terça-feira, 21 de abril de 2015

memórias literárias - 168 - RAZÃO OU EMOÇÃO?

RAZÃO
 OU
 EMOÇÃO?
168
Nestes jogos de futebol da copa do mundo, percebemos a grande diferença entre Brasil e os outros países: há excesso de emoção entre nós (e emoção de menos entre estrangeiros). Basta verificarmos como fica o país nos dias de jogo.

Quando a nossa seleção é vitoriosa em uma competição, o país para, comemora, decreta feriado, festeja, enfim, coloca toda a sua alegria para fora. Quando perde, as pessoas demonstram enorme dor, tristeza, ficam chorosas, brigam, algumas chegam às raias do suicídio.

“Somos latinos”, dizem alguns, querendo justificar nossa impetuosidade. Somos uma nação que se emociona em demasia, sem controle, sem raciocínio. Na verdade esse descontrole existe em toda a humanidade, mas hoje eu estou falando da nossa pátria.

Tal realidade pode ser vista em toda a sociedade. Entre os adolescentes, a criminalidade caminha velozmente, principalmente entre a chamada classe A. Também é altíssimo o número de moças solteiras, meninas ainda, que engravidam despreparadamente, sem a mínima condição de cumprir bem a missão materna ou ser esposa. Quando um artista de renome morre, a imprensa promove um verdadeiro show, embalada pela comoção descabida de toda a sociedade, fazendo-nos lembrar o período barroco, onde a morte era venerada. Quando as campanhas políticas atingem a época de eleições, as pessoas votam naqueles que mais lágrimas tiraram de seus olhos.

Deus nos criou com perfeição, fazendo-nos à Sua imagem e semelhança.      O pecado  e a desobediência, entretanto, turbaram e danificaram essa imagem, provocando esse desequilíbrio em nós, o que tanto nos prejudica. Há lugar para a emoção nas relações humanas, no íntimo de cada um de nós. Mas é necessário haver também harmonia, auto-controle e sabedoria.

O mundo evangélico vive a mesma realidade. Há igrejas que vivem puramente da emoção humana. Seus apelos são para os sentimentos, para a exploração da dor, para suprir a sensação de bem-estar ou a satisfação das necessidades. Ao invés de pregarem Jesus Cristo, redentor, salvador e remidor, pregam uma mensagem de delírio, de êxtase, de descontrole. Conseguem lotar grandes auditórios, contagiar a massa humana com seus gritos de ordem e levar o inconsciente coletivo ao mais alto grau de indução jamais visto. A igreja católica, incapaz de vencer tamanha avalanche de emoção, decidiu combater com as mesmas armas, criando padres similares, que animam o auditório, que exploram as emoções, que fazem rir, chorar, desmaiar. A mensagem de Jesus Cristo tem ficado esquecida...

A Bíblia diz que o ser humano carece de domínio próprio, mas que, ao entregar-se a Cristo, recebe dele a possibilidade de controlar as emoções, e deve fazê-lo. Em Gálatas 5.22, uma das partes do chamado “fruto do Espírito” é o “domínio próprio”, isto é, os autênticos cristãos possuem o controle de suas emoções e sentimentos.

Gritar, berrar, sentir tonturas, cair, não são sintomas de fé, mas de desequilíbrio. Deus não entra na vida de uma pessoa para torná-la desequilibrada, mas sim salva e educada. Excessos nunca são uma demonstração de sabedoria, mas de desajuste. Quando nós procuramos uma igreja evangélica, queremos um lugar aprazível, onde possamos ouvir uma mensagem e entendê-la, onde tenhamos liberdade de levar algum visitante sem escandalizá-lo por barulho, onde compartilharemos do amor de Deus, onde poderemos equilibradamente chorar de alegria, sorrir de felicidade, suplicar pelas necessidades e aprender sobre como viver melhor a vida cristã.

O Rei Salomão disse algo há quase 3000 anos atrás, que muito ajuda a entender a necessidade de controlar as emoções: “Achaste mel? Come apenas o que te basta, para que não te fartes dele e venhas a vomitá-lo” (Provérbios 25.16).

Querido leitor: entregue sua vida ao Senhor Jesus, e peça-lhe para ajudá-lo a controlar as suas emoções. Com certeza a sua alegria será muito mais duradoura, e as tristezas muito mais suportáveis. Deus lhe abençoe. Amém.
Pastor Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas, Osasco, SP

(artigo publicado em jornal da cidade, em 1998)

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