quarta-feira, 9 de agosto de 2023

memórias literárias - 1454 - SÉRIE HÁ BÁLSAMO EM GILEADE - 04 - O CONSOLO NO LUTO

 HÁ BÁLSAMO EM GILEADE!

04 - O CONSOLO NO LUTO
 
Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Esta é a série HÁ BÁLSAMO EM GILEADE! – O REMÉDIO DIVINO PARA AS CRISES HUMANAS. Hoje eu gostaria de falar sobre O CONSOLO NO LUTO.
 
Ele era um pai sofredor. O seu filho morrera em decorrência de um erro dele. O menino brincava na garagem e o pai não vira. Ao chegar do trabalho e estacionar acabou por prensar o menino contra a parede. Desesperado, correu ao hospital, mas não puderam fazer nada; o menino havia morrido. Sua esposa o culpara e revoltada o acusava de ter assassinado o filho. Claro, foram palavras tolas ditas na hora da dor. Assim que o primeiro luto passara a esposa pedira perdão ao marido. Mas os estragos dessa morte, das acusações e da consciência foram grandes demais para que fosse deixado pra lá. O pai estava arrasado. Adoeceu mortalmente e encontrava-se no hospital. Encontrei-o assim. E nosso diálogo poderia ter sido o derradeiro, dada a sua condição de debilidade física.
 
- Irmão, por que está se entregando assim? Contaram-me os médicos que a sua tristeza está colapsando o seu corpo. Quer repartir comigo?
 
Ele contou-me a história. Eu chorei ao lado de sua cama. Então lhe disse:
 
- Eu não posso dizer como o senhor se sente, pois não sou nem esposo e nem pai (na época eu era solteiro). Mas posso dizer ao senhor que o que ocorreu com o seu filho não foi imputado como pecado sobre o senhor. Em Israel havia cidades que serviam de refúgio a quem matava o próximo sem intenção. Nem Deus considerava culpado quem assim procedia. Então essa culpa o senhor não tem.
 
- Mas, pastor, eu ceifei a vida do meu filho! Ele nem teve tempo de viver! Como pode alguém gerar e, em seguida, matar? Eu não mereço viver!
 
Expliquei-lhe que Deus sabia do seu coração. Disse-lhe que ele não o fizera intencionalmente e que Deus acolhera o seu filhinho. Assim está escrito: “Das tais é o reino dos céus” (Lucas 18.16). Expliquei-lhe que o Senhor Jesus morrera na cruz para salvar a todos os pecadores, e que àqueles que não têm a chance do exercício do arrependimento e da fé, como as criancinhas, estão sob a bênção desse acolhimento do Pai celestial, que faz com que os próprios anjos desses pequeninos vejam a Sua face, conforme lemos em Mateus 18.10.
 
- Jamais poderei recuperar-me, pois o meu filho não pôde crescer, estudar, divertir-se, trabalhar, formar o seu lar, formar-se na faculdade, ter os seus filhos ou envelhecer. Como é possível ser feliz assim?
 
Eu lhe disse que o seu filho viveu o tempo que lhe foi permitido viver e que ele está agora com Jesus. Também lhe falei que havia uma escolha a fazer. Ele poderia viver o resto de vida a lamentar a ausência e a morte de seu filho, como poderia ser grato por cada minuto que teve ao lado de seu rebento. E que dessa escolha poderia fazer o seu destino uma morte sofrida que se avizinhava, ou ressurgir da dor com gratidão e consolo, apto para amar a esposa e a outras crianças. Orei com ele e fui embora.
 
Anos depois tomei conhecimento do que acontecera. Este pai arrependeu-se por viver a lamentar-se por algo que nunca poderia mudar. Ele pediu perdão a Deus e à esposa, sendo acolhido, amado e abraçado. Aos poucos transformou a dor do luto em oportunidade para consolar outros pais enlutados. Acolheu crianças na igreja e em seu bairro, brincando com elas, ensinando coisas que seriam importantes e falou-lhes do amor de Deus, revelado em Jesus Cristo. Como uma dádiva dos céus este pai pôde gerar outros dois filhos, um casal lindo, que nas alturas em que recebi a notícia estavam na escola e eram saudáveis. Deus curara a ferida do luto com o BÁLSAMO DE GILEADE, ou seja, com o Seu amor incomensurável.
 
O próprio Pai sentiu a dor da perda, quando o Seu Filho Jesus sofria na cruz. Mas por amor de nós suportou esta dor, deixando que Jesus sofresse e morresse. Mas ressuscitou-o e deu-lhe um Nome que é sobre todo nome. E hoje acolhe a cada um que deseje como Seu Filho adotivo. Assim lemos na Bíblia: “A todos quantos receberam a Jesus, Deus deu-lhes o poder de serem feitos Seus filhos; a saber, aos que crêem no Seu Nome” (João 1.12). Aleluia por tão grande salvação!
 
Prezado ouvinte, você pode viver a lamentar-se pela perda que teve, seja de um filho ou de um ente querido, seja de um amigo ou colega, seja de alguém que lhe fosse importante. Ou pode, ao contrário, ser grato pelo tempo que desfrutou de sua presença. E pode deixar Deus reconstruir os sentimentos de seu coração. Renda-se ao amor de Deus. O Seu bálsamo cura o seu luto. Assim poderá dizer como o salmista: “Converteste o meu pranto em folguedo, Senhor!”. Que assim seja e que à partir de hoje o ouvinte revista-se de vestes de vida e alegria de vitória, em nome de Jesus. Amém.

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