terça-feira, 26 de abril de 2016

memórias literárias - 334 - FELIZ É A NAÇÃO




 
FELIZ É A NAÇÃO
334
 
Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança. (Sl 33:12)
Bem-aventurado o povo ao qual assim acontece; bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor (Sl 144:15)
 
Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor. Uma frase que usamos livremente ao falar da possibilidade de ter um país cristão, de enxergar o evangelho a permear cada capilaridade da sociedade em que vivemos. Frase dita por inúmeros pastores, e lembrada por políticos (inclusive incrédulos), ao buscar o voto de incautos que crêem em qualquer promessa.
 
Tal frase emana dos dois textos citados acima. Ambas foram escritas por judeus, hebreus, gente de Israel. Textos inspirados pelo Espírito Santo. O Salmo 33, de onde vem a primeira frase, enaltece Israel sobre todas as outras nações, chamando os demais de  "gentios". Numa linda poesia, descreve a obra criativa do Senhor, submetendo todos os seres humanos ao poder divino, avisando que todos estão debaixo de seu olhar. E termina o cântico, dizendo que Israel confia em Seu Nome e que espera por Sua misericórdia.
 
Já o salmo 144 fala sobre a guerra contra os inimigos de Israel. Nele são descritas as lutas do povo de Deus. Suplica pela intervenção divina em favor da nação escolhida. Roga por prosperidade e por despensas cheias de mantimentos. E termina, dizendo que um país onde isso acontece, onde há essa intervenção divina em seus negócios, em suas lutas e em seus suprimentos é, de fato, uma nação bem-aventurada.
 
O que se compreende disto? Em minha opinião o texto diz que "feliz é Israel, cujo Deus é o Senhor". Nada mais, nada menos. E em comparação com quem? Com o Egito, com a Etiópia, com a Assiria, com a Síria, com a Filístia, enfim, com todas as nações que existiam ao redor daquele país. E foi uma expressão dentro de um tempo e local, isto é, "feliz é Israel (de agora, deste tempo bíblico), cujo Deus é o Senhor". Certamente esta realidade não durou, porque o povo trocou o Deus Eterno pelos deuses das nações. O império foi rasgado entre reino do norte e reino do sul e ambos foram deportados. O do norte extinguiu-se para sempre. O do sul, levado para a Babilônia, voltou setenta anos depois, reconstituindo-se novamente. Também teve um período de duração limitado, sendo destruído no ano 70 da era cristã pelo General Tito e Roma. E acabou-se a nação bem-aventurada.
 
Seria justo tomar emprestado o versículo e aplicá-lo ao Brasil, aos Estados Unidos, a Portugal, ao atual Estado de Israel  ou a qualquer outro país, parafraseando a mensagem? "Bem-aventurado tal país, cujo Deus é o Senhor"? Não. E por que não? Porque não há nenhuma nação neste mundo que tenha o Senhor como o seu Deus. Yahweh, Jeová, Javé, não é o Deus de nenhuma nação. Hoje a relação divina não se dá a nível de nações, mas a nível de pessoas. Não há mais uma nação sacerdotal, um país escolhido, uma raça humana eleita para representar o Eterno entre os homens. Porque Cristo a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio. (Ef 2:14). Por que não temos mais uma nação sacerdotal ou teocrática?
 
Porque a bíblia diz que este mundo jaz no Maligno.  Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. (1Jo 5:19)
 
Porque Cristo disse que este mundo tem um príncipe julgado. Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. (Jo 12:31); Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim; (Jo 14:30); E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. (Jo 16:11).
 
Porque Cristo afirmou que o reino dEle não é deste mundo. Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. (Jo 18:36).
 
Porque este mundo e esta criação serão destruídos por um grande cataclisma; nenhuma das atuais nações subsistirá. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. (2Pe 3:10)
 
Poderíamos alistar dezenas de outras razões, mas estas já são suficientemente fortes para afirmarmos que não há mais nenhuma nação cujo Deus é o Senhor. Nem o atual estado de Israel. Aliás, o Senhor Jesus afirmou: Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 23:39). Israel considera o Senhor Jesus Cristo como o mais insignificante dos judeus e oram, pedindo que a Sua memória seja apagada da face da Terra, como se fosse Ele o maior dos ímpios. Esse atual Israel não tem Deus como o Seu Senhor. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. (Jo 15:23). Como exemplo veja o que a TV israelense fala sobre o nosso Senhor: https://youtu.be/6xBpQWkzGy8
 
Seria importante mencionar uma frase jactanciosa, encontrada em várias partes do país e de cidades (geralmente afixadas por políticos crentes ou que se fingem de crentes), que afirma: "O Brasil é do Senhor Jesus; povo de Deus, declare isso!". Essa frase soa bem, mas não soa verdadeira. Vejamos: é o Brasil do Senhor Jesus? No sentido de propriedade universal, sim, pois toda a Terra e todo o universo pertencem a Deus. Mas é o Brasil em sua totalidade um país de remidos através de Cristo, composto por pessoas regeneradas pelo arrependimento e pela fé no Senhor, submissas à autoridade do Reino de Deus? De forma alguma. O Brasil, como nação, é uma lástima diante de Deus: admite o aborto, admite o homossexualismo, admite a corrupção generalizada, vive na promiscuidade em todas as esferas, permite a pobreza do povo, não cultua a honestidade, é absurdamente idólatra, mantém a feitiçaria legal e oficializada nos calendários das cidades etc. Ele não é o único; todos os países do mundo, de uma forma ou de outra, estão contaminados pelo poder do pecado. Logo, nós, o povo de Deus, declararmos que "o Brasil é do Senhor Jesus", não provocaremos coisa alguma; apenas usaremos a técnica de repetir uma mentira até que seja crida como uma verdade. É duro afirmar isso, mas é a verdade. Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. (1Jo 5:19)
 
O povo de Deus não foi chamado para reformar este mundo e chamá-lo de Céu, lançando as raízes nesta terra contaminada pelo pecado, regada por sangue inocente desde o justo Abel. Nós fomos chamados para arrebatar do mundo as pessoas que desejam a salvação, apresentando-lhes o caminho da vida eterna. Cristo, ao ladrão arrependido, disse: "hoje mesmo estarás comigo no Paraíso". Aqui não é meu lar! Aqui não é o mundo das igrejas do Senhor! Nós somos cidadãos de dois mundos, somos daqui, por nascimento, e de lá, por renascimento através da conversão! Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. (Hb 11:14)
 
"Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, Do reino lá do Céu embaixador eu sou. Meu Rei e Salvador vos manda em Seu amor As boas novas de perdão." (Elijah Taylor Cassel, trad. Ricardo Pitrowsky).
 
Não. Este mundo jamais temerá ao Senhor em submissão e obediência. Este mundo está julgado. Em lugar de "Feliz Israel cujo Deus é o Senhor", podemos dizer:
 
FELIZ É O HOMEM (OU A MULHER) QUE CONFIA NO SENHOR - Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia. (Sl 34:8); Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada. (Pv 31:30)
 
FELIZ É O PEQUENINO QUE CONFIA NO SENHOR - Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. (Mt 18:14);Mas Jesus, chamando-os para si, disse: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. (Lc 18:16)
 
FELIZ É A FAMÍLIA QUE CONFIA NO SENHOR - Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Js 24:15); A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. (Sl 128:3).
 
E quanto ao meu país, a minha nação? Não amamos o Brasil? Não queremos a Pátria para Cristo? Sim, mas simbolicamente, com conversões pesoais genuínas, pois jamais um país inteiro deste mundo se converterá completamente ao Senhor. Assim, que sejamos mensageiros de boas-novas, semeadores eficazes do Reino de Deus, buscando o maior número de patrícios para o Reino do Céu, para a Pátria de Além, para a Nova Jerusalém Celestial, a Nova Canaã! E que oremos pela nossa cidade onde peregrinamos, pois diz Deus: E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz. (Jr 29:7). Conquanto não sejamos Judá em cativeiro, também estamos cativos neste mundo caído. O texto se aplica a nós também!
 
Que os brasileiros, os portugueses e todas as pessoas das nações conheçam o Senhor Jesus como Salvador! É o meu desejo para sempre!
 
Wagner Antonio de Araújo

26/04/2016

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