A
RECOMPENSA
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Um professor
trabalha, estuda, busca aprimoramento, participa de concursos, sobe os degraus
de sua graduação até atingir o ápice. Ele busca a recompensa. A primeira é ter
contribuído para a formação de novos profissionais capazes que exibem por onde
passam a qualidade dos ensinos que receberam. Também busca o reconhecimento de
sua classe com as honras e os méritos decorrentes da sua dedicação e esforço.
Busca um salário que lhe dê a convicção de que valeu a pena dedicar-se,
esforçar-se para ter um bom ordenado. Por fim, espera que o seu nome seja
celebrado como alguém que fez diferença para melhor.
Um político
busca a vitória, o melhor resultado nas eleições. Ele faz acordos, entra em
negociações, participa de grupos, apresenta-se como a alternativa administrativa
para a função a qual se candidata. Ao receber os votos busca ser, de fato, tudo
aquilo a que se propôs. A maior glória para um bom político é exercer um mandato
de qualidade, ser bem sucedido em todos os seus projetos, ter leis justas
aprovadas (caso seja do legislativo) e uma administração forte e promissora
(caso seja do executivo). Outra glória é reeleger-se, sinal evidente de sua
aceitação. Por fim, quando idoso, torna-se um consultor sempre desejado,
esperado. Como é de praxe, terá o seu nome estampado nas rodovias, nas ruas e
avenidas, nos memoriais e nas estátuas e deixará um legado a ser lembrado nos
anais da história contemporânea.
A glória de
um médico é a saúde do seu paciente. Foram anos e anos de dedicação
incondicional, preparando-se para curar os enfermos, auxiliar os necessitados e
tornar-se especialista em sua área medicinal. Após a formatura, após a
residência tem a chance de compor equipes hospitalares de renome. Se consegue um
feito médico inédito e promissor tem o seu nome ligado ao progresso da medicina
e será capítulo nos próximos compêndios das faculdades de medicina. Abre um
consultório fino e pode cobrar valores dignos em suas consultas, pois todos
reconhecem o seu valor. E quando for idoso poderá ter a sua fundação em prol da
ciência, da medicina, dos desamparados e continuar a ser relevante nas próximas
gerações. Receber comendas e homenagens daqueles que ajudou a cuidar não tem
preço. São as glórias da carreira.
E o ministro
do evangelho? E o missionário? Onde está a sua recompensa? Muitas vezes o pastor
dedica a vida inteira aos cuidados dos enfermos, dos desesperados, dos que
precisam de salvação, das igrejas doentes e carentes da graça do Senhor, e, ao
final, são esquecidos e demitidos por seus rebanhos, tornando-se páginas viradas
de um livro que nunca mais será lido. Missionários vão para os campos sombrios e
difíceis, abrem clareiras na floresta do paganismo, semeiam a vida e a salvação,
e, depois, quando não são mais úteis, são transferidos de campo e outros levam
os louros da vitória. Obreiros de pequeninas igrejas, que jamais faltaram aos
seus pequeninos rebanhos, são deixados a deriva pelos ingratos crentes que se
seduzem pelas novas agências religiosas do bairro, cheias de luxos que não
haviam nas igrejinhas, mas sem a luz de um verdadeiro obreiro do Senhor, pois
são pontos de comércio. Os pastores, os missionários, os evangelistas e os
obreiros partem, não raras vezes, sem qualquer comenda, homenagem, lembrança ou
celebração. Muitos se vão anônimos, desconhecidos por quase todos. E então?
Ficarão assim, sem reconhecimento no aquém e sem qualquer memória no
além?
Mil vezes
não! Jamais tal se dará! Há um Deus no Céu, um justo Juiz de todo o universo,
que nunca, nunca deixará de recompensar um simples copo de água fria, dado em
nome de Jesus e para o trabalho de Deus. Há recompensa sim, mas não aqui! Aqui
as igrejas são, muitas delas, injustas. O povo de Deus não valoriza os seus
heróis, não dignifica a memória dos que contribuíram pelo progresso do
evangelho, não é justo para com aqueles que se queimaram pela obra como uma vela
com dois pavios. Inúmeros pastores e obreiros vivem esquecidos, desprezados,
relegados a uma lembrança em alguma velha ata, como se valor não tivessem. Ledo
engano! Há uma recompensa para o obreiro do Senhor! Mas não aqui. Às vezes há,
quando não se trata de bajulação ou de poder político disfarçado. Mas lá no Céu
haverá recompensa, galardão, prêmio, memória!
Nada temas
das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão,
para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à
morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap 2:10)
E, quando
aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória. (1Pe
5:4)
Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for
provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
(Tg 1:12)
Desde agora,
a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará
naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.
(2Tm 4:8)
Isso vale
para o pastor, para o obreiro, para o evangelista, para o crente sincero, muitas
vezes que tanto sofre, tantas dificuldades passa. Vale para os pais e para as
mães cristãs, que militam anonimamente no recôndito de seus lares. Vale para os
missionários, para aqueles que semeiam a mensagem do Senhor por toda parte onde
estão. Há recompensa para o crente. Há recompensa para o salvo. Há recompensa
para o cristão. E esta será ETERNA, não se desvanecerá, não será temporária.
Isso vale para o médico, o professor e o político quando verdadeiramente
cristãos também.
Melhor que
ter o nome escrito nos anais da história, que é injusta com muitos dos que
verdadeiramente mereciam estar ali, é tê-lo registrado nos anais dos que estarão
com Jesus Cristo no Reino dos Céus, em vestes resplandecentes e com coroas de
glória, que serão ofertadas ao Senhor com amor.
Aleluia!
Wagner
Antonio de Araújo
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