EM QUATRO TEMPOS
290
A vida de Jesus, o
nosso Mestre, é exemplo para tudo. Analisá-la é um privilégio de grande
sublimidade e fazê-lo é palmilhar por "terra santa"!
Há quatro grandes
momentos em Sua vida, que nos levam à reflexão profunda. Gostaria de citá-los e
expressar minha gratidão ao Pai.
O primeiro grande
momento foi A TRANSFIGURAÇÃO. Apenas três apóstolos participaram dele, além de
Jesus, Moisés, Elias e o Pai. Que monumento à vitória final! Jesus se coloca
ereto, deixando-se envolver pela glória eterna que sempre possuiu, da qual
esvaziou-se por amor de nós. Por um momento Ele mostrou-se como de fato é:
glorioso, resplandecente, rei, maravilhoso! Moisés e Elias proseavam com ele,
certamente sobre sua breve luta na cruz, sua morte vicária e a ressurreição
subsequente. E lá do alto o Pai celeste expressou seu amor e consideração pelo
Filho tão amado! Foram instantes ímpares! Foram tão importantes que
representavam a própria vinda do Reino de Deus e antecipavam a glória celestial
e milenar.
Na vida do crente
também há os instantes de transfiguração. Certamente a conversão é o primeiro.
"Ditoso o dia em que aceitei do meu Senhor a Salvação! A grande paz que eu
alcancei perdura no meu coração".(hino 407 do Cantor Cristão) Ah, que
glória o primeiro amor na vida do crente! Que privilégio o dia do batismo! E o
dia em que conduzimos uma vida ao céu? Dias de plenitude do Espírito Santo, onde
ouvimos a voz do Pai bem de perto, no coração e na mente, e sentimos a aprovação
dEle às decisões que tomamos em obediência à Palavra. O crente tem seu TEMPO DE
TRANSFIGURAÇÃO, tempo que deve ser saboreado ao máximo.
O segundo grande
momento de Cristo foi A HORA DO GETSÊMANI. Ah, quanta dor, quanta luta, quanta
ansiedade! Cristo estava prestes a ser traído por Judas e ser abandonado por
todos os apóstolos; estava prestes a enfrentar a turba de judeus e o castigo
injusto dos romanos. Seria humilhado até ao extremo e sofreria morte cruenta e
terrível. E enfrentaria tudo isso com o fardo de pecados da humanidade nas
costas. Ele lutou, Ele pediu livramento, Ele suplicou pelo afastamento desse
cálice. Mas submeteu Sua própria vontade à do Pai e o Pai determinou que haveria
uma cruz no caminho do Filho.
O crente também
tem o seu GETSÊMANI. Momentos difíceis à porta da UTI aguardando a melhoria de
um ente querido, ou enfrentando um acidente, ou sofrendo por um relacionamento
cortado, ou sob ameaça do desemprego, despejo ou mudanças. Momentos em que o
nosso único recurso é a oração. Sim, oração, clamor, súplica, jejum,
consagração, momentos de tensão, luta e grande apreensão. Mas o Getsêmani é
também um grande reencontro, pois muitas vezes é no vale que reencontramos Deus
em nossas vidas.
Em terceiro lugar
houve O TEMPO DA CRUZ. Ali o Senhor amou não apenas com palavras, mas com
atitude. E sua atitude foi doar-se por completo por amor do ser humano. Cristo
morreu pelos injustos para levá-los a Deus. Cristo sofreu por cada um de nós.
Ele não apenas se interessou por nós; ele fez tudo por nós. Sua cruz foi a marca
da vitória sobre o pecado e pela cruz cada um de nós hoje tem acesso, pela fé, à
graça salvadora.
Também há o nosso
TEMPO DA CRUZ. Tempo em que temos que renunciar, temos que ceder, temos que
deixar a vez para os outros. E como é difícil esse tempo! Contudo, sem cruz não
há cristianismo, e sem cruz não há amor prático; o único amor legítimo é aquele
que se manifesta em atos pelo objeto do amor. O sofrimento faz parte da vida
cristã. O evangelho da cruz é também o evangelho da lágrima, não de ódio ou
desespero, mas de dor e gratidão por poder dar-se em favor do Reino de Deus e do
próximo. De forma doméstica, é ceder o lugar, é deixar-se como segunda opção, é
diminuir-se enquanto o outro cresce e não ficar em ira ou revolta por isso. Na
igreja é aceitar a vontade de Deus mesmo que não seja a
nossa.
E em último lugar
houve O TEMPO DA RESSURREIÇÃO! Cristo ressuscitou, aleluia! A morte não pôde
contê-lo, pois Ele é o Senhor da vida! Por algum tempo a morte pensou ter
vencido ao Senhor Jesus, mas a vitória era certa e no momento exato Ele
arrebentou com os portais inatingíveis do além e saiu ressurreto e vitorioso!
Aleluia! Hoje Ele está à destra do Pai, firme, forte e majestoso, aguardando a
bem-aventurada hora de Sua segunda vinda, juntamente com todos os que o amam e
amam a Sua vinda.
Esse também é um
tempo na vida de todo cristão legítimo: TEMPO DE VITÓRIA. Sim, porque o crente é
conduzido pelas mãos do Pai de vitória em vitória, e "esta é a vitória que vence
o mundo; a nossa fé"(I Jo 5.4). Talvez para o mundo o crente que morre em
fidelidade seja um perdedor; talvez o mundo classifique um crente pobre
financeiramente como um ser inexpressivo; talvez o mundo considere o cristão
enfermo como alguém cuja carreira acabou para sempre. Mas isto não é verdade,
pois Cristo declara peremptoriamente: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA; AQUELE QUE
CRÊ EM MIM TEM A VIDA ETERNA" (João 11.25) Mesmo que as recompensas não venham
nesta vida, elas virão na outra, inequivocamente! Porisso podemos falar com toda
a confiança: "O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?"(Salmo
27.1)
Se há quatro
estações no planeta, se há quatro fases da lua, se há ilustrativamente 4
momentos na vida de Jesus, creiamos que também podemos nos encontrar
transfigurados, angustiados, crucificados e ressuscitados, mas se em cada uma
tivermos
Jesus conosco,
então poderemos vencer cada
etapa e estar
felizes ao fim da jornada.
Seja o nome do
Senhor engrandecido!
Wagner Antonio de
Araújo
Igreja Batista
Boas Novas de Osasco SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário