segunda-feira, 6 de julho de 2015

lembranças literárias - 225 - AMIGO


AMIGO
225

 
Amigo - palavra fácil de dizer e difícil de viver!
 
Um amigo é tão raro quanto um trevo de quatro folhas.
 
Há tempos em que as pessoas nos sufocam de tantos cuidados: telefonemas, e-mails, recados em redes sociais, visitas, anúncios, principalmente quando se ocupa algum cargo executivo, alguma função profissional importante ou algum ministério cristão que apareça. São muitos quando temos dinheiro, quando temos influência, quando temos algo do que as pessoas precisam.
 
Em outros tempos tais amigos desaparecem. O telefone não toca, os e-mails diminuem, os recados em redes sociais são clichês, chavões e frases usuais. As visitas só aparecem quando precisam de algo; do contrário, desaparecem. Quando envelhecemos, nos aposentamos, nos mudamos de cidade, de igreja, os amigos parecem que já nos deixaram junto ao túmulo do "aqui jaz um amigo que se foi".
 
Mas há um amigo - um amigo legítimo, fiel, leal e que fica quando todos vão embora, cujo contato não é dimensionado no tempo e no espaço, mas na alma e no coração. Um amigo preterido quando temos muitos amigos, e lembrado quando a solidão se apresenta. Um amigo que continuará esquecido, caso escolhamos o caminho da tristeza e decepção (normal para quem se surpreende com as falsas amizades), mas que se deixa encontrar, caso o busquemos definitivamente e de coração.
 
E essa amizade começa na contrição de uma alma que o busca, que o invoca, que o deseja, que lhe dedica atenção. Ele, cortês e sério, não se deixa seduzir pelo vazio em nosso ser que o busca subitamente nas horas de melancolia e de carência. Ele bem conhece a natureza humana e sabe que tal busca não passa de emoção ferida e preenchimento do espaço até que novos amigos surjam para nós. Ele não se deixa iludir e sabe que não estamos em busca de sua amizade. Ele, que conhece o coração humano, não serve de apetrecho, assessório ou estepe para preencher as nossas decepções.
 
Somente quando reconhecemos que ele teria que ser a primeira e mais leal amizade, o amigo mais chegado que um irmão e a prioridade número um para todos os dias, tanto os dias em que não temos ninguém quanto os dias em que temos muitos amigos, então Ele se deixa encontrar, correspondendo de forma positiva, presente e integral a essa amizade sincera e verdadeira. Ele sabe avaliar quais são as nossas sinceras expectativas. E se forem de consciência, de mudança de valores e de recolocação perpétua dele em primeiro lugar, mesmo que outros amigos surjam, então tal amizade transformará radicalmente a nossa vida. Porque Ele, melhor amigo e sempre presente, sabe interagir de forma completa aos estímulos de nosso compartilhamento. Ele se dá nessa relação como socorro bem presente na hora da solidão.
 
Jesus é o verdadeiro amigo, o primeiro, de quem quaisquer outras amizades que porventura tenhamos terão que ser secundárias. Se tivermos que optar por um dos dois, Jesus será a escolha. Essa é a verdadeira e legítima amizade. Ele jamais nos deixa sós. E nós só aprendemos essa verdade quando perdemos muitos amigos ou quando temos que optar por Ele ou pelos outros. Quase sempre ficamos com os outros. Mas só o encontramos como o verdadeiro amigo quando o tornamos a nossa escolha definida e permanente. Daí, sim, vale a pena!
 
Quem tem esse amigo sabe ser bom para com outros amigos. Sabe ser leal. Quem tem Jesus como amigo torna-se amigo de quem desejar e sabe ser leal. Jesus nos faz melhores!
 
Wagner Antonio de Araújo

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...