segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

memórias literárias - 148 - IRA, MISERICÓRDIA E FUTURO

148 - IRA,
MISERICÓRDIA
E FUTURO
O Brasil neste Carnaval assemelha-se a porcos dentro de um chiqueiro da roça: afundam-se na lama que eles mesmos defecaram. Comem em fétidos cochos e ainda acham que a vida é isso mesmo, sujeira, comida, reprodução, fezes e festa. É assim que os sites de mídia descrevem a nação neste Carnaval: de norte a sul, de leste a oeste o povo urina nas ruas, pratica o sexo nas praças, mata com tiroteios e agressões físicas, destroi-se nas estradas com motoristas embriagados, dança diante das mídias e despe-se para sair na imprensa. Milhões de brasileiros estão nas ruas gritando, sambando, urinando, suando, transando, traindo, ignorando qualquer realidade pessoal; muitos estão desempregados, endividados, separados, doentes, mas não importa; o reino do Carnaval é da carne e do diabo, de Mamom, Abadom e Momo. Sob olhares complacentes das religiões, nada mais pode ser tratado como PECADO; aliás, essa palavra passa a ser considerada PRECONCEITO. Diversas igrejas evangélicas estão nas ruas, com blocos carnavalescos; uma das instituições de mídia católica está em "retiro espiritual" dançando "eu sou doido por Jesus", colocando a juventude num autêntico carnaval popular. Diversas igrejas afixaram em suas fachadas a frase: "reabriremos depois do Carnaval", e o povo sobrevivente não encontra em sua congregação um local para adorar a Deus e fugir da corrupção do mundo. Parece até que ouvimos nos céus a frase triste do Senhor: "Digo-vos, quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lc 18:8)
 
Ainda assim a misericórdia de Deus continua a expressar-se. Talvez pudéssemos ser tentados como Jonas, que aborreceu-se de tamanha graça e longanimidade do Senhor, ao ver Deus ter compaixão de Nínive, que ameçou destruir por causa da violência. Deus também tem misericórdia do Brasil. A chuva no Sudeste surpreendeu até os meteorologistas; está acima da média do mês de fevereiro. As represas receberam águas abundantes, que, se não resolvem a crise hídrica, dão um ou dois meses de socorro com o qual os governos não contavam. Ainda há a previsão de mais chuvas nesta próxima semana até chegar o fim do mês, que suspeita-se será seco. As águas caíram com força nas represas, mesmo com o Brasil caindo com força no pecado do Carnaval. Mesmo com as igrejas do Senhor acanhadas e adormecidas no meio do pecado e da inatividade. Tal situação faz-nos lembrar: "Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos." (Mt 5:45)
 
Terminado o show de horrores carnavalescos e sossegada a mídia que irá explorar ao máximo as aberrações morais que aconteceram (e que produziram no bolso dos empresários e dos atores milhões de dólares em pagamento pela pornografia), a realidade cobrirá a nação novamente. E o tom mudará  o enfoque: virão os protestos, as críticas, as pedradas, a reclamação geral. As vozes que antes diziam dos seus candidatos enganadores e performáticos: "Bendito o que vem em Nome do Senhor" agora dirão sem dó ou piedade: "crucifica-o!" É a turba. É o populacho. São as mesmas vozes, produzidas no coração de gente que não tem valores e nem princípios definidos. Os donos do poder dão pão e circo e o povo vibra e vota cegamente. Só que o pão está a acabar na mesa do trabalhador e o circo terminará com o Carnaval. Só restará um populacho nervoso e revoltado. Antes o governo despojava o BNDES, as contas públicas, a PETROBRÁS e supria o chiqueiro com muita lavagem, calando a malta. Agora, sem ter de onde tirar ou o que encenar para mostrar um lindo espetáculo, terão que prestar contas da realidade, e esta não será bonita. O Brasil adentra ao período econômico e político mais trágico de toda a sua história recente, comparado apenas à Era Collor.
 
O futuro? O futuro imediato tende a seguir o caminho do desemprego em massa, o racionamento de água e de energia elétrica; a falta de financiamento particular, privado e estatal; a duplicação dos impostos e do preço da gasolina que custa a metade em todo o mundo, mas aqui  custará três vezes mais. O custo será conhecer os corruptores da política que irmanaram-se aos empreiteiros em lesar a PETROBRÁS e todas as instituições de nosso país. O custo será verificar a cadeia de produção, que está parada, demitir MILHÕES de funcionários, de todas as empresas que fazem carros ou suas peças, que vendem casas ou terrenos, que produzem máquinas, que realizam serviços, que regam a agritultura e alimentam a pecuária etc. Com o racionamento da água as indústrias sairão do SUDESTE, mas no NORDESTE ou NORTE não terão uma logística competitiva, pois o custo do transporte será insuportável. O racionamento de energia elétrica nos deixará às escuras e passaremos um momento dos mais tenebrosos já atravessados pela nação. Pode não acontecer? Dificilmente, pois o noticiário está aí a descortinar o futuro nesses termos; os membros de nossas igrejas estão aí, com férias coletivas, com demissões em massa, com empresários a demitir e a fechar as suas portas. Estou exagerando? Olhe para a sua igreja e a sua cidade!
 
Mas o futuro final é certo: Deus trará a juízo toda a promiscuidade do Brasil. Cada pessoa será julgada diante do Grande Trono Branco do Justo Juiz. Cada um prestará contas de si mesmo. Os governantes prestarão contas de suas políticas e roubos. Os pais de família de suas orientações ou deseducação. As mães de seus cuidados ou abandonos. Os filhos de sua submissão ou rebelião. As igrejas de suas mentiras e fraquezas, de suas ausências e de suas sincretizações malignas. E então Deus dará a cada um conforme as suas obras. Mas para aqueles que não se dobraram, que não seguiram o bloco na rua, que não aceitaram igrejas de portas fechadas, que não corromperam e não foram corrompidos, que ousaram viver a verdade do evangelho num mundo de mentiras e de ilusões, que arcaram com o custo de chamar de PECADO aquilo que chamavam de preconceito, a estes, escolhidos, remidos, resgatados, predestinados em Cristo, ser-lhes-á concedida a Graça de entrarem no Novo Mundo, no reino celestial de Jesus, onde nem ira, nem misericórdia e nem futuro representarão a realidade, pois viverão o ETERNO HOJE DE DEUS, sem dor, sem lágrima, sem pecado, sem desemprego, sem impureza, sem engodo.
 
Presto virá. Preparemo-nos. "Ora vem, Senhor Jesus!"
 
Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil

16/02/2015

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