sexta-feira, 21 de agosto de 2020

memórias literárias - 911 - SERÁ O FIM DA FÉ?

SERÁ
O FIM
DA FÉ?
 
911
 
Pastor e estelionatário que finge ser judeu é denunciado por agredir colega seu na sinagoga que dirige, tendo sido exposto em seus múltiplos atos imorais e indecorosos ao longo dos vários estágios ministeriais. O denunciante é outro processado com grande ficha corrida. As imagens da briga onde ambos se agridem e se xingam tornou-se viral pelo país. Esse pastor, muito conhecido e muito popular, circuncidou-se, transicionou a sua igreja para o judaísmo e ainda prega a não-divindade de Cristo. E agora?
 
Padre que simula grande compenetração em seus programas e que dirige rede nacional de tv e uma basílica no país é denunciado pelo ministério público. Foi apresentada denúncia de grandes crimes monetários, desvios milionários das ofertas e contribuições de seus fiéis, que pagam os carnês da igreja. Entre os bens adquiridos estão fazendas, rádios, casas, apartamentos e outras coisas. Ele aparecia na principal rede católica, mas nos últimos meses acabou criando uma emissora mais potente e mais moderna que a anterior. E agora?
 
Nas capitais brasileiras igrejas estão alterando a celebração da Ceia do Senhor. Algumas mandam retirar os elementos no estacionamento em marmitinhas e servirem em casa para todo mundo. Outras consagram as coisas através do celular, em vídeos que podem orientar sobre como fazer. Os cultos deixaram de ser um todo e tornaram-se uma colcha de retalhos: o editor de vídeos recorta alguns louvores filmados, algumas orações de outras atividades, uma pregação e uma bênção, e está feito o culto de hoje. E agora?
 
Supostos missionários revelam a vida das pessoas através de lives promovidas às sextas-feiras. Ali, através de doações feitas na hora as pessoas recebem palavras proféticas e revelações sobre o que acontece em seus relacionamentos, descobrem as causas das doenças e os números da sorte para investimentos e jogos. Esses obreiros são tão desonestos que usam informações que encontram nas redes sociais, nos sites de relacionamento e a pura adivinhação, induzindo os incautos a gastarem o seu dinheiro nas mentiras, e em nome de Deus! E agora?
 
Em Brasília os padres e pastores poderosos nas comunicações continuam a receber dinheiro, cargos políticos, poder de barganha e concessões de canais. Considerou-se normal esse tipo de influência. Assim, um é dono de um partido; o outro tem ministros e filhos no congresso; o outro mantém o curral eleitoral; o outro tem encontros constantes e orienta gente do poder. Ainda outro faz o presidente se ajoelhar aos seus pés. E assim os "teólogos da corte" repetem os estragos da história cristã, a prostituição das igrejas com o poder político. E agora?
 
A fé está se extinguindo em quase toda parte. A fé original, aquela que Jesus Cristo disse que salvava. A fé e não a crendice. A fé e não a idiotice. As igrejas evangélicas associam-se mutuamente numa religião sem cor, sem poder, sem vida e sem bíblia, apenas mantendo uma estrutura supostamente aceitável em toda parte. Aos poucos todos os conceitos de pecado e de abstinência vão caindo, sendo reinterpretados pelos novos doutores da lei e da crendice. Ministros abandonaram as vestes clericais e sociais e agora buscam uma aparência cada vez mais mundana, mais aceitável, mais palatável.  Se fizerem tatuagens, se criarem "confraria dos machos" e "grupos das mulheres", melhor ainda, e com cara de reformados! A linguagem chula tornou-se comum e ninguém repara mais. Não há mais escândalo. O que vale é lives com milhares de pessoas e doações em alta. Nem é preciso pregar nada. Basta manter no ar um monte de gente feliz dizendo: "Aleluia, Deus é amor!" Tempos difíceis.
 
Quando a pandemia terminar teremos metade da membresia dispersa. Acostumaram-se sem igreja. A outra metade procurará as igrejas cujas lives melhor se encaixam aos seus padrões de vida (cada um fará a religião ao seu próprio gosto). Igrejas locais serão vendidas, porque não terão como se manter. As mais ricas continuarão mais ricas e as mais pobres desaparecerão. Poucas serão as igrejas de bairro. E muitos pastores bíblicos não terão mais rebanhos para pastorear.
 
Os redutos de fé cristã autêntica diminuirão e só não acabarão porque Deus sempre mantém sete  mil joelhos, isto é, um remanescente fiel. Mas há cidades que nem isso terão. Editoras fecharão as portas, se não quiserem aderir ao modernismo. Pastores não terão renovação de suas credenciais denominacionais, se não aceitarem o "juntos somos mais". E, em sendo pastores independentes, dificilmente formarão rebanhos que possam pastorear, uma vez que todos os dízimos estão desviados para os programas midiáticos.
 
Igrejas do jeito que conhecemos, isto é, com cultos cristocêntricos, com hinos sacros, com ordem e decência, plataformas que não são palcos, servos e não animadores, isto estará muito raro. Seguir a Cristo à moda antiga se tornará algo bizarro. São chegados os dias da apostasia tão anunciada nas cartas do Novo Testamento. Gente em adoração reverente, sentadas, ouvindo, orando, cantando, isso será coisa do passado. Igrejas com sinos, com vestíbulos, com salas de escola dominical, darão lugar a estúdios pretos, escuros, adaptados para a mídia, para a escravidão eletrônica dos zumbis religiosos.
 
A verdadeira igreja de Cristo será arrebatada. Ela não encontrará mais lugar aqui neste mundo. Jesus virá buscá-la. Em seu lugar ficará a igreja da estrada larga e da porta gigantesca. Será um tempo breve, pois logo descerá com Cristo e reinará com Ele por mil anos. A igreja apóstata não precisa de fé. A igreja apóstata precisa de crendice.
 
A fé verdadeira diminui como as abelhas pelas colméias do mundo.
 
Se o leitor é membro de uma igreja bíblica, participe com fervor e mantenha acesa a chama de fidelidade. Se não é, procure uma; bem pode ser que encontre. Se não encontrar preserve a fé em seu coração e, se tiver família, sirva a Deus ao lado dela. Haverá tempo em que para preservar a verdadeira fé será preciso evitar certas igrejas. Se houverem outros cristãos bíblicos próximos de você, congreguem juntos, fortalecendo a fé que uma vez por todas foi dada aos santos. Se não tiver, não esmoreça.
 
A verdadeira fé não vai acabar enquanto Jesus for o Senhor de nossas vidas. Quando não houverem mais corações "convertíveis" Ele regressará. Estejamos preparados.
 

Wagner Antonio de Araújo

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