HOUVE
UM
HOMEM
DE
DEUS
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Houve um
homem enviado de Deus, cujo nome era João. (Jo 1:6)
A época era
tenebrosa na história de Israel. Dominado por Roma, escravizado no meio dos
povos, sem direito ao rei davídico, a pagar altíssimos impostos, Israel ansiava
pelo Messias prometido, o ungido, o rei que tiraria de seu pescoço o jugo tão
pesado. A época era difícil e a intervenção divina estava prestes a
acontecer.
Foi nesse
caldo de instabilidade, sofrimento e opressão que o evangelista João destaca um
acontecimento: "houve um homem de Deus". Sim, no meio de tanta tristeza, de
tantas notícias ruins, de tanta desesperança um homem de Deus surgiu.
Quero
destacar algumas coisas preciosas deste versículo:
1) ELE EXISTIU - Sim, este homem de Deus
tinha nome: João. Ele tinha também um ministério: o Batista, o mergulhador do
povo que se arrependia de seus pecados. Ele surgiu ali, veio à existência por
ordem e determinação divinas. Mesmo com pais idosos e desesperançados, Deus o
fez real, existente e fundamental. Ele fora profetizado no Velho Testamento:
Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o
caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós
buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o
Senhor dos Exércitos. (Ml 3:1)
2) ELE FOI ENVIADO - João não foi um mero
acidente histórico, um oportunista daqueles tempos fatídicos, um simples essênio
que se destacou no meio dos ortodoxos judeus. Ele foi um homem enviado por Deus
para aqueles dias. Deus não perdera o controle da história; Ele sabia que a
época era chegada e muniu-se do mensageiro adequado para a encarnação de Seu
Maravilhoso Filho. Colocou-o no lugar certo e com a mensagem certa para o povo
escolhido.
3) ELE VEIO DE DEUS - João não foi
pré-existente como Jesus. Ele veio à existência no ventre de Isabel, sua mãe,
gerado por Zacarias, seu pai, após ter sido notificado disso pelo anjo Gabriel
no Santo dos Santos, onde Zacarias servia como sumo-sacerdote de seu turno.
Desde o ventre ele já recebera uma missão e expressava a sua peculiaridade.
Quando a prima de sua mãe a visitou, enquanto ele era formado no ventre de
Isabel, percebeu a presença do Senhor no precioso ventre de Maria e mexeu-se
fartamente no útero de mamãe, fazendo-a encher-se do Espírito Santo. Foram delas
estas palavras: Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos
a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. (Lc
1:44). Um menino especial desde a sua
concepção.
4) ELE TEVE UM NOME ESPECIAL - Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi
ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.
(Lc 1:13). O nome veio do céu. "Iohanan", "Yehokhanan", um nome
composto do nome de Deus, "Ye", "Io", e "hannah", graça, favor imerecido, perdão
divino. Até o seu nome proclamaria a graça de Deus, o amor de Deus, o perdão de
Deus. Tudo nesse menino seria importante.
5) ELE CUMPRIU A SUA MISSÃO - Ele veio
preparar o caminho para Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. E o
fez com maestria. Segundo Jesus Cristo "entre os que de
mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista". (Mt
11:11).
Diante deste
quadro magnífico, épico, magistral, podemos aplicar o seguinte aos nossos
corações:
A) NÓS EXISTIMOS - Nós estamos aqui em pleno
século 21, em plena pandemia do coronavírus, na época das comunicações
eletrônicas, dos confinamentos globais, do desemprego em massa e da carestia que
só faz piorar. Nós não estamos no futuro que não chegou e nem no passado, que já
passou. Somos pessoas reais agora, que estão a vivenciar a história e a escrever
o mais dramático capítulo da história recente da humanidade. Somos reais aqui e
agora. E devemos ter essa consciência.
B) NÃO SOMOS ACIDENTES - Poderíamos ter
nascido em qualquer época da história. Poderíamos existir no futuro longínquo ou
no passado remoto, ou termos sido um aborto secreto. No entanto estamos aqui. Se
lemos este texto é porque fomos alfabetizados, temos olhos que vêem ou ouvidos
que ouvem. Temos acesso à comunicação virtual e condições de pagar ou de receber
o seu sinal. Não somos um descuido de alguma mulher imprudente; somos pessoas
reais, importantes e decisivas na construção do quadro do quebra-cabeças da
história. Nós somos importantes.
C) DEUS NOS DEU VIDA - Conquanto o nosso
nascimento não tenha sido profetizado por ninguém e nem tenhamos sido
idealizados para um ministério como o de João o Batista, Ele, Deus, nos
proporcionou fôlego, existência, graça, condições de sobrevência e propósito.
Muitos são pais e seus filhos jamais teriam existido sem que tivessem gerado. As
coisas que construímos, que projetamos, trabalhos nos quais participamos foram e
sempre serão especiais e importantes, com propósitos que só nós poderíamos ter
realizado. Alguém poderia ter feito melhor? Sim. Também poderia ter sido pior.
Mas não foi. Fomos nós. E isto é real!
D) TEMOS UM NOME A TORNAR ESPECIAL - Não
importa que seja um nome comum, igual ao de milhões. Não importa que não soe
bonito aos ouvidos ou cujo significado não seja especial. O meu, por exemplo
(Wagner) significa "fabricante de vagões". Certamente não é o tipo de
significado do qual se diga "que profundidade"! Mas torná-lo especial é a missão
de minha vida. Assim cada um de nós fará com que o nosso nome seja associado ao
que fomos e ao que fizemos: "alguém honesto e trabalhador", "amoroso e sincero",
"sabia atravessar as crises e superar obstáculos", "foi um cristão verdadeiro no
meio de tanta perversidade", "soube viver os valores de Deus em sua rápida
existência". Não queremos o nosso nome associado ao que não presta
(desonestidade, violência, mentira, corrupção). Somos nós que tornamos o nosso
nome especial.
E) DEVEMOS CUMPRIR INTEGRALMENTE A NOSSA MISSÃO
- Eu soube de uma criança cujo nascimento foi precedido de grandes
disputas familiares, de muito sofrimento e de grande decepção. As famílias não
se entendiam e não mantinham comunhão. Quando a criança nasceu um milagre
aconteceu, apaziguando os conflitos e trazendo paz nos corações. Esta criança
durou pouco, pois não tinha condição física adequada. Sua morte trouxe dor, mas
deixou um rastro de reconciliação e amizade por onde passou. O tempo que viveu
foi pouco, mas fez grande diferença positiva no coração de todos. Nós estamos
aqui e não sabemos quanto tempo teremos para viver. O que importa é cumprirmos a
nossa missão, fazendo tudo para exaltar o nome de Deus, amar às pessoas que
estão ao nosso redor e contribuir para o progresso e a bênção em nossa geração.
O que fizermos agora repercutirá para sempre. Assim como não existiria este meio
de comunicação sem Thomas Edson, sem Grambell, sem Marconi ou os grandes
inventores, também muita coisa não será possível sem aquilo que foi confiado às
nossas mãos para fazer. Tudo quanto te vier à mão para
fazer, faze-o conforme as tuas forças. (Ec
9:10).
Uma vida
relevante e completa começa com a consciência de que por nós mesmos não
poderemos fazer nada disso. Nós precisamos de Deus. E Deus apontou o caminho da
plena realização: uma vida dedicada a Jesus Cristo, o Seu Filho. Ele é o caminho
para uma vida plenamente realizada. Ele nasceu, viveu, morreu e ressuscitou para
a nossa salvação. Ele hoje está disposto a transformar em bênção a vida de todo
aquele que a Ele se chegar. Vamos fazer isso?
Que Deus nos
abençoe.
Wagner
Antonio de Araújo.
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