quarta-feira, 9 de agosto de 2023

memórias literárias - 1462 - SÉRIE HÁ BÁLSAMO EM GILEADE - 12 - O BÁLSAMO DIVINO PARA OS HIATOS NA CARREIRA

 HÁ BÁLSAMO EM GILEADE!

12 - O BÁLSAMO DIVINO
PARA OS HIATOS NA CARREIRA
 
Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Esta é a série HÁ BÁLSAMO EM GILEADE! – O REMÉDIO DIVINO PARA AS CRISES HUMANAS. Hoje eu gostaria de falar sobre O BÁLSAMO DIVINO PARA OS HIATOS NA CARREIRA.
 
Ele era um espetacular profissional de carreira. Morava numa casa paga pela empresa, tinha um carro da firma e todos os benefícios que um bom emprego e uma boa carreira podiam fornecer. A esposa tinha o conforto e o luxo de pessoas de classe média e os filhos estudavam em excelentes escolas. Ele tinha tudo o que poderia ser chamado de sucesso profissional.
 
A crise chegou. A empresa cortou muitos cargos. Ele foi poupado. Contudo, em determinado período a empresa tornou-se insolvente e ele foi demitido. Como a causa foi a falência os seus empregadores não puderam pagar os valores a que tinha direito, obrigando-o a entrar com um processo na justiça, juntamente com outros funcionários. Nós sabemos como esses processos costumam terminar: ao fim de toda uma geração.
 
Ele deixou a boa casa e o bom bairro onde morava e foi para a periferia, para o subúrbio. A esposa não frequentou mais os locais chiques que frequentava e nem contou mais com funcionárias domésticas. A casa, antes imensa e confortável, era um conjunto de 4 cômodos sem garagem. A rua não tinha asfalto e o caminhão de lixo passava apenas uma vez por semana. Como não fora indenizado em sua saída, o dinheiro acabou e este homem correu procurar um novo emprego. Como a carteira registrava um alto salário ninguém queria contratá-lo. Ele pensou em tirar nova carteira, mas perderia a contagem dos anos para aposentar-se. Achou alguns trabalhos temporários, pequenos, de pouca remuneração. Mas foi com estes que ele pôde colocar algum pão sobre a mesa e comprar livros para que os filhos continuassem os estudos na escola pública de baixa qualidade.
 
Ele era um cristão. Estava exausto e triste. Em um certo dia o pão faltou-lhe à mesa. A sua esposa, cristã também, disse que não tinham nada para colocar na panela. Ele, com dor no coração, mas certo de que Deus daria um jeito, colocou os filhos e a esposa em seus lugares, com os pratos e talheres nos devidos lugares. E disse:
 
 “Deus nos ensinou que deveríamos dar graças por tudo, não apenas por pratos cheios. Agradeçamos ao Senhor por ainda termos mesa, pratos e talheres”.
 
Ele o fez não com ressentimento, mas com gratidão. Neste momento a campainha tocou. Era uma mulher, que andava de um lado para o outro da rua. Este homem perguntou o que ela desejava. Então ouviu dela, com muito nervosismo, que tinham que ir ao seu carro, ali estacionado, e que pegassem os víveres que acabara de comprar no supermercado. Ela falou que por mais de um mês sonhava com isto e que ouvia uma voz a dizer-lhe: “faça uma boa compra e leve para aquele endereço”. Então foram ao carro. Havia tanta coisa que precisaram chamar a esposa e os filhos para ajudarem. Até doces, balas, pastas de dente e amendoim havia. Ele então perguntou: “Como podemos agradecer-lhe?” Ela disse que não precisava, que esquecessem disto, pois o que mais queria era ficar livre deste compromisso.
 
Eu conheci este homem. O fato ocorreu em 1981. Deus cuidou dele. Em breve ele teve nova oportunidade e nova perspectiva de vida.
 
Alguns pastores atravessam hiatos em seus ministérios. Conheço um que ficou sem acesso ao ministério pastoral por um bom período. Sua esposa trabalhava fora, mas a prebenda pastoral era por demais necessária e ele não tinha como suprir. Já estava com certa idade e as portas estavam fechadas. Para surpresa de muitos, mas não para os que conhecem a graça de Deus, miraculosamente recursos eram ofertados aqui e ali, sem que ele pedisse ou que os buscasse. E o valor vinha na medida em que o recurso se fazia necessário. Ele jamais quis que fosse assim; queria, antes, estar no exercício da Obra para a qual fora vocacionado. Mas Deus, naqueles dias, tinha planos diferentes. E ele, com resignação, aceitou. Posteriormente voltou ao ministério e a situação entrou na normalidade. Eu conheci muito bem esse obreiro.

Aos ouvintes eu quero dizer: os hiatos na vida profissional são muito difíceis. O desemprego, a falta de oportunidades, as portas fechadas, a falência da empresa, a execução de uma hipoteca, a perda de um imóvel, tudo isso custa muito caro na linha biográfica de uma família. Mas se cremos que Deus controla tudo e que é soberano sobre a nossa existência, poderemos ter certeza de que Ele sabe o que está fazendo, assim como um compositor sabe a necessidade da pausa dos instrumentos na construção de sua obra de arte. Ás vezes estamos num “alegro majestoso”, um momento de vibração sinfônica, mas às vezes entramos num “largo” ou num “moderato”, quando as coisas parecem ser uma "fermata" sem fim. Mas, logo a seguir a vida nos surpreende e tudo volta a andar.
 
Nós precisamos exercer a fé, a paciência e a gratidão. Fé para crer que Deus é soberano e pode transformar a provação da pausa numa experiência formidável; paciência para aguentar o ritmo lento e a falta de oportunidades; gratidão, para em tudo sermos encontrados não em revolta franca ou velada, mas cônscios de que Deus deseja o melhor para cada um de nós. Que seja assim com cada ouvinte e comigo também. Amém. 

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