ORAI
PELOS
ENCARCERADOS
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Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com
eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo. (Hb
13:3)
Estava
nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
(Mt 25:36)
Mas
estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos
e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção, (2Pe
2:12)
A moderna sociedade
interpreta a prisão como um meio de ressocialização. Porém, interiormente, o
nosso coração clama por punição, justiça. Justamente por falta deste elemento de
retribuição é que acontecem diversos crimes e justiça com as próprias mãos,
sempre impróprias, desproporcionais e sem moral.
As prisões brasileiras
estão repletas de pessoas que devem pouco, enquanto muitos dos que muito devem
estão ou no poder ou no empresariado. Os valores deste país não são nem justos e
nem bíblicos. Honra-se o ímpio e pune-se o justo. Porém, entendendo-se que crime
é crime, a prisão separa aqueles que devem e têm que pagar; separa aqueles que
são um perigo para a sociedade, pelo menos teoricamente.
Mas são prisões horríveis e
infernais. Um preso gasta R$1.400,00 de sustento em SP e R$4.200,00 numa prisão
tercerizada do Amazonas. São os nossos impostos que pagam essa mantença. Um
dinheiro desses poderia prover locais limpos, bem guardados, arejados, seguros,
disciplinados, com organização e regras. Contudo, assim como um grande cano
cheio de vazamentos, o dinheiro de cada preso irriga a corrupção de tantos, que
vivem dos desvios públicos. Ao preso reserva-se gaiolas abarrotadas, latrinas
imundas, salões insalubres, servidores inseguros e despreparados e uma ampla
liberdade de circulação de gente e comunicação com o crime exterior das cadeias.
Ou seja: o preso está apenas alocado na cela; mas continua em plena atividade
criminal. No exterior um preso precisa usar telefone público e em frente de
servidores públicos; aqui eles possuem até rede de comunicação por internet.
Nós, do lado de fora, ficamos perplexos. Eles, do lado de dentro, criam suas
instituições paralelas, verdadeiros mini-estados onde celebram suas datas,
defendem seus cidadãos e punem os seus inimigos. Ou seja: um poder paralelo que
não tem limite. Por esta razão o país está perplexo e agora, através da mídia,
expõe publicamente toda a podridão e a dimensão deste mal.
Mas, o que os três
versículos que citei no início têm em comum com esta
meditação?
1) O Apóstolo Paulo,
inspirado pelo Espírito Santo, ordena aos cristãos para lembrarem-se dos
encarcerados e maltratados, e diz que deveríamos sentir a sua própria dor. Que
dor? Não estão lá por demérito próprio? Muitos sim, mas outros não. Há gente
inocente que está presa. Imaginemo-nos no lugar de um inocente, preso por
engano, que é obrigado a submeter-se à submissão animal e ao fétido ambiente
prisional para não ser morto. Um pai de família injustiçado, um jovem
confundido, um perseguido por racismo, um jurado de morte no bairro onde vivia.
Deus diz que devemos orar por eles. E pelos outros, pelos que merecem estar lá?
Também orar, pois, atrás de toda essa bárbara satanização de vida, existe um
resto da imagem original de Deus no coração de cada homem. E, se despertados em
seu entendimento e em sua morte espiritual, poderão ter um autêntico encontro
com Deus, uma transformação radical de vida. Poderão tornar-se novas criaturas e
serem transformados nas celas. Libertados na prisão!
2) Jesus diz que esteve
preso e que foram vê-lo. Quando esteve preso? Ele mesmo responde: quando
fizermos isso por alguém, teremos feito a Ele. Como comparar Jesus a um marginal
encarcerado? Não há comparação. A aplicação é outra: com o mesmo amor com que
faríamos uma visita ao Senhor Jesus, deveríamos também nos ocupar e visitar um
aprisionado, levando a ele uma atitude de autêntico amor. Porém, com critério e
com cuidado, para que não nos tornemos reféns de atitudes nobres, mas
imprudentes. Visitar Jesus na prisão é não esquecê-los como se fossem restos
depositados num chiqueiro. Pensar e visitá-los é encaminhar a eles a mensagem de
Cristo, os cuidados de Cristo, o amor em prática através de cuidados, de ajuda,
de solidariedade com a família sofredora. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta. Se fizermos isso como que para Jesus, faremos com amor. E
Jesus disse que entenderá ser para Ele mesmo que fizemos.
3) Os blasfemos, violentos,
maus, perecerão. Sim, é o que a Bíblia promete. Muito além da justiça humana,
que é falha e imperfeita, a justiça divina saberá punir para sempre e de forma
exemplar aquele que possui maldade intrínseca à sua natureza. Pessoas que não
apenas matam, mas degolam, arrancam o coração, desossam, cospem, fazem vazar as
entranhas, riem, se divertem a jogar futebol com a cabeça de um inimigo, tudo
isso virá a juízo diante do Grande Trono Branco, onde o Justo Juiz impetrará a
sentença final: a perdição eterna no lado de fogo e enxofre, onde o seu bicho
não morre e onde o fogo nunca se apaga. Sofrimento eterno, não aniquilação
eterna. Será terrível, horrendo, monstruoso, mas a Justa Justiça saberá dosar,
impetrar, punir e fazer imperar a vontade do Criador. Nós sabemos quem são essas
pessoas? Não. E por que não? Não são os que são cruéis? Sim, mas até um cruel
pode ser, subitamente, alcançado pela luz do Céu e converter-se dos seus maus
caminhos. Até um ímpio por completo pode ser transformado numa nova criatura,
num novo nascido, num salvo pelo sangue de Cristo. O Apóstolo Paulo afirmou:
Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao
mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. (1Tm
1:15).
Lembremo-nos que José do
Egito foi um presidiário. E alí na prisão Deus usou a sua vida, tirando-o de lá
e transformando-o no primeiro ministro do Egito. Daniel, o profeta, também; foi
salvo da boca dos leões. Pedro, Paulo, João, Barnabé, Silas, todos foram
encarcerados e diversos deles morreram decapitados, queimados, morreram na
prisão. Mas eram crentes e luz para a glória de Deus. Há gente do Senhor nas
prisões horrendas deste país. E nós devemos orar por eles. Orar e sustentá-los
espiritualmente. Corresponder-nos com eles. Se possível, visitá-los. Apoiar o
trabalho de missionários que se dedicam a levar o evangelho aos encarcerados.
Buscar a justiça para os que ali sofrem injustamente. E clamar para que os
ímpios e violentos criminosos sejam salvos pelo sangue de Jesus Cristo, fazendo
chegar às mãos deles, aos ouvidos deles a Santa Palavra de Deus, única espada de
dois gumes, capaz de converter um criminoso de seus erros e
pecados.
Nesta semana triste para o
Brasil, quando sessenta presos foram decapitados em Manaus por outros
prisioneiros de grupos rivais, quando pensamos no grave problema prisional que
vivemos como nação, pensemos nesta imensa população carcerária e elevemos aos
céus as nossas preces, as nossas orações, em favor dos prisioneiros, para que os
que lá estão injustamente sejam libertados, para que os convertidos do Senhor
sejam protegidos e aguentem a difícil vida carcerária e para que os ímpios e
criminosos, possuídos pelo Diabo, sejam libertados e transformados pelo poder de
Deus.
Não nos esqueçamos do que o
Senhor Jesus citou, em cumprimento ao Seu próprio ministério
messiânico:
O
Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar
boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; (Is
61:1)
Wagner Antonio de
Araújo
05/01/2017
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