enfermidades, festeja as suas curas, a alimenta com total dedicação, passa as noites junto ao bercinho, cuida de sua cria com cuidado e esmero monumentais. Ela canta hinos para a filha, dá diariamente a bênção araônica para a Rute e mantém um clima cristão constante em tudo o que faz. Rute não poderia ter mãe melhor! Ao vê-la deixar Rute andar de cavalinho em seu pescoço rio-me e glorifico ao Senhor pelos bons momentos que minha pequenina vive ao lado de sua querida mãe!
 
Elaine é esposa maravilhosa. Deus colocou em seu coração amar-me. Fez dela a esposa por quem sempre busquei. Transformou-se em minha fiel ajudadora. Ela não é pastora nem nunca será, pois não cremos nisso. Mas confesso que, se não fosse ela ao meu lado, muitas vezes eu teria desistido. Ela é a Rute de Boaz, a Abigail de Davi e a Priscila de Áquila. Ela é muito mais do que pedi, muito mais do que mereço e muito mais do que eu poderia imaginar. Festeja as minhas festas, chora as minhas dores, mantém-se ao meu lado quando todos vão embora e transforma as noites frias sem luar em esplendores estrelados de um céu de brigadeiro! Elaine torna os meus desertos terra fértil, as minhas dores em prazer e as minhas lutas em vitória, sempre ao lado do Senhor!
 
Hoje, no DIA INTERNACIONAL DA MULHER, quando o mundo homenageia estas jóias da criação de Deus, homenageio aquela que transformou-se na rainha do meu coração, a companheira do meu ministério, a mãe de minha filha e aquela que mais amo neste mundo.
 
Je t'aime comme je ne l'ai jamais aimé personne!
 
Parabéns, amada Elaine Okada de Farias Araújo, a minha mulher nota mil!
Eu te amo!
 
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
08/03/2016


memórias literárias - 324 - UMA HISTÓRIA INCONCLUSA

UMA HISTÓRIA INCONCLUSA
IBBNR - 08/03/2016
 
Um Informativo Necessário
A Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil, possui uma linda história, iniciada através da consciência da fidelidade às Escrituras Sagradas, alimentada pelos anos pela graça do Senhor e mantida perseverantemente por um grupo de irmãos que não titubeou em aguentar todas as dificuldades, entre os quais está o seu pastor. A história tem 19 anos, ou 231 meses, ou 1008 semanas ou 7061 dias. Foi em 07 de novembro de 1996.
 
Nasceu Numa Quinta-feira
Um dia após uma assembléia extraordinária numa igreja de Osasco, SP, após a saída do Pr. Wagner Antonio de Araújo, um grupo de irmãos convidou-o para pastoreá-los; ele, informando-se com colegas experientes que o aconselhavam, aceitou o desafio e, num quinta- doméstico no bairro do Novo Osasco, surgia a Missão Batista Boas Novas de Osasco, SP.
 
Começou Num Galinheiro
A casa encontrada para o início dos trabalhos era abaixo de uma avícola. A garagem semi-aberta foi adaptada e em 20 de novembro de 1996 foi inaugurada. Pregou o Pr. Augusto Victorino, decano da associação ABOA-SP, fortalecendo a fé dos crentes e concedendo diretrizes bíblicas para o seu trabalho evangélico. A congregação tornou-se "filha" da Igreja Batista Betel de Itapevi, São Paulo, com o apoio irrestrito do Pr. Walter Roosch.
 
Transferidos Para um Salão
Em 1998 a congregação deixou o local devido aos problemas sanitários da instalação de um bar no local do galinheiro. Fomos para um quarteirão dali. Um salão que já fora ninho de outras duas igrejas evangélicas. Adaptamos um mesanino com o gabinete pastoral e uma sala de jovens. Os cultos foram maravilhosos e o Senhor abençoou o seu povo.
 
A Organização Como Igreja Batista
O crescimento era visível em todos os sentidos: batismos, transferências, criação de conjunto musical, coral, boa diretoria, forte evangelização, finanças compatíveis. Em 04 de novembro de 2000, com a presença da diretoria da ABOA, SP, associação batista da Convenção Batista do Estado de São Paulo, foi organizada a Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP. Dia festivo, inesquecível, que nos trouxe a concretização de um grande ideal.
 
Lutas Difíceis
"Temos por lutas passado, umas terríveis, cruéis". Onde há o homem, alí há o problema. E não foi diferente com a jovem igreja. Uma divisão não tardou acontecer. Motivada pelo interesse administrativo e pela direção da congregação, foi necessária uma dura assembléia para tratar do assunto. Como a base era falsa (acusações infundadas), e o grupo acusador era minoritário, a igreja teve a sua primeira amputação. Infelizmente a dificuldade alastrou-se por alguns meses e o rebanho foi reduzido. "Tende bom ânimo; eu venci o mundo", disse Jesus. E a congregação esperou no Senhor.
 
Um Grande Galpão
Uma igreja pentecostal estava unindo-se a outra e o galpão da Av. Internacional, no bairro Santo Antonio, ficaria à disposição para aluguel. Informados disso e após uma visita, a igreja decidiu mudar-se para lá. Sem condições financeiras, fizeram um pacto por seis meses, para dobrar as ofertas, mas seriam insuficientes. O Pr. Wagner, através de sua nascente rede de amigos pela internet, conseguiu reunir um grupo que daria uma expressiva contribuição por seis meses. Então em 2003 a Igreja Batista Boas Novas de Osasco passa a funcionar no bairro Santo Antonio.
 
Boa Música, Expansão e Enfraquecimento Financeiro
No novo endereço Deus muito abençoou a igreja. Os adolescentes e jovens cresceram. Lídia de Oliveira, primeira diretora de música, o Pr. Wagner e Izamara, a então secretária, ensinaram o básico em termos de música e os talentosos alunos extrapolaram os ensinos. Os cultos eram concorridos e o galpão encheu-se. Vários batismos. Abriram-se duas congregações, uma no bairro Primeiro de Maio, em Osasco, e outra em Vila Souza, em São Paulo. Mas muitos que vieram para a igreja, atraídos pela boa música ou pela facilidade dos ônibus que passavam pela avenida, partiram para outras denominações mais expansivas, que lhes davam palcos maiores. Ou então buscaram maiores confortos em templos melhores. Reduziu-se o rebanho, reduziram-se as finanças. E em 2010 tivemos que entregar o salão, guardar os nossos pertences nas casas e nos reunir na casa dos irmãos que generosamente nos concediam guarida.
 
Uma Campanha Que Ganhou Espaço
O Pr. Wagner era conferencista internacional, secretário da Good News Partnership Missions, representando-a no Brasil. Por três vezes esteve a pregar em igrejas de vários estados americanos. Aqueles irmãos foram generosos e ofertaram para ele com amor. Ele, usando da mesma atitude, não guardou para si um único dólar e o entregou para a Boas Novas. Com a debandada de pessoas em 2001 o dinheiro foi usado para despesas de sustento, acabando-se. Posteriormente o pastor pregou na Europa e cada centavo que recebeu como oferta formou novo fundo para um carro. Uma irmã americana doou dez mil dólares e, quando a van iria ser adquirida, pensou-se em não fazê-lo, mas iniciar uma campanha para a compra de um terreno. Com a autorização daquela irmã, iniciava-se, assim, a campanha do terreno. Dividiu-se um valor desejado em quotas (orientação do Pr. Neilson Xavier de Brito), e contou-se com o apoio dos pastores José Vieira Rocha (então secretário da convenção batista de São Paulo) e do cantor Luiz de Carvalho, conhecidíssimo pioneiro da música evangélica brasileira. Em 2010, quando saímos do galpão, tínhamos quase cem mil reais armazenados.
 
Um Terreno Inesperado
Entre 2010 e 2011 fomos assessorados pelo Pr. Aparecido Donizete Fernandes. Quase duas dezenas de terrenos foram vistos, fotografados, visitados e por eles a congregação orou. Ariosto Batista Curcino e José Manuel Villaverde Nieves hospedaram a igreja em suas casas. Henri Rodrigues da Silva, querido irmão do Rio de Janeiro, em visita ao Pr. Wagner, e acompanhando-o numa noite chuvosa até a frente de mais um terreno disponível para a compra, na Rua Urano, no Bairro Novo Horizonte, da cidade de Carapicuíba, bem na fronteira com Osasco, afirmou categoricamente: "Aqui será a Boas Novas". O Pr. Wagner não acreditou e achou exagerada a forte convicção do irmão. Porém, com o tempo, confirmou-se a premunição de Henri: o proprietário do terreno, que tentara por nove anos, vender a propriedade, aceitou a proposta da igreja e, para a glória do Senhor, vendeu-o, já com duas casinhas construídas. Enfim a Boas Novas possuía um terreno. Era 10 de outubro de 2011. Em 03 de dezembro de 2011, com a presença do Pr. José Vieira Rocha e do cantor Luiz de Carvalho, além de dezenas de irmãos em Cristo, inaugurou-se a "casa 1", que nos serviria de capela por algum tempo.
 
Crise no Brasil e Acesso Restrito ao Local
O Brasil caminhava a passos lentos para a maior crise financeira de sua história. Os membros, oriundos de Osasco, já enfrentavam privações que se refletiam na igreja. Não havia recurso financeiro suficiente. O terreno mostrou-se diferente do antigo galpão: estava no final de um bairro, com acesso mais difícil para o povo sem carro, uma vez que poucas linhas de ônibus passavam pela Avenida Plutão, principal da região. Além disso, com a dificuldade algumas pessoas decidiram sair da igreja, procurando outras mais próximas. Mais uma luta a ser enfrentada pelo rebanho restante e pelo perseverante pastor.
 
Uma Visão Transformadora
Em 20 de outubro de 2013 o Pr. José Vieira Rocha regressou à Boas Novas, pregando em seu púlpito. Lamentou que não tivéssemos uma capela apropriada para o culto. Revestiu-se de coragem, força e amor e encaminhou o Pr. Wagner ao Pr. Arídio Pinto Barreto, que mantinha uma equipe americana de construtores de capela. Após o encaminhamento, e sob os protestos do Pr. Wagner, que insistia veementemente não ter os recursos necessários para a construção de um pavimento onde erguer a capela (a sua fé não era tão grande e experiente como a do Pr. Vieira e a do Pr. Arídio), buscaram um empreiteiro que construísse uma laje. Encontrado o empreiteiro, começou-se a "campanha da laje". Novamente os amigos de perto e de longe, angariados pelo longo trajeto de comunicação do Pr. Wagner, uniram-se para ajudar.
 
A Laje, A Capela e A Continuidade das Obras
Com profundo desgaste físico e emocional, o Pr. Wagner conseguiu, com a graça de Deus, reunir entre familiares, amigos e irmãos em Cristo, o recurso suficiente para que o empreiteiro concretasse a prometida laje. Em 21 de maio de 2014 a laje foi enchida. Os irmãos batistas norte-americanos, da equipe conduzida no Brasil pelo Pr. Arídio Pinto Barreto, doaram os materiais e, com a alimentação concedida pela Boas Novas trabalharam por duas semanas, cheios de amor, fé e dedicação incondicional. No dia 31 de maio de 2014, com lágrimas e muita alegria, inaugurou-se a "Capela Boas Novas", em piso rústico e sem batistério, mas com a presença do Espírito Santo em nossos corações! Após a saída dos irmãos americanos, não tivemos sucesso nas negociações com o empreiteiro. Ele foi dispensado. O que restou para fazer era muito grande, custoso e causaria muito desgaste posterior. Mas a pequenina Igreja Batista Boas Novas, agora detentora de um terreno e de uma linda capela, não esmoreceu: decidiu continuar com os seus pequenos recursos, a grande obra que o Senhor permitia.
 
Um Muro Que Cai, Uma Igreja Que Levanta
Para complicar mais ainda a situação (vários irmãos diminuiram as contribuições em virtude da grave crise econômica do país), as chuvas tão esperadas devido à seca no Sudeste, trouxeram uma tragédia para o local: a parte da retaguarda do muro que cercava a propriedade da igreja foi levada pela força das águas, pois ao fundo há um córrego. Este transbordou e levou o nosso muro. Quase desesperado o Pr. Wagner procurou ajuda. Deus lhe enviou dois pedreiros, até então desconhecidos, que, com a graça de Deus, prontificaram-se a erguer não um muro, mas uma muralha. Sem um centavo de recurso, novamente o ministro do evangelho saiu com o pires na mão. E Deus concedeu o necessário. Em 22 de janeiro de 2015 o muro estava pronto. Os pedreiros, justos em suas tratavivas e absolutamente cumpridores dos compromissos, aceitaram receber pouco e dar continuidade às reformas necessárias. A igreja animou-se e o Pr. Wagner voltou a solicitar ajuda aos amigos. Dali para frente, aos poucos, muitas benfeitorias surgiram: preparação do terreno sem construção como estacionamento, concretagem da rampa de acesso, finalização dos banheiros, construção de paredes, adaptação de calçada para uma cozinha improvisada, e atualmente a construção do gabinete pastoral, berçário e sala de crianças.
 
Gratidão a Deus, À Congregação, Aos Pedreiros E Aos Amigos de Sempre
Somos absolutamente gratos a Deus por tudo o que tem feito ao longo destes quase vinte anos de história. Somos gratos a Deus pelos perseverantes e remanescentes membros da igreja, que não abandonaram o trabalho no momento de maior necessidade. Somos gratos ao Sr. Zequinha e ao Sr. Clóvis, pedreiros e homens dignos, que tanto têm feito pelo benefício da obra. E aos amigos da internet, alguns anônimos, outros muito bem conhecidos; alguns com suas orações constantes, outros com orações e com ofertas, recursos indispensáveis para que esta história inconclusa esteja sendo escrita. Recebam afetuosa e alegremente o nosso muito obrigado!
 
A Luta Continua, As Perseguições Também
Não encerramos esta história. A construção está longe de terminar. A crise econômica deixou-nos sem nenhuma previsão de término. As ofertas caíram mais de 70%. Algumas pessoas, alguns crentes e pastores, não sabemos por quais motivos, apreciam jogar pedras e causar sofrimento ao coração do pastor e da congregação, chamando-nos de enganadores, de mendigos, acusando o pastor de ludibriar a boa fé pública num sonho ridículo de igreja no meio do nada, de construir uma catedral no fundo de um quintal. Por dezenove anos temos suportado tudo isso. E suportaremos o quanto for necessário, até que o Senhor diga ao pastor para deixar o trabalho para outro obreiro ou até que, de posse da vitória, apresentemos para a glória de Deus um templo pronto, uma igreja viva, um amanhã promissor.
 
Crer Também é Conhecer
Esse resumo mostra aos nossos amigos e irmãos quem é a IGREJA BATISTA BOAS NOVAS DO RODOANEL EM CARAPICUÍBA, SÃO PAULO, BRASIL. Uma igreja evangélica, batista, de orientação clássica, conservadora, que caminha para proclamar o evangelho de Cristo e aguarda o dia do arrebatamento. Igreja que não concluiu a sua construção e que mantém um grupo de intercessores e colaboradores de perto e de longe, caminhando passo a passo no progresso e no caminhar para frente. Uma igreja que acolhe, evangeliza, discipula e envia. Uma igreja de Cristo.
 
Muito obrigado por lerem este relato.
Cremos que será útil para nos conhecerem melhor.
 
Com amor e apreço,
 
Wagner Antonio de Araújo,
pastor da
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil
sócio 001 da Ordem dos Pastores Batistas Clássicos do Brasil
sócio 1402 da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Secção São Paulo
diretor da Rádio Naftalina Web

escritor evangélico, conferencista e autor do livro "Páginas Soltas", ainda não lançado, mas já impresso e aguardando o fim das construções para trabalhá-lo.

segunda-feira, 7 de março de 2016

memórias literárias - 323 - EM TEMPOS DE CRISE


EM TEMPOS DE CRISE
323
Experimentamos uma crise político-econômica sem precedentes na história recente do Brasil. A sensação que temos é de estar à porta da U.T.I., acompanhando a luta de um paciente terminal. Alguns torcem pela sua plena recuperação; outros pelo seu falecimento. Cada um tem os seus motivos. Este escritor também tem a sua própria opinião bem formada, que não fará parte desta reflexão.
 
Isto me faz lembrar as histórias que ouvia de minha mãe, de minha avó, do Pr. Timofei Diacov e de outros remanescentes de outras crises. Contavam-me que na época da segunda guerra mundial as pessoas entravam em filas que viravam quarteirões, para comprar um pão duro feito com farelos de farinha e de gosto horrível. Não era possível comprar dois. Não havia gasolina para os carros; inventaram um sistema alternativo, um tanque à parte para os poucos veículos. Tudo era racionado. Sobre a revolução de 1964 contaram-me os que viveram naquela época da dificuldade de transitar fora do horário normal, do medo de aglomerações e dos desaparecimentos. 
 
Eu também vivi crises em meus cinquenta anos de vida. Em minha época as crianças trabalhavam desde cedo, prática que, conquanto criticada pela mentalidade de hoje, fez-me muito bem. Aos doze anos vendia maçãs-do-amor no Museu do Ipiranga. Fui jardineiro, lavador de vasos em floricultura, entregador de remédios e balconista de farmácia, vendedor de fresas, office-boy de banco, de empresa de computadores, datilógrafo, teletipista (operador de telex), vendedor de chocolates, corretor de seguros, de imóveis, vendedor de sorvetes na porta de fábricas, fui operador de computadores, programador, contabilista prático etc. Vivi o desemprego de 1982, de 1986, vivi cada crise e cada plano mirabolante de recuperação e nova deterioração da economia. Na década de 90 com o confisco das contas bancárias eu conheci gente que se suicidou, que perdeu tudo da noite para o dia. Eu vi famílias despedaçadas e nunca recuperadas! Vivi o apogeu de um bom salário, quando por méritos fui promovido na USP, onde servia como técnico na área de contabilidade, e os vexames de sequer receber prebenda pastoral em alguns meses, por amor à Causa do Senhor, já como pastor de tempo integral.
 
A Bíblia é um livro escrito em meio às crises. As experiências nela expressas não são as de épocas áureas ou de grande prosperidade, exceto as do tempo do império davídico ou salomônico. Escreveu-se em meio aos cercos dos inimigos, em meio à fome das cidades e dos campos, em meio às invasões dos filisteus, sírios e outros povos; escreveu-se na escravidão do Egito ou na deportação de Babilônia. No Novo Testamento encontramos os evangelhos escritos no meio das perseguições contra os cristãos, nas perseguições judaicas contra Paulo, Silas e Barnabé, nas prisões dos crentes e nos exílios, como o de João na Ilha de Patmos. Neste ambiente repleto de crises ouvimos o Apóstolo Paulo dizer com absoluta convicção e sem utilizar-se de falsa modéstia: "Não vos declaro isso por estar necessitado, porquanto aprendi a viver satisfeito sob toda e qualquer circunstância. Sei bem o que é passar necessidade e sei o que é andar com fartura. Aprendi o mistério de viver feliz em todo lugar e em qualquer situação, esteja bem alimentado, ou mesmo com fome, possuindo fartura, ou passando privações. Tudo posso naquele que me fortalece. …(Filipenses 4.11-13).
 
Se hoje o Brasil, o Oriente Médio, a Índia, os países africanos e grande parte da Europa atravessam crises, sejam para toda a população local ou para parte dela (como no caso dos refugiados sírios), a receita para atravessá-la continua sendo a mesma de todos os séculos no coração daqueles que confiam no Senhor de todo o seu coração.  Para os crentes cristãos legítimos as crises fazem parte da vida: "No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo: eu venci o mundo" (João 16.33). Nós, os que cremos no Senhor, sabemos que o nosso lar não é aqui e que o príncipe deste mundo e deus deste século está julgado. Não nos enganamos com mensagens de que "o Brasil é do Senhor Jesus", pois o mesmo Senhor afirmou: "o meu reino não é deste mundo". Também não nos iludimos com falsas promessas de prosperidade e de paz, pois "quando vos disserem: paz e segurança, sobrevirá repentina destruição". Os nossos olhos estão fitos em Deus, nos céus, onde o Pai mora e onde teremos novos céus e nova Terra.
 
Isto não significa furtar-nos ao dever cívico de defender o país das ditaduras impiedosas, das forças políticas corruptas e dos ludibriadores das massas populares. Este escritor tem sua posição política bem pontuada e, como um cidadão brasileiro que paga impostos e que cumpre a lei, sabe manifestar-se nos lugares e nas oportunidades legais, fazendo valer a sua liberdade de opinião. Aliás, o próprio apóstolo Paulo dizia isso aos escravos da época: "Foste chamado sendo servo? não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião." (1Co 7:21). Furtar-se do dever democrático de apoiar a justiça e condenar o crime é algo que não consta do ideário de crentes conscientes. Mas tal liberdade não pode dar lugar nem à carne, nem ao pecado, nem à violência, nem à quebra dos valores que norteiam a vida cristã, pontificados no Sermão da Montanha, na Oração do Pai Nosso e nos Dez Mandamentos. Participação política não é salvo-conduto para quebrar valores de vida e de fé.
 
Crises se enfrentam com coragem, com opinião, com o voto, com a presença física nas manifestações ordeiras e com a palavra ponderada e posicionada sobre a verdade, a justiça e os valores sobre os quais uma nação, uma economia e uma história devem centrar-se. Esta coragem forja heróis. Estes heróis, se cristãos, honram as palavras com uma conduta que dignifica o que é dito. Pregam e praticam a justiça e a moralidade, não apenas alardem bravatas eleitoreiras ou amotinadoras. "Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade." (Tiago 2.12). Um bom crente idealista não tem um discurso público elegante e uma linguagem chula em diálogos particulares.
 
Crises se enfrentam com oração. Foi assim que diversas vezes os hebreus ganharam as batalhas, algumas vezes sem mover uma única espada. Deus atua com seus anjos, atua com a confusão no campo do inimigo, atua com as ações das forças da natureza, atua com o fim da vida no coração de quem tem sido inimigo do Reino de Deus. A oração sincera, particular secreta, de quarto fechado; a oração em família, de joelhos, no culto doméstico; a oração em igreja, em vigílias, nos cultos ao Senhor; a oração dos crentes de todo o país, unidas pelo propósito de suplicar a intervenção divina nas irracionalidades dos líderes políticos e econômicos. Sim, muito pode a oração dos justificados, quando feitas em nome do Senhor Jesus Cristo, em contrição, em submissão e com absoluta fé.
 
Crises se enfrentam com trabalho e com estudo. Deus nos quer a ganhar o pão com o suor do próprio rosto e não com os benefícios de ajudas sociais. Porém, quando não há trabalho e quando a economia está travada, temos que nos ajudar e nos apoiar mutuamente, desejando-nos em honra uns dos outros, repartindo o pouco que temos com os domésticos da fé que têm menos do que nós. Temos que olhar para o próximo e procurar suprir a sua necessidade (e não os seus caprichos). Temos que expressar nosso amor e carinho em atitudes práticas de quem ajuda a carregar o fardo e não como os que proclamam suas críticas em cima dos que estão caídos. Ao mesmo tempo investir no conhecimento, no estudo, nas soluções, no conhecimento, no crescimento pessoal. Enriquecer o vocabulário, enriquecer o conhecimento naquilo em que militamos profissionalmente, tornarmo-nos os melhores em nossas atividades. Isto trará progresso e bons resultados, além de prover, num futuro próximo, quando as crises diminuirem, oportunidades e recolocações melhores.
 
Crises se enfrentam com perseverança. São épocas propícias para ensinar o valor da persistência, da não desistência, da continuidade, da fé. Fé que não se baseia em homens, fé que se baseia na certeza da presença de Deus em nossas dificuldades. Este escritor tem glorificado ao seu Criador por dar-lhe persistência no ministério pastoral que exerce, mesmo que enfrente por vinte anos crises e mais crises. A persistência tem levado a existência de uma igreja, de uma capela, de um terreno e de um povo que, se não tivesse havido perseverança, não existiriam como tais. Uma lição aprendida e ensinada por mais de vinte anos. Quantos pais de família, mães honradas, estudantes dedicados, trabalhadores consagrados, não me lêem agora, pareados e enfileirados com este escritor, na persistência de sua dedicação incondicional? Uma canção sertaneja diz que o carreiro de bois, ignorante, iletrado, ganhando pouco e vivendo por décadas pelas empoeiradas estradas do campo, foi o responsável em colocar um diploma de doutor nas mãos do filho. Perseverou com tão pouco, venceu de forma tão bela! Jamais me esqueço de uma visita feita à Igreja Batista em Pinheiros, SP, quando Juca, um querido irmão dali, mostrou-me uma senhora que vendia cocadas após o culto: viúva e com filhos pequenos, aprendera a fazer os quitutes; com os tais, construíra 4 casas, uma para cada filho e agora terminava a construção da sua própria moradia. Perseverança, mesmo que com sofrimento, gera a vitória!
 
Crises se enfrentam com esperança. As dificuldades não duram para sempre. Pessoas más e políticos corruptos, conquanto possam nunca atravessar um julgamento humano devido aos seus relacionamentos com os poderosos, terão que enfrentar o juízo de Deus um dia. E, fatalmente, falecerão por enfermidades ou por idade. Políticos não duram para sempre. Partidos não continuam para sempre. UDR, UDN, ARENA, quem se lembra dessas siglas? Talvez os mais velhos, talvez os estudantes de história; mas essas siglas eram poderes monstruosos na história deste país. O mesmo se sucederá com os corruptos partidos e agremiações que destruíram a nossa política, a nossa economia e a propriedade particular dos brasileiros: eles também passarão! Minha esposa contou-me uma fábula muito interessante: um rei possuia um sábio conselheiro; num ápice de felicidade e prosperidade o rei indagou qual a opinião do sábio. "Isto passará", resposta que indignou o rei. Dentro de pouco tempo uma crise sem precedentes abateu o seu império e o sábio foi novamente consultado. A resposta não tardou: "Isto também passará". Faz-me lembrar o que Deus diz em Sua Palavra: "E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." (1Jo 2:17)
 
Enfim, crises se enfrentam com malas prontas. Sim, malas prontas não para fugir e pedir asilo num país remoto ou próximo. Não para fugir da responsabilidade ou da presença naquilo que a Pátria solicitar. Não para deixar de cumprir com a obrigação perante Deus, abandonando a igreja, as contribuições ou o testemunho. Não para fugir do trabalho, dos estudos, da perseverança ou perder a esperança. As nossas malas devem estar sempre prontas para ir ao Céu, lugar dos que crêem, lugar onde toda lágrima será enxugada, onde todo idoso recobrará a juventude, onde todo enfermo receberá saúde perfeita, onde todo injustiçado receberá a compensação, onde todo pobre será enriquecido, onde todo pecador encontrará a salvação completa e perfeita de sua alma!  Diz um velho e relevante hino:  SOU FORASTEIRO AQUI, EM TERRA ESTRANHA ESTOU, DO REINO LÁ DO CÉU, EMBAIXADOR EU SOU, MEU REI E SALVADOR VOS MANDA EM SEU AMOR AS BOAS-NOVAS DE PERDÃO! (Flora Cassel, hino 207 do Cantor Cristão). Outro afirma: DA LINDA PÁTRIA ESTOU MUI LONGE, TRISTE EU ESTOU. EU TENHO DE JESUS SAUDADE, QUANDO SERÁ QUE VOU? PASSARINHOS, BELAS FLORES, QUEREM ME ENCANTAR; OH! VÃOS TERRESTRES ESPLENDORES, NÃO QUERO AQUI FICAR! (Stephen C. Foster, hino 484 do Cantor Cristão).
 
Que o Brasil tenha nos crentes em Cristo Jesus um grupo que ganha as suas batalhas com participação democrática ordeira e de alto nível moral, que ganhe as lutas de joelhos em oração, que seja perseverante no trabalho, nos estudos, nos projetos, que seja movido por esperança e que tenha os olhos fitos no Céu, nossa Pátria eterna e definitiva!
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

07/03/2016

quinta-feira, 3 de março de 2016

memórias literárias - 322 - AJOELHADOS

AJOELHADOS
322
Foi-se o tempo em que os cultos mantinham momentos onde o povo de Deus dobrava os joelhos. No meio católico é mantida a tradição; porém, infelizmente, tradição e motivações diferentes daquelas mencionadas nas páginas da Bíblia (veneração de imagens, adoração da hóstia etc). O neopentecostalismo, uma heresia não cristã em sua essência, ensina os seus adeptos, que se chamam de crentes e usam as nossas denominações, a se ajoelharem diante de seus falsos apóstolos, primazes e profetas. Os cristãos comuns, por sua parte, não têm se ajoelhado com frequência. Andam arrogantes, metidos a patrões, exigindo de Deus alguma coisa. Quando se dobram, buscam intimar a divindade a entregar aquilo que supostamente prometera nas páginas das Escrituras Sagradas ou na boca dos oráculos modernos chamados profetas. As igrejas gostam é de celebrar, pular, dançar, se divertirem às custas de Deus! O antes e o depois dos cultos denotam a falta de respeito na Casa de Oração: não há um clima de contrição, senão de entretenimento ou de confraternização; instalação ou retirada de instrumentos e sonorização. Quanta saudade da igreja onde podíamos entrar, nos sentarmos e orarmos demorada e contritamente ao Pai!
 
Os chamados heróis da fé viviam de joelhos. Tiago, o meio-irmão de Jesus, recebeu o apelido de "Tiago Joelho de Camelo" pela grossura dos calos nos joelhos, provocados por inúmeras vezes em que se ajoelhara diante de Deus. Em toda a história da igreja cristã encontramos os heróis e as heroínas a buscar a Deus de joelhos, em contrição, em reconhecimento da autoridade divina sobre a vida e a história humana. Contou-nos John Paton (herói da fé, evangelista das Ilhas Hébridas) que o que mais tocava o seu coração era ouvir o pai, Tiago, ajoelhado em lágrimas no seu "santo dos santos", a implorar pela vida dos seus filhos. Suzana Wesley, a mãe dos Wesley, tinha tantos filhos e tantas atribuições, mas era constantemente flagrada de joelhos pelos pequeninos, nas duas horas que gastava diariamente neste afã. David Livingstone, o explorador inglês e evangelista herói da fé na África, foi encontrado morto, de joelhos, em seu quarto; ele literalmente dormiu de joelhos na presença do Senhor!
 
As igrejas evangélicas, principalmente no meio pentecostal original, mantinham o costume de, ao chegar à Casa de Oração, dobrar os joelhos em silenciosa e contrita oração com Deus. Os protestantes, e, ao lado deles, os batistas, costumavam ver os seus líderes e dirigentes do culto, de joelhos na plataforma, consagrando as atividades, depois de terem orado numa sala à parte. Os crentes, em suas casas, mantinham o costume de dobrar os joelhos antes de dormir, buscando a face do Senhor.
 
Hoje nem se ajoelha e nem se ora. Que tragédia! O resultado é visivelmente horrível: uma igreja rica, cheia de recursos tecnológicos, repleta de gente, com música de qualidade profissional, mas sem a presença de Deus ou a graça do Senhor. Não há enchimento do Espírito, pois os vasos estão cheios de si próprios. Esqueceram-se do que Moisés fez ao contemplar a sarça ardente: recebeu ordens de tirar as sandálias por estar em terra santa(Êx 3.5). E prostrou-se diante de Deus (prostrar-se é mais que ajoelhar-se; é lançar mãos e pés ao chão, esticando-se em completa rendição). Josué, ao ser visitado pelo Príncipe dos Exércitos do Senhor, recebeu a mesma determinação, prostrando-se imediatamente (Js 5.14-15) . E assim encontramos todos aqueles que foram grandes em sua fé e em sua dedicação ao Senhor, a prostrarem-se diante de Deus, humilhando-se e rendendo-se (Ef 3.14; At 20.36) . Nosso exemplo maior é o próprio Senhor Jesus, que, no Getsêmani de dor, prostrou-se para orar (Mt 24.35).
 
Está mais do que em tempo de nós, povo de Deus, ajoelharmo-nos diante da Santíssima Trindade. Se quisermos andar eretos na vida, nos negócios, na espiritualidade, na moralidade e na consciência, devemos nos prostrar diante dAquele que era, que é e que há de vir, o Todo-Poderoso. Sim, porque Ele diz: "E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado." (Mt 23:12). Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. (Sl 95:6). O crente que mantém-se de joelhos diante de Deus nunca cai, pois encontra-se debaixo da graça e da autoridade do Senhor. Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. (1Co 10:12). E isto não é uma questão meramente de joelhos físicos, propriamente falando. Há gente que se ajoelha com arrogância, ao passo que há quem não pode mover os joelhos e é quebrantado. Ajoelhar-se é mais que um ato físico; é uma atitude da alma. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito. (Sl 34:18). Nem toda oração precisa ser feita literalmente de joelhos; mas o coração deve ajoelhar-se e, quando possível, e se os joelhos funcionarem, deve unir o coração ao corpo, e, se possível, prostrar-se diante do Senhor. Um ato cerimonial, um rito, mas também uma obediência. Até no Céu os anciãos prostraram-se diante do Altíssimo! (Ap 19.4)
 
Precisamos de locais públicos, casas de oração, onde tenhamos a oportunidade de dobrar os nossos joelhos diante do Pai. Precisamos de quartos e locais secretos onde também venhamos a fazer o mesmo diante de Deus. Nossos salões de culto, capelas, templos, salas de encontro devem se tornar Casas de Oração! Há de haver um Monte Horebe para cada coração, um Monte Sinai para cada vida e um Getsêmani para cada um de nós! Temos que devolver às nossas casas de oração a sua autêntica finalidade: além da pregação da Palavra de Deus, também o local de refúgio das almas contritas, a nossa Betel!
 
Que o Senhor nos coloque de joelhos e que compreendamos que Ele é o nosso Deus e nós rebanho do Seu pastoreio!
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

04/03/2016

memórias literárias - 321 - O CÉU É SOBERANO

 

O CÉU É SOBERANO
 
 
321
Manhã com ventos fortes na capital paulista. Aos poucos, nuvens claras e escuras desfilam pela abóbada celeste. Passa o meio-dia e os ventos demonstram avançar do interior para o litoral. Com eles turbilhões de nuvens fortes e escuras atravessam o espaço, como soldados afoitos, destemidos, absolutamente determinados. Várias nuvens chegam em bloco. Às quatro da tarde elas escurecem o céu e, num crescendo absoluto, derramam água aos cântaros, acompanhadas por raios e por trovões. Impossível detê-las; impossível colocar-se contra o seu avanço; o máximo que conseguimos é nos precaver dos aguaceiros ou avisar-nos de que a chuva virá sem dúvida. Os céus sobre as cidades, as praias, os campos, a Terra toda, são soberanos em suas ações. Mesmo com o efeito estufa; ninguém esperava um efeito natural de "El Niño" tão forte e tão agudo como este. Impossível  deter os céus.
 
Estes céus só não dominam mais do que o Céu de Deus, o "sol nascente das alturas", nos dizeres de Lucas, o evangelista. Deus é soberano sobre os céus. Assim como os céus são soberanos sobre nós, habitantes da Terra. Deus domina sobre tudo, e Satanás, o nosso adversário, não pode passar o limite da soberania do Senhor.
 
Dizer que o CÉU domina, no sentido espiritual, é dizer que Deus é Deus e que nós estamos debaixo de Sua soberania. O que significa isso?
 
Significa que não importam as circunstâncias em que eu me encontre, Deus, em Sua soberania, pode transformá-las por completo. Foi assim em Samaria, quando o povo morria de fome. Deus revelara a Eliseu que em 24 horas a comida seria tão farta que uma quantidade imensa de cereais custaria quase nada . E assim aconteceu, conforme lemos em 2 Reis 7.
 
Significa que uma enfermidade, na vida de um cristão, só será bem-vinda quando tiver um propósito divino, seja corretivo, seja para o amadurecimento da fé, seja para um bem maior lá na frente. O Apóstolo Paulo disse que Deus respondera "a minha graça te basta" a um pedido de libertação de um "espinho na carne", 2 Co 12.9. Poderia ser uma enfermidade? Sim, pois ele diz que escrevia com letras grandes na assinatura, Gl 6.11 (talvez por problemas óticos), e que os gálatas teriam arrancado os próprios olhos para ajudá-lo, Gl 4.15 (numa provável referência ao mesmo problema). Contudo, a enfermidade segundo Deus visa a nossa humildade, a nossa correção, o nosso arrependimento e a nossa fé, Rm 8.28. Qualquer outra que não tenha essa procedência ou não cumpra esse propósito pode ser curada pelo poder da fé. E mesmo aquelas cujo propósito divino está em sua existência, podem ser debeladas, se assim o Senhor concordar, como o foi a de Ezequias, que iria morrer e ganhou mais quinze anos, conforme Is 38.5 (nos quais estragou a própria biografia).
 
Significa que um desemprego não durará para sempre. Nem uma dívida, uma demanda, uma falência, um desastre patrimonial. As crises existem, muitas de origem governamental, como as atuais, para a nossa decepção. Mas o patrimônio pode ser alterado drasticamente, sem um curso lógico, cartesiano, numa conta que use tempo e quantia linearmente. Deus está acima disto! Exemplo disto foi Jó: um rico que perdera tudo, inclusive filhos e saúde. Deus, contudo, após permitir todas esses infortúnios, refaz a vida de Jó de tal forma, através de doações não solicitadas e de solidariedade voluntária de amigos e familiares, que transformou a sua pobreza numa riqueza muito maior, dando-lhe também uma maravilhosa prole e longevidade (conforme Jó 42). Deus coloca fim às crises! E, se não as encerra, como em Jó, é capaz de sustentar um Elias, Seu profeta, numa época de fome e de sede, colocando-o à beira de uma ribeirinha, sobre a qual os corvos jogavam pão e carne todos os dias, conforme ! Como isso é possível? O CÉU É SOBERANO!
 
Significa que a obra que fazemos para Deus tem uma recompensa, ainda que ninguém a veja. A maioria dos grandes servos do Senhor são anônimos, cujos nomes nunca constarão dos anais de nenhuma igreja ou denominação, não porque não eram comprometidos com elas, mas porque não ocupavam funções de destaque. Deus conhece até aqueles que deram apenas um copo de água fria! Deus também conhece aqueles que são fiéis na lavoura da qual cuidam, das vidas para as quais trabalham, da edificação que trazem ao Reino de Deus. Conhece também cada pessoa ganha para Cristo por parte de cada servo. E sabe manter alguém no seu posto até a morte, cumprindo uma vida inteira com um único trabalho, ou destacá-la para outra seara, para outro rebanho, para outra tarefa quando assim quiser. O "passa à Macedônia e ajuda-nos!" ainda existe! Nós não precisamos usar artifícios, solicitar indicações ou pagar por oportunidades. Deus sabe usar os Seus servos quando e onde deseja, e move os céus para que o Céu prevaleça!
 
Enfim, significa que o Céu providencia salvação imutável e que jamais se deteriora para todo aquele que crê no Soberano Nome de Jesus Cristo. Sim, a salvação de Cristo não se perde nunca, jamais;  ela é para sempre, para toda a eternidade, independentemente das circunstâncias! Isto não significa que os que vivem deliberadamente para o pecado podem ser salvos; de forma alguma! Como lemos em Romanos 6.2, quem já morreu para o pecado como viverá para ele ainda? Mas significa que nada poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus! Quem é salvo pelo nome de Cristo tem a garantia de vida eterna e de salvação; não vive em pecado, mas "SE pecarmos, temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo, O JUSTO". Aleluia! O nosso advogado é JUSTO! E dirá: "Pai, eu morri por ele; eu paguei por ele; eu intercedo por ele". "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça, I João 1.9.
 
O CÉU é soberano sobre as nossas vidas! Aleluia! Os céus da Terra nos trazem essa lição! Que olhemos firmemente para Aquele que é o dono do Céu, o nosso Deus trino, Pai, Filho e Espírito Santo, para quem seja toda a glória!
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
03/03/2016

terça-feira, 1 de março de 2016

memórias literárias - 320 - DRENOS DA COMUNHÃO

DRENOS DA
COMUNHÃO
320
 
INTRODUÇÃO
 
Drenos são valas ou cavidades por onde algum material pode sair. Eles são valiosíssimos quando retiram o perigo de um estouro de represa, quando ajudam os rins ou intestinos a esvaziarem os seus conteúdos ou impedem o excesso em algum depósito. Mas tornam-se terríveis quando roubam a força, a energia ou o elemento essencial de algum sistema. Há drenos na terra, como valas, tubulações etc. Há drenos cirúrgicos, para aliviar os líquidos que se acumulam no corpo. Há drenos de ar, de diversas aplicações.
 
O tipo de dreno mais comum na compreensão popular é o tecnológico. Um exemplo comum é o descarregamento da bateria dos celulares (telemóveis), sem que o usuário esteja realizando nenhuma atividade. Tão logo o aparelho acusou bateria completa, o mostrador indica a queda rápida de energia. 90%, 65%, 30%, e, em pouquíssimo tempo, o equipamento desliga. Quando um entendido avalia o que está acontecendo, descobre que algum aplicativo está ligado o tempo todo e consome toda a energia. Para resolver o problema bastará retirar esse software e a energia voltará ao normal.
 
Há drenos na nossa comunhão com Deus também. Antes tínhamos o primeiro amor, amávamos as almas perdidas, testemunhando a elas do plano da salvação. Buscávamos obedecer ao Senhor e mantínhamos comunhão contínua com Ele. Isso nos animava a servi-Lo em novidade de vida, nos dando a graça de não medir esforços para a dedicação ao trabalho, levando a sério o dia do Senhor e buscando a Deus diariamente. Deus era real para nós. Em algum momento perdemos essa sensibilidade e a energia drenou-se quase que totalmente. Hoje, caídos num marasmo e numa rotina desmotivadora, perguntamo-nos: o que drenou a nossa comunhão com o Senhor?
 
A Bíblia é a Palavra de Deus e não esconde de ninguém os drenos que destruíram parcial ou totalmente a comunhão de diversas personalidades de sua história. Ao contemplá-las podemos encontrar os elementos de nossas próprias histórias, nas similaridades dos motivos que tiraram o brilho dos servos do Senhor no passado. Gostaríamos de mencionar alguns drenos da comunhão encontrados na Bíblia.
 
ADÃO - DRENADO POR QUERER AGRADAR AOS HOMENS
 
Adão foi criado para ser imortal, feliz e sem pecados. Deus lhe deu uma companheira, osso de seus ossos e carne de sua carne. Deu-lhe um jardim completamente produtivo, livre de pragas, um celeiro alimentício contínuo, água cristalina, temperatura ideal e absoluta felicidade. Não havia situação melhor. Eva, sua esposa, visitada pela médium-serpente, ouviu que Deus estava escondendo a sabedoria e a possibilidade de serem como o Criador. Dessarte, comeu da fruta proibida (que não era nem maçã e nem sexo, diga-se claramente!) e foi levá-la ao marido. Ela convenceu-o de que a serpente sabia mais do que Deus. E Adão, querendo agradar a esposa, deixou-se seduzir. O resultado todos sabemos: o pecado entrou na raça humana; o homem colheu a morte como fruto; as mulheres a submissão ao marido e as dores de parto e os maridos colheram as pragas da Terra e o suor de esforço para tirar o alimento necessário.
 
Adão sabia qual era a vontade de Deus. Mas ele quis agradar a esposa. Certamente esse desejo seduziu-o e fez com que também duvidasse de que Deus estaria certo. O dreno da comunhão na vida deste primeiro homem foi querer agradar ao próximo ao invés de obedecer a Deus. O resultado foi a morte, o pecado, a expulsão do Éden, a tragédia familiar subsequente com o assassinato de seu filho. Péssima escolha a de Adão! Mas é a mesma escolha que muitos de nós, em pleno século XXI, fazemos todos os dias, quando agradamos a nós mesmos, ao cônjuge, aos filhos, aos pais, ao chefe, aos amigos, enfim, a todos, mesmo sabendo que tais escolhas ferirão a vontade do Senhor. O resultado é o dreno imediato da presença e da felicidade espiritual de nosso coração. O Espírito Santo se entristece. E a nossa comunhão é drenada.
 
ABRÃO - DRENADO POR QUERER AJUDAR A DEUS
 
Abrão foi chamado pelo Senhor para ser o pai da multidão dos que crêem. Saiu da sua terra, peregrinou em Canaã, mas não tinha filhos. Sarai, sua esposa, dizia que Deus a privara de filhos. Assim ela se expressou: : "E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz", Gn 16.22. Ora, se assim acontecia, Sarai tinha um plano para romper a vontade de Deus: "toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela.", idem. O seu raciocínio foi: "se Deus me privou de dar à luz, então eu irei sabotar esse propósito, dando-lhe uma outra mulher para que você tenha filhos com ela e eu os considere meus; Deus não mos deu, mas eu os terei assim mesmo!" Que trágica proposta. Abrão, drenado pelo desejo de ser pai e considerando que Ele já dissera que seria pai de multidões, aceitou esse plano imoral: " E ouviu Abrão a voz de Sarai." (Gn 16:22). O resultado todos sabemos: Agar, a serva, teve Ismael, um filho tercerizado de Sarai. Os problemas de aceitação e de herança foram tais que Sarai expulsou sua mãe e a criança. Ismael, esse menino que não pediu para nascer, tornou-se o pai dos árabes e ambos, Isaque e Ismael, guerreiam até hoje por todos os séculos.
 
Se Abrão tivesse esperado apenas 13 anos teria recebido em seus braços a Isaque, filho do ventre de Sarai. Mas não esperou no Senhor. Isso me faz lembrar um cântico muito popular, cantado em nossas igrejas, que dão a impressão de exigir que Deus faça o que nós queremos, independentemente de Sua vontade e de Seu tempo: "Se diante de mim não se abrir o mar, Deus vai me fazer andar por sobre as águas". Foi o que Abrão fez. Drenou a comunhão com Deus. Viu-se privado da paz no lar. Teve que mandar o filho embora. Que tragédia quando muitos de nós não esperamos no Senhor, não aceitamos a vontade do Senhor e nem aguardanos o tempo do Senhor! Damos uma forcinha para Deus! "Eu queria essa viagem, Deus não respondia, então me endividei"; "Eu queria casar-me com ela, ela não era convertida a Cristo, mas pensei que depois do casamento ela se converteria, então casei-me"; "eu tinha que fazer isso, Deus não me mostrava, então eu fiz, crendo que depois Ele confirmaria". E drenamos a nossa comunhão de forma profunda!
 
DAVI - DRENADO PELA CONCUPISCÊNCIA E PELO ORGULHO
 
Davi era um homem que amava a Deus de todo o seu coração. Conquanto não tivesse seguido o padrão da criação em termos de casamento (no princípio Deus fez homem e mulher, não homem e várias mulheres), ele buscava ser fiel e fugir da idolatria. Vivia um tempo de paz, prosperidade e felicidade em seu reinado. Enquanto seus soldados guerreavam ele passeava pelo páteo. Viu Betsabá a tomar banho no rio. Vencido pela concupiscência, mandou trazê-la e cometeu adultério oficial com ela. Devolveu-a ao seu lar. Certamente manteve sigilo, apenas quebrado pelo aviso da mulher: estou grávida. O que fazer?
 
Davi então recebeu os soldados em Jerusalém. Instou para que seu marido Urias fosse para casa, que subisse à cama com sua esposa. Certamente uma ou duas noites em casa daria credibilidade a uma boa mentira, de que o filho seria de Urias. Mas este, consciente de que ainda estava em serviço, dormiu no páteo do palácio e não foi para casa. O problema se agravava. Davi então pensou em colocar Urias na normalidade da morte nas guerras: mandou deixá-lo no fronte. E, fatalmente, Urias foi um dos primeiros a morrer. Oficialmente não havia crime algum, não havia problema nenhum. Davi viu-se livre para trazer Betsabá para casa e torná-la sua esposa.
 
Davi só não contava com um Deus que vê, um Deus que conhece o mais íntimo e que não esconde os pecados. Chamou Natã, Seu profeta, para contar uma parábola a Davi. Disse que um homem tinha muitas ovelhas e outro tinha apenas uma de estimação; que um visitante chegou à casa do que tinha muitas e que esse homem, ao invés de preparar uma das suas para servir ao visitante, roubou a do vizinho. Davi enfureceu-se, determinando pena de morte e devolução com multa do bem tomado. Natã então desvenda a estória: Davi é esse homem. Além de adulterar, matou o marido e tomou a esposa! Deus não se agradara! Davi, diferentemente de todos os outros reis e de muitos servos do Senhor de hoje, arrependeu-se com profunda amargura. Deus, por ser misericordioso, perdoou o seu pecado, mas a comunhão plena foi permanentemente drenada de sua vida: a espada veio morar na casa de Davi. Ele teve que ver um filho praticar incesto com uma filha, ver outro filho matar o infame que desonrou a irmã, ver outro filho tomar-lhe o império e terminar o seus dias com uma briga de poder entre dois filhos.
 
Não foi só nisso que Davi drenou a sua comunhão. Depois que tudo estava mais ou menos equilibrado ele sentiu-se orgulhoso de si próprio, querendo saber de quantas pessoas era rei. Talvez para dizer que nunca na história de Israel houve rei como ele, talvez para avisar os outros reis que ele era muito grande. Seu estatístico, Joabe, tentou alertá-lo para que não fizesse essa bobagem, considerando que era Deus, e não Davi, que dava prosperidade e poder a Israel. Mas foi vencido pela autoridade. Joabe e seus homens contaram o povo. Finda a contagem Davi caiu em si. Mas era tarde: a praga subira sobre o país, consumindo dezenas de milhares de pessoas. Só foi contida com a oferta no terreno de Araúna, onde Davi disse: "não oferecerei a Deus sacrifício que não me custe nada". Sim, custou para ele e custou para dezenas de milhares que não precisariam ter morrido. Davi drenou sua comunhão com Deus.
 
CONCLUSÃO
 
Poderia discorrer sobre muitos outros, mas esses três exemplos já nos são suficientes.
 
Pecados não confessados, não assumidos, são drenos de nossa comunhão. Negócios mal feitos, compromissos não honrados, palavras mentirosas, acordos rompidos, casar-se com alguém que não conta com a autorização bíblica, manter-se em situações que escandalizam o nome do Senhor, forçar algo que Deus não tem aprovado, são drenos de nossa comunhão. O coração se entristece, não sentimos mais a presença do Senhor, os hinos não nos tocam mais, a vontade de servir a Deus na Casa do Senhor desaparece, não observamos mais os compromissos financeiros para com a Obra dEle, não oramos, não lemos a Palavra, não nos quebrantamos, enfim, tornamo-nos uma estátua de sal diante de uma Sodoma destruída. Não convém que fiquemos assim, meus amigos!
 
Cristo nos convida à comunhão!
 
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. (1Jo 1:9)
 
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. (Pv 3:6)
 
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. (Pv 28:13)
 
E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14)
 
 
Que Deus nos livre dos drenos da comunhão!
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo

01/03/2016

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