terça-feira, 18 de junho de 2024

memórias literárias - APENAS UM NOME DE RUA...

 APENAS UM

NOME DE RUA...
1491
 
Enquanto recadastro os livros de minha biblioteca leio um pouco aqui e ali. E emocionei-me, relendo a biografia do Presbítero Walter de Camargo Schützer, escrito por sua amada mãe. Um homem temente a Deus, cientista renomado, trabalhador competente, mestre em sua área, que construiu magnífica família e que faleceu por força de problemas neurológicos, cujos sintomas iniciaram-se no cansaço e na cegueira.
 
Seus textos, suas meditações, seus púlpitos tão edificantes no presbiterianismo e no mundo das igrejas reformadas foram monumentos à fé cristã.
 
Então procurei na internet, esse mundo seletivo de conhecimento, alguma coisa a mais sobre este servo de Deus. E encontrei!
 
Ele virou NOME DE RUA! As notícias que leio são sobre A RUA QUE LEVA O SEU NOME, aliás, as ruas, pois em São Carlos e em São Paulo elas homenagearam o seu nome.
 
Mas com a mais absoluta certeza eu sei que quase a totalidade das pessoas desta geração NUNCA OUVIRAM FALAR DESSE HOMEM, uma vez que partiu para Cristo em 5 de setembro de 1963!
 
Imagino o mundo, caso ele não tenha explodido nas mãos dos loucos que governam esta geração perversa, dentro de 60 anos. Outras pessoas, outros nomes, outros costumes, outras informações. O que seremos nós para aquela época? Será que seremos nome de viela, ruela, praça, avenida? Será que terá sobrado alguma informação a nosso respeito? Ou seremos grandes e esquecidos anônimos, que viveram há muito tempo, dos quais não se sabe quase nada, pessoas irrelevantes para o futuro...
 
Lembro-me na estrada entre Barbosa e Penápolis, que existe ali um cemitério indígena, com ossos que remontam dois séculos. Quem foram aquelas pessoas? Ninguém realmente sabe, exceto que habitaram ali um dia.
 
Nós viramos pó! Ninguém se lembrará de nós, salvo algum colecionador, caso guarde fotos antigas ou livros velhos, contando que deixamos algum retrato nosso ou alguma coisa escrita. No mais, seremos outros antepassados longínquos. Esquecidos, desaparecidos, como se nunca tivéssemos nascido.
 
Será?
 
Walter está no Céu com Jesus Cristo. Sim, ele aguarda o Dia da Ressurreição consciente e vivo, como o ladrão crucificado ao lado de Jesus e que arrependeu-se, pedindo por clemência.
 
Ele está salvo por seu redentor, pois creu em Jesus Cristo de todo o coração e construiu a sua casa sobre a rocha.
 
Ele deixou nos familiares e irmãos das igrejas onde congregou o testemunho marcante e sua vida foi contada em livro. Mas nem precisava, pois Deus não o esqueceu, não o perdeu, não o desconheceu!
 
"PORQUE MORRESTES, E A VOSSA VIDA ESTÁ OCULTA JUNTAMENTE COM CRISTO, EM DEUS" Colossenses 3.3
 
Para concluir: encontrrei uma foto de alguém que não conheço, no meio de um velho livro que comprei no sebo. Um bebê. A pessoa que vendeu o livro não atinou para a foto esquecida. Eu atinei, ao abrir o livro. Assim estamos nós, dentro das páginas de Cristo, escondidos. No dia em que Jesus Cristo se manifestar nós também nos manifestaremos com Ele, vivos, transformados, redimidos e jubilosos!
 
Walter estará lá e nós, os que cremos, também.
 
Não seremos esquecidos, ainda que não sobre nada a nosso respeito neste mundo.
 
Aleluia!
 
Wagner Antonio de Araújo
18/06/2024
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

memórias literárias - APENAS UM NOME DE RUA...

  APENAS UM NOME DE RUA... 1491   Enquanto recadastro os livros de minha biblioteca leio um pouco aqui e ali. E emocionei-me, relendo ...