sexta-feira, 24 de abril de 2020

memórias literárias - 873 - NÃO MISTURE!

NÃO
MISTURE!
 
 
873
 
Não misture Deus com política. A única nação levantada pelo Senhor, Israel, pecou por emporcalhar a fé quando subordinou-se aos ditames dos imperadores que pecavam deslavadamente.
 
As mãos dadas entre a Igreja Romana e os impérios europeus trouxeram a Idade das Trevas, o período mais nebuloso do saber humano, onde apenas Roma poderia representar oficialmente o cristianismo, com as mãos sujas pelas ações políticas próprias ou de seus subordinados. Quem mexe com carvão sempre se suja.
 
O protestantismo seguiu caminho similar, quando ajudou a martirizar os cristãos que não seguiam a cartilha das organizações oficiais. Os anabatistas foram dizimados pelas mãos de cristãos de ambas as linhagens e maculam de púrpura a história de muitas denominações.
 
O nazismo, ao erguer-se, contou com o apoio de inúmeros pastores protestantes, pois sabiam metade da verdade e deram apoio incondicional. Durante o curso vários deles romperam, sendo mortos pelo poder político, mas foi um rompimento tardio demais para os seus países. O cristianismo oficial já estava comprometido com os erros políticos. E foi perseguido.
 
John Pitt em seu livro "QUANDO VEM A PERSEGUIÇÃO" aborda vários fatos que levaram os países da antiga CORTINA DE FERRO a perseguir cristãos que, no início, deram os braços para o poder que se levantava como messiânico, salvador das pátrias. O resultado foi o que a história conta e as cidades do interior do Brasil registram: milhares de imigrantes que fugiram por causa da perseguição. Os que ficaram ou morreram, ou aguentaram, ou sucumbiram ao poder político.
 
O Brasil vive algo semelhante. O farto desejo de um país melhor fez as igrejas e inúmeros pastores tornarem-se declaradamente militantes políticos. Ter posição política é um direito de todos, mas não deve ser confundido com mistura entre igreja e estado. Os chamados "teólogos da corte" justificam cada erro e desacerto como uma virtude. E isto é a repetição da história. Agora, quando os ventos mudam de lado por eventos políticos neste ambiente horrendo que vivemos desde as últimas eleições (não há um único dia em que a DISPUTA dê lugar à PAZ), vários pastores oportunistas vão mudar de lado, vão buscar a isenção. Mas lhes digo: será tarde demais.
 
O papel dos cristãos deve ser levado a sério: orar pelos governos, por justiça, cumprir os seus deveres e sempre estar ao lado da verdade. O nosso papel não é transformar o púlpito numa plataforma partidária e nem a mensagem do Reino num projeto de poder seja de quem for. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Devemos ajudar em tudo aquilo que nos compete, mas não devemos lançar as igrejas na bacia das almas acorrentadas pelas disputas políticas. O nosso assunto não é endeusar políticos ou demonizar oponentes. O nosso assunto é Deus, o homem, a cruz, a ressurreição, a vida eterna e a salvação.
 
Que Deus tenha compaixão do Brasil e que olhe para os cristãos que não se envolvem nesse mar revolto de misturas tóxicas entre Reino e Política. Que os políticos cristãos dêem testemunho de Cristo e não se vendam. E que não façam da igreja um partido político. E aos que já se sujaram, aos que se atolaram nessa lama, que o Senhor tenha misericórdia.
 
Wagner Antonio de Araújo
 
 obs: aos discordantes de plantão: não me encaminhem suas réplicas, pois não irei discutir com ninguém. Se divergem de minha opinião DELETEM.
 

 

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