NOVA
RAÇA
Para Deus
havia uma única linhagem: a espécie humana. Esta corrompeu-se, vindo a sucumbir
com o Dilúvio. Dentre as famílias humanas Deus escolheu a de Noé. Este homem,
cabeça desta casa, era íntegro e temente a Deus, mesmo a viver no meio de um
geração degenerada e corrupta.
No mundo
pós-diluviano Deus selecionou um homem, da linhagem de Sem, filho de Noé, para
dele fazer uma grande nação, além de torná-lo pai de grande multidão. O seu nome
era Abrão, mudado posteriormente para Abraão. A sua descendência tornou-se
escolhida dentre todas as do planeta, passando a ser a única nação de Deus. São
os hebreus, posteriormente denominados judeus (ou israelitas). Todos os demais,
incluindo eu e você somos "os gentios", "as gentes", "as nações". Deus optou por
esta nação e considerou-nos fora do pacto, não partícipes de Sua graça e aliança
primitiva. Mas fez uma promessa. Um dia outro profeta, semelhante a Moisés,
viria para tornar-se "o ungido", "o messias", "o Cristo", e este seria "a luz
dos gentios, a esperança das nações". Através deste judeu o mundo poderia ser
incluido como povo de Deus também. Ele seria o servo do Senhor, sofredor, o
Cordeiro de Deus e faria um sacrifício único e perfeito para incluir toda a
humanidade num novo pacto com o Altíssimo. Seria trocada a aliança nas tábuas de
pedra (os dez mandamentos) e inserida no coração de cada alcançado (a conversão
divina).
Veio Jesus
Cristo, o Filho do Deus Vivo. Um judeu legítimo e verdadeiro. Cumpriu todas as
profecias sobre ser, de fato, o tão esperado redentor. Seus apóstolos receberam
a missão de pregar as suas boas-novas. Fizeram-no primeiro aos já judeus, fiéis
e piedosos. Um grupo de samaritanos, porém, creu nEle também e Deus sinalizou
que seriam aceitos na fé mediante o Espírito Santo que também lhes alcançou.
Tempos depois Deus trouxe os gentios à Sua família, fazendo de Cornélio, um
prosélito gentio, bem como de toda a sua família, os primeiros "gentios"
convertidos. Na igreja de Antioquia foram os fiéis chamados cristãos pela
primeira vez. E ali foi o centro missionário do grande Apóstolo Paulo, o
apóstolo dos gentios. Para concluir, os últimos seguidores de João o Batista
também foram inseridos entre este povo único de Deus.
Do Apóstolo
Paulo são as reveleações mais preciosas para nós, gentios. Em Cristo não haveria
mais o racismo judaico. Em Cristo as barreiras raciais cairiam, formando de
ambos os povos (judeus e gentios) um povo novo, remido, salvo, transformado, que
teriam como pai adotivo o próprio Pai de Jesus Cristo, o Deus Eterno; teriam
como irmão mais velho o próprio Senhor Jesus. Seriam filhos da Jerusalém
celestial e deveriam tratar a todos como irmãos, pois formavam a família de
Deus. Gentios e judeus seriam agora remidos de Cristo, o Israel de Deus. Isto
não significava a rejeição da linhagem escolhida, para quem Deus ainda tem um
plano; mas derrubar para sempre esse racismo materialista que jamais pode fazer
de alguém um autêntico conhecedor do Senhor. Pelo Messias somos agora família de
Deus, todos nós.
Assim devem
ser as igrejas de Cristo: convertidos de todas as raças, linhagens, continentes,
países, cores, línguas, tribos e nações, irmanados unicamente pela fé no Senhor
Jesus Cristo, considerando uns aos outros em amor e em serviço, sem jactância,
orgulho ou superioridade. Se há alguém que poderia considerar-se superior entre
os cristãos seriam os judeus, pois foram os primeiros escolhidos (primeiro dos
judeus, diz a Escritura). Mas em Jesus os primeiros seriam os últimos, querendo
dizer que somos todos iguais na família de Deus. O maior judeu de todos os
tempos, Jesus Cristo, foi quem tomou a bacia e a toalha e, em completa
humilhação (fez-se um serviçal dos mais humildes) lavou os pés dos apóstolos,
ensinando-lhes (e a nós) que o maior sempre é menor, serviçal, buscando o
bem.
Com isto
celebramos a unidade. Unidade em Cristo, não de raça. Não há espaço para
refazermos as barreiras raciais entre judeus e gentios e nem para manter ou
criar barreiras entre gentios de cores ou etnias diferentes. Não deve haver uma
igreja branca e uma preta. Não deve haver uma igreja aborígene e outra asiática.
Não deve haver igreja racial ou segmentada. Há IGREJAS, compostas
de miseráveis
pecadores de todas as raças, povos, línguas e nações, que foram convertidos e
transformados em novas criaturas e como tais devem viver sempre, considerando-se
uns aos outros em amor, tratando os inimigos com o amor de Cristo. Não há
espaço para disputas, protestos, partidarismos ou violências retóricas no mundo
cristão. Seríamos conhecidos em Cristo como os que amam e que são capazes de
amar até ao inimigo.
Não
esqueçamos as nossas raízes. Não deixemos as plantas parasitas do presente
século macularem a árvore de nossa verdadeira vocação. Não enfeitemos a fé com
as bandeiras do presente século. A flâmula de Deus é esta: "AMAI-VOS UNS AOS
OUTROS COMO EU VOS AMEI".
Wagner
Antonio de Araújo
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