148 - IRA,
MISERICÓRDIA
E
FUTURO
O Brasil neste Carnaval
assemelha-se a porcos dentro de um chiqueiro da roça: afundam-se na lama que
eles mesmos defecaram. Comem em fétidos cochos e ainda acham que a vida é isso
mesmo, sujeira, comida, reprodução, fezes e festa. É assim que os sites de mídia
descrevem a nação neste Carnaval: de norte a sul, de leste a oeste o povo urina
nas ruas, pratica o sexo nas praças, mata com tiroteios e agressões físicas,
destroi-se nas estradas com motoristas embriagados, dança diante das mídias e
despe-se para sair na imprensa. Milhões de brasileiros estão nas ruas gritando,
sambando, urinando, suando, transando, traindo, ignorando qualquer realidade
pessoal; muitos estão desempregados, endividados, separados, doentes, mas não
importa; o reino do Carnaval é da carne e do diabo, de Mamom, Abadom e Momo. Sob
olhares complacentes das religiões, nada mais pode ser tratado como PECADO;
aliás, essa palavra passa a ser considerada PRECONCEITO. Diversas igrejas
evangélicas estão nas ruas, com blocos carnavalescos; uma das instituições de
mídia católica está em "retiro espiritual" dançando "eu sou doido por Jesus",
colocando a juventude num autêntico carnaval popular. Diversas igrejas afixaram
em suas fachadas a frase: "reabriremos depois do Carnaval", e o povo
sobrevivente não encontra em sua congregação um local para adorar a Deus e fugir
da corrupção do mundo. Parece até que ouvimos nos céus a frase triste do Senhor:
"Digo-vos, quando vier o Filho do homem, porventura achará
fé na terra? (Lc 18:8)
Ainda assim a misericórdia
de Deus continua a expressar-se. Talvez pudéssemos ser tentados como Jonas, que
aborreceu-se de tamanha graça e longanimidade do Senhor, ao ver Deus ter
compaixão de Nínive, que ameçou destruir por causa da violência. Deus também tem
misericórdia do Brasil. A chuva no Sudeste surpreendeu até os meteorologistas;
está acima da média do mês de fevereiro. As represas receberam águas abundantes,
que, se não resolvem a crise hídrica, dão um ou dois meses de socorro com o qual
os governos não contavam. Ainda há a previsão de mais chuvas nesta próxima
semana até chegar o fim do mês, que suspeita-se será seco. As águas caíram com
força nas represas, mesmo com o Brasil caindo com força no pecado do Carnaval.
Mesmo com as igrejas do Senhor acanhadas e adormecidas no meio do pecado e da
inatividade. Tal situação faz-nos lembrar: "Porque faz que o
seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos."
(Mt 5:45)
Terminado o show de
horrores carnavalescos e sossegada a mídia que irá explorar ao máximo as
aberrações morais que aconteceram (e que produziram no bolso dos empresários e
dos atores milhões de dólares em pagamento pela pornografia), a realidade
cobrirá a nação novamente. E o tom mudará o enfoque: virão os protestos, as
críticas, as pedradas, a reclamação geral. As vozes que antes diziam dos seus
candidatos enganadores e performáticos: "Bendito o que
vem em Nome do Senhor" agora dirão sem dó ou piedade: "crucifica-o!" É a turba. É o populacho. São as
mesmas vozes, produzidas no coração de gente que não tem valores e nem
princípios definidos. Os donos do poder dão pão e circo e o povo vibra e vota
cegamente. Só que o pão está a acabar na mesa do trabalhador e o circo terminará
com o Carnaval. Só restará um populacho nervoso e revoltado. Antes o governo
despojava o BNDES, as contas públicas, a PETROBRÁS e supria o chiqueiro com
muita lavagem, calando a malta. Agora, sem ter de onde tirar ou o que encenar
para mostrar um lindo espetáculo, terão que prestar contas da realidade, e esta
não será bonita. O Brasil adentra ao período econômico e político mais trágico
de toda a sua história recente, comparado apenas à Era
Collor.
O futuro? O futuro
imediato tende a seguir o caminho do desemprego em massa, o racionamento de água
e de energia elétrica; a falta de financiamento particular, privado e estatal; a
duplicação dos impostos e do preço da gasolina que custa a metade em todo o
mundo, mas aqui custará três vezes mais. O custo será conhecer os corruptores
da política que irmanaram-se aos empreiteiros em lesar a PETROBRÁS e todas as
instituições de nosso país. O custo será verificar a cadeia de produção, que
está parada, demitir MILHÕES de funcionários, de todas as empresas que fazem
carros ou suas peças, que vendem casas ou terrenos, que produzem máquinas, que
realizam serviços, que regam a agritultura e alimentam a pecuária etc. Com o
racionamento da água as indústrias sairão do SUDESTE, mas no NORDESTE ou NORTE
não terão uma logística competitiva, pois o custo do transporte será
insuportável. O racionamento de energia elétrica nos deixará às escuras e
passaremos um momento dos mais tenebrosos já atravessados pela nação. Pode não
acontecer? Dificilmente, pois o noticiário está aí a descortinar o futuro nesses
termos; os membros de nossas igrejas estão aí, com férias coletivas, com
demissões em massa, com empresários a demitir e a fechar as suas portas. Estou
exagerando? Olhe para a sua igreja e a sua cidade!
Mas o futuro final é certo:
Deus trará a juízo toda a promiscuidade do Brasil. Cada pessoa será julgada
diante do Grande Trono Branco do Justo Juiz. Cada um prestará contas de si
mesmo. Os governantes prestarão contas de suas políticas e roubos. Os pais de
família de suas orientações ou deseducação. As mães de seus cuidados ou
abandonos. Os filhos de sua submissão ou rebelião. As igrejas de suas mentiras e
fraquezas, de suas ausências e de suas sincretizações malignas. E então Deus
dará a cada um conforme as suas obras. Mas para aqueles que não se dobraram, que
não seguiram o bloco na rua, que não aceitaram igrejas de portas fechadas, que
não corromperam e não foram corrompidos, que ousaram viver a verdade do
evangelho num mundo de mentiras e de ilusões, que arcaram com o custo de chamar
de PECADO aquilo que chamavam de preconceito, a estes, escolhidos, remidos,
resgatados, predestinados em Cristo, ser-lhes-á concedida a Graça de entrarem no
Novo Mundo, no reino celestial de Jesus, onde nem ira, nem misericórdia e nem
futuro representarão a realidade, pois viverão o ETERNO HOJE DE DEUS, sem dor,
sem lágrima, sem pecado, sem desemprego, sem impureza, sem engodo.
Presto virá. Preparemo-nos.
"Ora vem, Senhor Jesus!"
Wagner Antonio de
Araújo
Igreja Batista Boas Novas
do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil
16/02/2015
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