quinta-feira, 22 de agosto de 2019

memórias literárias - 799 - EU CONFIEI ...

EU
CONFIEI...
799
Eu confiei no meu candidato político. Apostei todas as fichas nele. Briguei por ele e tornei-me adepto de carteirinha. Eu acreditava que ele resolvesse os graves problemas da nação. De repente as promessas de campanha não foram cumpridas e o que eu pensei que era solução tornou-se decepção. Eu sinceramente confiei.

Eu confiei no meu vigor físico. A minha alimentação era balanceada, fazia exercícios físicos regulares, tinha comportamento atlético e não deixava de fazer os exames anuais para checar se todos os índices estavam normais. A promessa era de que, se eu me cuidasse e fizesse tudo certinho teria saúde até o fim. Mas de repente uma doença apareceu. Ela veio da noite para o dia. O meu vigor sumiu; o meu apetite acabou; a minha cor mudou e estou acamado. Eu realmente confiava no meu vigor físico.

Eu confiei no amigo. Ele sempre fora tão leal, tão sincero, tão presente. Ele conhecia as minhas lutas, os meus desabafos, as minhas particularidades. Eu estivera presente em sua história tantas vezes! Ele nunca, nunca me trairia. Mas, infelizmente, me traiu. Contou para os outros as minhas confidências e renegou as coisas que dizia acreditar. Eu, que tanto confiei nele, agora vejo-me perplexo com o seu comportamento.

Eu confiei na minha religião. Eu acreditava sinceramente que estava certo. O ministro que pregava e que exercia as práticas do meu credo parecia ser tão íntegro, tão correto, tão cumpridor dos compromissos! Ontem ele foi preso por pedofilia. Disseram-me que ele fazia coisas erradas com os filhos dos membros da religião. Eu, que deixava os meus filhos perto dele, senti calafrios! Eu confiei nele!

Eu confiei em mim. Eu achei que era senhor da situação, que não seria escravo de ninguém, que só faria o que desejasse. Eu cria que jamais quebraria as regras que considerava verdadeiras. Mas quê! Eu quebrei a minha própria confiança! Eu experimentei algumas drogas que os amigos ofereceram e, diferentemente do que achava, acabei por tornar-me dependente. Eu disse que o álcool não me escravizaria, mas hoje bebo cada vez mais e não sou capaz de parar. Eu disse que deixaria o cigarro na hora em que quisesse e hoje ando com um tubo de oxigênio do meu lado. Eu afirmei que seria fiel à minha esposa e não fui. Eu disse que nunca decepcionaria o meu filho e o decepcionei. Eu confiei em mim e falhei...

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Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! (Jr 17:5)
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Quem faz de si próprio, dos outros ou de ideologias humanas a sua âncora tende a afundar tão logo surjam as contradições. Nós somos pecadores e todas as nossas ideologias e plataformas são construídas no pecado. Assim, cedo ou tarde, descobrimos que confiamos em algo que não valia a pena.

Mas há alguém fora desse esquema, fora do império de nossa insensatez, fora de nosso domínio, que merece e pode nos dar segurança, confiança e estabilidade. Esse alguém é JESUS CRISTO. Ele, Filho do Deus vivo, por quem e para quem tudo foi criado, tem em Suas mãos o domínio de tudo e JAMAIS nos decepcionará. NEle nós podemos confiar. Sua palavra é a verdade, Sua promessa é real e Sua presença é consoladora. Se nEle confiarmos poderemos dizer: o que me pode fazer o homem? Se confiarmos nEle e não em nós mesmos poderemos dizer: Ele é o meu Salvador. Se confiarmos nEle e não nos políticos poderemos dizer: Ele é soberano e dEle emana todo o poder.

Que tal confiar no Senhor?


Wagner Antonio de Araújo

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